03/08/2021 - 38ª - CPI da Pandemia

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Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fala da Presidência.) - Havendo número regimental, declaro aberta a 38ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pelos Requerimentos 1.371 e 1.372, de 2021, para apurar as ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da covid-19, bem como outras ações ou omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais, no trato com a coisa pública, durante a vigência da calamidade originada pela pandemia do coronavírus.
A presente reunião destina-se ao depoimento do Sr. Amilton Gomes de Paula, em atendimento ao requerimento de autoria do Senador Randolfe Rodrigues.
Com a palavra o Senador Renan Calheiros.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sr. Presidente, inicialmente apenas para reparar o equívoco com relação a uma transferência de sigilo de uma emissora de rádio.
Eu queria lamentar, dizer que isso aconteceu exatamente no recesso compulsório. E aproveito a oportunidade para retirá-lo, para que, de modo algum, possa eventualmente nada respingar numa coisa que preservamos, defendemos, sempre fizemos isso e vamos continuar a fazer: a liberdade de expressão.
Era isso, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Obrigado, Senador Renan Calheiros.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Como sempre, a coerência prevalece em cima do posicionamento do Senador Renan Calheiros.
A CPI não está aqui pra fazer cerceamento de ninguém. Podemos até divergir em pensamentos, mas não divergimos, de forma nenhuma, da democracia brasileira.
Senador Humberto Costa com a palavra.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, eu queria utilizar da palavra neste momento para fazer uma denúncia que eu acredito que seja do interesse de todos os Senadores.
Existe um - não sei como se chama isso - blog, site, sei lá, que tem procurado atingir os Senadores desta CPI que são do campo da oposição. Desenvolveram uma ação violentíssima contra o Senador Randolfe Rodrigues, que conseguiu, por vários meios, estabelecer a verdade. E, agora, querem desenvolver a mesma ação contra mim.
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Chama-se esse site - não sei o que é - Dallas Cowboy RGG. Tudo indica que é de um cidadão chamado Richards Pozzer. O que é que ele faz? O Senado Federal propõe, promove o ressarcimento das despesas do mandato de cada Senador. Muitos Senadores colocam as suas despesas no Portal da Transparência. É o meu caso. Todas! Todas as despesas que faço dentro do mandato coloco no Portal da Transparência. E o que é que esse cidadão faz? Ele pega notas que foram ressarcidas para funcionários - porque qualquer funcionário, pela resolução do Senado, pode pagar uma despesa e ser ressarcido dessa despesa - e cria a invencionice de que isso é rachadinha. As verdadeiras rachadinhas essas figuras não investigam, não é? Então, eu quero deixar antecipadamente para todas as pessoas que nos acompanham que já pedi a quebra do perfil, desse perfil aqui da internet e que vou processá-lo.
Aliás, de uns tempos para cá, a quantidade de ataques que temos recebido na internet! Eu, em média, encaminho 50 representações por dia contra pessoas que nos atacam pelas redes sociais. Muitas vezes, são até robôs.
Eu queria fazer este registro para que, inclusive, os demais Senadores possam se precaver e para que nós possamos ir atrás desse meliante! Isso é um tipo de milícia digital. E talvez seja porque nós estamos começando a mexer nos hospitais federais do Rio de Janeiro, e a milícia fica toda assanhada, mas, se estão pensando que vão nos intimidar, que vão nos constranger, com certeza, não vão!
Então, eu quero dizer a esse Dallas Cowboy RGG que ele vai responder na Justiça se cometer qualquer ato contra a minha pessoa - que seja um ato mentiroso.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Presidente, pela ordem. No mesmo sentido, Presidente.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Pela ordem.) - Perfeito, mas, se os Senadores nos permitirem, é que é no mesmo sentido do Senador Humberto. É até para corroborar o que o Senador Humberto aqui destaca.
Vários membros desta Comissão têm sido atacados nessas redes de ódio com um claro intuito, como têm sido as intenções desde o início desta Comissão Parlamentar de Inquérito: a intimidação.
O senhor veja, Presidente, que as intimidações buscam ser feitas de todas as formas: é com notinha encaminhada para cá, às vezes contra o Presidente da CPI; é com ameaças, como foi no começo; e, agora, é através de milícias digitais espalhando fake news.
Não tenho dúvida, Senador Humberto, de que esse contra o senhor é pela linha de investigação em que o senhor está avançando: os hospitais federais do Rio de Janeiro. Eu não tenho dúvida! Há um pavor no ar enorme sobre essa linha de investigação. E eu rogo... E eu tenho certeza de que ela será promissora nesta CPI.
Um dos caminhos que nós estamos aprofundando a investigação, Presidente Omar, Senador Renan, é a atuação de fake news, porque todas essas fake news é tudo bandidinho de terceira! Tudo! Tudo bandidinho de terceira!, Pensa-se que é fake news que... Posando de moralista, pensa-se que é fake news ideológica. Não é, não! Estão tudo metido em compra irregular de vacina; um desses, o Instituto Força Brasil, intermediou a compra de vacina. Então, eles têm é que vir sentar aqui, têm que ter sigilos quebrados e não somente por tentarem intimidar membros de CPI - o que per si já é crime, conforme a Lei 1.572, de 1952, art. 4º -, mas também por, além disso, estarem envolvidos com o balcão de negócios em que se transformou o Ministério da Saúde. Boa parte desses estavam intermediando a reunião da Davati com o Elcio Franco; são tudo ladrãozinho de terceira, são tudo ladrãozinho... E são ladrõezinhos mal preparados ainda.
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Então, Sr. Presidente, vamos aprofundar essa linha, quebrar os sigilos, convocá-los pra cá. E nós estamos muito perto de saber como essa rede tenebrosa toda é sustentada. A hora deles, Senador Humberto, não está, não demora, não tardará. Eles não perderão por esperar.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Pela ordem.) - Presidente...
Presidente, eu quero, nessa mesma linha que o Relator, nessa mesma linha que o Relator, Renan, colocou, nós temos, aqui na CPI, acho que um grande equívoco, não é? Existe uma empresa em Brasília, já há 33 anos, a VTCLog, que hoje tem quase 2 mil funcionários diretos e indiretos, tem uma infraestrutura no aeroporto de Guarulhos de 45 mil metros quadrados. E, se hoje tem vacina - hoje! -, no braço dos brasileiros, se deve a essa empresa.
Então, eu sou um dos grandes... Eu, como contador até, procuro ser muito incisivo em todas as empresas que estejam erradas; e tem que ser mesmo. Agora, esta empresa já encaminhou - e eu tive o cuidado de entregar também ao Senador Randolfe o que foi protocolado nesta CPI, e, agora, hoje, novamente todo o material, quando saiu a primeira notícia no Jornal Nacional, porque essas empresas, Senador Renan, são empresas que têm compliance, qualquer coisa de CPI compromete a empresa no sentido de credibilidade e tudo mais. Todo mundo sabe o que é uma CPI, não é?
Então, o que está sendo feito... Eu acho assim, já foi, está aí o requerimento da Andreia Lima, que é a gerente, a diretora, que cuida dela. Está disposta - já entregou todos os documentos -, está disposta a falar para depois entrar realmente, porque esses desgastes... Por isso que eu até peço aqui, para que chame, que priorize a vinda dela, para esclarecer tudo isso, porque, se tiver que buscar mais documento, quebrar sigilo, aí tudo bem, mas ela ficar quase um mês aí, porque, nesse período de recesso, ela ficou mesmo praticamente todos os dias na mídia, isso compromete a empresa. E a gente tem que também ter esse cuidado de não, aqui, sacrificar ou penalizar as empresas que são sérias.
Eu tenho por essa empresa - por conhecer já há mais de 30 anos - que é uma empresa séria. Agora, se ela errou, eu sou um dos primeiros a apoiar aqui a penalização. Agora, o que não se pode é ficar na mídia, o tempo todo, com documentos claros de que não houve isso; muito pelo contrário, naquele aditivo que foi citado na mídia, há uma economia - era de 57, baixou para 18 -, está muito claro no documento, é só olhar.
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Eu, como contador, talvez tenha mais facilidade de entender, mas eu quero fazer um pedido exatamente para isto: temos que preservar as empresas sérias. Se ela tem alguma coisa, tudo bem, mas não há, pelo menos que eu conheça, nenhum indício de irregularidade nessa empresa. Então, na mesma linha do que o Senador Renan colocou da Jovem Pan, eu vejo assim: com a quebra de sigilo das empresas, a gente tem que ter um certo cuidado. Se tiver de fato alguma coisa clara de que há indício disso, tudo bem. Mas simplesmente porque saiu na mídia ou alguém falou alguma coisa? Tem coisa absurda que está sendo dita aí que é muita irresponsabilidade. Então, a gente precisa ter um certo cuidado com as empresas.
Eu já fui empresário, sei o quanto é difícil você manter uma empresa, uma empresa que hoje... O Senador Humberto Costa foi ministro. E assim mesmo eu trabalhava lá, no período dele. Se fosse uma picaretagem, talvez ele mesmo teria retirado essa empresa, muito pelo contrário... Então, faço um apelo a isso...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - ...com relação a essa questão.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Presidente, V. Exa. me permite, até para...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não, Senadora Eliziane.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Pela ordem.) - Em cima do assunto do Senador Izalci. Eu acho que o Senador Izalci faz referência ao cuidado que esta CPI tem, de forma ampla, não é? A gente não vai fazer nenhum prejulgamento aqui sem antes efetivamente ter os fatos concretos diante de nós.
Ocorre que para esta empresa, Senador Izalci, além das denúncias que foram apresentadas na imprensa, de uma forma ampla - aliás, não apenas em um, mas em vários veículos de comunicação -, também nós temos quatro representações no Tribunal de Contas da União. Além dessas representações, nós entramos, inclusive, com uma nova representação para fazer uma avaliação de um aditivo que não é comum. Nós temos, em geral, aditivos que vão na busca, por exemplo, do recurso financeiro - e ela também tem um aditivo dessa natureza - que é exatamente um novo volume financeiro, algo em torno, inclusive, de 80 milhões, aproximadamente - algo em torno desse valor, que também é questionado.
Além desse aditivo, nós temos um aditivo de texto. Ora, quando você concorre a um processo licitatório, você tem lá todas as cláusulas da licitação. Elas são apresentadas e as empresas vão seguir essas normas, que são normas de referência - termo de referência -, que são apresentadas nessa licitação. Nós temos, no caso da VTCLog, um aditivo de texto tentando alterar uma licitação que já ocorreu, ou seja, é um caso absolutamente novo, inclusive na administração pública. E nós temos, no caso da VTCLog.
Quando nós temos o cuidado de não trazer logo a Andreia, Senador Izalci, é exatamente para entender a complexidade desse projeto, dessa licitação e desse contrato. É um contrato em que a gente precisa entender o que é que é item, por exemplo. Quando se fala de item, ela tem transporte, tem manipulação e tem armazenamento. Quando se fala de manipulação, não é manipulação química, é manipulação de produtos. Se eu tenho uma negociação a partir de itens e eu tenho um item que tem um volume interno dentro desse item, eu posso pegar esse mesmo item e transformar em cem itens, por exemplo. Se eu tenho um item de mil ampolas, por exemplo, eu posso transformá-lo em cem itens de cem ampolas. Se eu faço a cobrança por item, eu saio da cobrança de um item para a cobrança de cem itens.
Veja, nós não estamos diante de um contrato simples, nós estamos diante, Senador Omar Aziz, de um contrato complexo. E é para esta complexidade que nós precisamos estar atentos. Daí, por exemplo, as quebras. As informações que chegarão até nós nos darão, de fato, esse respaldo. A gente não pode trazer, por exemplo, a Andreia sem ter efetivamente essas informações em mão, até pra fazer justiça à própria Andreia, até pra fazer justiça à própria empresa.
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Então, nós temos esses requerimentos que serão aprovados hoje - eu acredito. De posse dessas informações nós vamos decidir, Senador Izalci. Se não houver irregularidade, saiba, nem ela será convocada. Isso aí o senhor pode ter toda a certeza, assim como todos os Parlamentares. A lisura e a responsabilidade no processo de investigação desta Comissão estarão sendo levadas. E eu digo isso até porque recebi uma missão, do Presidente e do Relator, de me debruçar um pouco mais, aprofundando o estudo acerca da VTCLog, e é exatamente o que nós estamos fazendo.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Ótimo.
Presidente, é só pra isso mesmo, só pra esclarecer, pra não entrar muito no debate, exatamente o que aconteceu. O contrato previa item, que daria hoje, se ela quisesse receber pelo contrato, 58 milhões.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Izalci...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Baixou exatamente para 18, o volume...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, Senador Izalci...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Agora é volume. Só pra dizer...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não é só isso, Senador Izalci.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - É sim, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não é só isso.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Com relação a isso, sim.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, Senador.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Nós temos uma tomada de conta especial dela, Izalci, de contratos anteriores.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu procuro...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Cobrança de transporte terrestre...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho, Senadora.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - ... como se fosse aéreo, cujo valor é maior.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Está bom.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Izalci, Senadores e Senadoras...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Eu sou o primeiro a defender...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho. Já passo a palavra, Senador Marcos Rogério.
Não é só isso, Senador. Eu não posso aqui falar mais do que a gente... Tudo aquilo que sabemos sobre algumas pessoas que estão sendo investigadas, para não ser, para manter a cautela que tem me mantido aqui e pra não ser injusto. Correto? Mas, sinceramente, isso aí é muito pequeno em cima daquilo que nós temos conhecimento. Então, não há, não dá pra gente... Por isso que nós temos que investigar, pra não cometer injustiça. Então, eu...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sr. Presidente, já está sendo condenada antes de apurar. Esse é que é o problema. É só isso. Só um dado que eu estou...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Por isso que nós não estamos falando, Senador.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Exato.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Por isso que eu não quero falar além daquilo necessário pra gente votar os requerimentos, porque, se eu falar, aí eu posso, sim, realmente, estar cometendo uma grande injustiça e eu não quero fazer isso - não quero fazer isso. Eu posso pessoalmente depois, com qualquer membro da CPI que quiser alguma informação, que tem direito de saber...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Com certeza.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... conversaremos sobre isso.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Ótimo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Mas aqui eu não posso falar além daquilo que é possível se falar para não cometer injustiça contra ninguém, Senador.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - A preocupação é essa, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marco Rogério.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu só vou ouvir o Senador...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É só pra retirar um requerimento, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Qual deles?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Pela ordem.) - Se o Senador Marcos Rogério me permite, é o item 20.
Nós estamos requerendo a convocação da Sra. Talita Saito, que é Subchefe Adjunta de Política Econômica da Casa Civil. Tem razão o requerimento por conta das conexões do contrato para associação ao Consórcio Covax Facility. Só que recebemos a informação que a Sra. Talita estava grávida, teve complicações no parto, então está com dificuldades, em decorrência disso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Correto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, eu queria sobrestar esse requerimento, suspender a apreciação...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vamos retirar. Sem problemas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... para o momento mais oportuno, obviamente com o restabelecimento dela.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ela pode ajudar, mas eu acho que não necessariamente precisamos expô-la dessa forma.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, eu requeiro a retirada desse requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim. E também porque...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E só uma questão complementar, Sr. Presidente...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Apoiado, Senador Randolfe. Parabéns a V. Exa. pelo princípio de humanidade, Senador.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Obrigado, Senadora Eliziane.
Só uma questão complementar, Sr. Presidente. Esta semana, na segunda-feira, o nosso querido Senador Rogério Carvalho está de aniversário; então, só para aqui externar os nossos cumprimentos ao colega aqui de Comissão Parlamentar de Inquérito, vizinho de V. Exa.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu falei com o Senador Rogério Carvalho ontem. Dei um abraço nele.
O Senador Marcos Rogério com a palavra - e o Senador Eduardo Girão. E aí nós temos que votar os requerimentos, porque o Reverendo já está aguardando há mais de uma hora. Eu pediria só um pouco de rapidez, por favor.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Pela ordem.) - Sr. Presidente, cumprimentando a todos, de modo especial os que nos acompanham, no reinício dos trabalhos desta CPI, eu queria, uma vez mais, reiterar um apelo ao bom senso com relação a essa escalada de requerimentos de quebras de sigilos indiscriminadamente, sem os fundamentos legais próprios, em desobediência à Constituição Federal e à lei, requerimentos que são apresentados e votados sem que haja sequer a oitiva de pessoas ligadas a essa empresa. Primeiro, quebra, bisbilhota, expõe; aí depois, ouve. Nós estamos invertendo a lógica da investigação, Sr. Presidente. Aqui, muito se debateram, muito se criticaram operações, forças-tarefas que utilizaram de tal método. É incrível que aqueles que mais condenaram a prática são os que patrocinam aqui exatamente essa prática. Eu reitero a V. Exa. que, primeiro, ouçamos os depoimentos e que, havendo necessidade, se determine a quebra de sigilo, mas não façamos essa inversão. Ela atenta contra garantias constitucionais, legais de pessoas e de empresas. Então, eu quero reiterar aqui, na linha do que já fez o Senador Izalci, para que não façamos essa inversão. O próprio Ministério Público, que é o titular da ação penal, não age nessa esteira, não age nessa direção. Então, reitero apelos a V. Exa. nesse sentido.
Posteriormente, Sr. Presidente, farei um apelo quando da deliberação dos requerimentos com relação aos itens que nós queremos votar de maneira individualizada e não de maneira em bloco.
Mas eu queria fazer um último registro, Sr. Presidente, para lamentar algo que eu reputo da maior gravidade. Eu, antes de estar neste Senado Federal, como Senador da República, antes de ser Deputado Federal por dois mandatos, antes de ser Vereador na minha cidade de Ji-Paraná, Rondônia, por dois anos, fui jornalista. Trabalhei no rádio por 12 anos, na televisão e no jornal impresso. E, quando alguém pergunta a minha profissão - já fizeram várias vezes isso -, eu sempre digo que sou jornalista, porque quem já foi jornalista nunca deixa de ser jornalista. Essa é minha história, essa é minha profissão. E, para minha surpresa absolutamente desagradável, eu vi requerimento apresentado e pautado nesta CPI para o dia de hoje - agora há pouco, anunciada a sua retirada - onde se pretendia a quebra de sigilo, de toda sorte, de um dos veículos mais tradicionais da comunicação brasileira, o grupo Jovem Pan.
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Sr. Presidente, ao longo da minha carreira como jornalista, um dos elementos que mais garantiam a efetividade da função do jornalista era que, para se chegar a uma matéria jornalística investigativa, muitas das vezes, o bom jornalista se vale de um elemento fundamental nessa relação de confiança entre o profissional e o seu entrevistado: o sigilo da fonte. É uma garantia constitucional, é uma garantia legal. E, quando nós, no âmbito de uma CPI, Casa Alta do Congresso Nacional, vemos um requerimento dessa natureza, já é uma agressão, por si só, a apresentação desse requerimento à liberdade de imprensa. Mais do que isso: quando vemos a sua pauta, é uma ofensa direta à essa garantia constitucional, porque esse é um dos pilares da liberdade de imprensa. E aí, Sr. Presidente, respeitosamente, o fato de retirar, no dia de hoje - alguém me disse: "Ah, mas retirou!" -, o dano já está praticado.
Aqueles que defendem... E, muitas das vezes, aqui ouvi Parlamentares acusando o Presidente da República por falas que fez, por gestos que teve com relação a profissionais da comunicação. Eu nunca fiz a defesa do Presidente naquelas falas que foram ofensivas à jornalista; nunca ninguém me viu fazer defesa do Presidente nesse aspecto, e olha que sou um dos ferrenhos defensores do Governo nesta CPI, mas defendo aquilo em que acredito; não defendo aquilo que reputo ser um equívoco ou aquilo que reputo ser uma conduta absolutamente ilegal.
Então, quando vi esse requerimento, eu confesso que foi uma ofensa não apenas a mim, como jornalista - na história que tive como pessoa -, mas como membro do Senado Federal. E, quando vi o fundamento do requerimento, aí foi uma ofensa capital, porque o fundamento, com todo o respeito ao Senador que o apresentou, sua assessoria fez um "ctrl c", "ctrl v", porque não é fundamento para aquele requerimento, mas apresentou o requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Senador Marcos Rogério...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu concluo, Sr. Presidente, para reiterar... E ali o elemento era... A questão diz que há fake news. Nós estamos transformando a CPI da Pandemia em CPI da fake news. Outra coisa, o Relator, Senador Renan, que apresentou esse requerimento, de forma lamentável e ao fundamento das fake news, ele próprio, aqui no âmbito da CPI, tempos atrás, veiculou aqui uma das maiores fake news dessa pandemia, a dose de vacina a US$150. E eu o corrigi, de plano, aqui; nunca vi retratação.
Então, respeitosamente, se há acusação com relação a fake news, sobretudo em veículos profissionais, o mecanismo é outro. Você contrapõe uma informação que é tida como fake news com a verdade, e não com quebra de sigilo, ofendendo garantias constitucionais que são fundamentos da República.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marcos Rogério...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Quero fazer esse registro, Sr. Presidente. Perdoe-me, Sr. Presidente. Essa é uma agressão monumental a um dos pilares da democracia neste País que nós não podemos aceitar sequer ser cogitada no âmbito deste Parlamento, sobretudo na Casa Alta do Congresso Nacional.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sr. Presidente, só pra confirmar...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho, Senadora...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O requerimento não está mais na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Nem está pautado mais, já foi retirado.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Nem está pautado. Eu não estou conseguindo entender tanta argumentação.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Esse é um fato que não...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Talvez se V. Exa. conhecesse o que é o jornalismo no Brasil, o que representa, saberia o tamanho da ofensa.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Tem que perguntar isso para...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - V. Exa. está falando comigo?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Tem que perguntar isso pra pessoa lá...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente, vamos retomar as falas, Sr. Presidente! Já teve...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - V. Exa. está falando comigo? Eu perguntei a V. Exa. porque eu sou jornalista. Eu sou jornalista e, ao contrário dos vários que disseminam fake news, com muita honra...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marcos Rogério, eu...
Só um minutinho.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Não, Senador, por favor. Por favor, Senador!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não, Senadora.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Eu preciso fazer minha defesa aqui.
O Senador está questionando que eu não entendo de jornalismo. Eu quero dizer a V. Exa. que, com muita honra, eu fui formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão, universidade pública. O Senador Humberto também. Aliás, sempre estudei em escola pública. Trabalhei e atuei no jornalismo por dez anos, antes de entrar na vida pública. E eu, mais do que ninguém, entendo disso.
Eu quero dizer apenas... Eu quero dizer apenas...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Então, deveríamos todos nos unir para repudiar e não para passar panos quentes.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Não, não. Tanto que o Senador Renan Calheiros retirou o pedido.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Isso não afasta a ofensa.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Aliás, num entendimento de conversa nossa.
V. Exa. está simplesmente querendo criar um fato e polemizar numa situação que não tem mais o que polemizar.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - O fato foi criado no dia em que foi apresentado o requerimento e pautado nesta CPI. Esse é o fato.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Foi retirado. E é um ato de grandeza do Relator desta CPI, que recebe de nós, como jornalistas...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Imagine se o Presidente Bolsonaro tivesse feito isso!
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Presidente, Presidente, pela ordem!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Imagine se o Presidente Bolsonaro tivesse feito isso. Queria ver V. Exa.!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marcos Rogério, só um minutinho. Só um minutinho. Só um minutinho, Senador Jean Paul.
O requerimento foi retirado. O próprio Senador Renan Calheiros ficou muito aborrecido quando viu esse requerimento ser pautado, está certo? E nós retiramos esse requerimento. O Senador Renan Calheiros já se posicionou.
Agora, V. Exa., quando fala para a direção desta Mesa... Eu sou solidário a todo jornalista, inclusive àquelas que o Presidente chama de quadrúpedes, que V. Exa. nunca levantou a voz pra defender. Agora, V. Exa. vem aqui dar uma de paladino defensor da imprensa? Tem que fazer isso quando elas são atacadas pelo Presidente que V. Exa. defende aqui, Senador Marcos Rogério.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Já defendi por diversas vezes.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não vi não!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - É porque V. Exa. só ouve...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não vi não!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, não, não, não, não, não, não, não!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não vi não!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Nenhuma vez!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - É porque V. Exa. só ouve...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não vi não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Nenhuma vez! Nenhuma vez!
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Sr. Presidente, pela ordem!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - V. Exa. só ouve o que quer ouvir.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não vi não, Senador. Não vi não.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - E quem pautou foi V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Nós defendemos... Nós, sim, defendermos uma imprensa livre,...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Ah, eu vi! Eu estou vendo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... democrática.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Ah, quando fala o que V. Exa. quer ouvir.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - V. Exa. nunca me ouviu aqui pegar e falar mal de alguém. Eu posso... Acabei de falar, antes de V. Exa. chegar: posso discordar da linha editorial, mas os princípios democráticos que eu defendo serão para todos.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não paute, Presidente, quando tiver esse tipo de arbitrariedade. Só isso.
É isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Senador, nem pautado foi.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Sr. Presidente...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Estava pautado. Estava pautado, sim.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não foi nem pautado. Foi retirado da pauta.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Estava pautado.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Foi retirado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - V. Exa. ganhou uns pontinhos; agora perde muito, sabe quando?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Hã?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quando não defendeu uma jornalista chamada de quadrúpede, quando vê ofensas aos meios de comunicação feitos pelo seu liderado.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, Presidente. Aqui muita gente já acusou jornalista, Presidente. Não vamos entrar nesse mérito não, porque eu nunca fiz isso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu não! Eu não!
Eu não está dizendo que foi V. Exa.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu nunca acusei ninguém de acusar jornalista aqui nesta CPI.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - V. Exa. não defendeu.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - E aqui tem alguém que já fez. Não faço. E nunca defendi o Presidente nisso e repudiei...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Sr. Presidente, eu tenho uma questão de ordem.
Sr. Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não é pra defendê-lo não, é para criticá-lo como a gente faz, Senador Marcos Rogério.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - A conversa de retirada....
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Já o fiz. V. Exa. é que é seletivo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Eduardo Braga, por favor.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Sr. Presidente, eu queria fazer uma comunicação inadiável antes de começar a reunião, por favor, Presidente.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Pela ordem.) - Sr. Presidente, eu queria apenas aqui lembrar a todos que o MDB, partido do eminente Senador Renan Calheiros, é um partido, Senador Omar, que, na época da ditadura, em muitos momentos foi às ruas para defender a liberdade de imprensa. E o Senador Renan já reconheceu que foi um equívoco; que não havia sequer a assinatura dele no requerimento; que ele, ao contrário, sempre defendeu a liberdade de imprensa, sempre defendeu o contraditório. E olha que aqueles que têm uma vida longeva na vida pública, como eu, como o Senador Renan, como V. Exa., já tivemos muitos embates com a imprensa, e já tivemos inúmeras razões... E sempre que fizemos, fizemos pela via judicial, fórum adequado para, de acordo com a democracia, buscarmos os direitos fundamentais individuais de cada um dos cidadãos brasileiros.
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Então, é apenas para deixar muito claro que o nosso partido, o MDB, tem compromisso com a democracia, compromisso com a liberdade de expressão, e não será um equívoco já reconhecido de público, que não precisaria sequer ter sofrido aqui um reparo público, mas mesmo assim o companheiro Renan, para deixar clara a sua posição a favor da liberdade de imprensa, a favor da manifestação das opiniões de forma democrática, fez questão de dizer que houve um equívoco. Quem de nós aqui já não cometeu um equívoco?
Portanto, Presidente, é para deixar clara, de forma bastante firme, a nossa posição em defesa da liberdade de expressão e em defesa do contraditório.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Girão.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muito obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Girão, Senador Jean Paul, Senador Fernando Bezerra. Agora, são 10h30. Nós temos aqui 134... Ou 133, porque eu estou retirando, a pedido da assessoria do Senador Marcos Rogério, o item 4.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Fora do microfone.) - E retirando também o item... O Randolfe...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O item 20, Presidente.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Fora do microfone.) - O 5, o 7...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Pela ordem.) - Presidente, eu queria fazer uma comunicação, uma questão que antecipa qualquer questão de ordem. Eu queria pedir a V. Exa... É uma questão inadiável. Eu quero informar a esta CPI e a todos que estão ouvindo que eu fui surpreendido, semana passada... Fui convidado por um amigo para uma conversa e ele relatou que recebeu um oficial do Exército, um coronel do Exército - preste atenção, Sr. Relator -, um coronel do Exército, da reserva, com um oficial da ativa, que foram ao meu Estado para bisbilhotar a minha vida, para saber o que é que podia ter para usar contra mim. Eu quero dizer ao Sr. Braga Netto, que foi o emissário do oficial do Exército para fazer espionagem contra um Parlamentar, um Senador da República, que eu não tenho medo, que eu não abrirei mão das minhas convicções, que eu entrego a minha vida pela causa que eu defendo, que ninguém vai me intimidar.
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E quero mais, dizer que aquele requerimento que eu pedi que fosse feito pela Presidência desta Comissão solicitando os registros, os segredos ou os sigilos telemáticos do Ministro da Casa Civil para o Ministério da Saúde, que, por favor, depois dessa ameaça, é o mínimo que a gente pode fazer para esclarecer e dizer - não para confrontar, mas para dizer - que esta CPI não se curva a ameaças autoritárias de um tempo que achávamos que já tínhamos superado.
Portanto, eu quero fazer essa denúncia aqui, publicamente, para não deixar guardado, porque, no dia em que isso vier ou em que aparecer qualquer coisa, a gente já sabe de onde vem, a gente já sabe qual é a origem, quem foi que urdiu, quem é que está por trás: o ex-Ministro da Casa Civil, hoje Ministro da Defesa do Brasil, que não está ali para defender partido político, posição política e ideológica, mas para defender a Constituição, as instituições democráticas, e está submetido inclusive a este Poder e não está autorizado a bisbilhotar a vida de nenhum Parlamentar.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - V. Exa. tem toda a nossa solidariedade: está acontecendo com todos nós. Duas semanas atrás soltaram um documento da década de 1980, de que eu me orgulho muito de ter participado, no movimento democrático para que nós aqui pudéssemos estar falando hoje o que a gente quer aqui. Não era assim, não! Não era mesmo. Eu participei da luta pela democratização do País, pelas Diretas Já, por uma nova Constituinte. Tenho muito orgulho. E soltaram de uma forma pejorativa me chamando de palestino não sei o quê. Me honra muito ser filho de um palestino, que veio num navio com passaporte jordaniano e aqui desembarcou na Bahia; foi para o interior de São Paulo e conheceu minha mãe e se casou com a minha mãe; e, para se casar com a minha mãe, ele teve que fazer o batizado dele e a primeira comunhão porque meu avô italiano não permitia que a filha dele não se casasse numa igreja. Então, isso daí fizeram comigo, fizeram comigo isso.
Então, Senador Rogério Carvalho, V. Exa. tem toda a nossa solidariedade. E não há ninguém que vai nos intimidar, não, até porque todos nós um dia vamos morrer, padecer da... Se é hoje ou amanhã, não vai fazer diferença. Agora, faz diferença, sim, a nossa atuação aqui para que mais de 555 mil vidas que já se perderam não fiquem impunes.
Diferentemente, às escondidas, o Presidente recebe uma Deputada nazista afrontando a Constituição brasileira, afrontando a nossa democracia, afrontando o Holocausto!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Afrontando o Exército Brasileiro.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E afrontando o Exército Brasileiro, que lutou contra o nazismo!
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Muito bem!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E ele recebe às escondidas, e aí ninguém abre a boca aqui para falar!
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Fora do microfone.) - Muito bem!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Nós temos que respeitar o povo judeu. Eles... Eu vejo várias bandeiras de Israel nas manifestações do Presidente Bolsonaro, e ele, às escondidas, apunhala. Quando é para pedir ajuda, liga para o Primeiro Ministro da Israel, mas, para quando é para reunir às escondidas, se reúne com uma Deputada nazista. E a isso aí este Congresso, o Presidente do Congresso Nacional não pode se calar, o Presidente da Câmara não pode se calar, nós não podemos permitir isso. Nazismo, não! Nazismo, não! E o Senador Renan, numa mera ilação em relação a julgamentos, quase foi crucificado.
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Nós somos solidários ao povo judeu que sofreu com o holocausto, somos solidários a todos aqueles que morreram na Segunda Guerra Mundial para salvar o mundo do nazifascismo. E fazemos isso falando não às escondidas, tirando foto, sorrindo com uma nazista. É isso que nós estamos vendo hoje no Brasil, é esse comportamento. E não me espanta que V. Exa. esteja sendo investigado.
É lógico que aquele documento que vazou é da Abin. Olha, pode vir, não tem problema, a minha vida é um livro aberto, pode falar o que quiser, mas não vamos arredar um milímetro de investigar as 555 mil mortes e mais de milhões de brasileiros sequelados por uma doença em que o Governo foi omisso.
Senador Girão.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Pela ordem.) - Muitíssimo obrigado, Presidente Senador Omar Aziz.
Eu queria saudar a todos aqui neste momento de retomada dos trabalhos.
A gente teve tempo de reflexão, todos nós tivemos tempo de conversar com as pessoas, com a população brasileira, de ouvir o que ela está percebendo do nosso trabalho. Acredito que esse processo é muito importante para a gente corrigir rumos. Tem uma frase com que eu quero iniciar esses trabalhos aqui hoje que diz o seguinte... É uma frase que não é minha, é de um grande pacifista e humanista brasileiro, Chico Xavier. Ele diz o seguinte: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim".
Os primeiros meses da CPI - e agora a gente tem a chance de, numa retomada, fazer diferente - foram primeiros meses terríveis, um festival de agressividade, de desrespeito. Durante o período de recesso, nós tivemos vazamentos de dados sigilosos. Isso é gravíssimo. Isso é gravíssimo. O STF, que já outras vezes se manifestou totalmente contra esse tipo de vazamento, agora fica calado. É algo que a gente não entende, é muito estranho. E a CPI pode mudar - depende aqui de nós, da boa vontade, da boa intenção - os seus rumos e deixar de ser um instrumento de perseguição política, porque é isso que está acontecendo.
Eu quero dizer que o Senador Renan Calheiros acerta em tirar um requerimento absurdo, que é esse requerimento da Jovem Pan, uma emissora que tem feito um trabalho reconhecidamente independente, ouvindo os dois lados. A regra da boa convivência é o respeito, e a liberdade de expressão é algo importantíssimo neste momento da República. A gente fala tanto de atos antidemocráticos, Senador Marcos Rogério, tem tanto criticado atos e aqui a gente faz a mesma coisa contra cidadãos.
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Eu votei a favor de praticamente todas as quebras de sigilo aqui nesta CPI pelo trabalho independente que a gente faz, mas me alertou muito o que aconteceu nesse recesso. Isso me deixou altamente contrariado, ao ver vazamento seletivo de dados. Vazamento de dado do Consórcio Nordeste, dos Estados e Municípios que receberam bilhões de verbas federais não teve. E não era para ter de nenhum, embora eu esperasse uma reflexão do comando, da cúpula desta CPI para pautar já esta semana o Ministro Wagner Rosário, que já foi aprovado na Casa; pautar esta semana a votação do Bruno Dauster, a votação da Cristiana Prestes, dona da empresa que comercializa produtos à base de maconha e que recebeu R$48,7 milhões do povo nordestino e até hoje não entregou os equipamentos. E vou dizer mais: com gente poderosa supostamente envolvida, Senador Marcos do Val; dois ex-Ministros de governos anteriores. Daí a possibilidade de blindagem.
Eu quero fazer um apelo. Eu sei que nós vamos ter requerimentos. Vou falar também nesses requerimentos, mas, pelo princípio da coerência, Senador Renan Calheiros, eu quero lhe fazer um pedido. O Requerimento 106 foi copiado e colado do caso da Jovem Pan. É um trabalho que é feito de cursos e de conservadores, e a gente tem que respeitar quem pensa diferente, quem tem outra visão política. Esse Requerimento 106 é idêntico ao requerimento da Jovem Pan. Então, eu acho que, pelo princípio da liberdade de expressão, eu lhe peço para que seja retirado... Desculpa. O Requerimento 1.228, de 2021, que é o item 106. Eu peço pelo princípio da coerência...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quem é essa empresa, Senador?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Quem é essa empresa?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Essa é uma empresa que promove cursos - Brasil Paralelo -, cursos conservadores... Que é a mesma coisa, a mesma lógica...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Fez campanha contra a vacina! Fez campanha contra a vacina, fez campanha contra a máscara, fez campanha contra as medidas preventivas.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Presidente, me permita...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sr. Presidente...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É ideologia campanha contra vacina, Presidente.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Sr. Presidente...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Campanha contra vacina, campanha contra uso de máscara é ideologia?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Isso é negacionismo. Isso é negacionismo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois é, eu acho que isso matou gente. Isso não matou gente? Eu acho que matou gente.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Eu estou pedindo a palavra aqui, Sr. Presidente, por favor. É sobre esse assunto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Campanha da hidroxicloroquina. Isso matou gente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador, só um minutinho.
Olha, se a gente for continuar debatendo essas questões aqui, nós não vamos ouvir, até porque hoje tem sessão do Senado. Creio eu que hoje, terça-feira, deve haver sessão do Senado, e às 4h o Presidente começa. E nós fizemos um acordo: às 16h, começando a sessão, é encerrada imediatamente a...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Então, vamos votar, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vamos votar.
Eu vou fazer um apelo...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Com todo respeito ao Senador Girão, quero dizer que pedir a palavra para defender que se retire da pauta uma transferência de sigilo de um negacionista...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Senador Renan...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... que cometeu crime contra a vida do povo...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Senador Renan, não tem fundamentação. Cadê a fundamentação mostrando isso?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Isso não tem nada a ver...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A campanha que eles fizeram, Senador... Fizeram campanha a favor do vírus!
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Isso não tem nada a ver com...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas cadê a fundamentação? Isso não está na fundamentação.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - A transferência da Jovem Pan foi um equívoco, foi um equívoco. Eu sou um democrata, um legalista, um constitucionalista. Em todos os momentos e em todos os cargos que ocupei, eu fiz da defesa da liberdade de expressão o meu mote permanente de defesa da democracia.
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Eu não poderia concordar com isso e eu não concordaria com isso. Por isso, eu, tão logo fui informado, retirei o requerimento. Não tem nada a ver com o requerimento referido por V. Exa.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas tem tudo a ver, porque é a mesma fundamentação.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, essa daí, essa empresa é aliada do vírus
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Eu não estou tratando de fundamentação; eu estou tratando de transferência de sigilo de órgão de comunicação, de uma emissora de rádio. Isso não pode se fazer, é um precedente com o qual eu não irei concordar jamais - jamais -, mas não tem nada a ver com a transferência do sigilo do negacionista, que cometeu crime contra a vida do povo brasileiro.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Senador Renan Calheiros, o senhor concorda com o vazamento seletivo de informações? O senhor concorda com o que está acontecendo dentro desta CPI?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, ninguém concorda. Ninguém concorda, mas o mérito é esse daí. O senhor está defendendo uma empresa que é aliada do vírus; esta CPI é contra o vírus.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Senador Randolfe...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Esta CPI é contra o vírus.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Senador Randolfe, aqui...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É a CPI...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - ... a gente precisa ter serenidade.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas eu estou com serenidade.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Serenidade, porque se..
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Essa é uma empresa aliada do vírus.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Então, fundamente, mas não tem no fundamento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Está nos fundamentos.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Está no requerimento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Está no requerimento.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas, no requerimento, não tem.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vamos respeitar a ordem da palavra, por favor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ela faz campanha contra a máscara, ela faz campanha contra a vacina...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Está no requerimento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... ela faz campanha a favor do tratamento precoce - é aliada do vírus. É uma CPI contra o vírus. Aí a gente escolhe aqui quem está ao lado do vírus e quem está contra o vírus. Eu estou contra o vírus.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Presidente, quero fazer para o senhor aqui uma solicitação. Eu acredito que, no momento que a gente vive, tem um requerimento aí para convocar o Ministro da Defesa Braga Netto, eu acredito que, nesse período, a gente teve possibilidade de reflexão. Não é, no meu ponto de vista... Nós perdemos o timing, na época em que foram suscitadas aqui as questões em relação àquela bula, a bula da cloroquina, que foi mostrado que, exatamente, ele não participou, por outros depoentes aqui.
Então, é fundamental que a gente não envolva política nesta CPI. O requerimento agora, do Sr. Braga Netto, trazendo para a CPI, por causa de declarações dele, outras, políticas de voto auditável, de outras situações, por causa daquela nota da defesa... Inclusive o senhor...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - O senhor aqui, no momento...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Retome a pauta, por favor, Sr. Presidente.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Deixa eu concluir. Eu só estou concluindo.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - É porque, assim: o senhor está misturando 300 assuntos...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não, não.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - ... eu não sei com que objetivo. Todos os assuntos ao mesmo tempo.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas olha...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu acho que na hora em que nós formos votar - só um minutinho - quem quiser destacar peça o destaque.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Eu quero já pedir o destaque com relação a isso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Fernando Bezerra por último, e Senador Jean Paul, aliás, por último.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Eu estou na frente, espero, né?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois, sim.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Depois o Senador Jean Paul, depois, por último, o Senador Fernando Bezerra.
Iremos votar o requerimento e chamar o Reverendo Amilton. Por favor.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Pela ordem.) - Presidente, rapidamente, apenas para colocar as coisas em pratos limpos, separando os assuntos.
Uma coisa é voltar atrás em relação ao requerimento; outra coisa é se acusar ou se levantar qualquer risco de nós, Senadores da República, atentarmos contra sigilo da fonte, contra liberdade de imprensa. Isso não pode ser paladino para qualquer coisa.
Existem, sim, veículos de imprensa, veículos de mídia que são propositadamente montados e financiados para atacar pessoas. Isso está claro. Isso está claro na CPI da Fake News, e não vai ficar incólume aqui também não.
Então, que não seja Jovem Pan ou o diabo que seja, mas nós não podemos perder de perspectiva que poderemos, sim, se necessário, e comprovada a necessidade, abrir sigilo para follow the money, para saber quem financia canais, eventualmente, inclusive, efêmeros, com robôs ou com conteúdo absolutamente desprovido e desconectado da realidade.
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E isso é possível ser feito. É só para manter essa possibilidade aberta, sim, porque, do contrário, ficaremos em círculos com essa história de atentado à liberdade de imprensa. Ninguém está atentando à liberdade de imprensa. Apenas, quando são concessionárias públicas, o público tem direito de saber quem financia. Se eventualmente o veículo passa a empenhar campanhas forçadamente contra grupos ou contra teses ou a favor de teses, inclusive criminosas, charlatanismo criminoso, vendendo remédio que não tem eficácia, crimes contra a honra, é possível, sim, não só nós, como CPI investigativa, de inquérito, como o Judiciário quebrar sigilo, sim. Então, não estou sendo contra, não. Não sou jornalista, não vou fazer aqui média e dizer que sou jornalista, não sou. Sou advogado, mas minha família tinha muitos jornalistas desde a época da revista O Cruzeiro, desde a época do Juscelino Kubitschek, e jamais preconizaria aqui atentado à liberdade de imprensa, ao sigilo da fonte, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Financiamentos de canais públicos concessionados podem, sim, estar sujeitos - e estarão sempre - a esse escrutínio, tanto da CPI, quanto do Judiciário, quanto do Ministério Público.
É só pra deixar claro isso, para gente não ficar aqui com essas teses eventualmente mais puristas e demagógicas que impeçam a gente de seque cogitar... Por exemplo, esse caso do Brasil Paralelo, que a gente sabe que é um movimento de que é preciso ir atrás, saber de onde vem o dinheiro. São produções caras que tentam reeditar a história, que fazem propaganda... Em qualquer filme, vídeo do YouTube aparece lá um impulsionamento. Quem paga isso? Por quê? Por qual interesse? É preciso saber. E sou a favor dos dois lados, não importa, não, não é de um lado só, não, dos dois lados. Se houver indício de crime, se houver indício, necessidade de esclarecer a fonte do dinheiro - o follow the money -, não é só porque é veículo jornalístico que vai estar imune a isso. Qualquer empresa e qualquer estabelecimento, qualquer associação... Inclusive coisas como essas que a gente vai investigar aqui com esse rapaz que tem uma empresa com nome de secretaria nacional. É disso que eu estou falando.
Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Por último, o Senador Fernando Bezerra.
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, Sr. Relator, meus companheiros e companheiras de Comissão Parlamentar de Inquérito, alegria poder rever a todos neste reinício dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito. Eu queria fazer dois registros muito rápidos.
Primeiro, a alegria pela convocação, pelo Presidente da República, do Senador Ciro Nogueira para chefiar a Casa Civil da Presidência da República. Companheiro do nosso bloco parlamentar aqui no Senado Federal, pela sua trajetória, pela sua experiência, certamente vai colaborar e ajudar na articulação política do Governo, na gestão dos ministérios, da coordenação das políticas públicas e contribuirá para a construção de um Brasil melhor. Queria também fazer um registro do trabalho feito pelo General Ramos, agora com uma nova missão como Secretário-Geral da Presidência da República.
Sr. Presidente, finalmente queria destacar - acho que esta é uma conquista de todos nós do Parlamento, da CPI, do Governo, da sociedade brasileira - os índices alcançados no último mês de julho: nós tivemos a redução de 40% dos casos e 40% dos óbitos. A campanha de vacinação avança, e nós estamos vendo diversos Governadores e, inclusive, o próprio Ministro da Saúde anunciarem que, no mês de setembro, toda a população adulta com mais de 18 anos já terá tido, recebido pelo menos uma dose. E é possível que, até final de outubro, Senador Renan Calheiros, toda a população adulta com mais de 18 anos deva estar completamente vacinada.
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Chamo atenção a que o Brasil em setembro deverá ultrapassar o índice de vacinação da sua população quando comparado aos Estados Unidos.
Isso vai permitir a retomada da economia, a volta do emprego. Aliás, no mês de julho, o Caged foi anunciado para junho, fechando, no primeiro semestre, com mais de 1,5 milhão de empregos de carteira assinada. Com o avanço da campanha de vacinação, de imunização, nós vamos assistir, a partir de setembro, à volta do emprego informal, que ainda machuca muito, sobretudo as camadas mais vulneráveis da nossa população.
Por isso, Sr. Relator, eu gostaria de lhe fazer um apelo. O Brasil volta a se reencontrar com a sua atividade produtiva. Nós temos que honrar as mortes dos mais de 557 mil brasileiros trabalhando de forma determinada pelos vivos, para que a gente possa trazer esperança, emprego, renda para os brasileiros. A minha pergunta, já que a Comissão Parlamentar de Inquérito foi prorrogada por até 90 dias: que a gente pudesse ter a elaboração de um plano de trabalho em que tivéssemos a perspectiva do encerramento desta Comissão Parlamentar de Inquérito, quem sabe, até o final de setembro, porque as áreas de investigação já estão todas muito bem delineadas, já se sabem quais são as linhas de investigação. O trabalho de investigação mais aprofundado certamente será feito pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal. Precisamos encontrar tempo para que a gente possa voltar a debater a agenda que de fato interessa à população brasileira. Por exemplo, nós temos que retomar, após o fim do auxílio emergencial, temos que voltar a debater e discutir a questão do Bolsa Família: como é que nós vamos proteger essas famílias vulneráveis, mais pobres, que estão precisando da assistência do Estado brasileiro, para que a gente possa definir um valor de Bolsa Família que possa fazer face à inflação ocorrida nesses últimos 12 meses, para que se tenha dignidade no sentido de sustentar a sua família, prover as suas necessidades de alimentação, de saúde?
Por isso, deixo aqui um apelo para a concórdia. A CPI vai cumprir com as suas obrigações, a CPI vai apontar quem prevaricou, quem faltou com o compromisso da ética pública, vai elaborar um relatório que vai ser encaminhado ao Ministério Público Federal, para que as providências possam ser tomadas, mas que a gente possa abrir espaço na agenda do Congresso Nacional para temas relevantes que precisam do nosso posicionamento, do nosso compromisso, do nosso debate, para que o Brasil possa confirmar o crescimento de mais de 5% este ano e para que gente possa ter um ano de 2022 em que as famílias possam ter emprego, possam ter renda e possam ter direito a um amanhã melhor do que o dia de hoje.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quero comunicar aos Senadores que não tem sessão hoje do Senado. O Presidente Rodrigo Pacheco me telefonou agora para me falar que hoje não terá. Então, não haverá problema de tempo para ouvirmos o Reverendo.
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E quero aqui agradecer a um artista aqui de Brasília que mandou estas palavras, estes desenhos. O nome dele é Gurulino, é aqui de Brasília. Ele diz: "Na dúvida, eu faço soprar canela" - eu não sabia disso - "bater na madeira, pular ondinhas e esperança na CPI". É isto que o povo brasileiro tem: esperança na CPI. Quero agradecer ao Gurulino, que encaminhou estes esboços aqui para a gente.
Senador Renan Calheiros, por favor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Sr. Presidente, de início, solicito a retirada da pauta, o que, aliás, já foi feito, da transferência de sigilo da Rádio Panamericana S.A. E, mais uma vez, desculpas pelo equívoco da assessoria.
Há requerimentos pautados de convocação, transferência de sigilos, informações e também sobre outros temas, Presidente. Para maior celeridade dos trabalhos, eu sugiro que votemos os requerimentos pautados em globo, exceto o Requerimento 523, para ser votado separadamente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Renan, o item 7...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - É, eu vou ler.
O 523 será votado separadamente, sobre a convocação do Sr. Walter Braga Netto; o 4; 20; 7; e 103...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Relator Renan...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Esses, retirados.
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE) - O item 27 está retirado, Sr. Relator? Eu não ouvi.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, eu citei...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só tem o 4, o 7, o 20...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... o 4, 20, 7 e 103, e votar separadamente o 523.
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE. Pela ordem.) - Eu queria destacar e pedir a reflexão do Relator em relação à retirada do item 27, Requerimento 1.110. Se ele pudesse atender...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Pela ordem.) - Sr. Presidente, o item 27, o Requerimento 1.110, é de nossa autoria - se trata da convocação do Sr. Adolfo Sachsida, Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia.
Nós mantemos o requerimento por várias razões. A primeira delas: o ministério... Inclusive, eu quero aqui deixar bem claro: eu e o Senador Renan somos testemunhas de que temos sido reticentes ao máximo em convocar o Ministro Paulo Guedes, em convocar alguém do Ministério da Economia. Agora, Sr. Presidente, chega a esta Comissão um documento do Ministério da Economia que praticamente admite que a estratégia do Governo brasileiro foi a tal falada imunidade coletiva, imunidade de rebanho. Mais que isso: chega a esta Comissão Parlamentar de Inquérito a minuta da medida provisória com o veto à vacina da Pfizer, sendo apresentada e apostada pelo Ministério da Economia e pelo Sr. Secretário de Política Econômica. Diante desses fatos, Sr. Presidente, é inevitável chamar se não o Sr. Ministro da Economia, pelo menos o Secretário de Política Econômica, que participou dos dois atos e subscreve os atos.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu sempre fui reticente também em chamar alguém do Ministério da Economia. Nós sabemos as consequências que isso traz do ponto de vista econômico. Sempre falei que nós temos... A economia está patinando, temos dificuldade na economia, e qualquer movimento em relação ao Ministério da Economia mexe com credibilidade e uma série de coisas. Por isso, sempre fui contrário a trazer o Ministro da Economia ou alguém do Ministério da Economia para discutir.
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Eu vou fazer um apelo a V. Exa. para que a gente discuta um pouco mais isso. E, na próxima semana, votaremos com certeza, Senador Randolfe. Eu só faço esse apelo a V. Exa., até porque o respeito que nós temos um pelo outro é maior do que essa convocação. Então, eu faço esse apelo para V. Exa...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, Presidente. Eu sempre aquiesço a V. Exa. Obviamente...
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE) - Eu agradeço...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... nós estamos convocando o Secretário de Política Econômica para não convocar o Ministro. Inclusive, estamos fazendo isso...
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE) - Eu agradeço a compreensão do Senador Randolfe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A ideia... Estamos convocando o Secretário de Política Econômica, diante dos fatos que aqui relatamos, mas, obviamente, aquiesço.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu queria propor, Senador Randolfe... Se a gente encaminhasse pra ele algumas perguntas e ele nos respondesse por escrito, sem expor a economia... Sim...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE. Pela ordem.) - Com todo o respeito, Sr. Presidente, veja: não se trata de uma convocação da política econômica.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, é uma proposta...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Abrir uma exceção dessa natureza para um profissional que apostou, que registrou uma opinião sem nenhum lastro científico...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, não está mais aqui quem falou. Então, eu estou retirando a proposta. Concordo com V. Exa.: não dá para abrir precedente, como não abri outros precedentes.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A propósito, Presidente: deixar o requerimento sobrestado, semana que vem, deveremos ter nova deliberativa...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, nós...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vamos discutir isso aí.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Pela ordem. Pela ordem...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Alessandro, V. Exa. tem razão, desculpe...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Pela ordem.) - Pela ordem, só para pedir o destaque também.
Queria fazer essa solicitação do item 106, que é o do Brasil Paralelo, que eu repito: nunca jogou a favor do vírus, nunca condenou o uso de máscara, nunca falou de hidroxicloroquina. É um trabalho conservador e está sendo perseguido pelas ideias conservadoras. Então, eu não acho isto correto: a gente encaminhar o momento desse no Brasil de perseguir ideias...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, ele conspirou contra o isolamento.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não é verdade!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É verdade.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não! Não é verdade. Não se tem...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Eu tenho aqui alguns dos sites que eles financiam.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não se fala do uso de máscara, não se fala de hidroxicloroquina. Isso é um desrespeito!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Eu tenho aqui alguns sites que eles financiam.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Isso é uma perseguição!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Posso entregar a relação dos...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Qual é o requerimento?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - É o 106, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Então, ele vai ser votado - o destaque do Senador.
Em votação os requerimentos.
Aqueles que aprovam permaneçam como estão. (Pausa.)
Aprovados.
Só vamos agora votar em paralelo o do Senador Eduardo Girão.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não, Senador.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Pela ordem.) - Eu tinha pedido a palavra para fazer os destaques, Presidente. V. Exa...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu já coloquei em votação, Senador Marcos Rogério.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - V. Exa... Eu tinha solicitado antes, Presidente. V. Exa. está atropelando os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não estou, não!
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Ressalvados os destaques...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu estou há uma hora discutindo aqui, e V. Exa. dizendo que eu estou atropelando os trabalhos?!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Está, Presidente. Eu quero pedir a votação em separado, Sr. Presidente, de requerimentos...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu não sei por que o açodamento de V. Exas... Talvez seja porque tenha alguma coisa que... Votar do jeito que estão votando quebras de sigilo, aleatoriamente, em globo, sem sequer declinar o que está fazendo e contra quem, com todo o respeito...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim, Senador Marcos Rogério, qual é o seu destaque?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Pela ordem.) - O Senador Izalci, Sr. Presidente, fez apelos aqui e me pediu... E, na condição de membro, estou subscrevendo o apelo dele para pedir o destaque dos Requerimentos nºs 1.233, 1.094, 1.106, 1.105, 1.116, 1.210, 1.207, 1.114, 1.115. Trata-se de requerimentos de sigilos que estão sendo levantados. Estou pedindo o destaque desses requerimentos. E aí, como de meu pedido, Sr. Presidente, estou pedindo também o Requerimento 119. São esses os destaques que eu gostaria de propor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente, o Direito não socorre quem dorme. Já foi votado.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, aqui não se trata de direito de quem dorme, não. Aqui é atropelo. É diferente!
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Esses requerimentos... Todos esses requerimentos terão uma votação só, porque todos são relacionados à VTCLog.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, não todos, Presidente. Tem um que não é, apenas um.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim, mas aqueles todos que estão relacionados...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Os da VTCLog...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... à VTCLog serão votados em bloco. Não serão votados um a um. Senão, vou ficar aqui até amanhã de manhã e não vou ouvir a testemunha. Já falaram muito. Estou fazendo um apelo há muito tempo aqui: "Olhem!".
Então, em votação... O Senador Girão pediu...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Fora do microfone.) - O 106.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... o 106.
Em votação.
Os que aprovam permaneçam como estão. (Pausa.)
Aprovado, com três votos contra.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Registrar os votos, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Voto contra do Senador Marcos Rogério...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Espere aí! Um...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - O do Senador Eduardo Girão.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - O de Luis Carlos Heinze.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - São três. E, com o do Senador Jorginho, quatro.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Heinze.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sete a quatro.
Agora, em bloco, os que são relacionados à VTCLog: 92, 120 a 123 - 120, 121, 122, 123.
Em votação.
Os que aprovam permaneçam como estão. (Pausa.)
Aprovados, com três votos contra.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só três...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - São quatro, Presidente. São sete a quatro.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, o Senador Girão não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ah, então, são sete a três. Desculpe!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O Senador Girão não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Desculpe, Senador Girão! Desculpe!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - E o último, Presidente? (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Tem mais algum aí para fazer destaque?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu já fiz. É o 119.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O 119?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Nesse caso, Presidente, eu queria apenas situar a CPI...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Qual é o 119, Senador Marcos Rogério, por favor?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Pela ordem.) - É o que trata do Sr. Oscar... Do Sr. Otávio Fakhoury, Sr. Presidente. Houve um requerimento de levantamento de sigilos em relação a ele por uma suposta fala daquele Dominguetti. E ele, na fala dele, não tratou do nome do Sr. Otávio Fakhoury. Ele encaminhou, inclusive, Sr. Presidente, documentos à Presidência em resposta...
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - É o item 119.
Ele encaminhou resposta... Encaminhou uma manifestação a V. Exa., na condição de Presidente da CPI. Há um pedido de quebra de sigilo em relação a ele. Eu falei com ele. Ele esteve em Brasília. Falei pessoalmente com ele, que me disse que não tem qualquer objeção em prestar esclarecimentos, mas que, nesse caso, há um equívoco em relação à ligação dele com qualquer ato objeto de investigação desta CPI. E aqui se pleiteia a quebra de sigilo dele. Então, estou pedindo aos Parlamentares que ou nós retiremos de pauta - e aí V. Exa. analisa a manifestação dele antes por cautela e, posteriormente, pode até submeter à pauta - ou, então, que deixemos de aprovar esse requerimento por absoluta impertinência com o tema.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sr. Presidente, são precedentes regimentais...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Esse é o campeão de fake news, Presidente!
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... de organização do funcionamento da CPI.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - É só para registrar como...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Uma injustiça tardia, Sr. Relator, não se justifica. Se há ilegalidade, se há...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Primeiro de tudo, vamos deixar o paladino do processo registrando aí o precedente de reabrir votação.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, não, não!
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - E, depois, vai ter um teatro aqui dizendo o contrário...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu destaquei aqui...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - É o primeiro ponto.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - O segundo ponto...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Isso não é verdade.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador, Senador...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Otávio Fakhoury faz parte do Instituto Força Brasil. Além de ser um cidadão já investigado...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É o Vice-Presidente.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - ... na CPMI das Fake News, é um cidadão que tem envolvimento justamente com o cidadão que será ouvido hoje.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Bom...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Eles têm uma conexão. Então, mantenho o requerimento, porque eu o acho necessário, dentro da linha do que já estamos aprovando.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Então, o requerimento, Sr. Presidente, é por questão de CPI das Fake News!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, não, não!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não é objeto...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É porque ele mantém uma política nacional que fazia campanha contra a vacina...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, não, não, Presidente! O fundamento...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... fazia campanha contra o uso de máscara...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - O fundamento... O fundamento...
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - O fundamento para decisão, para votação...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marcos Rogério...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - O fundamento para...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... deixe eu lhe dizer uma coisa aqui.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente!
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - V. Exa. vai ouvir uma coisa. Talvez nós aqui não tenhamos embasamento, às vezes, porque a gente é leigo, muitos Senadores são leigos aqui, mas o Senador Alessandro tem um conhecimento jurídico e também tem uma experiência muito grande na investigação. O Senador Alessandro é consultado todas as vezes; para fazer quebra de alguma coisa, a gente sempre consulta o Senador Alessandro pela experiência que ele tem nesse sentido, para que a gente não cometa injustiça. Então, vindo do Senador Alessandro esse pedido, tenha certeza de que não há como duvidar - aí eu não falo nem do Senador Alessandro - do delegado praticante que foi, que já dirigiu vários inquéritos e tem essa experiência. E a gente confia muito. Eu, pessoalmente, pergunto a ele sempre, até para eu não cometer aqui alguns supostos abusos.
Eu estou sendo processado pela Dra. Mayra, aquela cidadã que, no vídeo, disse que ia passar a bola para cinco Senadores aqui para ela fazer o gol. Os Senadores aqui são meios de campo da Seleção Brasileira, ela é o Neymar; ela vai fazer os gols, ainda pede pergunta e resposta. Eu duvido que algum Senador, sinceramente, tenha se prestado a isso, porque confio nos Senadores aqui.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Isso seria um ato que a gente não tem nem como mensurar, porque... Já pensou? Uma investigada senta aqui - e nós somos os juízes -; aí o advogado dela diz: "Olha, Senador Omar, eu vou te passar essa pergunta para ela responder; o senhor levanta que ela corta". Tanto é que aqui algumas vezes: "Muito boa pergunta, Senador fulano de tal", sabe? Era uma coisa assim...
Agora, longe de mim. Por isso que nós pedimos o afastamento dela hoje tanto para o Ministro Queiroga, como para a Justiça, porque ela... Inclusive, colegas Senadores aqui... E eu volto a dizer: eu não creio que algum Senador se sujeite a isso. Uma servidora pública, rindo: "Olha, dá para fazer umas cinco perguntas, porque nós temos cinco Senadores lá que são do nosso lado" e não sei o quê, quer dizer, não dá nem para comentar esse tipo de atitude de uma servidora.
Eu, com certeza, não recebi nenhuma pergunta dela, para fazer a ela. Até porque ela é responsável pela morte de muitos amazonenses...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ela é responsável pela morte de pessoas que eu conheço, conheci, porque, em vez de levar um tratamento digno ao povo do Amazonas, ela levou lá o tratamento precoce. Estão aí os vídeos aparecendo. Como era tratada a doença, em reunião em pé: "Olha, já a cidade de Rio Claro não teve 20...". O que é isso?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Aí você diz... Aí as pessoas dizem: "Senador Omar, o Amazonas é parte do escopo". Essa Dra. Mayra manda um documento para Portugal.
E aí estão dizendo... Não fomos nós que vazamos isso, não, Senador Girão. Esse vídeo que apareceu eu não sei nem de onde veio. A CPI não teve esse vídeo, senão qualquer Senador aqui teria acesso a ele.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Não, mas agora é público já.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Agora é público.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente, apenas voltando...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Presidente, só...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eduardo, apenas para concluir esse assunto, porque o Presidente desbordou para outro assunto. Mas, voltando aqui ao assunto objeto do requerimento, Sr. Presidente, estou fazendo esse apelo e, respeitosamente, eu, embora divirja de muitos Senadores aqui nas suas posições, respeito cada um deles. Mas não posso atribuir, como legitimador de aprovação ou desaprovação, o fato de um requerimento ser do Senador A ou do Senador B. Isso é diminuir a estatura parlamentar dos membros desta CPI, e eu não creio que V. Exa. tenha querido sustentar essa tese da posição que V. Exa. ocupa. Aqui, o que nos qualifica para estar aqui é a legitimidade do voto popular dos nossos Estados. Não há Senador de primeira classe ou de segunda classe, respeitosamente. Porque requerimentos nossos não são aprovados: "Ah, não, mas o desse é aprovado porque eu...", com todo o respeito, Sr. Presidente, isso não é critério para determinar a aprovação ou a desaprovação.
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Nesse caso especificamente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não disse que era critério.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu disse que eu consultava o Senador pela experiência...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente, todo mundo acompanhou o que V. Exa. disse.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Agora, eu ainda...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Deixa eu...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... tenho a humildade de falar a verdade aqui.
Eu não consulto, eu não vou consultar e nem trago aqui perguntas escritas aqui para eu ler...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... uma hora para fazer uma pergunta.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente, V. Exa...
Nesse caso específico, Sr. Presidente, estou fazendo esse apelo, porque, no caso desse requerimento, trata-se de alguém que não tem qualquer relação com o objeto de apuração...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele é Vice-Presidente do Instituto Força Brasil.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Sr. Presidente, V. Exa. vai deixar...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - V. Exa. já falou muito...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Sr. Presidente...
Ah, é, V. Exa.?
Quando não falo o que V. Exa. quer ouvir, aí já falou muito.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Mas V. Exa. está questionando o quê?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu estou...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Já foi votado, Senador.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, Presidente, está destacado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Já foi votado.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Está destacado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está bom, destaque.
Senador Marcos Rogério, é a última vez que eu vou abrir esse precedente.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Por que esse interesse todo do Senador Marcos Rogério?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não abrirei mais.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Por quê?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Bota a voto, Presidente.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - V. Exa. que determina...
V. Exa., Presidente, apenas preside, respeite os Senadores aqui, Presidente.
Nós temos, no trato pessoal, sempre tido uma linha de respeito...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quem desrespeita Senador não é o Senador Omar Aziz; quem desrespeitou cinco Senadores aqui foi a funcionária Mayra. É, é isso aí...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Sr. Presidente, V. Exa. saia do plano pessoal, Sr. Presidente. O que é isso, Presidente?
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Presidente Omar, depois o senhor me concede a palavra, por favor?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Agora, não permite concluir um raciocínio sequer. O que é isso, Presidente? Não diminua o mandato parlamentar; sou vizinho do Estado de V. Exa.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vizinho e amigo.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Pelo menos reputo, não é?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Vizinho e amigo.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Um Estado por quem tenho o maior carinho e respeito.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Vizinho e amigo.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Ele reputa ser seu amigo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Verdade, verdade.
Vizinho de Estado e amigo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E amigo.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu estou fazendo esse...
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente, acabou essa etapa? Podemos tocar o serviço ou não?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Estou esperando passar o momento circense.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Quem fez circo aqui foi a Mayra. Quem fez circo aqui foi a Mayra Pinheiro.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Olha, Sr. Presidente, eu acho que a CPI hoje... Já que V. Exas. querem mudar de assunto, não vou votar apenas o requerimento de destaque, não vou apresentar mais argumentos, porque não se trata de uma pessoa que tenha função executiva, não participou de nenhuma reunião que trata do objeto de investigação desta CPI, mas a maioria aqui patrola tudo. Já que querem falar da Mayra, Sr. Presidente, então, é o seguinte: votou um precedente para afastá-la, vou apresentar, Senador Girão, V. Exa. que é o precursor desse tema, requerimento para afastar do comando do Consórcio Nordeste o Sr. Carlos Gabas. Vamos votar requerimento para afastar dos palácios dos governos dos Estados...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Estava faltando...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Estava faltando essa...
(Tumulto no recinto.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Se a CPI tem competência para afastar, vamos afastar corruptos, vamos afastar quem está metendo a mão no dinheiro público.
Se esse é o papel...
Isso a CPI não quer fazer...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Então, o precedente que V. Exa. inaugurou aqui hoje talvez sirva ao propósito que V. Exas. mais temem, chegar ao quintal de muitos aqui, Governos estaduais.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ao quintal de vocês, nós já estamos chegando; ao quintal de vocês, nós já estamos chegando!
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu não tenho apadrinhado...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não tenho proteção a quem quer que seja.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marcos Rogério, essa carapuça não serve para mim.
Eu...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Então, vamos votar o afastamento do seu Governador.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não serve para mim. Aliás, o primeiro convocado quem botou para votar foi o Governador Wilson Lima, que foi para o Supremo e conseguiu um habeas corpus. E eu disse aqui...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Nós temos outros instrumentos ...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... se eu estivesse no lugar dele, eu estaria aqui para dizer ao povo amazônico o que aconteceu. Por que morreu gente por falta de oxigênio? O que houve de fato? Se ele não veio... Eu, no lugar dele, faria questão de estar aqui, Senador Marcos Rogério...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Vamos apresentar os requerimentos.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Como qualquer governador a que se imputa alguma coisa, estaria aqui.
Agora, querer trazer esse assunto que está superado não porque a CPI não quis convocá-los, foram convocados, com uma decisão do Pleno do Supremo, o que eu posso fazer?
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Não, e é fato. Inclusive, foi estabelecido...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não, não, não, não, o Consórcio Nordeste, não! O STF não falou nada sobre o Consórcio Nordeste, não.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, não, não. Aí, é a blindagem seletiva.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Aí é a blindagem seletiva.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Botaram a digital para ser contra.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Nós estamos falando com relação ao Governo do Estado do Amazonas, fato específico do requerimento desta CPI. Nós marcamos, inclusive, a data, e ele não veio, porque não quis. Porque, inclusive, a decisão da Ministra Rosa facultava a ele o direito de vir, e ele optou por não vir, não enfrentar as questões que lamentavelmente aconteceram no Estado do Amazonas.
Mas, Presidente Omar, eu queria apenas confirmar com V. Exa. o que encaminhou o Relator, Renan Calheiros, o destaque do item 5 da pauta, que é exatamente a votação da convocação do General Braga Netto. O Relator havia estabelecido como destaque, e eu creio que nós não votamos ainda o destaque.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, ainda não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Há um exercício de tumulto aqui...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marcos Rogério...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Toda sessão, quando nós vamos começar a sessão, já está para acabar.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador, qual é o destaque, Senador? É o cento e...? (Pausa.)
Cento e dezenove.
Em votação o destaque do Senador Marco Rogério.
Aqueles que aprovam o requerimento permaneçam como estão. (Pausa.)
Voto contrário de três Senadores.
Está aprovado.
Destaque nº 5, do item 5.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Se o senhor me permite, Sr. Presidente, como autor requerimento...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE. Pela ordem.) - ... apenas para referendar a necessidade.
Em 16 de março de 2020, o então Ministro da Casa Civil, Braga Netto, foi designado como coordenador do comitê de crise de combate à Covid. Esta é a figura que precisa ser convocada para sentar naquela cadeira e explicar por que ele, como coordenador, dotado de todos os poderes necessários, foi incapaz de evitar esse desastre. Ele é referido em vários momentos, ele efetivamente fazia parte direta da cadeia de comando e é indispensável que se faça a sua oitiva. Fazendo um registro: não há nenhum tipo de desapreço ou de diminuição das Forças Armadas; é um cidadão que ocupou um cargo civil e que ocupa hoje um cargo civil. E, nesta condição, precisa, sim, ser chamado à CPI para prestar esclarecimentos.
É o registro, Sr. Presidente.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Para contraditar.) - Sr. Presidente, para contraditar.
Sr. Presidente, é óbvio que todos nós não podemos nos... Se o Senador Randolfe me permitisse olhar para o Presidente Omar. É que... Isso, assim fica melhor, eu agradeço a V. Exa., pedindo desculpas à inconveniência, mas é a posição das cadeiras.
R
Presidente, eu tive a oportunidade já de argumentar sobre essa questão. Creio que nós vivemos num contexto político brasileiro e nacional. Acho, sinceramente, que nós deveríamos ter, da mesma forma que V. Exa., no dia de hoje, de forma sábia, sobrestou alguns requerimentos para que nós possamos aprofundar e fazer a votação na próxima semana... Eu fiz um apelo já ao Senador Alessandro para que nós pudéssemos, da mesma forma, adotar a mesma prudência com relação a este requerimento.
Vejo que o Senador Alessandro Vieira persiste, e eu queria fazer, mais uma vez, um apelo: acho que nós vivemos um contexto político nacional, nós estamos à véspera de decisões importantíssimas no Congresso Nacional e nesta CPI. Portanto, creio que, se for do entendimento da maioria, o General Braga Netto terá que vir aqui num momento em que estejamos prontos para fazer as perguntas e fazer a conclusão sobre o depoimento do General Braga Netto. Trazer o General Braga Netto a esta Comissão, aprovar o seu requerimento hoje, criar um factoide político, não termos esses questionamentos e não termos esta conclusão da CPI, Sr. Presidente, me parece uma construção inoportuna diante de um cenário político nacional. É apenas a minha opinião, que eu faço questão de deixar registrada na Comissão, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Marcos Rogério.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Pela ordem.) - Presidente, apenas uma brevíssima ponderação na mesma linha que o Senador Eduardo Braga faz. O que motiva o requerimento, o que está no fundamento do requerimento de convocação do Ministro de Estado da Defesa General Walter Braga Netto é justamente uma reunião onde teria sido discutida a iniciativa de um decreto para se mudar a bula da cloroquina.
Nós discutimos esse tema à exaustão, no âmbito desta CPI. Acho que esse tema, inclusive, está absolutamente superado: um fato que não aconteceu, um instrumento que não é próprio e não serve a esse propósito - decreto mudar bula de remédio -, mas que, naquele primeiro momento, foi objeto de grande debate. Então, não há qualquer elemento a justificar a convocação do eminente ministro nesse momento e sobretudo por esses fundamentos.
Então, eu reitero o apelo que o Senador Eduardo Braga fez aos colegas para que nós não aprovemos esse requerimento de convocação do Ministro de Estado da Defesa General Walter Braga Netto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Mais alguém?
(Pausa.)
Senador Alessandro.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE. Pela ordem.) - Com todo respeito, Sr. Presidente, à ponderação dos colegas - tenho certeza de que todos muito bem intencionados -, uma comissão parlamentar de inquérito, apurando fatos desta gravidade, não pode se dar o direito de excluir ou selecionar autoridades que serão ouvidas com base em eventualmente algum receio por conta da atual condição de ser Ministro da Defesa. É muito evidente a participação na cadeia de comando essencial na resposta brasileira à covid. E repito: este coordenador, lá colocado pelo Senhor Presidente da República, foi incapaz de evitar mais de meio milhão de mortes, cerca de 20 milhões de contaminados. Você não tem até hoje notícia de uma única estrutura de política clara de combate à pandemia que tenha partido deste comitê presidido pelo General Braga Netto. Então, é uma oitiva técnica, repito, respeitosa, que não tem nada a ver com o passado militar do Sr. Braga Netto; tem a ver com a sua atividade civil como Ministro. Então, por isso a reiteração do pedido de convocação como testemunha.
R
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Luis Carlos Heinze...
V. Exa. pediu a palavra?
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS. Pela ordem.) - É sobre o requerimento do Ministro Braga Netto. Esse é o fato que eu falei a V. Exa. Nós entendemos, já entendi a razão do requerimento. Entendemos da não necessidade da convocação do Ministro. Por isso, eu peço aos colegas Parlamentares e ao próprio Relator a retirada desse requerimento. Se for o caso de votar, teremos que votar nominalmente. Vou votar também.
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, queria também deixar aqui a minha posição em relação ao requerimento do Senador Alessandro Vieira, embora respeite a iniciativa do Senador no sentido de aprofundar as investigações para se apurarem eventuais responsabilidades.
Eu acho que, ao longo de todos os depoimentos, à luz de todas as informações que foram prestadas aqui a esta Comissão Parlamentar de Inquérito, não surgiu, afora os comentários já feitos aqui pelo Senador Marcos Rogério, nenhuma citação direta por atitude, por iniciativa, que possa responsabilizar o General Braga Netto, Ministro da Casa Civil. Acho que, no ambiente que estamos vivendo, no sentido de apostarmos no fortalecimento das instituições, da democracia brasileira, acho que, se houver evidências para que o Ministro Braga Netto possa vir a ser chamado para se explicar ou para prestar informações adicionais a respeito da coordenação do trabalho pelo qual ele foi responsável durante o período em que chefiava a Casa Civil da Presidência da República, nós teremos a oportunidade, antes da apresentação do relatório do Senador Renan Calheiros. Mas me parece que, na reabertura dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, não contribui uma convocação sem ainda termos embasamentos mais sólidos para justificar essa convocação do Ministro de Estado da Defesa.
Portanto, eu quero deixar aqui a minha posição e fazer um apelo a V. Exa., que tem sempre buscado uma posição de equilíbrio, procurando valorizar as iniciativas de todos os Parlamentares, no sentido de que a gente pudesse deixar para apreciar em outro momento. Essa é a minha manifestação.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Otto Alencar. Desculpe, Senador Otto Alencar. Com a palavra, Senador Otto Alencar.
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA. Pela ordem. Por videoconferência.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores e Senadoras, primeiro eu quero agradecer a solidariedade de vários colegas no momento em que fui acometido da covid-19.
Segundo, Sr. Presidente, em termos do Ministro da Defesa, o General Braga Netto, acho que o mais grave que ouvi hoje foi essa fala do Senador Rogério Carvalho, a respeito, segundo ele, de agentes do Governo que foram ao seu Estado para fazer levantamento da sua vida, num típico processo de querer intimidar. Portanto, acho que V. Exa., como Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, deve provocar o Presidente do Senado Federal para que a proteção dos Senadores nesse sentido, ele, como Presidente do Poder, acione e tome as providências necessárias, porque não é o primeiro caso. Aqui no meu Estado também agentes do Governo, do Estado, da União fizeram várias ações nesse sentido, que não foram tão graves como foram as do Senador Rogério Carvalho.
R
Quanto a essa questão de convocação do Ministro da Defesa a respeito do tema que foi levantado, essa questão de colocar ou não na bula da hidroxicloroquina a indicação para o tratamento da covid, discutida lá atrás - inclusive, já foi sobejamente levantado isso e nós discutimos em vários momentos essa questão, que é uma questão que, ao meu ver, está superada, tantas foram as pessoas que vieram aí do "gabinete da sombra", do gabinete paralelo, que nós tivemos a oportunidade de perguntar -, eu respeito muito a posição do Senador Alessandro Vieira, mas me parece que não é o momento de se convocar; não por nenhum receio - até porque não tenho nenhum receio nem do General da Defesa, muito menos de qualquer general ou de presidente da república, com a vida limpa que tenho e desassombrado como sou nas minhas posições políticas -, mas eu acho que é um requerimento que podia ser aguardado mais.
Se for a voto, eu vou votar contra o requerimento do Senador Alessandro Vieira, não porque não respeito a sua posição como Senador ou o seu trabalho - ele tem colaborado muito na Comissão Parlamentar de Inquérito -, mas eu acho que essa questão do crime sanitário, do que aconteceu, já está com prova suficiente. O Relator, o Senador Renan Calheiros, e todos nós conhecemos isto: que essas pessoas todas que estimularam a utilização de medicamentos ineficazes, que estimularam a imunidade coletiva no seu Estado - no Estado do Amazonas e na capital do Estado, em Manaus -, com um maior índice de letalidade, está comprovado, e essas pessoas serão responsabilizadas por crime de ação e de omissão por não terem comprado na época correta a vacina.
Portanto, essa é uma posição que eu quero externar a V. Exa., pedindo a V. Exa. que... Nesse caso específico do Senador Rogério Carvalho, há a necessidade de um pronunciamento do Presidente do Senado Federal, o Senador Rodrigo Pacheco, porque nós não podemos participar de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e o Governo Federal colocar praticamente essa inquisição naqueles que têm posição contrária ao Presidente da República. O Presidente da República precisa respeitar a opinião em contrário, até porque, recentemente, nessa questão frente ao Tribunal Superior Eleitoral, ele errou muito quando disse que o Ministro Barroso tinha ido à Câmara dos Deputados para influenciar Deputados Federais a tomar posição contra o projeto que ele deseja, e de forma nenhuma aconteceu isso, até porque quem que solicitou, quem convocou, quem pediu a ida do Ministro Barroso foi o Presidente da Câmara dos Deputados, o Deputado Arthur Lira. Portanto, o Presidente faltou com a verdade quando naquele momento ele se dirigiu à Nação dizendo que o Ministro Barroso tinha influenciado Deputados Federais. Deputado que é Deputado não se influencia por quem quer que seja, muito menos Senador pode se influenciar por quem quer que seja: tem que manter a sua posição de autonomia, de independência e de altivez a respeito dos temas que são tratados dentro da Câmara dos Deputados ou aqui no Senado Federal.
Portanto, essa é a minha posição. Agradeço a V. Exa.
R
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Presidente Omar...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Eduardo, o Senador Alessandro, que é autor do requerimento, pediu antes. Só um minutinho.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente, considerando evidentemente que existe uma dúvida por parte dos colegas e uma incompreensão motivada ou não pela fala equivocada de um colega no sentido de que a convocação de Braga Netto se daria apenas por conta do decreto da bula, quando não é verdade, eu vou pedir a retirada do requerimento e vou fazer a reapresentação dele para deixar mais claro para quem não se deu ao trabalho de analisar que, além da Casa Civil, Braga Netto coordenava saúde, justiça e segurança pública, defesa, relações exteriores, economia, cidadania, mulher, família, direitos humanos, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Governo, GSI, AGU, CGU, Banco Central, Anvisa, Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES. Esse cidadão, sentado na cadeira, coordenava as ações de todos esses órgãos. Se esse cidadão não precisa ser ouvido numa CPI que investiga ações e omissões do Governo Federal, tenho dúvida de quem precisa. Mas reapresentarei o requerimento.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senador Alessandro...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Sr. Presidente... Sr. Presidente...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senador Alessandro...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Sr. Presidente...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senador Alessandro...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu acho que essa matéria está vencida.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Eu só queria aqui... Acho que a colocação do Senador Otto Alencar foi absolutamente correta e acho, Sr. Presidente, que poderíamos aprovar aqui, ad referendum, com o apoio dos Senadores, um ofício de V. Exa. ao Presidente do Senado da República sobre os fatos aqui narrados pelo Senador Rogério Carvalho, porque essa sim eu reputo uma declaração e uma denúncia gravíssima - gravíssima - e que, portanto, creio que tem o apoiamento de todos os Senadores desta CPI.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sr. Presidente... Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Pela ordem.) - Me parece, na fala dos vários colegas, inclusive da base do Governo, que alguns deles não são peremptoriamente contra a vinda do Braga, exatamente do Braga Netto, mas me parece que seria apenas intempestiva; não seria agora, mas em outro momento. Seria bom que deixasse isso registrado, Presidente, para que, já que vai haver a reapresentação pelo Senador Alessandro Vieira, continue o entendimento de que este requerimento tem que voltar, é claro, em outro momento, mas voltar para a Ordem do Dia.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Presidente, eu só quero aqui deixar claro que o General Braga Netto não é meu parente. Ele é Braga Netto, mas não tem nada a ver com a minha família.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Mas você tem um primo...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu tenho um primo-irmão...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... chamado Braga Neto. Mas é porque...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - E que não é general.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... o pai dele era João Braga.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - É João dos Santos Braga Neto. Portanto, não é general e não é ministro; muito pelo contrário, é empresário.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu vou encerrar e deixar o seguinte: em relação à bula, há aqui o depoimento do Contra-Almirante Barra Torres. Ele deixou muito claro que, na hora em que houve uma resistência por parte da Anvisa em adotar essa bula, o Ministro Braga Netto, então Ministro da Casa Civil, que estava lá - "Então, deixa e tal..." -, puxou e teria rasgado. Mas o que o Senador Alessandro falou é verdade. No momento de maior dificuldade da pandemia, quem estava coordenando isso era o Ministro da Casa Civil Braga Netto, não era o general lá, não, o general da ativa ou não. E eu, por uma questão de... Se tivesse que votar, Senador Alessandro, e se tiver que votar e der empate, o meu voto é favorável à convocação do General Braga Netto.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sr. Presidente, eu queria só...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vou deixar claro isso aqui para não haver dúvida. A gente não pode seguir aqui A ou B.
R
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sr. Presidente, me permita dois minutinhos. Eu queria falar um pouco da responsabilidade desta Comissão Parlamentar de Inquérito com relação ao que se quer com essa investigação.
Sr. Presidente, isso é dever funcional. Nós não estamos querendo trazer o general que hoje ocupa o cargo de Ministro da Defesa apenas porque ele está tentando desestabilizar os Poderes, emporcalhar a democracia, trazer, promover retrocessos institucionais. Não é por isso, Sr. Presidente. O Senador Alessandro disse aqui muito bem: nós precisamos de trazê-lo porque ele foi o coordenador do comitê de crise do enfrentamento à covid-19 e certamente tem responsabilidade por um número grande de mortes que poderiam ter sido evitáveis, se estivesse à frente daquele comitê uma pessoa que não hesitasse de fazer a coisa certa. É por isso que ele precisa vir.
Se esta Comissão Parlamentar de Inquérito não tiver como trazer o Braga Netto para depor, sobretudo depois das ofensas que ele tem feito ao Parlamento, à democracia e inclusive a V. Exa., ele que foi, repito, o coordenador do comitê de crise, nós não vamos ter condição de trazer mais ninguém. Mais ninguém! Isso é um precedente com que, em benefício da investigação, nós não podemos concordar. Nós não podemos concordar com ele. Ora, o nosso papel é investigar. Ele é a principal pessoa, porque era o coordenador do comitê de enfrentamento à covid-19. Se ele não fez alguma coisa e não tem algo a informar a esta Comissão Parlamentar de Inquérito, quem é que vai informar? Para além das ofensas que ele tem feito. Nós não concordamos com elas, mas também nós não vamos aceitar que ele deixe de depor a esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Eu queria, Alessandro, mais uma vez, apoiar a pretensão do seu requerimento e queria dizer que nós precisamos reapresentá-lo imediatamente, mesmo que não o apreciemos, mas que ele fique permanentemente na nossa Ordem do Dia, até para demonstrar à sociedade que nós não nos esquecemos disso...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Presidente, só para deixar claro, o requerimento do Senador Alessandro...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... e que ele, sim, pode e deve ser responsabilizado por uma parte de mortes de brasileiros que poderia ter sido evitada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Presidente, só para ficar claro, o requerimento do Senador Alessandro não será deliberado e fica sobrestado. É a mesma situação do requerimento em relação ao Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O.k. Ele vai embasar mais o que ele falou.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - E terá o nosso voto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu quero chamar aqui o Reverendo Amilton, por favor, pedindo desculpa antecipadamente pela demora. Já são quase 11h30. (Pausa.)
R
Eu vou ler aqui um comunicado.
A Comissão foi notificada de decisão liminar do Ministro Edson Fachin no Habeas Corpus 204.485, nos seguintes termos:
[...] e firme nos precedentes desta Corte, concedo, em parte, a liminar pretendida, a fim de que, no seu depoimento perante a CPI da Pandemia, e exclusivamente em relação aos fatos que o incriminem, o paciente tenha o direito de: (i) fazer-se acompanhar de advogado; (ii) permanecer em silêncio; (iii) não sofrer ameaça ou constrangimento em razão do exercício do direito contra a autoincriminação, excluída possibilidade de ser submetido a qualquer medida privativa de liberdade ou restritiva de direitos em razão do exercício dessas prerrogativas constitucionais.
Por fim, à luz dos fundamentos anteriormente lançados, indefiro o pedido de não comparecimento ou de retirar-se da sessão, impondo-se, quanto aos demais fatos de que o paciente tenha conhecimento na qualidade de testemunha, o dever de depor e de dizer a verdade, nos termos da legislação processual penal.
Considerando a decisão do Supremo Tribunal Federal, não se exime V. Sa. de firmar termo de compromisso quanto a fatos de que tenha conhecimento na qualidade de testemunha, devendo, em relação a tais fatos, depor e dizer a verdade, nos termos da legislação processual.
Eu aqui quero lhe fazer uma pergunta; o senhor fique à vontade de responder: V. Sa. Promete, quanto a esses fatos, sob a palavra de honra, nos termos do art. 203 do Código de Processo Penal, dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Prometo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A partir deste momento, V. Sa. está sujeito ao compromisso de dizer a verdade quanto aos fatos de que tenha conhecimento na qualidade de testemunha, nos termos arts. 203 do Código de Processo Penal.
Os seus princípios, Reverendo, cristãos e de uma pessoa militante e pregadora da Bíblia - com certeza não precisaria nem dizer aqui, fazer o juramento de dizer a verdade - são os princípios que regem o cristianismo: a verdade sempre prevalecerá, a verdade sempre será...
Então, espero ter de V. Exa. a compreensão, e que possa nos ajudar nas investigações, para que a gente possa não cometer injustiça com ninguém. E V. Exa. será uma peça muito importante nessa investigação que nós estamos fazendo.
Eu vou pedir para o Senador Randolfe sentar aqui um minutinho.
Senador Renan Calheiros com a palavra.
Antes, pergunte se ele quer falar.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sr. Amilton, o senhor quer discorrer sobre os fatos preliminarmente, para depois passar para as perguntas do Relator? O senhor fique à vontade. Se assim o senhor quiser, esta Comissão lhe dispõe de 15 minutos para uma preliminar. Se não quiser, nós passaremos, de imediato, para o Relator fazer a inquirição. V. Sa. Fique à vontade.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu gostaria.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois não.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Bom dia a todos. Somente quero cumprimentar o Presidente, o Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, o Exmo. Sr. Omar José Abdel Aziz; o Vice-Presidente, o Exmo. Sr. Senador Randolfe Rodrigues; cumprimentar o Relator, o Exmo. Senador Renan Calheiros, em nome dos quais eu cumprimento todas as Senadoras bem como a sociedade brasileira que nos assiste neste momento, por meio dos eficientes meios televisivos e de radiodifusão.
O Presidente, o Reverendo Amilton Gomes de Paula, um religioso, estabeleceu várias parcerias com entidades nacionais e internacionais de caráter não governamental.
R
O Reverendo é natural de Brasília, onde sempre morou, e por isso conhece muita gente da Capital brasileira, os nascituros, e do Entorno, bem como cidadãos que vêm eventualmente residir na cidade ou a trabalho.
O referido Reverendo é o Embaixador Mundial da Paz, título concedido pela UPF (Universal Peace Federation).
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Pela ordem.) - Presidente, uma questão de ordem: quem é o Reverendo?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Fora do microfone.) - Senador Rogério, eu acho que ele está exatamente explanando isso, agora...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Ah, porque ele está se referindo na terceira pessoa, eu não estava entendendo. Desculpe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, ele está se referindo...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Na terceira pessoa.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... na terceira pessoa a ele próprio.
Reverendo Amilton, por gentileza.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Obrigado.
O referido Reverendo é o Embaixador Mundial da Paz, título concedido pela UPF (Universal Peace Federation), em solenidade no Congresso Nacional com o tema "A Contribuição do Esporte para a Paz Mundial", com a honrosa presença de Senadores e Deputados e da sociedade civil organizada.
A Senah surgiu, inicialmente, como instituto de ensino superior, tendo como nome fantasia Faculdade Batista do Brasil, com suas atividades voltadas para cursos teológicos e técnicos visando atendimento religioso e da comunidade em geral. Em 2007, realizou a maior ação sociocultural do Brasil com o projeto Fest Vida. O evento ganhou grande proporção nos anos posteriores, tornando-se a Lei 5.935, de 28 de julho de 2017, e foi incluído no calendário oficial de eventos do Distrito Federal, realizado anualmente no aniversário de Brasília.
Em 2018, passou a se chamar Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos e ganhou fronteiras em outros Estados e Municípios, realizando parceria com várias entidades da sociedade civil organizada. Em 2019, com um caráter mais humanitário e trabalhando pela cultura da paz mundial, passou a chamar-se Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, com atividades, ajuda assistencial e projetos de impacto social.
Uma breve apresentação sobre o Reverendo Amilton, que foi ordenado Pastor em 1998 pela Convenção das Assembleias de Deus no Ministério de Madureira e que se dedicou ao ensino teológico pela Faculdade Batista do Brasil.
Alguns serviços humanitários prestados e relevantes: 2021, Medalha Cruz do Mérito Empreendedor Juscelino Kubitschek; Personalidade do Ano Olímpico, relevante contribuição à sociedade brasileira; 2016, Medalha Euclides da Cunha de 150 anos de Euclides da Cunha, pelo Instituto Histórico e Geográfico de Niterói; 2015, Título de Cavaleiro Comendador, outorgado pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz Mundial; 2015, Troféu Honorável Mestre das Ciências, Letras e Artes, pela Federação Brasileira dos Acadêmicos de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro; 2015, Título de Personagem do Ano, outorgado pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente; 2014, ordenado pela Ordem dos Cavaleiros de São Tiago, Título de Cavaleiro Comendador; 2011, título de Reverendo pela Ordem dos Cavaleiros de Sião.
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A Senah atuou direta e indiretamente no combate à covid desde o início da pandemia, desenvolvendo diversas tarefas e ações em circunstâncias emergenciais relacionadas ao agravamento e impacto devido ao referido momento pandêmico ao longo dos 18 meses, tais como: doação de cesta básica para mulheres em vulnerabilidade social; doação de roupas e de calçados; doação de kits de máscara de proteção respiratória, bem como fornecimento de marmitas de alimento prontas em vários Municípios do Estado de São Paulo; fomento à conscientização no combate à covid-19 e às suas eventuais prevenções por meio da divulgação de folders explicativos em nossas redes sociais e no site da organização, reafirmando a importância do uso de máscara, do distanciamento social e da higienização das mãos, especialmente com o uso frequente do álcool em gel; e promoção de diversas conferências mundiais pela paz realizadas em plataforma digital, com a participação de líderes religiosos de vários países, sempre ressaltando e elencando ações relevantes no combate à pandemia do novo coronavírus.
Adicionalmente à nossa missão de ajudar a sociedade e de conduzi-la a uma realidade mais favorável e mais humana, buscamos incansavelmente mecanismo que amenize de alguma forma o sofrimento da população. Com isso dispomos a cooperar com a distribuição de eventuais doações angariadas, ações sócio-humanitárias.
Nesse contexto e abordagem humanitários, bem como no momento de grande escassez vacinal, e numa ocasião em que o Brasil clamava por imunizantes, as supostas vacinas chegaram até nós por meio do Sr. Paulo Dominguetti Pereira, apresentando-se como representante de uma empresa americana.
O Sr. Dominguetti preliminarmente contactou um dos diretores da Senah, vindo a Brasília em seguida, apresentando-se ao Presidente da ONG no dia 16 de fevereiro, momento em que o supracitado representante externou acerca da existência da empresa Latin Air e que teria 400 milhões de vacinas AstraZeneca disponíveis para pronta-entrega em até oito dias ao custo de US$3,97.
Nesse ínterim, também falou sobre o Sr. Cristiano Carvalho como sendo representante principal da Latin Air no Brasil, um ex-gerente da Ambev e ex-diretor de um banco francês, ou seja, um executivo supostamente bem-sucedido, com escritório inclusive em São Paulo. Hoje sabemos que foram informações no mínimo equivocadas.
O Sr. Dominguetti ainda ressaltou a importância da Senah, expondo que necessitava de uma participação por tratar-se de uma instituição reconhecida, voltada para as causas humanitárias. Sendo assim, acreditava ele ter maiores possibilidades de sucesso na apresentação de ofertas das vacinas.
Dominguetti ainda mencionou que havia alguns trâmites a serem seguidos em relação a agendar reuniões junto ao Ministério de Saúde, protocolar documentos, solicitar informações e etc., mas não comentou que já havia mantido contato com funcionários do Ministério de Saúde, tendo em vista apresentar a proposta que tinha em mãos.
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Assim, diante de tal situação, foi determinado pelo reverendo ao seu secretário imediato na Senah buscar o melhor caminho, no caso uma pesquisa pela internet para se agendar uma visita ao Ministério da Saúde e apresentar a proposta inicial de vacinas à Latin Air. Para tanto, foi enviado um e-mail ao Dr. Arnaldo, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), solicitando uma agenda para o dia 22 de fevereiro do presente ano. Entretanto, certamente diante da impossibilidade de ser atendido pelo Dr. Arnaldo naquela ocasião, foi-se encaminhado para atendimento pelo Dr. Lauricio Monteiro.
Nesse momento, o Sr. Dominguetti apresentou o documento da Latin Air ao Dr. Lauricio Monteiro, e ele esclareceu tecnicamente acerca da documentação adicional necessária e que todo procedimento sobre aquisição de vacinas estava restrito ao Secretário-Executivo do Ministério, na época o Dr. Elcio Franco. Na ocasião se ressaltou acerca da colaboração da Senah na ampla divulgação da campanha de vacinação e no seu fomento. Para tanto, solicitou-se, inclusive, registrar aquele momento com fotografias para em seguida dar visibilidade por meio das redes sociais da Senah, prestando também esclarecimento em relação à segurança do uso das vacinas e destacando sua importância para debelar essa pandemia de modo a atingir o maior número de pessoas possível, dirimindo, ainda, o eventual receio de se vacinar.
No dia 24/2, a Senah, por solicitação de Dominguetti, envia um e-mail ao Secretário-Executivo Elcio Franco solicitando uma agenda e encaminhando a proposta à Latin Air, agenda essa que foi marcada para o dia 2/3.
No dia 1°/3, Dominguetti avisa aos diretores da Senah sobre a mudança da empresa fornecedora de vacina para a Davati Medical Supply, alegando que, por ter maiores condições de atender com mais rapidez os pedidos de documentos exigidos pelo Ministério da Saúde por se tratar de uma empresa de medicamentos que possuía uma larga experiência com vacinas...
Foi encaminhado e-mail para o MS. Respondeu marcando uma reunião para o dia 2 de março. Nesse dia, o secretário compareceu... Nesse dia, o secretário não compareceu e Dominguetti também faltou. Dessa forma, sem a documentação para análise, houve uma brevíssima reunião na recepção com os funcionários e assessores Flávio Werneck e Max Nóbrega. Diante da explicação de Dominguetti sobre a ausência, que foi a pane de seu carro na rodovia Belo Horizonte-Brasília, enviamos e-mail para o Ministério da Saúde solicitando uma nova reunião.
No período de 3 a 5 de março, fizeram-se alguns contatos com a Davati nos Estados Unidos, junto a seu diretor, o Sr. Herman Cardenas, no sentido de reforçar a necessidade da apresentação de toda a documentação válida e necessária, além de se ir confirmando a consistência das informações.
Durante um dos contatos, ele informou o aumento do preço unitário das vacinas, passando de US$3,50 para US$17,50. Ele, o Sr. Herman, afirmou também que tinha cobrado explicações do laboratório AstraZeneca na Índia, mas que eles não deram nenhuma explicação, limitando-se a afirmar que seus preços estavam menores que os da Moderna e da Pfizer. Ressaltando ainda que a Sinovac era US$35, disse ainda o Sr. Herman que o laboratório tinha lhe dito que era pegar ou largar.
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Então, em consequência do contato com o Sr. Herman da Davati, solicitou-se a confirmação da FCO com os novos preços, pois a proposta encaminhada ao MS estava com o preço antigo. Tanto o Sr. Dominguetti quanto o Sr. Cristiano diziam a necessidade de um aceno positivo por parte do Governo, referindo-se a uma carta de intenção de compra para a disponibilização das vacinas, antes mesmo do envio dos documentos exigidos pelo Ministério da Saúde para a devida análise. Esta era sempre a justificativa para o não envio da documentação.
No período de 8 a 11 de março, continuaram solicitações de documentos comprobatórios da existência das supostas vacinas e sua disponibilização. No dia 11/03, foi expedido pela Senah ao Sr. Herman, Davati, um e-mail informando sobre a reunião do dia 12 com o Secretário-Executivo, solicitando a presença dos representantes da Davati com toda a documentação necessária. Essa reunião se deu com a ajuda do Dr. Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil, que tinha uma audiência naquele dia e aceitou compartilhá-la conosco.
Nessa reunião, que teve a participação do Reverendo Amilton, do Sr. Dominguetti Pereira, do Cristiano Carvalho, dos servidores, dos Srs. Pires e Max, do Dr. Helcio Bruno e do Secretário-Executivo, foi extremamente objetivo, afirmando que ele conversara diretamente com o laboratório e que eles afirmavam não ter vacina em grande quantidade disponível. Com isso, o Secretário reafirmava que precisava de um documento deles, a AstraZeneca, corroborando que a Davati possuía de fato as vacinas mencionadas. Como esta empresa americana estava afirmando ter, por meio dos seus representantes, os Srs. Dominguetti e Cristiano Carvalho, após essa explanação, o Secretário saiu da sala.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Sr. Amilton, essa reunião foi quando?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Essa reunião foi dia 12.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Doze de março?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Doze de março.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Com o Secretário Elcio Franco?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Com o Secretário Elcio Franco.
Diante de tal assertiva das informações trazidas pelo Secretário da inexistência de documentação pertinente por parte da empresa Davati, a Senah pensou seriamente em encerrar a sua participação nesse episódio de apresentação de vacinas para o Ministério da Saúde. Entretanto, diante de novas informações trazidas pelos representantes da Davati, aliado à diminuição de preços, acreditamos que, de fato, existiam as vacinas para pronta entrega.
No dia 24 de março, enviamos novamente um e-mail ao Ministério da Saúde apresentando uma nova proposta de aquisição de vacinas. Desta feita - da AstraZeneca e da Janssen -, com o valor de US$11, sendo que não obtivemos resposta até a presente data.
Hoje, com a série de eventos divulgados, entendemos que fomos usados de maneira ardilosa para fins espúrios e que desconhecemos. Vimos um trabalho de mais de 22 anos de uma ONG, entidade séria, voltada para ações humanitárias, educacionais, jogado na lama, trazendo prejuízo na sua credibilidade e atingindo seus integrantes nas relações profissionais e familiares.
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Agradeço a todos por esta oportunidade de abertura e de explanação, como meio de esclarecer a todos os Senadores e Senadoras.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Obrigado, Sr. Amilton.
Sr. Relator, Senador Renan Calheiros...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, nós vamos fazer ao Sr. Amilton Gomes de Paula algumas perguntas em função de fatos verificados aqui nesta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Em primeiro lugar, eu gostaria de saber há quanto tempo V. Sa. atua na negociação de vacinas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Bom, eu... Na verdade, eu não estava negociando vacinas. Eu estava ali indicando alguém que teria essas vacinas.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor nunca havia negociado ou colaborado, facilitado a negociação de vacinas junto ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De forma alguma, Senador.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, a negociação de vacina não é parte ou é parte do escopo de atuação da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Bom, a negociação de vacinas pela Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários... Eu desconheço essa narrativa. O trabalho da Senah, como foi procurado pelo Sr. Dominguetti e pelo Sr. Cristiano, é um trabalho humanitário. Então, a priori, quando eles vieram conversar conosco, nós abrimos, assim, uma conversação, porque sabíamos que esse preço a R$3,50... E colocaria essa disponibilização de vacinas ao Brasil. Nós fomos esses... Fomos esses que, na verdade, indicamos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - A que entidades ou governos V. Sa. levou a oferta de vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós levamos ao MS, ao Governo brasileiro. Indicamos que haveria a possibilidade de colocar ao Brasil.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Levou ao Governo brasileiro, ao Ministério da Saúde, a oferta de vacina. Apenas ao Governo brasileiro? Ou levou a outros governos de outros países? Com quais deles V. Sa. fechou acordos?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Bom, a Senah fez um evento em 2019. Ela inaugurou a Embaixada Mundial pela Paz, com vários embaixadores que compareceram. E nós tínhamos contatos com esses embaixadores. Então, na oportunidade, nós conversamos com a diretoria que seria possível também não só disponibilizar vacina para o Brasil, como também encaminhando para algumas embaixadas.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Quais foram os embaixadores que compareceram?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - No dia 19?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sim, no dia da inauguração.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Em 2019? Aí eu não tenho a lista desses embaixadores, mas muitos embaixadores...
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O Senado foi convidado, a Câmara foi convidada. Nós tivemos uma inauguração assim muito... Para demonstrar o nosso trabalho social aqui em Brasília.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não lembra os embaixadores de quais países que estavam presentes?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não lembro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Em depoimento a esta Comissão Parlamentar de Inquérito, o Sr. Cristiano Carvalho disse que essa negociação tomou uma dimensão muito grande através do Reverendo Amilton, que fez um grande trabalho com a representação de vacinas aqui no Brasil. Muitas Prefeituras do Brasil inteiro e até Estados começaram a procurar a Davati a fim de resolver a questão da falta de vacinas. Ele soltou algumas mensagens, logicamente com o conhecimento deles, oferecendo produto em âmbito nacional. A partir daí, a gente tomou preocupação pela dimensão que a negociação teve e alcançou.
Eu queria saber, em função... Quais eram as características das ofertas que V. Sa. levava aos interessados pelas vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Senador, eu desconheço, assim, essa amplitude aonde nós chegamos com Governadores, com Prefeitos ou Prefeituras. Eu desconheço. Eu não conversei com nenhum Governador, eu não conversei com nenhum Prefeito, eu não conversei com nenhum Município. Foi colocado à disposição primeiro para o MS (Ministério da Saúde).
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Certo.
E V. Sa. intermediou a venda de vacinas com governos ou autoridades de outros países?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Na primeira reunião, quando Dominguetti veio a Brasília, em 16 de fevereiro, ele abriu essa exposição desse lote de 400 milhões, ele fez uma reunião com a Diretoria da Senah. E nós fizemos uma reunião preliminar, estudamos essa questão da vacina que estava à disposição - era uma quantidade muito grande - e, no primeiro momento, assim nós, do dia 16, fizemos uma reunião dia 17, fizemos uma reunião também dia 18, e nós decidimos fazer esse encaminhamento. E esse encaminhamento foi feito, sim, por e-mail. Nós fizemos esse encaminhamento para o SVS. Fizemos uma pesquisa pela internet e encaminhamos para o SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde).
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Fora do microfone.) - SVS?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - SVS.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Do Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Do Ministério da Saúde.
Então, nós fizemos um e-mail, encaminhando o Sr. Dominguetti para uma reunião lá no SVS.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Tá.
V. Sa. encaminhou o Dominguetti. Agora, como V. Sa. chegou ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Como nós chegamos ao SVS?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sim, ao Ministério da Saúde. Se já tinha relação anterior... Com quem conversava? Como que V. Sa. chegou ao ministério para se alçar à condição de poder encaminhar pessoas?
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O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Qual o seu acesso ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nós chegamos à SVS... Aqui, eu sou de Brasília, o Ministério da Saúde fica aqui na Esplanada, e a SVS fica no PO. Ela não fica aqui. Então, nós encaminhamos um e-mail para a SVS, dia 22, e fomos respondidos para encaminhar essa demanda. E a reunião aconteceu no dia 22 de fevereiro na SVS.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Perdoem, Presidente...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por favor, pode...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Para interpelar.) - ... e Senador Renan.
Reverendo, o que nós gostaríamos de saber não era o endereço nem como o senhor foi, se foi de Uber ou de táxi, mas nós queremos entender o porquê da sua relação prestigiosa com o Ministério da Saúde de tal forma que V. Sa. viesse a intermediar e a apresentar pessoas ao Ministério da Saúde. O que nós queremos entender é como a Senah, que é uma secretaria com fins humanitários, tinha capacidade de fazer essa interface e com tanto prestígio, a fim de apresentar o Sr. Dominguetti, que nunca vendeu uma Cibalena, ao primeiro escalão do Ministério da Saúde.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É, a nossa apresentação... Apresentar o Dominguetti ao Ministério da Saúde foi de forma formal, via e-mail, e conduzindo o Dominguetti a essa reunião.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas a pergunta é a seguinte, para apresentar alguém, em qualquer lugar, sobretudo ao Ministério da Saúde durante o enfrentamento de uma pandemia, se pressupõe que já há um contato com aquele órgão ou com autoridades daquele órgão...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Alguma familiaridade.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Alguma familiaridade. Senão, como apresentar alguém sem essa familiaridade? Como V. Sa. chegou ao ministério, aos contatos com o Ministério da Saúde anteriormente, de modo a poder, na sequência, apresentar o Dominguetti e o Dominguetti ser recebido com V. Sa. em reuniões várias? Inclusive em reuniões de negociação da vacina.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu não... Assim, eu não tinha contatos, os contatos que eu tinha eram sempre de forma formal, de forma eletrônica. É o que eu acreditava... A minha aproximação em conduzir o Dominguetti, em conduzir a Davati ou o Cristiano era de forma formal.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Só para entender, o senhor preparou um e-mail e, no e-mail, disse: "Olhe, tem um pessoal aqui oferecendo vacina. Vocês estão dispostos a recebê-lo?". Foi assim?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Foi. Foi feito um e-mail, encaminhamos o e-mail. Nós estamos diante de uma escassez de vacina a nível mundial. Nós conversamos isso no dia 16, no dia 17, no dia 18 nós encaminhamos o e-mail eletrônico de forma formal.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não... Dia 16, o senhor conversou com quem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Dia 16...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Com o Dominguetti.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, o Dominguetti veio de Belo Horizonte, abriu essa conversa, mostrou esta empresa Latin Air, e nós fizemos essa reunião para...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Dia 16, o senhor recebe o Dominguetti. Dia 17, o senhor manda o e-mail. É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, nós enviamos o e-mail dia 22. Está aqui.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mandou o e-mail dia 22. O e-mail encaminhou para?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós encaminhamos para...
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O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Se o senhor me permitir, Sr. Relator, no e-mail aqui está:
Informações técnicas da vacina AstraZeneca/Oxford.
De: Reverendo Amilton Gomes.
Agenda: Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Excelentíssimo senhor, vimos pelo presente solicitar agendamento para as 16h...
O senhor determinou horário, estabeleceu horário?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, se houvesse possibilidade de...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, aqui já está o horário estabelecido.
Vimos pelo presente solicitar agendamento para as 16h30 da data de hoje [o senhor mandou no dia 22] com o Reverendo Dr. Amilton Gomes de Paula, Presidente Nacional da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, para tratar de apresentação e possível negociação da vacina AstraZeneca/Oxford de forma humanitária para o Governo brasileiro.
A reunião foi no mesmo dia?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A reunião foi... Nós fomos para a reunião às 16h no mesmo dia.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor, então, mandou e-mail às 12h, apontou o horário de que a reunião teria que ser às 16h30, às 16h30 já foi recebido.
Eu queria essa eficiência do serviço público para a Pfizer...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Para a Pfizer.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Eu queria essa eficiência.
O senhor apontou o horário que queria ser recebido...
E só me diga uma coisa, Sr. Amilton: o que é venda de vacinas de forma humanitária?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós já havíamos discutido isso num primeiro momento com o Dominguetti, e esse preço seria o preço menor disponível para o mundo, a 3,50.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Quais foram as pessoas que possibilitaram ou facilitaram a realização de reuniões de V. Sa. com membros do Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu preciso entender, porque nós estivemos no Ministério da Saúde algumas vezes. Então, a primeira vez que nós estivemos no MS foi via um e-mail solicitado. Agora já não é a SVS, a SVS... Nós encaminhamos para o Dr. Arnaldo, o Dr. Arnaldo Correia não pôde nos receber nesse dia 22. E, já no mesmo dia 22, nós aguardamos ser recebidos e fomos recebidos pelo Dr. Lauricio Monteiro. Quando nós conversamos com o Dr. Lauricio Monteiro, ele fez um agradecimento, e nós fizemos, num segundo momento... A gente... Pedimos a ele um esclarecimento de como seria, e ele disse a mim que seria com o Ministério da Saúde, não era com a SVS. Aí nós nos organizamos para fazer um segundo momento, que era encaminhar o e-mail para o Ministério da Saúde e ali... Para a Secretaria Executiva, o gabinete da Secretaria Executiva. E encaminhar o e-mail. E assim nós fizemos esse e-mail. Esse e-mail foi enviado para o Ministério da Saúde.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - É, porque a quem cabia conduzir a negociação para a aquisição de vacinas era a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde.
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Nós estamos fazendo essas perguntas pelo seguinte... Eu perguntei, quando esteve aqui o Cristiano Carvalho: "O Reverendo Amilton não era do Ministério da Saúde, não é, Cristiano?". Ele falou: "Não, Senador". Aí eu disse em seguida: "Ele era só representante de algumas pessoas do ministério?". Ele disse que "sim". Então, o que significa dizer que o senhor já conhecia algumas pessoas do ministério ou do Governo. Com que pessoas o senhor agendou essas reuniões, por que meios, se foi apenas pelo e-mail enviado ou fez alguns outros contatos ou outros telefonemas? Isso é um dado muito importante para o esclarecimento que se quer na investigação.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, aqui mesmo nesta Comissão, áudios do próprio Dominguetti com o Cristiano diziam que eu não tinha conhecimento, que eu não conhecia pessoas que pudessem conduzir ou abrir agenda em ministérios em relação a vacinas. Então, todas as indicações conduzindo o Dominguetti e o Cristiano ao ministério foram via e-mails e plataformas digitais.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quantas vezes o senhor esteve no Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu estive três vezes.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Três vezes? Por ocasião da negociação das vacinas?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Foi a primeira vez que o senhor esteve no Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Olha, eu estive na SVS uma vez, no dia 22. Eu estive no Ministério da Saúde, a segunda vez, no dia 2, porque nós enviamos um e-mail no dia 24 para conduzir o Dominguetti e apresentar toda a documentação, porque fomos orientados a levar a documentação. Essa documentação é uma documentação direta. O Governo não comprava de terceiros, o Governo comprava direto do laboratório. E o Dominguetti e o Cristiano diziam ter essa documentação junto à Davati. Então, eu estive três vezes: dia 16, dia... Não, eu estive dia 22 na SVS - no dia 16, foi a reunião -, eu estive no dia 2 e no dia 12.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Com que pessoas V. Sa. se reuniu no Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Em qual ocasião, nobre Senador?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nessas...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Nas três.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... ocasiões todas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É... Não, no dia 22, foi na SVS, a que fomos conduzidos. No dia 2, nós estivemos para levar uma proposta da Davati...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - No primeiro dia, conversou com quem, por favor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No primeiro dia, foi com o doutor... Era Arnaldo Correia, que não pôde nos receber, e aí fomos recebidos pelo Dr. Lauricio Monteiro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E no segundo dia?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No segundo dia, nós estivemos lá no ministério, enviamos um e-mail dia 24 e recebemos uma resposta para sermos atendidos dia 2. Lá nós fomos recebidos por dois assessores, mas o Dominguetti não pôde ir, alegando pane no seu carro - então, ele não pôde ir. Então, no dia 2, nós fomos recebidos e, no dia 12, nós fomos recebidos também nessa oportunidade. Então, eu estive lá três vezes no ministério.
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O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Qual a sua relação com o Sr. Arnaldo Correia de Medeiros, Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Só corrigindo o nome, eu creio que é Lauricio Monteiro, nobre Senador. Arnaldo...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, eu vou perguntar em seguida. O senhor falou Arnaldo...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Arnaldo Correia é o Diretor... O Secretário da SVS. E o Diretor é o Lauricio Monteiro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sim, eu perguntei qual a sua relação com o Sr. Arnaldo Correia de Medeiros?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nenhuma. Nenhuma relação.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não tem relação? Não o conhecia antes?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor. Não tenho nenhuma relação.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E qual a sua relação com Lauricio Monteiro Cruz, ex-Diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Também nenhuma relação.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não o conhecia antes?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não o conhecia. Conheci o Dr. Lauricio no dia 22.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - O senhor não tinha relação, mandou um e-mail ao meio-dia e foi recebido às 16h30, de imediato?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Se houvesse possibilidade de ser atendido no dia 16, sim... No dia 22.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Exatamente. Eu repito: o senhor alega aqui que não tinha nenhum tipo de relação. O senhor manda um e-mail às 12h39, aponta o horário para ser recebido às 16h30, e logo de imediato é recebido? Ninguém perguntou do que se tratava, qual era o tema?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não... Na reunião do dia...?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Ele falou que era vacina.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Vacina.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É, mas ninguém aprofundou as informações? Ninguém no Ministério da Saúde perguntou quem era o senhor, qual era a empresa, de onde vinha? Não aprofundaram pelo e-mail? Só o senhor marcou e já foi de imediato, no mesmo dia, duas horas depois?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós enviamos o e-mail e fomos recebidos.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, isso eu sei. Essa é a parte que eu sei. Eu estou querendo saber... Eu estou querendo descobrir aqui... O senhor está afirmando que não tinha relação com ninguém. Manda um e-mail às 12h30, o e-mail é recebido, o senhor aponta o horário para ser recebido, e 16h30 o senhor é recebido?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho nenhuma relação com o Dr. Arnaldo Correia e nem com o Dr. Lauricio Monteiro.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, Sr. Amilton, nós entendemos isso. Só que o que nos espanta aqui nesta Comissão Parlamentar de Inquérito é que farmacêuticas do mundo todo, que estavam vendendo vacinas diretamente, não tiveram esse tratamento. O Instituto Butantan não teve esse tratamento, a Pfizer não teve esse tratamento, a Janssen...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mandou mais de 40 mensagens.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É, a Pfizer teve 101...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sequer uma resposta teve. Mais de 100 mensagens, sequer uma resposta teve.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Acho que senhor teve muita sorte. É um fenômeno isso. É um fenômeno.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E o Presidente da República, como o senhor sabe, desdenhava das vacinas, não queria comprar as vacinas, achava que vacinas não tinham eficácia e que não precisava de vacina no caso do Brasil, porque a imunização teria que ser coletiva, natural. O que chama a atenção é como a Pfizer não conseguiu ser recebida pelo Ministério, nem o Butantan, nem a OMS também, porque ofertou 50% do número de vacinas da população brasileira...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Nem o consórcio internacional Covax Facility.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nem o consórcio internacional. E, com toda a presteza, no mesmo dia em que V. Sa. pediu, o Ministério da Saúde o recebeu.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Num intervalo de duas horas.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Num intervalo de duas horas.
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE) - Sr. Presidente, só para registrar...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Alguém o mandou, alguém recomendou o seu recebimento pelo ministério?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, senhor.
O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE) - Sr. Presidente...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor atribui a que esse prestígio? O senhor não conhecia ninguém lá...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Olhe, nobre Senador, nós fizemos uma pesquisa e, dentro dessa pesquisa, nós encaminhamos - pedi para o meu assessor encaminhar - esse e-mail. Ele fez o encaminhamento. Eu creio que, pela urgência da demanda, da escassez, do que nós estávamos vivendo, nós fomos recebidos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Que autoridade ou agente público lhe deu aval para procurar ou apresentar vendedores de vacina para o Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nenhum agente público.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ninguém, absolutamente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ninguém.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E como o senhor explica isto: que, enquanto o ministério se recusava a receber a Pfizer ou a OMS ou o Butantan, o senhor fora recebido no mesmo dia que marcou com Dominguetti e com outras pessoas mais?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós abrimos... No dia 22, nós abrimos essa conversa. Nós sentamos lá na SVS e falamos a respeito da importância da vacinação e da importância de esclarecer o que é a vacinação. Então, eu fui ali como embaixador, mas eu estava ali num lugar errado, que era exatamente o Ministério da Saúde aqui da Esplanada... Eu estava lá no PO, era na Esplanada. Então, eu tinha ido a um local errado.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - O senhor foi como embaixador?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim, eu expliquei... Eu fui como Embaixador Mundial da Paz e, ali junto, eu expliquei sobre essa importância da vacinação nessa reunião, expliquei da importância também de levar isso para as redes sociais...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor podia só explicar este título de Embaixador Mundial da Paz? É designado pelo...?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É, isso, é só para reiterar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu recebi aqui nesta Casa em 2019, num grande evento. Vários Senadores estavam presentes, Deputados estavam presentes. Foi um evento...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Qual o nome da instituição?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O nome da instituição?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - UPF, federação mundial pela paz. O evento foi feito aqui no Congresso Nacional.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É uma instituição intergovernamental? É uma instituição não governamental?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É uma das maiores instituições religiosas do mundo, desde a Coreia do Sul... Nós fazemos trabalho humanitário no mundo inteiro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Para interpelar.) - Então, o senhor não... Respondeu que ninguém lhe deu o aval para procurar e apresentar os vendedores de vacina ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Perdão, Senador. Por favor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor confirma que nenhuma autoridade ou agente público lhe deu aval para procurar ou apresentar vendedores de vacina para o Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nós tivemos três situações. Então, estou aqui para expor as três situações.
Eu gostaria só que o senhor repetisse, por favor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Eu perguntei que autoridades ou agentes públicos lhe deram aval para procurar e apresentar vendedores de vacina ao Ministério da Saúde.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não recebi nenhum aval de nenhuma autoridade ou agente público.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. confirma que se encontrou com Elcio Franco?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No dia 12, nós estivemos em uma reunião, uma reunião compartilhada.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E, nessa reunião compartilhada, fez oferta de vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós apresentamos uma proposta. Essa proposta foi a proposta dos 400 milhões de doses. Estava, na reunião, o Coronel Elcio Franco. Ele apresenta essa demanda. Nós apresentamos essa demanda, mas, de uma certa forma, foi muito rápida essa reunião, porque ele perguntou se tinha o documento da AstraZeneca que estava...
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O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Quem mais estava na reunião? Quem mais estava na reunião?
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Qual é o dia dessa reunião?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Essa reunião foi no dia 12.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Doze de março.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Doze de março.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Quem mais estava na reunião?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Estava, nessa reunião, Dominguetti Pereira, Paulo Luiz Dominguetti Pereira. Nessa reunião, estava o Cristiano Carvalho, o Secretário Elcio Franco. Eu estava também presente. Estava presente o Coronel - eu não sei se é Coronel ou servidor -, o Pires, nessa reunião.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Coronel Pires. Coronel Pires.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Estavam nessa reunião também assessores, o Max Nóbrega estava em pé. Tinha umas dez pessoas dentro dessa sala de reunião. O Elcio Franco entrou rápido, o Ministro...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O Coronel Helcio...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Coronel Elcio Franco entrou.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não. O Coronel Helcio, do Instituto Força Brasil, não estava?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Coronel Helcio... O Dr. Helcio Bruno, não é?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Isso.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O.k. Estava.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Estava.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Estava também?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Estava presente.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É importante, porque o Sr. Cristiano tinha relatado a presença do Sr. Helcio, representante do Força Brasil.
E qual era o papel dele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Do Cristiano?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, do Helcio, do Coronel Helcio, do Instituto Força Brasil.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Coronel Helcio Bruno?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sim, o próprio.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi uma reunião compartilhada. Nós conversamos, no dia 9, sobre algumas demandas de projetos humanitários. Eu tenho quase 400 projetos. No instituto, no dia 9, nós falamos sobre projetos de resíduos sólidos, vários projetos que nós temos, e um dos assessores do Coronel Helcio Bruno tinha um projeto também. Então, nós estendemos essa conversação. Ele falou a respeito de uma apresentação da PL de vacinas para empresas, como funcionaria de 50%...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Essa informação é importante. Ele falou da PL?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, que iria colaborar com o Governo sobre essa PL.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Projeto de lei, não é?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar. Fora do microfone.) - De que seria?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sobre vacinas para empresas, com 50% de doação para o SUS.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Era uma PL que estava tramitando aqui no Congresso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu creio que sim. Eu creio que sim.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, de compra de lei para o setor privado.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ele falou disso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele falou na reunião do dia 9.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Junto com ele e aí nós conduzimos... Ele falou que haveria possibilidade de conduzir e abrir, nessa reunião, a possibilidade de apresentar, já que nós estávamos com urgência, os 400 milhões de doses.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sr. Relator, o senhor me permite? Só para... Sr. Amilton, só para procurar entender. O senhor fala... A reunião é no dia 12. O senhor fala, no dia 9, com o Helcio, do Instituto Força Brasil. O Helcio, do Instituto Força Brasil, fala de um projeto de lei que estava tramitando aqui no Congresso Nacional para aquisição de vacinas pelo setor privado. É isso?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Havia uma demanda nesse sentido.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sim, perfeito. Ele fala sobre isso, certo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Certo.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, só para continuar a linha de raciocínio, veja: ele fala... É esse assunto? Ele vai à reunião por conta desse assunto? Esse assunto é tratado na reunião com o Coronel Elcio Franco?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, existia uma pauta no Ministério da Saúde sobre essa demanda; e, na segunda demanda, falaria a respeito da vacina.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, existia o interesse do Ministério da Saúde nesse projeto?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De como disponibilizaria a vacina para o setor privado.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E qual o interesse do Instituto Força Brasil nesse projeto?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não entendi, nobre Senador.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Qual era o interesse do Instituto Força Brasil, do Helcio, nesse projeto?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não sei qual o interesse. A reunião deles estava marcada, e nós fomos convidados. A nossa reunião era para o dia 16 e, se houvesse possibilidade de encaixar... Então, ele abriu o espaço. Mas vale ressaltar que o Secretário nos recebeu e falou assim, muito rápido: "Tem o documento da AstraZeneca? Porque eu converso direto com o laboratório; eu não converso com intermediários. Eu converso direto lá, e lá fala que não tem vacina". E aí ele se retirou da sala e não deu mais demanda nenhuma.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E sobre o projeto ninguém falou, já que ele, do Instituto Força Brasil, ia para a reunião por conta do projeto?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, foi falado no primeiro momento...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E foi falado o quê?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não entendi.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Foi falado o quê?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi falado sobre a lei e de como seria. E aí as empresas estavam se organizando para saber como seria essa manutenção.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Só para comunicar, Sr. Relator e colegas Senadores, esse projeto é o projeto da vacinação privada, que era defendida pelo Sr. Wizard e pelo Sr. Luciano Hang e que felizmente aqui...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Foi aquele que nós não permitimos a votação aqui no Senado.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Nem chegou a ser votado.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Exatamente. Nós permitimos que não fosse votado. No Colégio de Líderes, foi definido não pautar a votação.
Mas é importante, porque vem uma informação nova. O Instituto Força Brasil estava nessa reunião com o Sr. Elcio Franco por conta desse projeto.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Respondendo à Senadora Leila Barros, o Cristiano disse: "Nesse encontro estávamos presentes - eu vou começar pela cúpula do Ministério da Saúde - o Coronel Pires, o Coronel Boechat [o senhor confirma a presença dessas pessoas?], o Coronel Elcio Franco...".
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nessa que participou o Instituto Força Brasil: o Coronel Elcio Franco, o Coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil, e o Reverendo Amilton.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Bom, eu não me lembro de todos os personagens...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor já citou alguns. Eu estou só fazendo um exercício de memória com o senhor para ver se o senhor lembra os demais, já que foram citados, respondendo a uma pergunta da Senadora Leila aqui nesta Comissão Parlamentar de Inquérito: o Reverendo Amilton, Dominguetti e o advogado do Instituto Força Brasil.
Respondendo também à Senadora Leila, a Leila perguntou:
O senhor citou que foram tentados dois caminhos para a venda de vacinas - já falou algumas vezes aqui também - junto ao Ministério da Saúde: um seria através do Coronel Blanco e Roberto Dias, que contou com a intermediação do Reverendo Amilton; o outro, que chegou ao Coronel Elcio Franco por intermédio do Instituto Força Brasil, liderado pelo Helcio Bruno [Coronel Helcio Bruno]. Sobre isso, eu pergunto ao senhor: o senhor confirma essa informação? A Senadora perguntou ao Cristiano. Ele, respondendo à Senadora, disse: "Confirmo essa informação, só faço um complemento de que o Força Brasil estava ainda na reunião, fez a agenda e esteve no compromisso por solicitação do Reverendo Amilton".
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V. Sa. negocia ou negociou outros produtos de saúde junto ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu não confirmo essa narrativa dessa contextualização, eu não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - As pessoas presentes o senhor não confirma? O senhor falou que tinha umas dez pessoas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, que o senhor falou a respeito...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Eu estou apenas citando os nomes já citados por um outro participante da reunião.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É porque o senhor falou duas linhas e o senhor citou o Coronel Blanco.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, a Senador Leila que fez essa pergunta...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, sim.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ao Cristiano, e ele confirmou as perguntas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, eu não conheço o Coronel Blanco, eu não conheço... Desconheço essa...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não conhece o Roberto Dias?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, o Roberto Dias...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Roberto Ferreira Dias, Diretor de Logística.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Roberto Dias... Eu não me lembro do Roberto Dias - não me lembro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas ele estava presente na reunião?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não estava presente na reunião?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não estava.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Tá. V. Exa...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não conheço o Coronel Blanco - não conheço. Eu não conheço... Eu não me lembro do Roberto Dias, eu não me lembro desse pessoal. O que eu estava... A única pessoa que foi comigo, no dia 12, somente no dia 12, foi o Coronel que foi o Dr. Helcio Bruno. Eu não conheço.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Levado pelo senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, não foi levado por mim.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Foi ele que pediu? Foi convidado por quem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele foi... Era uma agenda que ele tinha, e, nessa agenda que ele tinha, ele decidiu compartilhá-la conosco.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, eu acho que isso é fundamental para eu entender. O intermediador da reunião foi, então, o Coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil? Certo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - De onde o senhor conheceu o Coronel Helcio Bruno, por favor? Desculpe aí.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por favor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu conheci... Eu tenho muitos projetos. Nós fomos falar sobre projetos com o Marcelo, do instituto, e, na oportunidade, nós conversamos sobre essa agenda, mas nós já tínhamos uma agenda...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Antes do dia 12, antes do dia 12?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu já havia... Foi dia 9, nobre Senador.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Foi dia 9.
Não, mas a pergunta é: quem, então, articulou a reunião foi o Coronel Helcio Bruno?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pronto.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele tinha uma agenda.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - E dividiu.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Essa agenda ele compartilhou conosco.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E dividiu, perfeito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas eu não conheço o Coronel Branco, nunca o vi nem sei quem é.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Para interpelar.) - Meu Presidente, meu Relator, me perdoe, mas, Reverendo, o senhor colocou que o senhor foi procurado pelo Dominguetti, pelo Cristiano - está certo -, e que o senhor, por razões humanitárias, intermediou. O que eu não consigo, até agora, entender, é, sem uma comprovação, seja da AstraZeneca, seja de que laboratório... O tempo passou, e ficou demonstrado que o que havia eram muitos oportunistas. Como é que o senhor se sente tendo sido intermediário de questões que tentaram, inclusive, estabelecer um sobrepreço de US$1 sobre uma vacina?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu desconheço esse preço de US$1 que ofereceram, eu desconheço. Nós não... Não é da apresentação em que nós estávamos. Nós estávamos...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Mas essa denúncia foi feita nesta CPI pelo Dominguetti, que o senhor colocou como sendo a pessoa que lhe trouxe para esse processo de vacina.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Dominguetti mesmo... O Cristiano falou aqui, nessa mesma Comissão, que tinha essas duas frentes. Eu conheci o Dominguetti dia 16 de fevereiro e eu só fui conversar com o Cristiano...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Qual é a sua relação exatamente com (Fora do microfone.) Luiz Paulo Dominguetti, complementando a pergunta do Senador Eduardo Braga?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, a minha relação foi quando ele veio no dia 16, eu somente o conheci no dia 16 de fevereiro. Ele veio a Brasília e apresentou, junto à minha diretoria, essa demanda da vacina. Eu conheci o Cristiano somente depois, no dia 1º, quando foi... Eu pedi pra abrir a conversação também com os Estados Unidos, e aí eu conversei com o Dr. Herman Cárdenas em dois momentos: eu conversei com o Dr. Herman Cárdenas no dia 1º e conversei com o Dr. Herman Cárdenas no dia 5, e ele garantiu que tinha as vacinas.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Me perdoe, Relator, mas, no domingo, num programa de televisão, esse mesmo Sr. Herman Cárdenas disse que o que ele tinha era uma prioridade de alocação. Isso não é vacina. Ele não tinha nem contato com a AstraZeneca.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Ele tinha um contato com uma pseudoempresa, e até hoje ele não revelou o nome.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, ele afirmou que tinha a vacina.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Pois é, mas ele agora, em vídeo público, notório, muda a sua versão e diz que o que ele tinha era prioridade de alocação.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O que ele lhe deu como garantia para assegurar que isso era verdade?
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Por que o instituto do senhor, com a credibilidade que tem, imagino eu, com tantos anos aí de serviços humanitários prestados, por que V. Sa. se envolve com um verdadeiro golpe? A isso não tem outro nome pra dar. Não tem outro nome pra dar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, nós enviamos um e-mail para o Herman... Antes dessa reunião, nós enviamos um e-mail ao Herman, convidando-o a vir ao Brasil com toda a documentação. Então, no dia 1º ele fala a respeito...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar. Fora do microfone.) - Primeiro de março, é?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, eu enviei o e-mail pra ele no dia 11. Foi encaminhado...
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Para interpelar.) - Onze de...?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Onze de março.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Março.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi encaminhado o e-mail pra ele, convidando ele e o Cristiano para estarem aqui na reunião. Até então, eu não conhecia o Cristiano presencialmente, somente o Dominguetti. O Cristiano eu conheço dia 1º de março. Então, foi enviado um e-mail pra Davati, convidando o Sr. Herman, com toda a documentação, e o Cristiano, dia 11.
O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Hoje, depois de todos os fatos, o senhor se sente usado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Olha, o que foi colocado na mídia, o que foi... Eu me sinto hoje uma... Eu não tenho palavras, nobre Senador. Eu sou de Brasília, o meu pai trabalhou nessa construção da Capital do Brasil, eu estou aqui sem palavras.
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O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES. Para interpelar.) - Mas o senhor falou que a Davati ia realizar doações para a Senah caso fosse feita essa venda. Qual seria o valor dessa doação para a Senah?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Ele falou de doação, mas não se referiu à quantia.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Daí o interesse do senhor em participar dessa negociação. Por isso que o senhor não checou a fonte.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas a Senah...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - E havia uma promessa de que a Senah ia receber uma doação, óbvio que o senhor teve interesse em que fosse concretizado, tanto é que o senhor enviou cartas aos Governadores.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Interesse humanitário.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - De doação, não é?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Como qualquer instituto vive de doação, nobre Senador.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - O senhor já recebeu doações?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nunca recebi doação.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - A Senah não recebe doações de pessoas físicas ou jurídicas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ela faz os eventos de parceria. Nós fazemos eventos de parceria. Nós fazemos com parceria.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - E qual era o preço dessas vacinas oferecidas à Senah, aos Governadores e Prefeitos?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Gente, o senhor não sabe de nada.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Por que, então, V. Sa. levou o Sr. Dominguetti ao Ministério da Saúde? Só para dar ênfase à sua resposta.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Acreditando que o Dominguetti tinha as vacinas.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Acreditando que ele tinha vacinas.
E qual foi a motivação para tanto e o que lhe foi oferecido em troca da aproximação com o Governo Federal pelo Dominguetti?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O senhor poderia repetir de novo?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Eu perguntei, em primeiro lugar, por que V. Sa. levou o Sr. Dominguetti ao Ministério da Saúde e, em segundo, eu perguntei qual foi a motivação para tanto. Teve algum motivo para tanto? E o que lhe foi oferecido em troca da aproximação com o Governo Federal, já que foi V. Sa. que o levou ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A motivação nossa era colocar essa demanda de vacina para o Brasil.
Em relação ao Governo, eu não tinha assim tanto contato, tanto que os nossos e-mails foram feitos através de plataforma digital. Os nossos encaminhamentos - todos os encaminhamentos - foram feitos plataforma digital.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. ou a Senah têm contas no exterior?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não temos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não têm contas no exterior?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não temos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Que tipo de acordo ou acerto V. Sa. firmou com a Davati, reforçando a pergunta do Senador Fabiano, para que encaminhasse Dominguetti ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, o senhor poderia repetir a pergunta anterior, por favor?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Que tipo de acordo ou acerto V. Sa. firmou com a Davati para que encaminhasse Dominguetti ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É porque... Tem como o senhor repetir de novo, por favor?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Que tipo de acordo ou acerto V. Sa. firmou com a Davati para que encaminhasse Dominguetti ao Ministério da Saúde? É um pouco do que foi perguntado pelo Senador Contarato.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós não fizemos nenhum acordo, não foi feito. A Davati nomeou o Cristiano e o Cristiano precisou da nossa ajuda para divulgar.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não conhece ninguém do Governo Federal? Tem interlocução com ninguém no âmbito do Governo? Tem aproximação com ninguém?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu não conheço ninguém do Governo Federal.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ninguém próximo ao Presidente?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ninguém próximo ao Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - O senhor nunca teve nenhum registro fotográfico com alguém próximo do Presidente? O senhor tem certeza disso? Preste atenção.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É... Não tenho... Eu não me lembro disso.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ah, o senhor não lembra?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não me lembro.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então o senhor não tem nenhum registro fotográfico com ninguém próximo do Presidente da República ou com alguém do Governo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, se eu tenho, em eventos, eventos corriqueiros, eu não sei. Eu devo ter com...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ah, o senhor deve ter?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Devo ter fotos.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor primeiro disse que não tem. O senhor acha que tem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, fotos num evento ou num coquetel em que você está junto, você vai...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Autoridades pedem para bater fotos com o senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então o senhor afirma que não tem nenhuma relação, nenhuma proximidade?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, eu não tenho nenhuma aproximação e nenhum relacionamento.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito, vamos ver na sequência.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Quando nós perguntamos ao Cristiano qual é a relação da Davati com o Reverendo Amilton Gomes de Paula, ele respondeu a esta Comissão Parlamentar de Inquérito: "Nós demos um ofício para ele representar a empresa perante o Ministério da Saúde."
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - O Cristiano Araújo... O Cristiano Carvalho encaminhou um ofício.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Para o senhor representar a empresa junto ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Essa informação é muito importante.
O senhor teve alguma tratativa diretamente com o Sr. Herman Cárdenas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, como eu já falei, eu tive duas tratativas direto com o Dr. Herman Cárdenas.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Como V. Sa. conheceu o Cristiano Carvalho?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu conheci o Cristiano Carvalho através do Dominguetti e, pessoalmente, somente no dia 12.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Se encontrou com ele no dia 12?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Dia 12.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Depois teve outros encontros com ele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não teve. Apenas esse encontro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Sr. Presidente, me perdoe, eu só queria fazer uma pergunta.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, por favor, por favor, Fabiano.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES. Para interpelar.) - O senhor intermediou alguma outra negociação de venda de insumos ao Ministério da Saúde em troca de doações? O senhor já negociou isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Que eu me lembre, não, nobre Senador.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - O senhor não lembra, gente? Pelo amor de Deus, se o senhor me perguntasse um negócio desse, eu ia responder. Eu sei quanto eu pago numa conta de energia... Alguma negociação nesse sentido foi bem sucedida ao longo desse período?
Perdão. O senhor enviou essas cartas aos Governadores. Quantos Governadores responderam para o senhor? Quais Governadores responderam?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Olha, eu não cuidava dessa demanda de negociação com Governadores, então eu desconheço.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Agora, surgiu a notícia de que o Deputado Roberto Lucena assinou um ofício apoiando as tratativas da Senah com o Ministério da Saúde. O senhor pediu apoio de algum outro Parlamentar?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Sr. Presidente, me desculpe por ter interrompido.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, por favor, viu? Qual foi a pergunta?
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Eu estou querendo saber se ele já tinha negociado ou participado de alguma outra tratativa de aquisição de insumos com o Ministério da Saúde, se isso foi bem sucedido, como e em que circunstâncias...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - ...e se esses ofícios que o senhor remeteu aos Governadores e Prefeitos oferecendo a vacina tiveram resposta, quem respondeu; e se o Deputado Roberto Lucena assinou ofício apoiando as tratativas da Senah com o Ministério da Saúde; e se o senhor já pediu esse apoio também a outros Parlamentares.
Veja bem, quando a gente está com a verdade... O senhor é um reverendo!
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - O senhor é um reverendo! Quando a gente está com a verdade, essa verdade se perpetua. Então, por favor, faço um apelo ao senhor...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - O senhor está aqui obviamente ressalvado com uma decisão do Supremo, mas, naquilo que não for compatível, se o senhor faltar com a verdade, impõe-se aí o crime de desobediência por parte de V. Sa., com todo o respeito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu estou falando a verdade.
Agora, só complementando a fala do senhor...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Deixe-me ser... Antes de o senhor responder, seja mais objetivo: qual o valor do preço das doses oferecidas pela Senah aos Governadores e Prefeitos? Não é possível! O senhor mandou aos Governadores essas cartas oferecendo vacina. Qual o valor da dose?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - As ofertas que eram oferecidas eram ofertas de 3,50.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Quanto que seria a doação para a Senah? Porque o senhor estava ali de olho é na doação, com todo o respeito. Não era uma questão humanitária, não; era quanto que a Senah ia receber de doação. Agora, muito me admira o Governo Federal ter esse tipo de relação espúria para a aquisição de vacina com generais, coronéis, reverendo, e negando a aquisição de vacina feita pela Pfizer.
Desculpe, Sr. Presidente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, mas é isso mesmo...
Com a palavra, para a resposta...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Pode responder, por favor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, esta é a verdade: a vacina era 3,50. Quando nós fomos apresentados pela primeira vez - primeira vez - pelo Sr. Luiz Paulo Dominguetti, no dia 16, ele apresenta Latin Air, essa empresa Latin Air. E houve essa mudança de Latin Air para Davati, alegando que a Davati teria melhores condições de apresentar. Então, me chamou muita atenção e eu pedi para que houvesse a reunião com o Herman Cárdenas no dia 1º. Então, ele se apresentou a mim no dia 1º, foi feita uma conversa com a diretoria. Ele se apresenta e ele fala a respeito das vacinas, ele fala a respeito da documentação. E foi essa oportunidade que nós colocamos à disposição.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Vocês tinham algum contrato com essa Latin? Chegaram a formalizar?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - E com a Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nem com a Davati. Nem Latin nem Davati.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Quem é Rafael Alves, da Davati, e qual é o seu relacionamento com ele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Rafael Alves, eu ouvi falar desse nome, mas conversei muito pouco com ele. Ele era...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quais atividades ele desempenhou junto a V. Sa. em seu relacionamento com a Davati especificamente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, ele era... Ele estava ligado muito ao Cristiano e ligado ao Dominguetti.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quais foram os Governadores que responderam à oferta de vacina?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Que responderam...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Feitas pela Senah...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nenhum Governador.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nenhum Governador?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nenhum.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. encontrou com representantes da World Brands, que negociou vacinas da CoronaVac com o Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não teve conhecimento, não teve...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não conheço. Eu não conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca esteve com eles?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nunca estive, não sei quem é.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas sabe que eles foram recebidos pelo Ministro Pazuello?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES. Para interpelar.) - Sr. Presidente, eu só quero ser insistente. O senhor ofereceu vacina num valor. Qual seria o valor da doação que a Senah ia receber?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nobre Senador, não foi estabelecido.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Não teve nenhum valor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não foi estabelecido nenhum valor.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Qual a expectativa que a Senah receberia?
O senhor tinha uma expectativa! Não é possível!
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não foram estabelecidos valores. Desde o início, falava-se sobre doação.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Por isso o interesse da Senah, não é? O interesse, com todo o respeito, não era humanitário, não! O interesse era qualquer outro, menos humanitário, e 557.359 pessoas pagaram com a vida! E a digital de muita gente está nessas mortes! O senhor, como reverendo, deveria ter esta consciência: 557.359 brasileiros e brasileiras perderam suas vidas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - E quase 20 milhões estão contaminados...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Por isso...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - ... com sequelas irreparáveis!
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Por isso é meu interesse...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - E esse Governo banalizando o principal bem jurídico, que é a vida humana, negociando através de relações espúrias dentro de shopping, com gabinete paralelo! Foi aqui provada a usurpação de função pública na epidemia! Foi aqui provada prevaricação! Foi aqui provado que os ministros não tinham autonomia. E agora o senhor intermediando e oferecendo vacina com a pretensão de receber doação? Ah, faça-me o favor!
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, nosso interesse era extremamente humanitário.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Qual sua relação com Roberto Ferreira Dias?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nenhuma.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas tratou diretamente com ele em alguma outra oportunidade, além dessa oportunidade da reunião compartilhada?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não tratei com ele.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não tratou.
V. Sa. conheceu o Coronel Marcelo Blanco da Costa?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não o conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não o conheceu?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não o conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. chegou ao Roberto Dias por meio de quem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro. Eu não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas ele estava presente na reunião citada por outro participante da reunião; eu já disse aqui e queria repetir.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas eu não estava nessa reunião com o Coronel Blanco, com o... Eu não estava nessa reunião.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E o senhor não os conhece?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não os conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Como V. Sa. construiu esse relacionamento com os militares que atuavam no Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho relacionamento com os militares.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Qual foi o ponto de partida desse relacionamento, já que V. Sa. teve alguns encontros, algumas reuniões com eles?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu já disse que não tenho relacionamento com os militares.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ninguém o apresentou a esse núcleo militar? Ninguém o apresentou?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, ninguém me apresentou.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. intermediou alguma outra negociação em benefício do Coronel Marcelo Blanco?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Bom, eu não conheço o Coronel Marcelo Blanco.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. manteve algum negócio com a Valorem Consultoria em Gestão Empresarial?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. participou da marcação do jantar em que Dominguetti participou juntamente com Roberto Dias?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu desconheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Foi V. Sa. que marcou aquele jantar, aquele encontro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, V. Sa. marcou os encontros no Ministério da Saúde. E esse encontro que foi realizado fora do Ministério da Saúde? Foi V. Sa. que o marcou?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não marquei encontro no Ministério da Saúde.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Como não marcou? V. Sa. já declarou isso aqui em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O que foi... O que nós... O que foi feito foi via e-mails.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sim. E não marcou?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Do dia 12...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E marcar via e-mails não é marcar?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - O senhor poderia disponibilizar esses e-mails para a gente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Já está aqui.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Já colocamos à disposição.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Tem a resposta dele ou não?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Tem, Sr. Presidente. Nós fizemos a leitura ainda há pouco.
Inclusive, é um e-mail muito particular. Assim, é um e-mail que chamou atenção de todos nesta CPI porque o e-mail foi encaminhado pelo Sr. Amilton às 12h50. E ele foi recebido... Ele determinou o horário para ser recebido: 16h30. Às 16h30, pontualmente, ele foi recebido.
Nós rogávamos que essa mesma eficiência tivesse ocorrido com Pfizer, com CoronaVac, com Janssen, enfim... Aí quem sabe nós não teríamos tantos brasileiros mortos.
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA (Para expor.) - Presidente, com licença. É a defesa aqui.
Nós vamos disponibilizar para a Presidência todos os e-mails encaminhados pela Senah e todos os e-mails recebidos pela Senah em relação a esse assunto. Está aqui conosco, nós vamos fornecer para V. Exa.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Sobre essa agenda, então: teve o retorno por e-mail acerca dessa agenda das 16h?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Agenda das 16h, nós enviamos um e-mail...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - A resposta, respondendo à Senadora Eliziane, a resposta da reunião foi por e-mail, marcada por V. Sa.?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nós encaminhamos um e-mail e...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - E nos dirigimos ao SVS.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sem resposta?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Qual sua relação com...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sem resposta... Relator, é importante esse dado.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Certo.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - O senhor não recebeu a resposta do e-mail e já foi para a reunião das 16h? E já foi recebido?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim, nós nos dirigimos ao SVS.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sem resposta do e-mail?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sem conhecimento dessa resposta.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O senhor foi aventurando para ser recebido lá?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, nós enviamos um e-mail e nos dirigimos ao SVS.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E ainda levando...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas sem resposta do e-mail?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... levando pessoas, que foi o principal papel...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sem resposta.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Aí, mesmo assim, vocês foram.
Reverendo, não dá para acreditar nessa história.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Eu não consigo entender isso não, com todo respeito...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Me desculpa, mas não dá para acreditar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No corpo do e-mail, nós pedimos a urgência para sermos recebidos.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas eles não lhe responderam e, mesmo assim, os senhores foram.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES. Para interpelar.) - Mas não respondeu e o senhor vai lá?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Esse e-mail encaminhado pela nossa Diretoria foi um e-mail encaminhado para a SVS errado.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Errado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Errado.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Errado? Como assim?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Porque lá não era o local das vacinas, não é? De sermos recebidos. Então, a própria... Quando nós chegamos na Diretoria, eles informaram que não era lá, era no MS esse assunto.
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A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Aí vocês foram para o Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Aí nós fomos...
Não, marcamos um com um e-mail, no dia 24, nós pedimos uma agenda no MS.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - O senhor respondeu aqui dizendo que o Helcio foi quem o levou ao Ministério da Saúde, no dia 12/03, inclusive compartilhando a sua própria agenda. Já respondeu aqui.
Qual a sua relação com o Coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - A minha...
Nenhuma relação. Nós estávamos falando, no dia 09, sobre projetos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor não tinha relação? Foi falar com ele sobre projetos e, no dia 13, ele o levou ao Ministério da Saúde, como o senhor declarou aqui. É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A relação que eu tinha com ele é institucional.
Apresentamos projetos, ele viu os nossos projetos e nós fomos falar com o Marcelo, conversamos com o Marcelo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quem é Marcelo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Marcelo é o assessor do... Um dos assessores lá do Dr. Helcio Bruno.
Nós fomos falar sobre...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Marcelo é um dos assessores do Elcio Franco?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Qual a sua ligação com o Instituto Força Brasil?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho nenhuma.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não conhece? Nunca ouviu falar?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Somente naquela oportunidade do dia 09.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Qual é sua relação com o Sr. Guilherme Torres Ribeiro? Ou com o seu pai, Jose Odilon Torres da Silveira Junior?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca ouviu falar?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, nunca ouvi falar.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Algum agente público pediu propina ou vantagem a V. Sa. tanto para que V. Sa. chegasse ao Ministério da Saúde ou diretamente sobre a venda de vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nunca.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O que V. Sa. recebeu ou solicitou para facilitar a aproximação entre os negociadores paralelos de vacina e o Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nada.
Não tinha exatamente isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas o senhor não já referiu aqui a doação?
O senhor já referiu a doação.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas, doação não é ato ilegal, não está se referindo a vantagens, não é? Está se referindo à...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES. Para interpelar.) - Perdão, a Senah já recebeu alguma doação do setor público?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, senhor.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Nunca?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nunca.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Já intermediou aquisição de insumos com o Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, nunca.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - O senhor já pertenceu ao partido PSL?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Partido PSL...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Do Presidente da República?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Já foi...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Já.
Eu não sou filiado, eu já pertenci.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Já foi filiado?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Para interpelar.) - Já foi filiado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É, já fui filiado.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quais os Parlamentares com que V. Sa. possui relacionamento no Congresso Nacional?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, é só relacionamento republicano. Eu não tenho nenhum relacionamento com nenhum Senador.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sim, relacionamento, republicano.
Com quais o senhor, V. Sa., possui relacionamento?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho nenhum relacionamento.
R
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor acabou de dizer que tem relacionamentos republicanos com alguns parlamentares.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A ideia é de trazer...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Aí eu pergunto na sequência e o senhor diz "eu não tenho nenhum relacionamento".
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, a ideia é de trazer projetos a esta Casa, eu já estive aqui nesta Casa na Comissão de Desenvolvimento Urbano falando sobre moradia, e eu creio que é esse relacionamento que eu tenho com esta Casa. Agora, diretamente com os gabinetes, nenhum.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Os presidentes de honra da Senah são políticos, são Deputados. O senhor não tem relação com eles?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, naquele momento foram convidados para serem presidentes de honra, mas não houve nenhum relacionamento.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Eles são presidentes de honra da sua instituição.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Não tem relacionamento?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu entendo que relacionamento é uma proximidade. Eu não tenho a proximidade.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Como não é relacionamento, Reverendo...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - É contato.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - ... eles integram, por serem presidentes de honra.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Presidente, uma questão de ordem...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É honraria concedida. Então eu não tenho relacionamento.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Pela ordem.) - Presidente, uma questão de ordem, Presidente.
A gente chega aqui, se inscreve e fica esperando o Relator fazer as perguntas dele. E eu queria sugerir aos colegas Senadores que tivessem um pouco mais de compreensão com os demais colegas, porque todos estão inscritos e todos têm suas questões a fazer.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Claro.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Então, quando o Senador vai inquirindo junto com o Relator, isso quebra a lógica que está estabelecida no funcionamento das sessões. E eu queria pedir, de forma muito elegante e educada aos meus colegas, às minhas colegas, que respeitem o rito que está estabelecido. Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu vou pedir a compreensão dos companheiros para o Senador Renan concluir. Hoje também não tem sessão, então nós vamos ficar até um pouco mais tarde.
Senador Renan, por favor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Então, refazendo a pergunta: com que parlamentares o senhor tem contato, conversa, seja por que meio for? Objetivamente é a pergunta.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nem por e-mail nem por telefone, eu não tenho contato com parlamentares.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca os parlamentares o ajudaram ou têm ajudado para construir esse bom trânsito que o senhor tem junto ao Governo Federal?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Bom, eu sou de Brasília, sou da... Alguns relacionamentos que nós temos não são da Casa Federal.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Tá. Quais Deputados assinaram a carta ou outros documentos em apoio à Senah para a negociação de vacina junto ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nenhum Deputado, somente o Deputado que colocou a carta à disposição em apoio.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Como é que é?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O doutor, o Deputado Roberto Lucena.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sim, e este fez o quê, que o senhor falou?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Que colocou a carta de apoio à disposição do nosso projeto humanitário, que está na mesa de vossos senhores.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Na verdade, ele apoiou essa...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Negociação.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - ...tratativa da Senah com o ministério.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Apoiou.
Quais são as suas conexões dentro do Governo Federal?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - E, complementarmente: nunca teve nenhum outro parlamentar que foi presidente ou dirigente da Senah, da associação que o senhor dirige hoje?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não tivemos; não tivemos.
R
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor tem certeza disso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu precisava responder à pergunta do...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, perfeitamente.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Vamos fazer a sequência, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - V. Exa. é o quarto a falar.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Quais são suas conexões dentro do Governo Federal, seus contatos mais frequentes?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nenhum.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - V. Sa. conhece o Presidente da República?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não o conheço.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES. Para interpelar.) - Permita, Sr. Presidente, por favor, eu vou ser rápido. Aqui: "A presença do Presidente Jair Bolsonaro era a promessa mais grandiosa para a inauguração da Embaixada Humanitária da Paz", que é do senhor. Tem fotos do senhor com um Senador aqui. O senhor está falando que o senhor não tem conhecimento nenhum?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim, mas isso aí é...
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) - Então, fale, seja sincero, fale: eu conheço o Presidente, eu conheço o Senador, eu já tirei foto...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas foi um evento situacional. Naquele momento, tinham muitas pessoas tirando fotos, e eu tirei uma foto...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Só uma coisa, só uma coisa... Eu queria cautela nesse sentido, porque nós somos políticos e nós tiramos fotos com milhares de pessoas que pedem e, às vezes, a gente não sabe nem com quem está tirando uma foto. É lógico, eu já tirei foto com várias pessoas e eu não sei o que aquela pessoa faz ou não. A gente... Uma pessoa chega e fala: "Vamos tirar uma foto, Senador?" Eu tiro, já tirei quantas fotos com tantas pessoas. Uma foto não quer dizer que você tem uma relação de amizade, é isso que eu estou entendendo do Reverendo. É isso, Reverendo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Até para contribuir para a gente não... Eu tenho muita cautela em relação a fotos, eu tenho muita cautela em relação a fotos. Não tem nenhum de nós aqui que já não tenha tirado fotos com pessoas que nunca viu na vida, e a gente não sabe se aquela pessoa tem processo, se está respondendo a alguma coisa... Tira e ninguém pega o CPF. "Não, me dá teu CPF aqui que eu quero saber quem é você".
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas quem pediu a foto lembra, não é, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim, quem pede a foto lembra. Eu sei...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Me desculpe, Presidente, é diferente quando você tem uma cerimônia oficial com a sua entidade com o Presidente da República.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E convida várias pessoas, não é?
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Esse é um fato que não deve ser omitido.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu só quero... Eu só quero...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O que o Senador Contarato está colocando é que não deve ser omitido isso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, não deve ser omitido pelo Reverendo. Isso eu acho.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu respondo...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele dizer que tirou uma foto não é crime, está correto? Então, se o senhor tem foto com Governador, Senador, Presidente, isso não é crime, Reverendo.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós inauguramos a embaixada...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu acho que o que está aí não fecha.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E sabe por que não fecha para nós aqui, Reverendo, com muita sinceridade? Não fecha a forma como o senhor chega ao Ministério da Saúde, porque, se eu agora receber dez Prefeitos do meu Estado e for lá no Ministério da Saúde, não vou ser recebido porque eu tenho que marcar uma audiência, marcar um horário para ir. V. Exa. sai num uber, num táxi, chega ao ministério e é recebido? Isso aí não cola, isso aí não está no script de ministério nenhum. Só se a pessoa tiver livre acesso na hora em que quiser, coisa que o senhor está dizendo que não tem relação. Então, isso aí não está colando.
Agora, a questão da foto... Por isto eu estou tirando um pouco essa questão porque eu acho que o mais grave agora, neste momento, e uma resposta para mim, sinceramente - vou ser sincero com o senhor -, inacreditável, porque Governador não consegue esse tipo de acesso, Senadores não... Deputados Federais, muito menos. Deputado Federal, que alguns já foram aqui, fica pedindo uma audiência com o ministro por meses para conseguir. E aqui, com Senador, também não é diferente, não.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - É isso aí.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vêm Prefeitos para cá, querem ir ao ministério, e a gente não consegue levar. Agora o senhor sai num uber, num táxi, chega ao ministério e é recebido no ministério? Me desculpe, Reverendo, mas não dá para acreditar nisso - não dá para acreditar nisso. É muito furada essa história.
R
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A gente quer saber como é que o senhor teve acesso ao Ministério e por quem.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Sr. Presidente, não é crime tirar foto. Crime é vir a esta CPI e dizer que não conhece ninguém, que sai em fotos em tudo quanto é rede social, tem acesso aos militares, às pessoas que representam o Ministério da Saúde e dizer que não conhece. Isso, sim, é crime.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Pela ordem, Presidente.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Só respondendo à pergunta do nobre Senador que havia falado da presença do Presidente na inauguração da Embaixada. Foi feito um e-mail convidando, fazendo o convite às autoridades de Brasília, tanto o Governador de Brasília quanto o Presidente. Ele não esteve presente. Ele não esteve presente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - V. Sa. confirma que teve um café da manhã com o Presidente da República no dia 15 de março?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não confirmo. Não estive com o Presidente no dia 15 de março.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - É porque os seus parceiros nessa negociação, Dominguetti e Cristiano, falaram de pessoas que disseram, que testemunharam, respondendo tanto ao Senador Rogério Carvalho quanto à Senadora Leila. Eles disseram da sua influência, das suas relações com o Governo, e o porquê de V. Sa. facilitar o acesso deles na negociação com o Ministério da Saúde. Isso são coisas já testemunhadas por alguns. Como V. Sa. vem aqui somente para negá-las, apesar desses testemunhos colhidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito?
V. Sa. participou da campanha de Jair Bolsonaro, enquanto era filiado ao PSL?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu participei.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Participou. O senhor conhece quem mais no ministério e no Palácio do Planalto?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não conhece mais ninguém?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Do Palácio do Planalto, não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor tem alguma relação com a Sra. Michelle Bolsonaro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não a conhece?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não a conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não a conhece.
Sr. Presidente, eu estou, por ora, satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Humberto Costa, por 15 minutos.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não, Senador.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Pela ordem.) - Eu ia apenas sugerir... São 13h10. Em que momento nós teríamos o intervalo para a refeição? Para a gente poder voltar e dar sequência a todos os demais. Apenas para ter uma previsão.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu acho que nós ouviremos o Senador Humberto, aí pararíamos por 30 minutos e depois, logo em seguida a Senadora Eliziane e o Senador Randolfe. Pode ser?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Perfeito, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O.k. Então, vamos ouvir o Senador Humberto.
Senador Humberto, por 15 minutos, por favor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, Sr. Amilton Gomes de Paula, seja bem-vindo aqui ao Senado Federal.
Conforme alguns dos meus companheiros já falaram aqui, tem algumas coisas que não batem de jeito nenhum, até porque V. Sa. tem esquecido coisas que... Talvez o receio de que isso represente algum tipo de comprometimento, mas já foi dito aqui. Foto, o senhor tem foto, inclusive com o Senador Flávio Bolsonaro. Isso não é crime. Eu não sei porque V. Sa. não diz. V. Sa. tem uma aproximação política com este Governo que aí está.
R
Mas eu queria perguntar a V. Exa. o seguinte: se V. Sa. não tinha nenhuma experiência com essa questão de vacina, nunca vendeu uma vacina na vida, por que é que V. Sa. foi convidado para ser esse intermediador? V. Sa. sabe por que o escolheram?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu creio que pelas demandas com que nós trabalhamos o ano passado, com algumas questões em combate ao covid, e recebemos essa aproximação. Quando...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Alguém do Ministério da Saúde ou do Governo em algum momento procurou V. Sa. e disse: "Amilton, existe uma coisa muito importante, uma questão humanitária que é garantir vacinas; você não quer procurar fulano de tal, o Secretário da SVS, para falar desse processo que existe aqui, dessa empresa que está oferecendo vacinas?". Não houve essa pessoa que procurasse o senhor e dissesse isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, nós estivemos em reunião, dia 16, com Dominguetti; no dia 17, outra reunião...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Mas como é que o Dominguetti descobriu este dom no senhor de vender vacina, para o senhor ir até o Ministério da Saúde fazer isso?
O que nós estamos querendo saber aqui é se tem alguém de dentro do Governo ou do Ministério da Saúde que viu nisso uma possibilidade de algum tipo de ganho, seja ele humanitário, seja ele econômico, e que sugeriu que V. Sa. entrasse nessa história.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não existe?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Realmente é até uma coisa difícil de a gente acreditar: é como se tivesse caído do céu, não é?
Por acaso, essa insistência de tentarem vender uma vacina que não existia, V. Sa. acha que poderia ser uma tentativa de obter uma carta de intenção e com isso conseguirem alavancar recursos no mercado financeiro internacional? O senhor ouviu Dominguetti ou algum deles falar sobre isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sobre carta de intenção do Governo?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Sim.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, eles...
Por favor, o senhor poderia repetir?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Existe um mercado de cartas de intenção de aquisição de vacinas hoje: alguém consegue uma promessa de um governo estadual, de uma prefeitura, de um país e, com isso - obviamente que são instituições que são reconhecidas -, vai ao mercado financeiro e apresenta aquilo para alavancar dinheiro e comprar as vacinas ou fazer qualquer outra coisa. Alguém falou disso para o senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De carta de intenção de compra, não.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O.k.
O senhor tem aqui a obrigação de dizer a verdade: o senhor teve contato com o Presidente Bolsonaro, ou com alguém do Palácio do Planalto, visando a essa compra dessas vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Qual seria o grande objetivo de uma reunião que foi organizada pelo senhor com o Presidente Bolsonaro nesse período? Ou não houve essa articulação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não teve reunião.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não, não teve a reunião ou não teve a articulação? Ou as duas coisas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não tive articulação.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Aqui foi dito e perguntado se o senhor conhece a Primeira-Dama, a Sra. Michelle Bolsonaro, e o senhor disse que não. No entanto, o que é que o Cabo Dominguetti quis dizer quando ele afirmou, numa conversa com o senhor, que "Michelle entrou no circuito"?
R
V. Sa. estaria apenas fazendo uma espécie de exploração de prestígio - isso é muito comum acontecer -, V. Sa. ou outra pessoa qualquer?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É verdade, era mostrar algo que não tinha.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Então, V. Sa. reconhece que esse diálogo existiu com o Dominguetti, só que V. Sa. estava utilizando de algo que não havia?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu só não me lembro do contexto, mas...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O.k.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Mas o senhor pergunta... O senhor responde dizendo que a Primeira-Dama entrou no jogo e o senhor não lembra do contexto? Como é que ele fala? A Primeira-Dama...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - "Michelle entrou no circuito."
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois é. Diz que a Primeira-Dama do Brasil entra no circuito. Qual circuito?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nobre Senador, eu não me lembro de ter dito ou escrito dentro desse contexto a Dominguetti. Não fui eu que escrevi isso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Só quero pedir ao advogado... Ele pode interferir na hora em que quiser, só não pode ficar falando com o depoente quando ele tem que responder. Por favor, doutor, V. Exa. sabe que isso não é permitido.
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA (Fora do microfone.) - Sei. Sei. Sei. Não estou aqui para interferir.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - O senhor pode, na hora em que quiser interferir...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - Quando o senhor falou à CNN numa entrevista, o senhor disse: "Conversei com alguém importante da Casa Civil". Quem foi essa pessoa? Foi o Ministro? Foi o Secretário de Governo? O senhor falou isso na CNN.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu não me lembro de ter falado isso na CNN. Eu falei a respeito das vacinas que estavam disponíveis ao Governo e que eu acreditei no Cristiano e no Dominguetti. Isso aí eu me lembro de que falei.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - No dia 15 de março, em conversa com Dominguetti, o Dominguetti falando com uma pessoa chamada Amauri, ele disse: "O Reverendo, nesse momento, está com o 01". O que ele quis dizer com isso? O senhor esteve com o Presidente da República ou com outras pessoas que possam ser caracterizadas com essa numeração 01, 02, 03?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu já... Eu não estive com o Presidente da República.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Então, era o Dominguetti também fazendo exploração falsa de prestígio, não é? Não sabe a quem o Amauri estava se referindo.
Agora, no dia seguinte, 16 de março, o senhor mandou uma mensagem para Dominguetti dizendo: "Ontem falei com quem manda. Tudo certo. Estão fazendo uma corrida compliance da informação da grande quantidade de vacinas". A quem é que o senhor se referia quando disse "Era quem manda"?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, isso aí foi uma bravata.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Sua?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Minha.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Bravata dele.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Doutor...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Eu sei, dele.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Doutor, por favor, eu ouvi o senhor dizer: "Diz que é uma bravata". Por favor, doutor, eu tenho respeitado aqui os advogados e, quando a gente toma uma decisão um pouco fora do tom, aí vem o mundo contra a gente. Mas eu estou ouvindo, ninguém está me contando. Eu estou pedindo por favor. Eu queria que V. Exa... O senhor pode ficar aí, mas V. Exa. está dizendo para o depoente o que ele tem que responder. Aí não dá.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Sr. Presidente, apenas...
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA - Sr. Presidente, eu não estou transmitindo...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está. O senhor falou bem assim: "Bravata. Bravata". Agora eu que estou mentindo aqui?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Se tem alguém que está mentindo aqui, não sou eu, não. Se tem alguém que está mentindo aqui, não sou eu, doutor.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Presidente... Presidente... Presidente, apenas... Eu sempre tenho defendido aqui as prerrogativas do advogado...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu também defendo.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - ... e de forma reiterada, mas, na condição de depoente, de testemunha, realmente o advogado não pode orientar a testemunha, em qualquer hipótese.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está fazendo isso...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu apenas indago: ele está aqui depondo na condição de testemunha ou de investigado?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele tem um habeas corpus. Ele pode se calar na resposta.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Então, a orientação que o advogado pode dar...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Já foi dada. Ele fez o juramento de falar a verdade.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - ... é no sentido de dizer: "Olhe, tem o direito de não falar". Agora, de orientar o...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele é testemunha, sim, porque ele participou... E nós estamos chamando uma testemunha que participou ativamente, foi uma pessoa que levou o Dominguetti para dentro do ministério, o maior milagre do mundo, porque, sinceramente, se chegarem agora dez Prefeitos de Rondônia, V. Exa., que é da base do Governo, não consegue levar os dez agora.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Difícil. Verdade.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - V. Exa. sabe tão bem quanto eu. V. Exa. foi Deputado Federal e sabe da dificuldade que se tem para marcar uma audiência.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Tem razão.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não é verdade? E o Reverendo consegue!
Reverendo, se a gente quebrar o seu sigilo telefônico... Veja bem, nós iremos fazer. O telefônico foi quebrado hoje. Não vai aparecer nenhuma ligação sua ou de algum ministro dentro do Palácio do Planalto? Não vai aparecer, Reverendo? V. Exa. fez aqui o juramento de falar a verdade, tinha o direito de ficar calado. Não vai aparecer nenhuma ligação sua para a Casa Civil para pedir para marcar uma audiência sua para tratar sobre vacina? Não haverá essa ligação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não haverá nenhuma ligação, e eu também disponibilizo os meus e-mails.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não. A gente vai ter como quebrá-los.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Presidente, devolve o meu tempo aí, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Mas acontece que...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não, o senhor está certo, está certo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senão, eu vou deixar o advogado...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Só quero meu tempo de volta.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele senta lá, e o advogado senta aqui e responde tudo.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - Só quero o meu tempo de volta.
Veja, eu tive a impressão aqui, Reverendo, com todo o respeito, quando V. Sa. chegou, começou a falar e fez a sua exposição, de que V. Sa. estava completamente inocente nisso aí, que foi usado e tal, mas a gente vai vendo que tem muita aqui que não se explica.
Sinceramente, eu sei que este Governo é bagunçado. Eu sei que este Governo é o antigoverno, é um desgoverno, mas alguém pegar um telefone ou um e-mail e, ao meio-dia, fazer uma ligação ou mandar um e-mail para a SVS no meio de uma pandemia - e é uma das principais secretarias - e ser recebido poucas horas depois... E ainda levou um time, ele não foi sozinho, não; ele levou uma turma para essa reunião. Tem alguma coisa que está faltando. O senhor está protegendo alguém. O senhor está protegendo alguém, que foi alguém que o apresentou ao Ministério da Saúde para o senhor fazer essa intermediação. Estou lhe dizendo isso com todo o respeito, não estou querendo aqui agredi-lo, mas é fato: V. Sa. está protegendo alguém que fez essa articulação, esse contato.
Mas eu queria, até para ilustrar o que realmente V. Sa. representa... A Senah tem nos seus documentos os brasões das Forças de Paz da ONU, da Ordem dos Cavaleiros de Malta, da Missão de Relações Internacionais da ONU, da Missão Diplomática de Relações Internacionais dos Estados Unidos. Tudo isso dá um verniz de confiabilidade para qualquer instituição. Eu queria saber se a Senah possui autorização formal para ostentar esses brasões.
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É, nós temos... A sociedade civil organizada são vários institutos, várias associações que fazem esse trabalho em nível, assim, internacional. Então, de presidente para presidente de instituição, nós cedemos nossos logos. Então, nas nossas plataformas, tem... A UPF...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Mas a ONU?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A ONU, nós estamos dentro do Ecosoc. O Ecosoc é essa plataforma, nós entramos na plataforma do Ecosoc, nos inscrevemos, enviamos toda a nossa documentação e ali deixamos essa plataforma funcionando para atender os projetos humanitários. Em 2019, nós pegamos o estatuto da ONG e nos inscrevemos para participar do Ecosoc. Agora, os brasões...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Eu quero fazer minha última pergunta.
Veja: o senhor falou que receberia não sabe quanto, mas receberia uma doação da Davati, do Sr. Cárdenas - do Sr. Cárdenas -, o senhor receberia uma doação caso tivesse tido sucesso nessa empreitada. O senhor tem duas companhias que são sediadas na Flórida, nos Estados Unidos. Uma delas se chama Águia Dourada; e a outra, Fundação Humanitária Anjo Dourado. Essas empresas... Eram elas que iriam receber essas doações? Qual é o propósito dessas companhias? O que elas comercializam? Qual a razão de o senhor ter uma empresa e uma ONG no exterior?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, eu tenho, de fato, essa Angel, que é uma fundação nos Estados Unidos onde nós fazemos também projetos humanitários. Lá, nós fizemos, no ano passado... Nós entregamos quase uma tonelada... Então, nós precisávamos de um registro junto ao bombeiro para fazer esse trabalho humanitário lá. Então, nós abrimos essa fundação e a minha empresa nos Estados Unidos...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Mas seria essa fundação que iria receber a doação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De forma alguma.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Quem seria a empresa ou a fundação que receberia a doação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A doação, é a Senah.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - A Senah propriamente dita?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O senhor compartilharia essa doação com mais alguém, algum representante do Ministério da Saúde, alguma pessoa?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De forma alguma.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Está bom.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Antes de V. Exa. encerrar, em função do que foi perguntado, eu acho que é importante nós enfatizarmos: em duas oportunidades, o depoente afirmou que... Como foi que o senhor respondeu? Fez bravatas?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Que era uma bravata.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Em duas oportunidades...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Em uma...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... o senhor teria feito bravatas e citou um dos diálogos em que havia feito bravatas. Essas bravatas objetivavam o quê? Por que o senhor fez bravata numa conversa com o Dominguetti, com o Cristiano?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Porque eu não tinha essa convicção do que estava escrito ali, no texto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pastor, Pastor, Reverendo... Desculpe, Senador Humberto - me desculpe. Eu tenho a convivência com muitos pastores. E, sempre, em todos os cargos que ocupei, a minha relação com todos os pastores do meu Estado sempre foi uma relação muito próxima, muito aberta. O senhor é a única pessoa que tem uma missão aqui, de todos nós, de levar a palavra de Deus. Como é que o senhor diz que é bravateiro?
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Quer dizer, a partir de hoje, Reverendo, se V. Exa. não mudar o seu depoimento, isso vai afetar sua credibilidade junto ao seu rebanho. Quem vai vê-lo agora vai dizer: "Não sei se ele está sendo bravateiro ou não". O senhor está admitindo, como pastor, como uma pessoa que prega e que salva almas com a sua pregação... E eu acho bonito esse tipo de trabalho que os pastores fazem, a gente apoia e aplaude, mas V. Exa. está jogando toda a sua história, todo o seu trabalho com duas respostas, com duas respostas que tiram a sua credibilidade pra falar qualquer coisa a partir de hoje ou pra conversar com uma instituição... O senhor coloca o símbolo da ONU. Isso é bravata também? A ONU permitiu que o senhor colocasse esse símbolo? Porque é fácil a gente descobrir isso rapidinho. Veja bem, Pastor, em tudo que o senhor fala a partir de agora, as pessoas vão olhar para o senhor e vão dizer: "Será que ele está com bravata ou está falando a verdade?".
Repense o seu depoimento, Pastor. O senhor é um pastor, o senhor é uma pessoa que leva a palavra de Deus, as pessoas creem na sua palavra. O senhor não pode chegar aqui na CPI, como pastor, como... O Governo vai passar, essas pessoas passam; a sua missão, não, mas ela pode se acabar hoje, o senhor pode perder a credibilidade. Tem milhões de pessoas vendo-o neste momento, Pastor!
Não estou querendo faltar com respeito com V. Exa., muito menos desmentir V. Sa., mas faça um bem para o senhor, faça um bem para quem o segue, para quem acredita na sua palavra. A palavra de Deus não pode ser colocada por qualquer pessoa, muito menos por um bravateiro.
Então, V. Exa... Nós vamos agora suspender...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Terminei ainda não, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, já terminou. Foi a última pergunta.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Apenas...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não terminei, não.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O senhor ficou de dar meu tempo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Na volta, Reverendo, não jogue a sua história de ajuda humanitária...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... não jogue a sua história como pastor, não jogue a sua história... O senhor está aqui, com certeza - quem está nos assistindo neste momento -, o senhor está protegendo alguém.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Está.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ninguém merece ser protegido numa brincadeira dessa em que perdemos 555 mil vidas. E tenho certeza, Pastor Amilton, de que dentro da sua igreja, do seu rebanho, muitas pessoas se foram também...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Presidente, apenas...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... por falta de vacina...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Com certeza.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... por causa desse tipo de brincadeira.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Eu quero só o meu tempo aqui, cinco minutos.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Apenas para esclarecer...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Deixe-me terminar de falar, e aí eu vou lhe dar o tempo necessário.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Está bom.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu só queria que o senhor repensasse, quando voltássemos agora... Converse com seu advogado. O senhor tem uma vida ainda pela frente. E aqui eu já vi muita gente sentar aqui ao lado tentando proteger as pessoas. O senhor não sabe o que vai ser lá na frente. Não pense que o senhor vai virar vítima. Não é! A vítima são os que morreram, a vítima são os sequelados, as vítimas estão aí, Brasil afora. O senhor não é vítima aqui! O senhor participou de um grande enredo, que nem cinema dava para fazer, de compra de 400 milhões de vacina. E o senhor vai me dizer que foi de Uber e de táxi e entrou lá no ministério? Por favor, Pastor! Sua missão é muito maior do que proteger pessoas que brincaram com a vida dos outros.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Presidente, vou terminar aqui.
Primeiro, eu vou apresentar um requerimento para que a CPI se certifique de que, de fato, todas essas instituições têm esse reconhecimento. Eu tenho certeza de que V. Sa. será capaz de realmente provar, mas é algo que eu acho que nós temos obrigação de dizer ao País.
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Segundo, o seguinte: sinceramente, a impressão que eu tinha, quando V. Sa. sentou, por todas as coisas que eu ouvi, é a de que V. Sa. teria sido realmente enganado, foi utilizado, é um inocente, mas sinceramente, depois deste depoimento que V. Sa. está dando, eu creio, como disse o Presidente, que V. Sa. está querendo proteger alguém, talvez até por alguma razão nobre, mas isso não é justo com as pessoas que morreram, não é justo com esta CPI, que quer fazer um trabalho sério.
E, por último, eu vou ter que ser repetitivo, mas é para dizer: como é que pode um Governo como este em que um cara pega o telefone, toca aí, e é atendido pela SVS? Daqui a pouco...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - É.
Daqui a pouco, é recebido pelo Secretário-Executivo; daqui a pouco, é recebido pelo Ministro. Meu Deus do céu, realmente o Brasil está muito mal. Como diz aquele rapaz do Big Brother, "tá lascado"! Com um Governo deste, "tá lascado"!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E ele é de Pernambuco.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - É de Pernambuco.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É. É o Gil do Vigor.
Está suspensa a reunião por 30 minutos.
(Suspensa às 13 horas e 33 minutos, a reunião é reaberta às 14 horas e 17 minutos.)
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está reaberta a sessão. (Pausa.)
Vou passar a palavra à Senadora Eliziane Gama.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sr. Relator, colegas Senadores, Reverendo Amilton, a minha primeira pergunta para o Sr. Reverendo é: o senhor tem conhecimento de que o seu telefone no celular do Dominguetti era registrado como Reverendo Anderson?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nobre Senadora, eu não tenho conhecimento.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor teve várias conversas com o Dominguetti, não é isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, eu...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O senhor conversava com ele...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... conversava.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - ... com muita frequência no celular, não é?
Numa das perguntas que eu fiz aqui ao senhor quando o senhor era interpelado pelo Relator, eu lhe perguntei se não havia nenhum contrato da Senah, por exemplo, com a Davati. O senhor afirma que não havia contrato. Não foi feita nenhuma formalização entre vocês e a Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não foi feita nenhuma formalização.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Se não foi feita nenhuma formalização, por que, em uma dessas conversas que o Dominguetti tem com o senhor, ele coloca o seguinte: "Boa tarde, amigo. Mariston acabou de me ligar sobre esse assunto. Estamos encaminhando para o nosso jurídico para delinear sobre essa demanda. Agradecido".
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Essa sua resposta é, exatamente, respondendo, por exemplo, a um questionamento feito pelo Dominguetti, quando afirma que não haveria mais... Ele coloca o seguinte: "Estou retirando o meu nome de tudo. E mais: a Senah não fará mais parte de nenhuma negociação que tenha o nome do Cristiano envolvido. Esse moleque não sabe quem eu sou".
Essa é uma mensagem que foi enviada - e, aí, na "decifragem" da mensagem, Reverendo Anderson - por volta de 21h46. Seria o senhor, portanto, enviando essa mensagem ao Dominguetti. O senhor se recorda dessa mensagem, que está de posse, inclusive, dessas informações a CPI?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senadora, sim.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Certo.
Depois que o senhor envia essa mensagem, o senhor faz esta afirmação "Esse moleque não sabe quem sou eu", se referindo, por exemplo, ao Cristiano. E, na sequência, o senhor responde mais uma vez que iria, na verdade, fazer o distrato. Por que distrato, se não havia contrato?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, eu acho que... Eu preciso contextualizar.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sim.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Houve uma conversa, de tantas conversas com Cristiano e Dominguetti, uma última conversa lá nos Estados Unidos para saber, de fato, se tinha vacina. Então, nós abrimos uma conversação com o Coronel Guerra, e o Coronel Guerra informou essa minha conversa com o Cristiano... E o próprio Cristiano disse assim a Dominguetti: "Vamos desfazer o que foi feito com a Senah..." Ele emitiu para nós uma autorização, uma carta de representação...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Quem que emitiu?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Cristiano, Cristiano Carvalho.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sim.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - E logo o Dominguetti mandou uma mensagem para mim dizendo que a Senah já não fazia mais parte por isso, por isso e por isso.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Foi essa mensagem que eu acabei de ler.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente.
E, aí, eu falei: "Então, tá. Então, a partir de agora, nós não somos..." Foi neste sentido que eu quis dizer: nós não iremos levar mais nenhuma demanda da Davati através de Cristiano e Dominguetti. Foi nesse sentido.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor acionou nesse momento a assessoria jurídica sua. Você fala: "Vou encaminhar para o nosso jurídico".
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, para que o Cristiano enviasse esse documento que dissesse que nós não estamos mais junto com eles.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Em uma outra mensagem... E, agora há pouco, inclusive, o Presidente da CPI lembrou muito bem quando o senhor citou, por exemplo, o caso de bravatas, se referindo a uma dessas mensagens que o senhor teria respondido, ou seja, algo que não se pode, na verdade, levar a sério. Mas aqui nós temos uma das conversas que o Dominguetti tem com o Rafael. Ele conversou com um contato identificado no seu celular como "Rafael compra Deskpack". Dominguetti encaminhou para o interlocutor quatro mensagens, que diziam ao todo o seguinte: "Manda o SGS urgente. O Bolsonaro está pedindo agora". Aí, o Dominguetti responde: "Vamos alinhar com o Reverendo. O Reverendo está em uma situação difícil neste momento. Ofereceu a vacina no ministério. O Presidente chamou ele lá. O Presidente está apertando o Reverendo. Ele está ganhando tempo. Tem um pessoal da Presidência lá para buscar o Reverendo".
Dá para o senhor explicar para mim melhor isso aqui? Que Presidente era esse? O senhor teve com o Presidente mesmo - Bolsonaro? Ou não era o Presidente Bolsonaro? O senhor pode explicar melhor?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Excelência, essa era uma conversa entre duas pessoas que colocaram o meu nome nessa conversa, e eu desconheço qualquer assunto. Eu não estive com o Presidente Bolsonaro e essa conversa aí eu desconheço.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O senhor não chegou a conversar com ele sobre a possibilidade, por exemplo, de estar recebendo pressão de alguém em relação à resposta para dar ao Cristiano?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, eu estava recebendo pressão exatamente de Cristiano e Dominguetti para levar essa demanda adiante, conversar com o Presidente, conversar com o ministério, conversar com quem for, mas que teria que dar prosseguimento ao pedido dos dois.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Ainda em mensagens junto ao Dominguetti, o senhor manda uma outra mensagem. O Reverendo manda já à zero hora do dia 4 de março: "Na verdade, quem foi na frente com a Davati fez tudo errado. Precisa tirar os bois". Que bois são esses? Essa mensagem foi sua para o Dominguetti.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro dessa mensagem.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - "Na verdade, quem foi na frente com a Davati fez tudo errado. Precisa tirar os bois." Que bois eram esses?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eram os entraves, porque eu era uma das pessoas que solicitavam a documentação da Davati, e essa documentação não chegava. Então, eu, por ter colocado o meu nome nessa operação, fiquei assim um pouco preocupado.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O senhor solicitava essa documentação para enviar para onde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu solicitava ao Herman essa documentação como promessa que eles haviam feito. E nós iríamos encaminhar essa documentação, toda a documentação, SS é uma documentação oficial do lote de vacina. Então, ia encaminhar para o ministério.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Ministério da Saúde.
O Dominguetti falou que havia dentro do Ministério da Saúde dois grupos, um grupo do Elcio Franco e um grupo do Roberto Dias. O senhor tinha conhecimento disso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhora.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Por que que essa reunião sua, o senhor diz o seguinte: teve a primeira reunião no dia 22, que foi a do e-mail que o senhor enviou, não teve resposta, mesmo assim foi para lá, foi recebido lá na vigilância sanitária. E, depois, o senhor segue no dia 25 para o Ministério da Saúde. Nessa reunião de três dias depois, o senhor se reuniu com quem no Ministério da Saúde.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, nós, de fato, nós temos o nosso e-mail. Eu tenho um e-mail aqui do dia 24, que foi encaminhado para... Em resposta que nós recebemos para o dia... Nós recebemos resposta para o dia 2.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Para o dia 2... O senhor não reuniu três dias depois no Ministério da Saúde? O senhor disse aqui no começo da sua fala que tinha reunido três dias depois. O senhor falou: "Não, eu fui para o local, o local era errado; depois, eu fui recebido três dias depois no Ministério da Saúde".
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu fui à SVS no dia 22.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Isso.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - E aí houve essa conversação. Nós saímos de lá e emitimos um e-mail. Está aqui, posso passar para V. Exa. Dia 24 nós enviamos um e-mail e recebemos resposta para o dia 2. Eu não me lembro de estar no dia...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O senhor falou aqui que o senhor foi. E realmente ouvi do Ministério da Saúde, não constava na agenda. Daí na verdade esse meu questionamento.
Reverendo Amilton, o senhor faz sempre aqui a colocação de que o senhor não era uma pessoa bem relacionada com a classe política, não é? E, quando o senhor coloca isso aqui, Reverendo, todo mundo que está aqui sabe perfeitamente, não só pela sua fala, mas sabe perfeitamente pelos registros e pela caminhada da Senah que a sua instituição e o senhor eram muito bem relacionados. Por exemplo, quando o senhor chega ao ministério e o senhor faz uma... Segundo o senhor, o senhor enviou um e-mail, depois o senhor lá foi recebido de forma imediata. Ninguém indicou o senhor para ir para lá, para o Ministério da Saúde? O senhor disse aqui que não havia, na verdade, nenhuma indicação, que nenhuma representação política, por exemplo, teria feito a mediação para o senhor chegar até o Ministério da Saúde. O senhor confirma isso?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Olha, eu... É porque eu gosto de dividir, não é? Então, aqui tem a Esplanada, o Ministério da Saúde, SVS e PO lá em cima, onde fica... Eu creio que, quando nós enviamos o e-mail para o dia 22, foi para um local totalmente errado. Era para ter feito esse e-mail direto lá para o...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas, mesmo assim, o senhor foi recebido por todo mundo, não é?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós fomos recebidos. Na oportunidade, era o...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Meu tempo... Realmente, não dá mais para eu perguntar para o senhor, porque meu tempo, realmente, é muito pouco.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Era o Dr. Arnaldo...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas essa carta do Deputado Roberto de Lucena, Deputado Federal de São Paulo, do Podemos... Ele não fez essa recomendação ao senhor para chegar ao Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - V. Exa... Não, não fez. Ele fez para projetos, para trabalhos humanitários.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Se o senhor não tem representação, se o senhor não tem relação política, Reverendo, por que é que os presidentes da sua instituição são três Deputados, o Deputado Julio Cesar Ribeiro, o Deputado Castello Branco e o Deputado Marcos Martins Machado? Aí não é questão de relacionamento. Eles integram a sua instituição.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eles nunca foram à instituição. Foi um pedido meu para eles se integrarem como Presidentes de Honra, mas eles, assim, não... Nem na inauguração eles estiveram! Foi um grupo de Deputados, mas distritais.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas, mesmo assim, eles continuaram como Presidentes de Honra.
Eu quero finalizar, dizendo aqui ao senhor o seguinte: eu fico, pessoalmente, muito triste, na verdade, quando eu ouço aqui algumas pessoas fazendo algumas colocações, sobretudo pela sua posição. E lhe digo isso, Reverendo, porque meu pai é pastor. Meu pai tem mais de 40 anos como pastor. Quando eu nasci, inclusive, ele já era pastor. E eu sei o que é um pastor, eu sei o que é um ministro, eu sei a luta e o que eles representam para uma sociedade. Só para o senhor ter uma ideia, o meu pai, no início do ministério dele, andava 10km para realizar um culto, nas condições mais insalubres que se podem imaginar. Então, esse é o pastor que eu conheço, o pastor que eu aprendi, na verdade, a respeitar, não é?
A gente está vivendo hoje um tempo na história do Brasil que me traz uma grande preocupação, porque está muito clara uma relação que o Presidente tentou adotar com a Igreja, de Governo e Igreja, e é uma relação que não dá certo! A história diz isso. Lá atrás, no nascimento da Igreja Primitiva, nós tivemos ali o crescimento, a expansão da Igreja, e Constantino tornou o cristianismo a religião oficial do Estado. E o que se sucedeu a partir disso? Houve, na verdade, corrupção. Ela foi corrompida. E o que nós tivemos, mais tarde, na Idade Média, foi a Santa Inquisição, em nome de Deus, matando mais de 100 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças. Só depois, nós tivemos a ruptura, com a reforma lá mais na frente. Ou seja, relação de Governo e de Igreja não funciona. A relação que é uma relação saudável, até pelo Estado laico que nós temos, é das instituições; são as políticas de Estado. A Igreja pode ajudar muito no combate à violência, a Igreja pode ajudar muito nas mais variadas políticas públicas, porque ela tem também uma função importante, mas essa relação que foi adotada, Reverendo, é uma relação muito promíscua. Ela é muito ruim.
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E, ao mesmo tempo, o senhor acaba colocando uma imagem muito ruim para o restante dos pastores no Brasil. Nós temos hoje centenas de pastores no Brasil que, com todo respeito ao senhor, não têm essa postura, Reverendo; não têm a postura que o senhor tem. A gente percebe claramente que o senhor omite ou o senhor mente em algumas situações.
E o que nós estamos vendo ultimamente é que, em nome de Deus, se propaga, por exemplo, o armamento; em nome de Deus, se propaga, por exemplo, a perpetuação da doença; em nome de Deus, ao invés de se buscar, por exemplo, a vacina, se obstrui a busca de vacinas. Não basta pegar uma Bíblia ou ir a uma Igreja, como o Presidente da República faz. Ser a imagem e semelhança de Cristo não é isso.
E eu quero finalizar deixando aqui para o senhor - e me sinto até na obrigação de falar isto em nome dos milhares de pastores de todo o Brasil - que 2 Coríntios 6:3 diz o seguinte: "Não damos motivo de escândalo a ninguém, em circunstância alguma, para que o nosso ministério não caia em descrédito". O seu ministério, Reverendo, caiu em descrédito; mas eu preciso fazer esse registro em respeito a 30% da população, evangélica, deste País e a milhares de pastores e reverendos que, assim como meu pai, levam muito a sério a missão que receberam. O senhor tem uma responsabilidade dupla, como cidadão e como pastor, de ser de fato uma diferença na sociedade brasileira.
Muito obrigada, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Obrigado a V. Exa., que, de uma forma clara, sendo evangélica, de família evangélica, pode dar o exemplo de milhares e milhares de pastores que, diuturnamente, têm contribuído muito no Brasil afora, principalmente no meu Estado.
Eu sei que é uma comunidade perdida na Amazônia e lá sempre tem um pastor, principalmente da Assembleia de Deus do meu Estado, que é dirigida pelo Pastor Jonatas Câmara. E eu sei muito bem o trabalho diuturno que essas pessoas fazem no meu Estado com carinho - não só ele, como outras igrejas também. E sei o quanto eles tiram jovens da droga, sei o quanto eles se esforçam e com dificuldade, nesse momento; e, mesmo assim, eles continuam com o trabalho. Por isso, não dá para generalizar, não dá para dizer que são todos, não. Tem milhares e milhares de pastores com uma índole boa e que com certeza não se envolveriam numa coisa tão séria como essa compra de vacina.
Por isso, Pastor Amilton, volto a dizer para V. Exa.: a história castiga. A história castiga e um erro cometido pode jogar fora a sua história toda de pregação. Por isso, peço a V. Exa. que colabore. É muito estranho as portas se abrirem no ministério sem ninguém lhe dizer... A primeira coisa que uma pessoa pergunta é para onde você vai, com quem vai falar, e eles telefonam para poder deixar subir. Não creio, sinceramente, que o senhor foi lá acompanhado de outras pessoas sem ninguém ter dado um telefonema para dizer: "Olha, o pastor, o reverendo... ". E até acredito que o senhor foi lá com uma boa vontade de ajudar a comprar vacinas, mas o senhor traz uma história para nós aqui, uma história muito difícil de alguém acreditar. Por isso que eu peço a V. Exa., contribua. Não é possível!
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O senhor ter usado o nome da Primeira-Dama para mostrar prestígio, o senhor ter falado outras coisas que o senhor disse que era bravata, o ser humano é infalível, não é porque o senhor é pastor que o senhor não erra também, não comete erros, mas daí a gente estar tratando um assunto tão sério, compra de vacinas que poderiam salvar vidas, e o senhor não contribuir, isso é muito ruim para a sua imagem e pelo trabalho que o senhor deve ter há muitos anos como pastor, o senhor não começou a ser pastor o ano passado. O senhor deve estar há muitos anos na igreja e Presidente numa secretaria nacional, veja bem, secretaria nacional!
Senador Randolfe, por favor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Obrigado. Sr. Presidente.
Sr. Amilton, o senhor disse, aqui na preliminar, quando se apresentou, que o senhor recebeu o título de Embaixador da Federação para a Paz Mundial, perfeito?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Que o senhor definiu com a sigla UFP, não é isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Em inglês, Universal Peace Federation.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
Essa federação é a federação fundada pelo Reverendo Moon?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
Só para confirmar essa informação.
Então, seu título de embaixador foi concedido pela mesma federação criada, fundada, pelo Reverendo Moon?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Que o senhor tem conhecimento que, entre outras coisas, ele respondeu a crimes de evasão de divisas nos Estados Unidos, chegando a ficar preso durante dez meses.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho essa informação.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não tem informação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não sei, desconheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor conhece a polêmica, a trajetória polêmica do Reverendo Moon? As informações, a atuação do Reverendo Moon e, entre outras coisas, essa detenção dele nos Estados Unidos por crime de evasão de divisas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho esse...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, é só para esclarecer.
Então, o seu título de embaixador é um título dado pela mesma federação criada pelo Reverendo Moon, perfeito?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito, era essa só a informação preliminar.
O senhor diz em alguns documentos que a sua associação, que a sua secretaria - sua associação não é? - é credenciada. Tem um documento aqui em que o senhor diz: Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, uma organização sem fins lucrativos e de apoio humanitário com atuação em mais de 190 países, reconhecida pela Organização das Nações Unidas e pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil.
A sua associação é reconhecida por essas instituições?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A Senah está dentro de uma plataforma da Ecosoc, da ONU, e pelo...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, mas o senhor está dizendo aqui que ela é reconhecida pela CNBB.
Ela é reconhecida pela CNBB?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas como é que o senhor assina uma carta dizendo que ela é reconhecida pela CNBB?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Aí acho que tem um...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Eu vou ler de novo para o senhor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, uma organização sem fins lucrativos e de apoio humanitário com atuação em mais de 190 países, reconhecida pela Organização das Nações Unidas e pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor. Ela...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Assina aqui Amilton Gomes de Paula, com sua assinatura.
Não é o senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente, fui eu que assinei.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, ela é reconhecida pela CNBB?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor. Ela...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, esse documento aqui...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu posso fazer uma contextualização?
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Esse documento, Senador Randolfe, e esse Reverendo Moon, que deu esse título, isso é Fanta Laranja. É uma Fanta Laranja que só não tem laranja.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Fora do microfone.) - Tubaína.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Reverendo Amilton, eu não vou insistir não, o senhor já respondeu, o senhor respondeu que não é credenciado pela CNBB, embora tenha um documento aqui assinado pelo senhor dizendo que a sua instituição é credenciada pelo CNBB. Só lhe informar também que na plataforma da Organização das Nações Unidas não encontramos o credenciamento de sua entidade, se o senhor puder declinar depois?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu tenho, eu posso...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
E, mais ainda: o senhor também diz em outros documentos que o senhor é credenciado também pelo Conselho Nacional de Justiça, que tem cooperação e parceria com o Conselho Nacional de Justiça.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas aí foi retirado, excelência. Nós tiramos porque eu tinha a parceria com o Instituto Liberty...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, veja, vamos lá, vou direto. O senhor tinha informado que teria parceria com o Conselho Nacional de Justiça. O senhor tem, a sua instituição tem parceria com o Conselho Nacional de Justiça?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, eu tenho parceria com o Instituto Liberty, que tem parceria com o CNJ.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas em documento o senhor dizia também que tinha parceria com o Conselho Nacional de Justiça. O Conselho Nacional de Justiça, por ofício, já comunicou que não tem nenhuma parceria com a Senah.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele já comunicou e nós retiramos. Aí enviamos um e-mail para o Instituto Liberty e ele...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito. Era só para saber dessa preliminar.
O senhor é inscrito na Dívida Ativa da União com um débito de R$29,5 mil. O senhor confirma essa informação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu confirmo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor poderia me informar como é que uma entidade, dirigida pelo senhor, e que é inscrita Dívida Ativa da União com um débito de R$29,5 mil participou de uma negociação bilionária para aquisição de vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Esse é um débito antigo. Eu creio, eminente Senador...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, pode ser antigo ou pode ser atual. Ninguém no Ministério da Saúde chegou com o senhor e disse: "Vamos checar se seus dados, suas referências, o senhor está inscrito na Dívida Ativa da União. Então, por conta disso, não podemos prosseguir em nenhum tipo de negociação". Eu só quero lhe perguntar se alguém no Ministério da Saúde lhe informou o seguinte: "Olha, não tem como prosseguir qualquer diálogo com o senhor, porque o senhor tem um débito e está inscrito na Dívida Ativa da União". Alguém do Ministério da Saúde chegou a reportar isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não houve...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senador Randolfe, até para contribuir com V. Exa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - A Ordem de Malta, do Espírito Santo, e também a Associação do Rio Minas acabam de enviar aqui exatamente uma documentação dizendo que não têm nada a ver com a instituição Senah, que, aliás, é também um dos registros que consta na documentação que o senhor apresenta.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Deixe-me lhe perguntar mais uma coisa, Sr. Amilton: a Senah concedeu o diploma de Embaixador da Paz a Carlos Alberto Rodrigues Tabanez?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor. Na solenidade, na oportunidade nós distribuímos...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Entre outras coisas, a Senah compreendeu que ele cumpre, digamos, trabalhos humanitários?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele faz trabalho, ele tem um instituto que faz trabalho social.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ele é instrutor de tiro, sócio e Vice-Presidente do clube de tiro, e defende ampliar o acesso de armas aos brasileiros. O senhor considera isso um trabalho humanitário?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Obrigado.
Prosseguindo ainda, prosseguindo ainda, na inauguração da sua embaixada, na inauguração da sua embaixada, o senhor não lembra quais os embaixadores estiveram presentes?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Embaixador de Israel...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ah, o senhor lembra?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Lembro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito, que bom. Foi um Embaixador de Israel, quem mais?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Da África. Eu tenho que ver a relação, eu posso passar para o senhor.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O Embaixador da Índia esteve presente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro, foram várias autoridades.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Como... Então, por que, em diálogo com o Sr. Cristiano, o senhor faz referência e encaminha um contrato do Instituto Serum, da Índia, uma carta de intenção de compra, uma carta de autorização, e manda, encaminha ainda o endereço do laboratório do Instituto Serum, da Índia?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro, eminente...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Os diálogos estão aqui. Se o senhor quiser reportar depois.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Por favor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor faz esse... Isso são diálogos que o senhor encaminha em relação ao Instituto Serum, da Índia.
O senhor... Qual era o preço da vacina que o senhor estava intermediando?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A primeira oferta era... Se eu puder contextualizar desde o início...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Por favor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A Latin Air era US$3,97; depois, veio a Davati, US$3,50, que, depois, passou para US$17,50, e, depois, abaixou para US$11.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - De US$17,50... Em algum momento, surgiu a proposta de US$10?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Bom, não é o que falam aqui esses documentos. Tenho aqui um documento da Davati do dia 15 de março - date 03/15/2021 - e, nesse documento da Davati, fala-se que o contrato era de US$10. Aí, depois - depois -, tem uma carta sua endereçada ao Sr. Elcio Franco.
Veja, essa carta da Davati é encaminhada exatamente ao Sr. Elcio Franco no dia 15 de março, no dia 5 de março. Após, dia 14 de março, tem uma carta sua também ao Sr. Elcio Franco, dizendo que a proposta, na verdade, da Davati não era de US$10, era de US$11.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu também não me lembro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Está aqui... Aqui está a carta da Davati, que é do dia 5, do dia 15 de março. Essa carta da Davati fala na proposta em US$10, e aqui a sua carta, também encaminhada quase paralelamente, que fala em US$11. De uma carta para a outra, tem um acréscimo de US$1.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Nos chama atenção porque o que o Dominguetti denunciou a esta CPI é exatamente a diferença de US$1, que seria destinado à propina.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, eminente Senador, eu tenho a oferta oficial de US$11, assinada por Herman Cárdenas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas aqui está a oferta do Herman Cárdenas de US$10; depois, tem uma sua de US$11. Como é que o senhor entra aqui no meio da história fazendo uma outra proposta de US$11?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu estou pedindo para atualizar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Com um acréscimo de US$1?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu estou pedindo para... Nessa carta que eu enviei - eu lembro -, eu estou pedindo para atualizar a oferta, e ele a atualizou para US$11.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Exatamente.
Nessa carta para o Sr. Elcio Franco, o senhor diz o seguinte:
Ao cumprimentar o senhor, informo que, em caráter humanitário [sempre faço aspas "em caráter humanitário"], considerando o presente cenário de urgência mundial, disponibilizamos vacinas [o senhor fala aqui "disponibilizamos", ou seja, a sua entidade disponibiliza vacinas; é como está aqui no português bem lido] dos laboratórios AstraZeneca/Oxford [e o senhor fala que ainda tem as vacinas da Janssen (Johnson & Johnson)] [...], ao valor de US$11...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) -
...em caráter emergencial com entrega em até 25 dias.
A Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, uma organização sem fins lucrativos e de apoio humanitário com atuação em mais de 190 países [o senhor diz aqui que é reconhecida pela ONU e pela CNBB, e o senhor acabou de dizer também que não é reconhecida pela CNBB] [...] e outras instituições igualmente importantes, em ação conjunta com uma empresa norte-americana, vêm oferecer os produtos, preços e prazos supracitados, reiterando o caráter...
Me desculpe, Sr. Amilton, mas aqui o senhor está se apresentando como vendedor. O senhor está oferecendo a US$11 a vacina, que tinha tido uma proposta antes de US$10 - um acréscimo de US$1, que foi o que o Dominguetti falou, que seria US$1 de propina.
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós enviamos a oferta oficial de US$11 para o MS.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Isso eu sei.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A oferta oficial.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Isso está no documento que eu estou lhe falando. Isso nós já sabemos.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas aí quem coloca o preço é o Dr. Herman, não sou eu.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas está aqui o documento do Herman...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, o documento pedindo a atualização de uma oferta oficial, de US$11.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, o documento aqui dele está falando em US$10.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas essa carta não se refere... Esse...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, mas esta carta aqui é sua. Esta carta aqui é da Davati.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas aí eu tenho que colocar a oferta oficial da Janssen....
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois é, mas o senhor não está falando aqui em nenhum momento "retificando". O senhor não está retificando, o senhor está fazendo uma nova proposta de US$11.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, eu tenho essa oferta oficial de US$11. Eu desconheço esse documento de US$10, que não acompanha a oferta.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, só para entender: tem uma proposta de US$10 da Davati. O senhor encaminha, inclusive sem dizer que tem nenhum realinhamento de preço, uma proposta de US$11, certo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não encaminhei esse documento de US$10.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, isso eu sei! O senhor encaminhou um documento de US$11, mas tem um documento de US$10.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - E eu tenho a oferta de US$11, Excelência.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, eu quero só entender essa diferença de US$1, porque é a mesma coisa que o Dominguetti falou aqui, US$1 de propina.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas não tem ligação o documento de US$10 com o de US$11. O de US$11 está aqui.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor era o fornecedor da vacina?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, como não tem, se o - em tese - fornecedor, que não fornecia, apresenta de US$10, e o senhor, como interlocutor... O senhor tinha dito aqui, logo no começo, que o senhor somente agendou. Aqui tem um documento seu, encaminhando uma proposta, uma oferta de venda de vacina a US$11.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu estou fazendo uma menção à Davati, que ela tem...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não! Eu gostaria que o senhor estivesse, mas o senhor não está dizendo aqui. O senhor não está retificando a Davati. O senhor está apresentando US$11. O senhor está se apresentando aqui como vendedor, como vendedor que tem como interlocução uma parceria com uma empresa americana, que suponho que seja a Davati.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, mas esse documento, nobre Excelência, está anexo a uma proposta de US$11. Esse documento que está na sua mão, e não se refere ao documento de US$10.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, isso eu entendi. Mas enfim, temos dois documentos: um com US$10, e outro com US$11. E isso aqui - não me parece ser mera coincidência - coincide com a denúncia do Sr. Dominguetti de que teria tido a cobrança, na reunião com o Sr. Roberto Ferreira Dias, de US$1 por propina.
Mas prossigamos: no dia 2 de março, quando o senhor se reuniu com o Coronel Elcio Franco. O senhor relatou aqui que, depois desse dia, o Coronel Elcio não encontrou os documentos, e encerraram as tratativas, certo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não encerraram?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não encerramos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Tiveram continuidade?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No próprio Fantástico o Herman avisa sobre essa da AstraZeneca e da Johnson & Johnson. Ele está colocando à disposição...
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, só destaque para nós o seguinte: o que foi tratado... Nessa reunião, o Coronel Elcio Franco recebeu os senhores?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Deu prosseguimento às tratativas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Deu... Ele queria...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Deu?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele queria saber se tem o documento da AstraZeneca...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... porque ele ligava lá na AstraZeneca, no laboratório, e não tinha vacina.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não queria aproveitar essa oportunidade para declinar tudo que o Coronel Elcio Franco relatou, conversou com o senhor nessa reunião? E o senhor não quer aproveitar e falar para nós quem era um dos personagens dessa reunião, que era o Sr. Max Nóbrega?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Max Nóbrega era um funcionário de lá. Foi ele que me recebeu também no dia 12, e ele disse assim: "Olha, Reverendo, não tem..."
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Funcionário? Qual é a função dele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele faz um trabalho... Ele é na área de... Eu não sei a área dele. Eu creio... Ele estava falando a respeito de logística.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor nunca falou com o Roberto Dias? - Roberto Ferreira Dias.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro. Eu estive no...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Bom, o senhor já está evoluindo, porque o senhor disse aqui na preliminar que nunca tinha falado. O senhor já está em: "Não me lembro". Podemos avançar um pouquinho mais? - porque a gente está aqui com o WhatsApp do senhor, uma troca de WhatsApp sua com o Dominguetti, e o senhor está dizendo aqui: "Boa tarde, Dominguetti, estou na sala do Roberto Dias com os outros que falaram com ele". Tem o WhatsApp seu...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, eu não...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não lembra?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não lembro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não lembra?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Se o senhor me permite ver a contextualização?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Claro! Eu vou pedir para a Ana Cristina levar aí.
É um diálogo: o Dominguetti faz um contato com o senhor, e aqui está "Reverendo Anderson" - a Senadora Eliziane Gama perguntou e o senhor confirmou que é assim que estava sendo tratado -, e diz aqui: "Boa tarde, Dominguetti, estou na sala do Sr. Roberto Dias". Vou pedir para depois lhe levar, para ver se o senhor... Temos um longo depoimento ainda, não é, Senadora Eliziane? Quem sabe o Sr. Amilton, até o final, ele não lembra para nós?
Teve sequência o processo do Ministério da Saúde com o Sr. Elcio Franco? Teve sequência? Teve um processo instalado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor tem certeza disso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sobre a demanda que estava em minhas mãos...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sobre a compra das vacinas da Davati, não tinha?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sobre essa demanda que estava na minha mão, Excelência, eu não tenho conhecimento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E este processo aqui? Aqui tem um processo em andamento no Ministério da Saúde, os vários passos do processo, e claramente o processo se referia... Inclusive, tem tramitando pelos departamentos, no gabinete do Secretário-Executivo, e Davati Medical Supply.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, eu desconheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E era dessas vacinas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu desconheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois é, esse processo andou, teve prosseguimento.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Você tem a data, Excelência, por favor?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Claro! Tenho todas as datas aqui. Vamos disponibilizar para o senhor.
Mas vejamos, o que foi que o Sr. Elcio Franco falou nessa reunião? Ele encerrou as negociações? Disse que não prosseguia mais? "Vamos encerrar por aqui"? Deu fim?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, foi... A reunião foi tratando, no primeiro momento, da demanda das vacinas, dos 50% para a rede privada, para as empresas; a reunião terminou, e depois começou, abriu a conversação para explicar sobre esses 400 milhões de vacinas para o Governo. O Secretário olhou e perguntou a Dominguetti e a Cristiano Carvalho, dizendo o seguinte: "Olha, eu ligo lá, direto, no laboratório e não tem". Aí foi quando o Cristiano explicou...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A que o senhor atribui o Secretário-Executivo do Ministério da Saúde ter concedido essa chancela ao senhor, ter lhe recebido, ter recebido o Instituto Força Brasil, com tanta facilidade? Seria ao seu prestígio?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor. Eu não conheço o Dr. Elcio Franco.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não conhece ninguém no Governo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Conheço...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor pode declinar as pessoas que conhece no Governo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O que eu considero do Governo, que falou aqui que nós estávamos em um evento, é o Senador Flávio Bolsonaro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Senador Flávio Bolsonaro.
Prossiga. Não tem mais ninguém, não? Não tem mais ninguém, não, que o senhor conheça?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, foi numa foto. Assim...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, perfeito. O Senador Flávio já foi esclarecido.
Tem mais alguém? O senhor teve reunião com outro, com mais alguém no Governo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Com Deputados?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor. Eu creio que...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pode prosseguir.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... que eu não me lembre.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Talvez o senhor não se lembre dessa foto aqui. Essa foto é do Reverendo Moon. O senhor já viu. A outra foto, por gentileza. Vamos lá. Isso aqui é uma reunião que está, inclusive, no perfil das redes sociais da Senah. Reunião do Reverendo Dr. Amilton com a Ministra Damares. Reunião que, ao que parece, foi no gabinete da Ministra. O senhor quer refazer a sua resposta?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor. Quero refazer.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois não.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu me lembro agora disso aí. Foi no início de 2000. Pegaram essa foto e falaram que essa foto era uma foto de agora de dois mil e...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, é só porque é o seguinte: o senhor tinha dito que não tem contato, não tinha reunião. Essa é uma foto que mostra que a Senah tem reunião e tem contato, certo? O senhor concorda comigo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
Assim com nenhum outro Parlamentar o senhor teve contato, encontro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Aqui no Congresso?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - No Congresso, em nome da Senah.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No Congresso, eu vim aqui várias vezes pra falar sobre, na Comissão, um projeto que a gente tem de casa...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... de habitação.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Uma das vezes foi essa aqui, que o senhor pode ver, com o Deputado Fausto Pinato. Essa aí foi uma reunião em que o senhor esteve com ele, não é isso? Com o Deputado do Progressistas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, também em 2000. Não foi agora, Senador. Nós...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Essa questão é importante esclarecer, porque a pergunta que nós fizemos na preliminar foi se o senhor tinha contato, se o senhor tinha encontros. Acho que essas fotos revelam que o senhor teve encontros com autoridades. Essas fotos são algumas que nós resgatamos: com a Ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, e essa com o Deputado Fausto Pinato.
Para concluir, Sra. Presidente, só duas questões finais.
Tiveram prosseguimento, então, as tratativas com o Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No dia 12, encerrou-se.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Encerrou-se?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O que eu entendo...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor tem certeza?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não tenho certeza.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Tá, porque realmente não se encerrou no dia 12...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É porque, no dia 24...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... porque, veja, no dia 24 de março...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O.k. Está aqui comigo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... tem uma carta sua, assinada pelo senhor, ao Herman Cárdenas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... falando dos prosseguimentos das tratativas. Então, não se encerrou e o Sr. Elcio Franco não colocou ponto final no dia 12, certo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A vacina, nobre Senador... As vacinas eram 3,50; 17,50. Esse valor de 11,50 não estava atualizado.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, perfeito.
Eu só queria saber o seguinte: o Sr. Elcio Franco pôs fim a todas as tratativas no dia 12? O Elcio Franco chegou a dizer o seguinte: "Encerrem-se as tratativas agora, não avancemos. Isso daqui não prospera. Isso daqui não tem sentido, não tem significado"? Ele chegou a dizer isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito. Era isso que eu também gostaria de saber.
Por fim, o senhor tem algum contato com o Governo do Paraguai?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Contato, não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não? Então, por que o Cônsul do Paraguai no Brasil encaminhou uma carta para o senhor datada do dia 23 de março? E, nessa carta, entre outras coisas, ele diz: "Por intermédio do Sr. Hélio Fiuza". O Sr. Hélio Fiuza quem é?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não conheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas a carta é endereçada ao senhor.
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É do Governo paraguaio, do Cônsul do Paraguai e fala sobre tratativas de vacinas. Inclusive, diz que lá no Paraguai tinha aquisição de vacinas por empresas privadas, algo que o senhor falou ainda há pouco na preliminar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Desse documento eu não tenho conhecimento, mas nós fizemos, sim, uma...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Um documento do Consulado do Paraguai no Brasil, assinado pelo Sr. Ministro Hernando Arteta Melgarejo, Cônsul Geral do Paraguai no Brasil.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu lembro. Esse Cônsul conversou direto com a Davati, não foi conosco.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas ele manda uma carta para o senhor. Por quê? Se o senhor disse que foi procurado pela Davati, por que essa carta direta ao senhor e não, à Davati? Por que as autoridades consulares do Paraguai não fizeram contato direto com a Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Eles fizeram contato direto com a Davati.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Por que eles credenciam o senhor aqui nesta carta?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Talvez por uma comunicação nossa a... Como eu falei aqui no início da minha explanação, nós conhecíamos algumas embaixadas e enviamos. Talvez seja essa a resposta.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É, mas a resposta demonstra interesse nas vacinas e fala, inclusive, das vacinas... Ele trata o senhor inclusive com muita consideração aqui e fala... O detalhe importante é que ele diz, Senador Renan, que, no Paraguai, tinha a possibilidade da aquisição de vacinas pelas empresas privadas.
Me chamou a atenção, porque o senhor falou, na preliminar aqui, respondendo ao Senador Renan Calheiros, que o Instituto Força Brasil foi à reunião com o Sr. Elcio Franco com um objetivo determinado: tratar sobre o projeto de lei que tramitava aqui no Congresso Nacional que tinha sido relatado na Câmara dos Deputados por uma Deputada do Partido Progressista. E este projeto de lei havia sido defendido pelo Sr. Carlos Wizard e pelo Sr. Luciano Hang e só não prosperou esse projeto de lei porque ele foi barrado aqui no Senado. O senhor relatou aqui que o Instituto Força Brasil foi tratar com o Sr. Elcio Franco sobre esse projeto, foi conversar sobre esse projeto. Coincide que tem uma carta das autoridades consulares do Paraguai que fala dessa possibilidade existente naquele país vizinho. Coincide ainda mais, Senador Renan, e falo isto para concluir, que no dia 23 de janeiro a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas firmou um contrato - com qual empresa, Senador Renan? - com a Precisa, para aquisição da vacina Covaxin ao triplo do preço que estava sendo oferecido para o Ministério da Saúde.
O meu tempo já encerrou, Reverendo Amilton. Veja, eu fiz questão de trazer todos esses documentos, mas ainda temos tempo no depoimento de V. Sa. V. Sa. é um representante religioso, se apresentou aqui como tal. Eu acho que V. Sa. pode dar uma contribuição enorme para o País, pode dar uma contribuição enorme, talvez a mais importante contribuição que sua entidade pode prestar, relatando todos os detalhes e toda a verdade de quem o credenciou para ser um interlocutor tão valorizado em relação às vacinas.
Sr. Amilton, a credencial que o senhor tinha nós gostaríamos que as empresas que tinham vacinas tivessem desde o ano passado. Aí, a gente não teria 557 mil brasileiros mortos.
Obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senador Randolfe Rodrigues.
Íamos passar a palavra ao Senador Eduardo Braga, mas ele não presente e não está também pelo remoto.
Seguiremos, então, com o Senador Luis Carlos Heinze, por até 15 minutos.
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O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS. Para interpelar.) - Sra. Senadora Presidente dos trabalhos, Sr. Senador Renan, primeiro, Senador Girão, algumas notícias importantes, positivas do meu Estado do Rio Grande do Sul.
No meu Estado, o Governador já recebeu 10.660.686 doses de vacinas para uma população vacinal de 8.958.689 gaúchos e gaúchas. Quer dizer, já temos, praticamente, 1,7 milhão de doses, dá para vacinar toda a população e já há 1 milhão para a segunda dose.
Quero dizer também, Senador Renan, que, lá no Rio Grande do Sul, até o final de outubro mais ou menos, a população gaúcha deverá ter recebido as duas doses de vacina. Acho que esse é um ponto importante tratando de Rio Grande do Sul. Da mesma forma, o Brasil até ontem tinha entregue 184.419.650 doses de vacinas e, no vacinômetro, 143.674.216 brasileiros haviam recebido uma ou duas doses de vacina. O Brasil continua sendo o quarto País do mundo que mais vacina: o primeiro é a China, eram o segundo os Estados Unidos, Senador Girão, a Índia passou os Estados Unidos, hoje o terceiro são Estados Unidos e o quarto é o Brasil. Continuamos com essa posição e, seguramente, nós, até o final de setembro, teremos uma dose para a toda a população brasileira e, até o final de novembro, as duas doses para toda a população brasileira.
E um outro ponto importante que, a despeito da questão da Covaxin, que foi muito debatida aqui, e da própria Sputnik, mesmo assim o Governo Jair Bolsonaro comprou 632 milhões de doses de vacinas, que dão para vacinar três vezes a população brasileira com duas doses e até uma terceira dose, se for o caso de aplicá-la.
Senador Renan, uma notícia importante da Pfizer. A Pfizer agora está indicando e diz que o sucesso contra o covid exigirá também um tratamento antiviral precoce além da vacinação. Esta é a novidade, Senador Girão: a Pfizer pode fazer e vai apresentar um produto, já está aqui. O detalhe é que eles querem aplicar o kit deles: vacina mais antiviral precoce. Trate-se do antiviral inibidor da protease - aqui tem o nome: PF-07304814 - e estão em fase mais adiantada os estudos clínicos. É o tratamento, Senador Renan, que é tão criminalizado aqui no Brasil. Senadora Soraya, já temos a ivermectina, já temos a cloroquina, já temos o Annita, já temos vários produtos que os médicos brasileiros, médicos pela vida, tão criminalizados por muitos aqui, já estão aplicando no Brasil desde o início do ano passado, quando começou a pandemia. Então, agora, a Pfizer vem apresentar o processo que tem que fazer um tratamento precoce, e nós sempre defendemos o tratamento precoce preventivo e a vacina. As duas coisas são o que agora a Pfizer vem colocar aqui. Então, esse é o ponto importante, só para contextualizar o que nós estamos colocando aqui.
Amilton, uma pergunta para você: o senhor é tido como interlocutor entre a empresa Davati e o Ministério da Saúde. A Davati ofereceu ao Ministério 400 milhões de doses de vacina contra a covid-19 AstraZeneca?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Ela ofereceu, a oferta oficial.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Sim.
O senhor é amigo do Sr. Luiz Paulo Dominguetti? Qual é a sua relação com esse senhor?
R
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não sou amigo. Eu o conheci no dia 16 de fevereiro, em Brasília. Ele veio até a minha ONG, conduzido por um diretor da ONG.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Que tipo de atividade a sua ONG, Senah, costuma realizar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No ano passado, no início, em janeiro, nós começamos a fazer um trabalho, direta e indiretamente, na distribuição de cestas-básicas, também de máscaras. No Estado de São Paulo, nós distribuímos marmitas quentinhas na rua com a Senah São Paulo. Fizemos um trabalho, nas ruas, também de orientação, com panfletos para o uso de máscara e nas redes sociais também, juntamente com... Nas redes sociais, falamos sobre esse cuidado.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - O.k.
O senhor podia nos dizer se a empresa Davati reconhecia o Sr. Luiz Paulo Dominguetti como verdadeiro representante dessa empresa e o que fez o Governo brasileiro em relação a esse senhor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Documentado era o Cristiano, que era documentado pela Davati como representante. E o Dominguetti trabalhava junto com o Cristiano.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - O.k.
A sua ONG recebeu algum valor do Governo brasileiro ou de alguma licitação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós não recebemos nenhum valor do Governo brasileiro nem do Governo do Distrito Federal.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Muito obrigado.
Só mais um comunicado à CPI. A gente tem falado muito, Senador Girão, Senadora Soraya, em cima de um projeto que o Governo Federal - do Governo Bolsonaro, do Ministério da Ciência e Tecnologia - está fazendo, com relação a vacinas brasileiras. Cientistas brasileiros de várias universidades estão fazendo. A vacina contra covid, totalmente nacional, chamada Versamune, para que o Ministério da Ciência e Tecnologia já entrou com um pedido agora de reconhecimento final na Anvisa. Já está em fase final. Os testes foram realizados, tem alguma coisa ainda para fazer, e, neste instante, a Anvisa está analisando a documentação de uma vacina genuinamente brasileira, nacional, contra o covid. E a segunda é da Universidade Federal de Minas Gerais. Da mesma forma, a universidade já tem... A universidade e a Fiocruz de Minas já solicitaram autorização de estudo clínico que foi enviado à agência Anvisa também, na sexta-feira passada.
Então, duas vacinas brasileiras. Nós falamos em 17; aqui, duas já estão em fase de Anvisa, Senadora Eliziane. Então, isso é muito importante. São recursos federais investidos, e nós estamos trabalhando também para que laboratórios brasileiros - quer dizer, além da Fiocruz, além do Butantan - possam também se dedicar. E temos aí, Senador Girão, 16 grandes laboratórios brasileiros: 16 - quatro de medicamentos veterinários e 12 de medicamentos humanos -, que, daqui a pouco, podem se interessar por essas vacinas. Então, veja: cientistas brasileiros, laboratórios brasileiros produzindo vacina para o Brasil e também podendo vender para o mundo.
Senador Girão, recebemos, da mesma forma, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que já está em contato adiantado com a Pfizer, para eles fazerem a multiplicação da própria vacina Pfizer. E, com essa multiplicação, poderiam laboratórios brasileiros também fazer a produção dessa vacina. E o contato com o Embaixador do Uruguai e outros embaixadores... Daqui a pouco, a América do Sul poderá ser beneficiada com essas vacinas.
Então, são coisas positivas que estão acontecendo. É só esse o registro que eu queria deixar nesta CPI, Senadora Eliziane.
Muito obrigado.
R
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Obrigada, Senador Heinze.
O Senador Jorginho Mello declinou da sua participação.
Com a palavra o Senador Marcos Rogério.
Não está presente em Plenário nem no remoto.
Com a palavra o Senador Eduardo Girão, por até 15 minutos.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Gratidão, Presidente.
Eu estou pegando alguns dados aqui com base no depoimento, se a senhora puder... Troquei ali com o Senador Jean Paul. Se eu puder voltar depois, eu agradeço.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Se V. Exa. trocar com o Senador Jean Paul, V. Exa. vai ser o 15º a falar.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Então, Senador Jean Paul, o senhor vai me perdoar. Eu lhe agradeço o consentimento. Estou desde cedo aqui, eu estava pra...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - V. Exa. pode trocar com o Senador Alessandro Vieira. O próximo é o Senador Rogério Carvalho, que não está presente. Na sequência, o Senador Alessandro Vieira e, na sequência, a Senadora Soraya Thronicke, se quiser trocar com V. Exa.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não, tranquilo.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Fora do microfone.) - Agora não dá.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Eu já tinha conversado com ela. Ela disse que não dava também.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Na sequência, Senador Izalci Lucas, Senadora Zenaide Maia, que está no remoto. Posso chamá-la, e depois eu volto ao senhor. Pode ser?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Perfeito. Está ótimo.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senadora Zenaide Maia. (Pausa.)
Senadora Zenaide Maia, V. Exa...
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Por videoconferência.) - Presidente, é porque eu estava aqui...
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sem nenhum problema, querida, maravilhosa Zenaide Maia, que não perde uma sessão da CPI, sempre remotamente, mas sempre participando ativamente.
Com a palavra o Senador Jean Paul Prates.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Para interpelar.) - Presidenta, obrigado.
Eu queria abrir aqui um capítulo desta sessão hoje para esclarecer, aproveitando que a CPI também serve para esclarecer a opinião pública, além de, evidentemente, o Relator e o Presidente, sobre um fenômeno que é bem maior até do que o próprio processo que nós estamos avaliando aqui, que é a existência e essa onda de entidades que eu chamaria de "protoentidades" e de personalidades mitômanas que assolam o País há algum tempo. Eu estou dizendo de um fenômeno, Senador Renan, que acontece junto a Governadores, junto a secretarias de Estado, junto a prefeituras, junto a ministérios, junto ao Presidente da República. E me parece que, quanto mais medíocre e inepto é o governo, mais ele se torna suscetível a essas mitomanias.
Essa mitomania consiste no seguinte: diante da Pfizer e de empresas que são habitualmente reguladas por forças de mercado, por agências reguladoras, colocam-se teorias da conspiração. E diante de entidades que usam siglas, insígnias - e eu vou mostrar aqui que é o caso -, colocam-se na sala do Presidente. Isso é uma inversão muito séria, Senador Renan, e que não pode prevalecer, porque a decorrência disso - falo aqui genericamente, depois sigo com as perguntas - imediatamente é o crime de falsidade ideológica e o crime de estelionato, mas indiretamente é a corrupção mesmo, porque essas entidades são usadas pra passar um verniz numa situação, legitimar alguma coisa, como, por exemplo, senhor depoente, essa relação com a missão brasileira das forças internacionais de paz da ONU. Qual a autorização que a Senah, que, aliás, já tem um nome enganoso por si só, Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários... Um incauto olha isso e imagina que é uma entidade federal brasileira. Quando é traduzido para o inglês fica ainda mais imponente: secretary of national não sei que humanitarian... O cara olha isso aqui e diz: "Poxa, é uma entidade governamental". Quando olha os brasões, tem o brasão da ONU, tem a Ordem de Malta, é uma verdadeira exposição. E aí tem outras duas entidades que eu quero perguntar aqui se são elas mesmo.
R
Mas, em primeiro lugar, missão brasileira de força internacional de parte da ONU: o que ela tem a ver com a Senah, meu amigo? O que tem a ver United Nations Mission of International Relations? Essa unidade, essa unmir-gov.org é da Nações Unidas mesmo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É sociedade civil organizada.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Pertence às Nações Unidas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Algumas... Participa da plataforma Ecosoc, em que você tem uma ida a ONU uma vez ao ano, conforme a Senah também está na plataforma, mas, sobre essas sociedades civis organizadas que nós colocamos aí, eu tinha autorização tácita, então não era uma autorização para vacinas.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Tácita? Sr. depoente, essa Ecosoc que o senhor menciona é um mero cadastro na ONU, tem mais de 5 mil entidades cadastradas lá. Elas se cadastram para discutir, Sra. Presidente, assuntos diversos que a ONU... A Assembleia Geral da ONU abre lá um cadastro. Se você tiver uma entidade, por exemplo, sobre lactantes, tem uma entidade sobre isso, você se cadastra lá. Quando surgir o assunto, eles eventualmente pesquisam quem é e chamam para conversar. Uma espécie consultiva.
A sua entidade não está lá. Nós puxamos agora aqui das 5 mil, e não está lá, quer dizer, nem estar lá está.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu posso...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Mas, mesmo que estivesse cadastrada, seria como eu aplicar para um emprego na Coca-Cola ou na Petrobras e dizer que já sou dela, porque me cadastrei lá pra um banco de empregos, por exemplo. É a mesma coisa.
O senhor não tem legitimidade pra colocar a insígnia da ONU num papel azul desse aqui. O senhor pertence a ONU? Tem algum contrato com a ONU? Faz alguma coisa com a ONU?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós participamos da plataforma Ecosoc...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Que é um cadastro.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... que é um cadastro, mas muito rigoroso, porque você tem que alinhar o estatuto e tem que trabalhar com a demanda paz mundial, a cultura paz mundial. Eu estive em Israel...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Mas isso lhe dá o direito de colocar o brasão da Nações Unidas nas suas correspondências? O senhor tem uma autorização expressa pra isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Autorização expressa, não.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Porque isso é sério, porque algum Prefeito incauto em algum lugar do Brasil, um ministro menos informado e tudo, quando veem isso aqui com o nome de Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, imediatamente caem nessa conversa.
Outra pergunta rapidamente, essa outra aqui: United Nations Mission of International Relations, o senhor conhece o Sr. Aldebaran Von Holleben, intitulado no site como Presidente dessa entidade que aparentemente usa o brasão da ONU e diz que é da United Nations, ou seja, que é da ONU, é a Missão das Nações Unidas para Relações Internacionais, essa é a tradução do disco dessa entidade?
Isso é uma entidade privada, é uma ONG dirigida por esse Sr. Aldebaran? O Sr. conhece esse Aldebaran?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - São ONGs e são sociedades civis organizadas que colocam, cedem as suas logos. Nesse caso aí, houve um erro da minha parte em ter colocado essas logos para trabalhar com vacinas.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - E ele também está errado em usar o globo da ONU, porque ele também não é da ONU. Essa Unmir pertence à ONU?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Unmir, é como eu havia falado para o nobre Senador: eles participam da plataforma Ecosoc e fazem o trabalho humanitário. O meu trabalho...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor conhece o Aldebaran, esse Aldebaran Von Holleben?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - São vários...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor acha que ele é uma pessoa mentalmente sadia, sã? O senhor o conhece?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós... Assim, conhecer para estar conversando, não. Nós temos...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor sabia que ele reivindica ser o Superman brasileiro? Sabia que ele recebeu, depois que o Superman ficou tetraplégico, o ator, que ele recebeu os poderes de voar e que ele deveria estar nos filmes do Superman?
Parece brincadeira para o pessoal que está nos assistindo! Isso parece até piada, mas não é, não! Esse senhor, Aldebaran Luiz Von Holleben, ele é tão sério que ele se põe como Superman tupiniquim, entrou na Justiça para conseguir o direito legítimo de ser reconhecido como Superman.
Diferentemente de Clark Kent, Aldebaran não é jornalista, e sim advogado com registro na cidade de Ponta Grossa, no interior do Paraná. Em sua ação, o "Homem de Aço" paranaense alega que foi fotografado em cima do cavalo de um carrossel e ao lado da caveira do túnel-fantasma, calçando o tênis do Superman.
Está aqui... O senhor conhece esse homem? É o Superman.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós temos uma parceria em nível...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor acha ele sério? Ele posa de Nações Unidas e diz que é o Superman!
Com a queda de Christopher Reeve - intérprete do Superman nos cinemas - de cima de um cavalo em 1995, que o deixou tetraplégico, o advogado a partir deste momento teria "derrotado artisticamente" Reeve, podendo pleitear pelo título de Superman.
Com isso, além dos poderes como voo, superforça e lasers pelos olhos, Aldebaran reclama a vaga de ator nos filmes da DC - está rindo, Presidente? -, seja como herói ou como vilão.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Só sorrindo, Senador!
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Ele aceita um papel de vilão, não está chateado não!
Além disso, ele também afirma que também merece uma porcentagem comercial das vendas relacionadas ao Superman.
Isso está aqui, no correio24horas.com.br.
Enfim, era só para ilustrar aqui rapidamente quem é o Presidente da United Nations Mission of International Relations.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Só para lembrar: não é piada. O que V. Exa. está lendo é um registro...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Não, é sério! É sério! Mas eu estou alertando, Presidenta, porque essas pessoas estão em torno dos governos, das cidades. Eu convivi muito com isso também, já recebi muitas pessoas, e minha lição aqui - Senadora Soraya também - é que nós nos acautelemos contra essas coisas. Isso tem em tudo que é lado, não tem só do lado político não, isso tem coisa... E algumas têm realmente raízes políticas bem enfronhadas em movimentos internacionais, globais. Não é conspiração, é verdade, são financiados. Por isso é que falei aqui mais cedo sobre sites e veículos midiáticos. Além de sites e veículos midiáticos, há entidades, fundações e ONGs desse tipo aparelhadas e financiadas por movimentos protopolíticos.
Tem aqui também uma American Diplomatic Mission of Internacional Relations Organization, de um tal Zigmund Ziegler Roberto Cohen.
O senhor conhece esse senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu conheço...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Roberto Cohen.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Conheço. É uma pessoa que tem um trabalho humanitário, uma pessoa...
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O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Pois é. Esses brasões... E aí essas entidades de aparência suspeita, que emulam - vejam bem! - instituições internacionais... Porque não é... A gente estava olhando esses brasões aqui, inicialmente, pensando que eles estavam sendo usados indevidamente como ONU ou como Governo americano, mas não é, não; é pior do que isso, é uma segunda instância disso aqui, Senador Rogério. O cara pega o brasão da ONU, coloca uma entidade que não é a ONU e aí autoriza outra entidade no mundo afora a usar aquele brasão que não é da ONU, mas que emula um brasão da ONU, ou seja, além da falsidade ideológica, há o intuito devidamente de enganar mesmo. Então, é estelionato puro! Nós estamos diante de falsários e estelionatários que tentam enganar incautos na administração pública e/ou beneficiar espertos e oportunistas.
Então, está evidente o intuito da organização do depoente de iludir os recipientes dessas cartas, desses documentos, pegando emprestadas essas autoridades e essas organizações. Nós estamos diante, Sr. Relator, de um movimento concertado, inclusive contando com escritórios em outros países, se aproveitando do desespero dos gestores públicos em busca da vacina. É preciso que conste, Sr. Relator, no relatório essa evidente fragilidade institucional que pode se revestir, inclusive, de característica criminosa, com falsidade ideológica e estelionato. É preciso que a gente entenda de onde vêm essas articulações, quem financia essas entidades e instituições e quais são os reais vínculos delas com o Governo Federal.
Por fim, tem aqui a Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas do Brasil, também citada nos seus alfarrábios digitais e impressos. O que vem a ser isso? Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas do Brasil, o site é mihemfab.gov.org, e tem uma sede, pasmem, no Ministério da Defesa. Essa entidade é oficial, carregando, inclusive, a bandeira do Império, esse monte de bandeiras aqui, bandeira da Presidência da República? Qual é a relação, Reverendo, deste movimento Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas do Brasil com o Governo brasileiro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Como eu falei ao nobre Senador, são instituições, são ONGs que trabalham pela paz mundial. O que eu posso falar é da minha. Eu estive em Israel, na oportunidade, unindo muçulmanos e judeus. Então, foi por isso que eu fui... Eu fui convidado com essa demanda a apresentar a minha instituição. Fui por uma missão de paz. E conheço líderes, e esses líderes se colocam à disposição para fazer parcerias.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Mas essa missão pertence ao Comando Militar ou às Forças Armadas brasileiras? O senhor pode confirmar isso, se sim ou se não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho conhecimento.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Pois, para mim, isso aqui é mais uma fajutagem disfarçada de endereço oficial e deveria ser investigada pelo próprio Governo Federal. O Governo Federal tem obrigação imediatamente de checar o que é isso, porque tem aqui a logomarca do Pátria Amada, o Brasão da República, o gov.br e o endereço no mesmo endereço do Ministério da Defesa - Bloco Q, 7º andar, Esplanada dos Ministérios.
Sem mais, Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senador Jean Paul.
Vamos retornar aqui à lista, porque eu fiz o chamamento, e não estavam presentes. Então, voltamos aqui ao Senador Marcos Rogério, pelo tempo de até 15 minutos.
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O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Para interpelar.) - Sra. Presidente, Srs. e Sras. Senadoras, depoente que aqui está e os que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado Federal, eu quero fazer aqui algumas poucas considerações e também algumas perguntas ao depoente. Talvez até de forma repetida, farei algumas perguntas para tentar entender essa história bastante contraditória que nós temos aqui.
Como V. Sa. conheceu a dupla Dominguetti e Cristiano?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu conheci o Dominguetti através de um diretor da minha ONG que trouxe o Dominguetti a Brasília. Nós fizemos uma reunião preliminar no dia 16.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Quem foi esse diretor da sua ONG que lhe apresentou o Dominguetti?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi o Renato Gadi.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Renato...?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Renato Gadi.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - E como é que foi esse contato, essa aproximação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós fizemos várias perguntas ao Dominguetti. Ele demonstrou, assim, bastante conhecimento na demanda da vacina da AstraZeneca. Quando ele apresenta essa demanda a nós, nós... Já nesse momento, a gente abre uma reunião, uma reunião no dia 17 e no dia 18, para definir qual seria o caminho certo. E o que o Dominguetti apresenta é a empresa Latin Air, que tinha 400 milhões de vacinas a R$3,97.
O SR. DANIEL SAMPAIO (Fora do microfone.) - Dólares!
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A US$3,97.
Então, nós nos reunimos, solicitamos um e-mail. Enviamos um e-mail através de um dos meus assessores. Fazendo uma pesquisa pela internet, fez o caminho da SVS, que é a Secretaria de Vigilância em Saúde. Quando chegamos lá, apresentamos essa demanda ao Dr. Arnaldo Correia. Nesse momento, Arnaldo Correia não pôde nos receber. Então, quem nos recebeu foi outro funcionário... Eu tinha o nome aqui na minha mente e perdi. Esse funcionário nos encaminha, dizendo que não seriam ali vacinas...
O SR. DANIEL SAMPAIO (Fora do microfone.) - Lauricio.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É Lauricio Monteiro - eles falaram aqui para mim.
E me encaminha para o MS, o Ministério da Saúde. Nós fizemos outro e-mail no dia 24, pedindo uma reunião. Fomos respondidos no dia 1º. E, no dia 2, eu conduzi o Dominguetti ao Ministério da Saúde, onde se apresentou a oferta. E, naquele instante, naquele momento, quem me recebeu foram Fábio Werneck e Max Nóbrega. Eles receberam, olharam a documentação e disseram: "Olha, queremos falar... A gente fala é com representante. E esta documentação não é uma documentação correta". Então, a reunião durou ali mais ou menos uns cinco minutos, porque eles olharam a documentação, que estava toda incorreta.
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O Dominguetti não veio no dia, ele fez uma ligação dizendo que o seu carro quebrou. E ali terminou-se, então, a reunião, essa reunião rápida, onde apresentamos essa proposta.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Como é que o senhor se viu nesse meio aí, nessa negociação toda? O senhor tinha alguma expertise na negociação de vacinas, medicamentos? De onde o senhor apareceu nesse processo todo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu apareci no processo pelo projeto de humanização que nós temos a nível mundial e...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Nesse projeto de humanização, quais foram as tratativas de mediação estabelecidas pela sua entidade antes?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É que eu levaria adiante...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, não, não, V. Exa. não me entendeu. Eu estou perguntando antes disso. O que a sua entidade, o senhor mediou em termos de vacina, de medicamentos com quem quer que seja?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O nobre Senador fala sobre encaminhamento? Porque o que foi decidido na reunião...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu estou perguntando para entender a lógica de que paraquedas o senhor caiu nessa mediação, porque eu estou ouvindo aqui desde cedo e eu estou numa dúvida cruel...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Superman.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Eu estou numa dúvida cruel, porque eu não sei se V. Sa. foi enganado, ludibriado ou se V. Sa., com todo o respeito, é parte de uma tríade de golpistas!
E eu lamento muito ter que fazer isso aqui, porque eu defendo o Governo, mas eu não defendo qualquer prática que passe perto de alguma suspeita de irregularidade. E não estou fazendo ilações. Eu prefiro crer, até em nome da fé que o move e me move também, que V. Sa. tenha sido vítima, tal qual foram outros servidores, pessoas de bem, que tenham sido usados; que tenha sido apenas um grande equívoco; que V. Sa. tenha faltado com a cautela, tenha faltado com a diligência, tenha faltado com a prudência, tenha faltado com a vigilância! E, se foi tudo isso que aconteceu, eu nem lhe perguntaria mais nada. Apenas lhe faria um apelo: que, neste momento, reconhecesse e pedisse perdão àqueles que foram induzidos pela boa-fé que tinham em V. Sa. e naquilo que V. Sa. representa enquanto autoridade talvez eclesiástica. Eu prefiro presumir... Não fiz essa ponderação com relação a Dominguetti, em relação a Cristiano, porque ali me pareceu absolutamente se tratar de dois trambiqueiros, mas em relação a V. Exa. eu não quero fazer essa mesma... Não é nem acusação, essa mesma presunção. Eu prefiro crer na sua boa-fé e que V. Sa. tenha sido vítima dessa situação toda, porque, naquele momento - e a gente precisa entender à luz do momento -, todo mundo estava em busca de vacina, todo mundo estava em busca de soluções para dar ao Brasil respostas.
E hoje eu vejo aqui, covardemente, muitos Parlamentares, Senadores e Senadoras, que, ao longo do tempo, criticaram o Governo por não ouvir, por não correr atrás, por não buscar ter vacina, os mesmos que hoje saem aqui alardeando acusações contra quem se colocou no sentido de tentar ajudar...
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E aí, Reverendo, estou aqui partindo de um pressuposto de confiança, de que V. Sa. tenha sido realmente vítima dessa grande armação.
E aí faço isso para dizer - e é bom que o Brasil saiba - que tentativas de golpe, tentativas de fraude, tentativas de corrupção acontecem a todo momento, no Governo Federal, no Ministério da Saúde, nos governos estaduais, nos governos municipais. Agora, há uma diferença entre o Governo de outros tempos e este Governo, porque nós estamos ouvindo alguém aqui hoje em razão do papel que ocupou em dado momento, mas esse processo não avançou um milímetro: não houve a contratação, não houve o dispêndio de um centavo de real... Fala-se de corrupção sem um centavo de real pago! Essa é a diferença entre o Governo de hoje e o Governo de ontem. Aqui fala de corrupção sem ter corrupção, aqui acusa-se de corrupção, mas não querem investigar corrupção, porque corrupção, indícios e evidências têm aos montes em relação a Estados, Municípios, Consórcio Nordeste, Senador Girão, mas isso não querem investigar!
Então, eu quero dizer que a vinda de V. Sa. aqui hoje talvez seja até uma perda de tempo para esta CPI, porque nós estamos tratando de algo que não aconteceu, de contratos que não aconteceram, de pagamentos que não foram feitos, mas estamos aqui, desde manhã, rodando em círculos para tentar tirar de V. Sa. alguma coisa que eu não sei se V. Sa. tem. E eu não posso fazer defesa de V. Sa., mas da mesma maneira também não posso fazer acusações de que seja parte de uma organização criminosa.
Agora, eu não posso deixar de fazer este registro respeitosamente a V. Sa.: V. Sa. participou de algo que me parece que foge ou que fugiu totalmente ao escopo de atuação de V. Sa. ao longo da vida, pela formação, pela convicção de fé, pelos princípios. Cabe a um pastor, a um líder religioso cuidar de gente, semear a semente do Evangelho, resgatar vidas, cuidar de vidas. Eu não sei se foi o que motivou V. Sa. a tentar fazer mediação, não sei, ou, repito, se faria parte desse movimento todo, dessa dupla que apareceu aqui e que, naquele caso, para mim, dois trambiqueiros, pelo que eu vi aqui no âmbito desta CPI.
Eu lhe pergunto aqui, e, ao final, se quiser fazer uma ponderação, porque V. Sa. usou agora há pouco uma palavra que mexeu muito aqui com as pessoas, que chocou as pessoas quando falou da bravata, às vezes tentando demonstrar relacionamento, demonstrar nível de proximidade... Talvez seja o momento para fazer um juízo de mea-culpa, porque o que liberta, o princípio fundamental que nós seguimos é a verdade, é a verdade. E V. Sa. conhece a verdade, conhece a verdade dos fatos e conhece a verdadeira verdade. Então, eu queria lhe dar a oportunidade para fazer uma fala nesse sentido e dizer a esta CPI e ao Brasil: se arrepende, foi vítima, partícipe? Qual o seu real papel em tudo isso?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador Marcos Rogério, na minha família, todos são pastores, meus irmãos... Eu nasci num berço evangélico. Fui presidente de jovens... (Pausa.)
Fui presidente de... Trabalhei... A primeira igreja que eu construí foi num lugar afastado, na roça. Mesmo tendo o conhecimento, ali eu fui pastor por muito tempo.
Eu creio que foi o maior erro que eu fiz foi abrir a porta da minha casa aqui em Brasília - eu sou de Brasília -, eu abri a porta da minha casa num momento assim em que eu estava enfrentando a perda de um ente querido da minha família, e eu queria vacina para o Brasil. (Pausa.)
Eu me sinto... Tenho culpa, sim. Hoje de madrugada, antes de vir para cá, eu dobrei os meus joelhos, orei... E aí eu peço desculpa ao Brasil. O que eu cometi não agradou primeiramente aos olhos de Deus...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Perjúrio, Pastor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... mas eu estou aqui para voltar e dizer o que eu preciso... Quem me conhece sabe: lá na minha igreja, eu tiro o meu sapato, eu dou o meu sapato para pessoas carentes que chegam lá. Tudo o que eu tive... Eu vendi o meu carro, vendi tudo o que eu tinha para dar para a igreja. Quem me conhece sabe. E esse erro eu cometi. Foi um erro em que, se pudesse voltar atrás, eu voltaria.
Peço perdão a todos os Senadores, a todos os Deputados. E o que eu puder fazer para melhorar a vida de alguém... Para quem me conhece como pastor, hoje está me assistindo e está dizendo "esse eu conheço", jamais fraudei ou tirei algo de alguém e estou aqui para contribuir com o Brasil sempre.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Sr. Presidente, eu não farei mais perguntas ao Reverendo Amilton e espero muito sinceramente que essa seja a verdade que o motivou. E não cabe... Assim, o ambiente de uma CPI é um ambiente absolutamente pesado com todos, de uma posição ou de outra. Eu sempre procurei atuar aqui de maneira muito prudente, muito cautelosa, sem fazer prejulgamentos, e não farei prejulgamentos diante da fala de V. Sa.
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É uma situação realmente extremamente delicada, confusa, mas reitero que toda a narrativa construída em torno dessa negociação é uma narrativa que tem como foco tentar desqualificar o Governo, ainda que reconheçam que não tenha havido um ato administrativo que possa ser apontado como ato de corrupção, como ato de ilegalidade, porque o sistema de compliance do Ministério da Saúde funcionou bem, o sistema de controle interno do Ministério da Saúde funcionou bem, diferentemente do que aconteceu em outras épocas deste Brasil tão recentes, e os brasileiros não têm memória curta. Há uma diferença entre o Brasil de ontem e o Brasil de hoje; entre o Governo de ontem e o Governo de hoje.
(Intervenção fora do microfone.)
(Soa a campainha.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Obrigado, Senador Marcos Rogério.
Passarei a palavra ao Senador Rogério Carvalho, Alessandro Vieira, Soraya, Izalci... A Senadora Zenaide já falou?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Senador Omar Aziz, eu estou na fila aí, eu sou o próximo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O seu nome foi tirado daqui.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não, é porque, na hora...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Presidente, teve uma troca.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ah! Uma permuta? Foi. Desculpe, Senador Rogério.
Senador Eduardo Girão.
Depois, Senador Rogério Carvalho.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Para interpelar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Seja bem-vindo a esta Comissão, Sr. Amilton Gomes de Paula. Eu, inicialmente, queria perguntar para o senhor se o senhor poderia falar brevemente - porque o tempo da gente aqui urge - sobre o seu currículo e de como o senhor chegou a pastor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Posso, sim.
Eu fui Diácono da Igreja Assembleia de Deus por dez anos; depois, eu me tornei Presbítero, entrei no curso de Teologia e depois me candidatei a Evangelista. Fui consagrado pela Igreja Assembleia de Deus em 1998 ali no Ministério de Madureira, do Rio de Janeiro, cujo Presidente é Manoel Ferreira, uma das grandes igrejas da Assembleia de Deus. Eu me dediquei ao ensino teológico e, nesse ensino teológico, eu formava missionários e levava esses missionários para o Brasil inteiro com comida e roupa de doação que eu fazia tanto no Piauí, no Ceará... Depois, retornamos a Brasília e demos seguimento à Igreja Batista, um projeto nosso também. Nesse ínterim, veio a Senah, que, na época, era um trabalho de cursos teológicos em que a gente fazia o curso básico, o médio e o superior em Teologia. A gente era um braço para as igrejas que formavam pastores.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Perfeito.
De onde o senhor tira o seu sustento assim de caráter remuneratório? O senhor tem alguma profissão, alguma atividade ou apenas é na igreja? Como é que...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu sou palestrante, dou curso de Teologia, dou aula nas igrejas como pastor itinerante e também faço este trabalho de palestras.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Então, o senhor recebe das igrejas por palestra? É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Por palestras e também recebo um projeto que nós temos a nível internacional.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - O.k. Eu quero até fazer uma pergunta nesse sentido, mas onde é que é a sede? Onde é que fica a sede da Senah?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A sede da Senah fica na Área Especial nº 12, área especial ali...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Aqui em Brasília?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Em Brasília.
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O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - A ONG que o senhor preside se apresenta como uma organização social não governamental, de atuação nacional e internacional. O senhor poderia citar que trabalhos a Senah desenvolveu no âmbito internacional, efetivamente, fora do Brasil?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor. Nós tivemos ali um trabalho em Israel, unindo muçulmanos e judeus, no monastério onde nasceu João Batista. Ali nós abrimos uma frente de ajuda humanitária. São mil crianças lá. Esse trabalho nós temos desenvolvido em conversação, ano a ano.
Estivemos também no sul dos Estados Unidos, fazendo, no ano passado, doação de comida. Esse é o trabalho internacional que nós temos feito.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - O senhor esteve tanto em Israel como nos Estados Unidos pessoalmente, coordenando esses trabalhos?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Pessoalmente. Estive na Turquia, estive em Roma e em Israel, coordenando esse trabalho.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - A convite de instituições de lá? Financiados por instituições de lá?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A convite de instituições de lá, mas eu mesmo que financiei.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Com recursos das palestras?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Com recursos das palestras. Fora o trabalho que a gente tem também de líderes religiosos do mundo inteiro.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - No site da Senah, que tem somente uma nota de esclarecimento - não tem mais nenhum conteúdo hoje - consta que a ONG que o senhor preside, abro aspas, "desenvolveu diversas ações de atendimento emergencial, trabalhou incansavelmente para buscar mecanismos que amenizassem o sofrimento da Nação brasileira", fecho aspas.
Que ações efetivamente a Senah desenvolveu no combate à covid-19, e qual a origem dos recursos para essas ações desenvolvidas durante a pandemia?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós trabalhamos com doação de cestas básicas, para mulheres em vulnerabilidade social; doação de roupas e calçados; doação de kits de máscaras - quando a gente ia entregar a marmita quente, a quentinha na rua, a gente entregava também uma máscara, em vários Municípios do Estado de São Paulo. Fomento na conscientização do combate ao covid, e suas eventuais prevenções, e por meio também de divulgação de fôlderes explicativos, tudo isso também no nosso site. Esse dinheiro veio através de parcerias que nós fizemos com empresários que fizeram a doação e a execução, tanto da Senah... A base humanitária da Senah, em São Paulo, distribuiu na Praça da Sé. Fizemos distribuição também em Campinas e eu aqui em Brasília, em algumas ações.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Teve parceria também com governos, sejam eles estaduais, municipais ou o federal?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Não teve parceria. Foi com empresários.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Foi doação de empresários.
Ainda no site da Senah consta, abro aspas novamente, nessa nota que a Senah "se dispunha a cooperar apoiando o Governo no esforço para aquisição de vacinas no combate à covid-19", fecho aspas. De que forma o senhor imaginou cooperar com o Governo, tratando-se de um assunto tão complexo quanto a aquisição de vacinas? O senhor acha que a Senah tinha condições de se lançar numa empreitada tão grande como essa? Que conhecimentos técnicos na área da saúde a organização possui para a aquisição de vacinas?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Quando eu falo "sociedade civil organizada", os projetos da Senah são projetos também de impacto social: moradia, resíduos sólidos, CO2. E nós temos parcerias com universidades. Então, sobre vacina, nós tínhamos uma ou duas pessoas para falar sobre o tema conosco, mas, na representatividade de levar esse tema ao Governo, eu me coloquei à disposição exatamente por esta minha fragilidade de ter perdido um ente querido e o desejo de de a vacina chegar a cada brasileiro.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Tá.
Realmente é uma história um pouco confusa, Pastor, com todo o respeito ao trabalho que o senhor desenvolve e tudo. É uma história um pouco... A maneira como o senhor chega nessa negociação - que não foi concretizada, mas de que o senhor de alguma forma fez parte - é algo realmente que deixa muitas dúvidas com relação a tudo isso que aconteceu.
O senhor se arrepende, de alguma forma, de ter entrado nesse grupo de pessoas que, de alguma forma, estava tentando vender as vacinas para o Governo brasileiro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu me arrependo, sim, Senador, me arrependo, porque era um tema que tinha um desejo muito grande de acontecer. Quem me conhece ou quem anda comigo, os meus subordinados, os meus assessores e diretores... Eu me arrependo, sim, de ter...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - São quantos assessores, quantos diretores? Só para eu ter uma noção.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu tenho seis diretores jurídicos, tenho desde diretoria jurídica... E, no intuito, assim, de trazer, porque eu andava no Brasil e o Brasil fechado, fechava as portas, tudo, tudo fechado. Então, eu vi essa situação, essa calamidade, porque eu estava saindo da Coreia do Sul e no início da pandemia já no ano passado, dia... A gente estava saindo da Coreia do Sul, e eu presenciei que haveria de acontecer algo fenomenal, algo que ia mudar o mundo. Então, chegando em Brasília, nós montamos um trabalho de atividade em relação ao covid. E eu me arrependo, eu me arrependo muito.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - A sua assessoria jurídica... O senhor falou que tinha uma assessoria jurídica...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - ... que tem na Senah...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Temos.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - São quantas pessoas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - São dois advogados.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Os dois advogados, em nenhum momento, fizeram um alerta para o senhor da credibilidade das pessoas com quem o senhor estava se desenvolvendo? Em nenhum momento houve essa avaliação, essa peneirada aí para saber exatamente onde é que o senhor estava pisando?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O meu advogado é ex-delegado da Polícia Civil. Então, ele conversou também com o Dominguetti. Ele pediu para ter cuidado com as credenciais de Dominguetti, mas nós, por essa sensibilidade que o Brasil estava vivendo, demos andamento na questão da vacina.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Mas credenciais por credenciais - viu, Senador Girão? -, as suas credenciais também não são muito boas, não. O senhor é homenageado pelo templo do Reverendo Moon, o senhor coloca uma série de entidades aí que estão desmentindo que fazem parte da sua. Então, a sua referência também em relação à sua prática é a mesma prática do Dominguetti, não é? É tudo Fanta, aquela Fanta Laranja que você toma, que não tem gosto de laranja, mas é Fanta. Então, o senhor agora chorou e se arrepende. O senhor chorou e se arrependeu do quê?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De ter estado nessa operação das vacinas.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ah, na operação das vacinas.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Na operação...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois é. E aí, Senador Eduardo Girão, sem querer politizar, sem querer, mas fazendo comparativos, a Pfizer manda 101 e-mails para o Ministério da Saúde, e o Pastor consegue, em horas, que as portas se abram pra ele - você está me entendendo? -, numa mágica, numa coisa espantosa, não é?
Daí o argumento do Governo é não pagou, não pagou. Não, tripudiou na compra da vacina. Recebe em horas, e se abrem as portas para o Reverendo entrar no Ministério da Saúde, coisa que o senhor não consegue fazer, coisa que eu não consigo fazer, coisa que nenhum Senador consegue fazer aqui. Mas deixa de responder mais de cem e-mails pra a Pfizer. Aliás, e-mail que chegou à mão do Presidente e do Vice-Presidente; chegou à mão do Braga Netto - por isso também é que ele tinha que estar aqui pra explicar por que ele não respondeu, porque ele era o coordenador da questão do covid no Brasil e não respondeu -; chegou à mão do Paulo Guedes; chegou às mãos do Ministro da Saúde. Mas, milagrosamente, a Davati consegue adentrar o Ministério da Saúde pra vender 400 milhões de doses, e a Pfizer não conseguia, mandou carta e e-mail pra todo mundo do Governo e não conseguiu esse grande intento que o nosso Reverendo aqui conseguiu. Então, essa ajuda era a ajuda que não ia chegar nunca. A verdadeira ajuda estava lá, que era a Pfizer e a CoronaVac. O Governo não quis atendê-los, mas atendeu o Reverendo.
Essa questão eu queria colocar, porque o senhor... Olhe bem, é muito difícil acreditar na história. Por isso é que eu intervim aqui pra dizer que eu concordo com o senhor. É muito difícil. A opinião sua e a minha em relação a comprar vacina é a mesma, Senador Girão. Nós queremos vacina, não é? Mas aqueles que ofereceram e que tinham a vacina tiveram dificuldade de tratar com o Governo. Aqueles que não tinham vacina, mas que tinham alguém pra indicar, pra abrir as portas tinham mais facilidade. Isso começa numa mesa de bar, vai pra dentro do ministério. A Covaxin... O senhor está vendo que aquilo que eu disse há um mês aqui... Eu disse: "Olha, estão suspendendo o contrato da Covaxin, mas, daqui a um mês, eles vão cancelar o contrato". Era tudo armado pra fazer crer que tudo era correto.
Até o Ministro que V. Exa. está querendo que venha, eu também concordo que ele venha aqui, até porque ele tem que explicar, tanto tempo depois, milagrosamente, que o Presidente disse que passou para o General Pazuello e para o Coronel Elcio e, em três dias, eles não encontraram nenhuma irregularidade no contrato da Covaxin. A CGU, que tem uma superestrutura, está há três meses e agora que vem dar uma resposta. Esses milagres é que a gente não consegue entender. V. Exa. é cristão, como eu sou, mas tem coisas que são palpáveis. A gente vê que há muita coisa por trás. É dessas coisas, Senador Marcos Rogério, que nós estamos atrás de saber. Não é apontar o dedo.
Agora mesmo, estavam falando de fotos aqui, e eu falei: "Espere aí, uma foto não quer dizer nada". Eu tiro foto com muita gente. Isso não prova que há corrupção, não, mas o que a gente não entende e que ninguém nos explica é por que o Reverendo consegue adentar o Ministério da Saúde e a Pfizer, que é uma compliance conhecida no mundo todo, não consegue vender a vacina e só consegue vender depois de muita pressão do povo brasileiro. É essa a questão, Senador.
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O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Eu peço só a reposição do meu tempo, Presidente.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - E ligar o seu microfone, Senador.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Está ligado, está ligado!
O senhor tocou num ponto a que eu ia chegar, exatamente nesse ponto - eu lhe agradeço -, que é a questão da CGU, do Ministro Wagner Rosário. Ele tem que vir e tem que vir logo. Senadora Eliziane, ele pode esclarecer situações tanto do Governo Federal, desse caso específico da Covaxin...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Concordo integralmente, Senador.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - ... como também de Estados e Municípios, que ele fez 53 operações. E o detalhe, a boa notícia qual é? É que ele quer vir, Senadora Soraya, ele quer vir! Ele já deu entrevista dizendo: "Olha, eu estou esperando só marcar".
Então, Presidente, se nós temos aqui uma votação unânime da vinda do Ministro Wagner Rosário... Inclusive no dia da votação o Senador Randolfe disse exatamente: "Concordo plenamente, tem que vir". Eu queria fazer uma solicitação para o senhor pautar e não adiar mais, porque já foi adiado várias vezes. Eu achava até que seria nesta semana. Se o senhor puder marcar para a próxima semana, impreterivelmente, a visita do Ministro Wagner Rosário, eu lhe agradeço. Assim como também pautar, Senador Omar Aziz...
Inclusive, eu trouxe a matéria aqui da revista Veja da semana passada. Olha o título, tem tudo a ver com o que a gente está vivenciando: "Uma doença nacional", que fala do caso escandaloso, vergonhoso, escancarado do Consórcio Nordeste, em que a gente precisa ouvir o contraditório, dando ampla defesa para as pessoas que precisam estar aqui nesta CPI. A gente já ouviu muita gente nesta CPI e vamos ouvir mais. Temos de ouvir, mas a gente não pode simplesmente virar as costas e fazer de conta que não está acontecendo nada nesse caso, inclusive, o Governador da Bahia... Essa matéria é uma matéria interessantíssima, porque ele diz assim, em depoimento à Polícia Federal, ele diz o seguinte, que: "A mim não cabe checar as informações do contrato". Poxa, o maior contrato do Consórcio Nordeste nesta pandemia, 48,7 milhões, não cabe ao Presidente do Consórcio Nordeste, mas cabe ao Gabas. Por que esta CPI não quer ouvir o Gabas, então?
Nós temos dois requerimentos, Presidente, que eu faço um apelo para o senhor colocar em votação, que é da Cristiana Prestes, a dona dessa empresa que recebeu essa montanha de dinheiro, repito, de respiradores que não chegaram - o dinheiro foi antecipado, e os respiradores não chegaram -, e também do Bruno Dauster, que era o Chefe da Casa Civil do Governador Rui, da Bahia. Ou seja, se o Governador está dizendo que não era para checar, o diretor do consórcio Nordeste era para checar, o Carlos Gabas, que a gente não quis trazer, e o Bruno Dauster, que foi exonerado por causa desse escândalo, tem de vir a esta CPI, porque ele era para checar. Inclusive, em depoimentos a polícia, a dona da empresa cita situações muito delicadas - estão, aqui, na revista -, inclusive envolvendo dois ex-ministros do Governo Dilma. A gente não pode simplesmente fazer de conta que isso não existe.
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Outro caso que é citado na revista aqui, que envolve Estados, o Estado do Pará, por exemplo, coloca aqui a participação direta do Governador do Pará - direta - nas negociações para a compra de equipamentos médicos, que tiveram aí... Os desvios podem chegar a R$280 milhões. Os procuradores investigam, entre outros negócios, ilegalidades na aquisição de respiradores e bombas de infusão de hospitais paraenses.
Então, Sr. Presidente, nós estamos providenciando outros requerimentos nesse sentido também, para que a gente possa equilibrar um pouco e buscar toda a verdade, e não apenas uma parte da verdade. Não podemos esquecer que esta CPI só está existindo porque dois requerimentos foram aprovados, na instalação, pelo Presidente da Casa, o Senador Rodrigo Pacheco. Um deles é para investigar eventuais omissões e ações do Governo Federal, e outro, que é de minha autoria, assinado por 45 - vou repetir, 45 - Senadores da República, a maioria da Casa, para que se investigue o Governo Federal também, mais os bilhões de verbas federais enviadas para Estados e Municípios.
Eu agradeço se a gente puder realmente rastrear o dinheiro da corrupção, onde quer que ela esteja, doa a quem doer.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Rogério Carvalho.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Para interpelar.) - Sr. Presidente, senhoras e senhores, antes de mais nada, eu queria dizer a todos que há uma diferença, sim, muito grande, deste Governo em relação a outros governos. E, na área da saúde, a maior diferença é o modo como este Governo e o método que este Governo adotou para a aquisição de vacinas.
Nos governos anteriores, as vacinas eram adquiridas ou dos institutos nacionais, por estímulo à produção desses insumos aqui, no Brasil, o que acontecia, ou via Organização Mundial de Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde, e isso evitava que um insumo que, unitariamente, tem um preço relativamente alto, dependendo do tipo de imunizante, pudesse ser objeto de negociações, como estamos vendo, que ocorreram ao longo deste período, depois de o Governo ter negado peremptória e sistematicamente o apelo de laboratórios que queriam vender diretamente ao Governo, ao Ministério da Saúde, vacinas.
É bom lembrar que mesmo a Pfizer só entrou como alternativa para o Governo do Presidente Jair Messias Bolsonaro com a intermediação do Secretário de Comunicação. Não foi uma iniciativa do Ministério da Saúde, órgão gestor do Sistema Único de Saúde do Brasil.
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Portanto, nós estamos diante de uma prática que se tornou comum neste Governo. Por isso, há, sim, uma diferença entre este e outros governos. Nos outros governos - de Fernando Henrique, de Lula, de Dilma - não havia essa prática de intermediação na compra de vacinas. Aliás, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde era obrigada a comprar esses insumos estratégicos ou medicamentos de alto custo com desconto, porque são medicamentos e insumos que, na maioria das vezes, têm um único produtor, por isso tinham um preço reduzido na hora da aquisição. E o que a gente está vendo neste Governo é algo em que tudo isso é objeto de intermediação.
Mas também aqui me chama a atenção o fato de que a Senah funciona desde o dia 28/10/2019 em Águas Claras, no Conjunto 26, Lote 1. Também funciona, desde o dia 5/12/2020, o espaço Madi’s Lounge Club no mesmo local. Em consulta ao site da Terracap, o imóvel pertence à empresa Clínica de Olhos Anchieta Ltda. desde 2002. No site da Senah, há informações sobre os dados bancários da instituição, onde são pedidas doações aos visitantes para os projetos desenvolvidos pela secretaria, e, em consultas à Senah, a localização informada ainda é a mesma. Ou seja, o espaço Madi’s Lounge Club funciona, pelas informações da Terracap, no mesmo lugar em que funciona a Senah, que é de propriedade de uma clínica de olhos, portanto, algo bastante estranho.
Eu queria aqui, Sr. Reverendo Amilton... Neste novo momento da CPI, voltamos aos trabalhos com a certeza de que já temos provas dos crimes cometidos pelo Governo Bolsonaro contra os brasileiros. São 557 mil mortos, decorrentes da forma como o Governo se conduziu no combate à pandemia, estimulando o contágio e adotando como única medida sanitária o uso da cloroquina, enganando o povo, mandando o povo sair de casa, estimulando aglomeração, proibindo o uso de máscaras. O Governo Bolsonaro agiu na ampliação do contágio, enganando a população, fazendo propaganda, prescrevendo de forma a praticar o charlatanismo, do uso da cloroquina, sabidamente ineficaz contra o coronavírus e contra a covid-19.
Gostaríamos, a partir de agora, que as pessoas ouvidas aqui trouxessem elementos para dar ainda mais consistência ao que já foi apurado. Eu insisto que o senhor, como reverendo, que faz questão de destacar a sua atuação humanitária e que diz que foi usado pelo Dominguetti e o Cristiano Carvalho para abrir as portas do Ministério da Saúde, que o senhor aqui fale a verdade. Eu vou fazer alguns questionamentos que complementam as apurações já confirmadas nesta CPI.
Primeiro, eu gostaria de saber do senhor quem é a D. Maria Helena.
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - D. Maria Helena é uma das advogadas da Senah.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O senhor confia bastante nela, com certeza?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ela faz parte da diretoria.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O.k. Seria ela a Maria Helena Prill?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O senhor também poderia me confirmar, através dessas fotos? Eu tenho várias fotos. Acho que tenho a D. Maria Helena aqui. Aqui, de novo, fotos com o senhor na cabeceira da mesa com a Sra. Maria Helena. Aqui, uma outra foto onde o senhor está atrás dela, Sra. Maria Helena. E, aqui, a Sra. Maria Helena na posse do Ministro da Defesa, certo?
Nós recebemos essas fotos dos nossos amigos do Twitter, a quem eu quero desde já agradecer, e, além disso, recebemos a informação de que esses registros são de reuniões para as tratativas de compra de vacinas intermediadas por meio da Senah.
O senhor confirma isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu preciso ver as fotos, mas... (Pausa.)
Essa, não. Dominguetti faz parte. Isso aqui foi no dia, dia 12. Essa aqui... Eu confirmo essas duas, essas três.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O.k. Muito obrigado, Sr. Reverendo Amilton.
Pois bem, esta senhora ganha relevância, porque o nome dela é registrado como Maria Helena Embaixada no celular do Dominguetti em conversas no WhatsApp. Numa troca de mensagens, a D. Maria Helena afirmou que - abro aspas: "Ontem o Reverendo esteve com o Presidente", o que foi confirmado pelo Dominguetti, isso no dia 16 de março.
Coloca o vídeo aí para a gente ver por favor.
Enquanto eles botam o vídeo, quer dizer, se foi ontem...
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Pois bem, como eu estava dizendo, numa troca de mensagens, a D. Maria Helena afirmou - abro aspas - que: "Ontem o Reverendo esteve com o Presidente", o que foi confirmado pelo Dominguetti - isso, no dia 16 de março. Se foi ontem, como disse a D. Maria Helena, uma pessoa da sua confiança confirmou o seu encontro com o Presidente Bolsonaro no dia 15 de março. O senhor ainda vai negar que esteve com o Presidente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Desde a manhã eu estava aqui na CPI querendo falar sobre esse assunto, essa demanda, e a oportunidade, nobre Senador, estou tendo agora. No dia 14 nós tivemos uma reunião na diretoria jurídica da Senah onde eu avisei que, havendo possibilidade, eu estaria com o Presidente Bolsonaro. A nossa equipe estava saindo para Goiânia e, então, houve esse ruído de comunicação, em que cada um foi passando uma mensagem a Dominguetti e a Cristiano, que tanto me importunava para falar com o Presidente. Na verdade, eu não fui, porque no dia 15 eu tive uma crise renal. Então, eu me dirigi pra casa e eu não fui nessa reunião.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então o senhor conhece o Presidente Bolsonaro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não o conheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas o senhor fala em nome dele naquele vídeo.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É um projeto que nós lançamos em 2019. Esse é de 2019, é um projeto que nós lançamos para o Brasil. É um projeto de moradia, nós íamos colocar 10 mil casas com parceria. Não é dinheiro do Governo, é uma aliança e um projeto que a gente tem com o Banco Mundial. Eu estive aqui nesta Casa, em 2018, aqui na... Foi em uma sessão para deliberar esse projeto de casas. Então...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas o senhor fala do Presidente no começo do vídeo.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - É!
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Esse vídeo é de 2019...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, tudo bem, mas o senhor fala do Presidente...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O senhor fala do Presidente.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu falo que é um projeto para a Nação cujo tema é "Morada Brasil". Ele nem adotou o projeto, ele adotou...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O.k., mas, se ele não adotou, o senhor tratou com ele sobre isso.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O.k.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então o que o senhor falou aí não procede, naquele vídeo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, é um projeto que nós estamos trazendo para o Governo. Entenda o Governo como o todo, o Governo Bolsonaro é a Nação brasileira.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Mas aparece um outro personagem que queremos sua ajuda para descobrir. Nesse mesmo período, também no dia 15 de março, Dominguetti troca mensagens com o Sr. "Amauri Vacinas Embaixada". O senhor poderia nos dizer quem é?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - "Amauri Vacinas Embaixada": está se referindo a um dos meus diretores.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O.k.
Qual é a relação com a Senah? O senhor já disse: ele é um dos seus diretores.
Por que o senhor, Reverendo... "A teia está se fechando." O tal "Amauri Vacinas Embaixada" também confirma, no dia 15 de março - abro aspas - que: "O Reverendo está neste momento com o 01."
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi, foi exatamente a reunião que eu fiz no dia 14 com os integrantes, com a diretoria, e disse que eu estaria. Então, Amauri, que é o Mauriston, um dos diretores, também estava na reunião.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Mas o senhor diz para ele... Ele diz que "o Reverendo está neste momento com o 01". O 01 é uma referência ao Presidente da República. Engraçado é que, como o Senador Randolfe Rodrigues já mostrou aqui, foi no dia 15 de março que houve a carta da Davati com o pedido da vacina a US$10. Viu, Senador Randolfe? Era 3,50, mas o pedido foi de US$10. E, paralelamente, veio a carta do senhor pedindo o acréscimo de US$1, justamente o valor da propina denunciada pelo Dominguetti. Foi isso que o senhor foi tratar com o Bolsonaro no dia 15?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não ouvi, nobre Senador...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O engraçado é que o Senador Randolfe, ou seja, aqui... O Senador Randolfe já mostrou que foi no dia 15 de março que houve uma carta da Davati com o pedido da vacina a US$10. Paralelamente, veio a carta do senhor pedindo o acréscimo de US$1, justamente o valor da propina denunciada pelo Dominguetti. Foi isso que o senhor foi tratar com Bolsonaro no dia 15 de março?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, de forma alguma. A carta é uma carta falando pra atualizar o preço. Esse preço começou de 3,50, 17,50 e tinha que atualizar o preço pra 11 e encaminhar o FCO para o MS. E assim nós fizemos no dia 24.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Então, quer dizer que o senhor continua insistindo na versão que, pra mim, o senhor continua desinformando, como é a prática deste Governo, ou melhor, mentindo - não queria ser deselegante - que não encontrou o Presidente, que não houve negociação nenhuma de preço de vacina nesse encontro que o senhor teve com o Presidente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, não teve encontro. O próprio Dominguetti e o Cristiano, assim, eles diziam: "Olha, vamos esquecer o Reverendo, que ele não tem contato com ninguém". Aqui mesmo, nesta Comissão, esse áudio foi transmitido, não é? Então, eu não tive contato com o Presidente no dia 15.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Eu queria dizer que nós estamos um pouco cansados de ver operações tão atrapalhadas, como foi batizada aqui essa operação "tabajara" da compra de vacina da Davati. É cada dia um capítulo novo, Senador Randolfe Rodrigues. Nos deixa assim... Como disse o outro Senador que nos antecedeu, em nenhum governo aconteceu isso, só neste Governo, que deixou de comprar a vacina no tempo certo, deixou a emergência sanitária se agudizar pra poder fazer intermediação de compra de vacinas. E aí, tudo valia, inclusive a operação "tabajara" de venda de vacina.
Veja só: só pra terminar e provar que o senhor quer esconder, vou relembrar um comentário na CNN 360 feito a partir de uma conversa do Sr. Cristiano Carvalho da Davati com a jornalista Renata Agostini. A jornalista informou que o Cristiano teve um almoço na casa do senhor, no dia 12 de março, exatamente no dia que o senhor já confirmou que teve encontro com Cristiano no Ministério da Saúde. E nesse almoço o senhor pede que ele permaneça em Brasília por mais alguns dias, porque o senhor prometeu o encontro dele com uma pessoa da Casa Civil ou o Presidente da República. E adivinha em que data? Quinze de março.
O Cristiano disse também à Renata Agostini que, apesar de ter esperado, ele não participou do encontro, que vimos aqui que aconteceu com o Presidente Bolsonaro para os ajustes do preço - do preço, para a gente ser elegante - da compra da vacina.
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Apesar dessas manobras, a CPI, mais uma vez, vai revelando a verdade ao povo brasileiro sobre essa operação muito atrapalhada, que desmerece por demais o nosso País e o nosso sistema de governo, não o nosso sistema de governo, mas este Governo, e que desvenda de novo que há uma intermediação clara deste Governo na aquisição de insumos como a vacina.
E V. Exa., ao que me parece, participou de toda a operação para a compra ou para a venda dessa vacina que não existia, e o Governo, no afã de ver na intermediação algum ganho indireto, propina, se submeteu a uma tamanha, a uma gigantesca bagunça, a uma mistura, a uma desordem. Há empresas que funcionam em espaços em que funcionam casas de show, entidades que funcionam no mesmo endereço de casas de show, empresas que não têm registro para vender vacina da AstraZeneca, ou seja, é uma confusão sem tamanho, o que mostra que este Governo não tem condição nenhuma para gerir este País, tampouco o pior momento da história do nosso País, que foi o combate à pandemia da covid-19.
Obrigado, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Obrigada, Sr. Senador Rogério Carvalho.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Obrigado pela sua colaboração.
A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Passo, imediatamente, a palavra para o Senador Alessandro Vieira, por 15 minutos.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE. Para interpelar.) - Obrigado, Sra. Presidente.
Sr. Amilton, boa tarde! O senhor pode informar para a CPI do que é que o senhor vive?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Bom, eu sou empresário, sou pastor e também palestrante e faço... Dou palestras e estudo bíblico nas igrejas.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - O senhor é remunerado pelas igrejas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu sou remunerado como pastor. Existe o pastor local, e existe o pastor itinerante. O pastor itinerante é o pastor que viaja o mundo inteiro, que prega a Palavra de Deus nas igrejas e ali leva a mensagem, uma mensagem salvífica. Essa remuneração, eu tenho. E tenho também o pró-labore da minha empresa nos Estados Unidos.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - A sua empresa nos Estados Unidos cuida de quê?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Consultoria.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - De quê?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Projetos.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Em que área?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - São projetos de resíduos sólidos, projetos de CO2, projetos de...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - O senhor tem um exemplo concreto de um projeto em que o senhor tenha atuado como consultor no mundo real?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não entendi, nobre Senador.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - O senhor tem algum exemplo de projeto, no mundo real, onde o senhor tenha atuado como consultor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Projeto no mundo real...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Isso!
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... eu tenho. Nós temos um de resíduos sólidos com tecnologia. Nós estamos trazendo esse projeto aqui para um Município próximo a Brasília.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Isso está implementado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, nós estamos implementando. Já temos assim o projeto em si da tecnologia e estamos dando...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sr. Amilton, vou repetir. Acho que, talvez, não tenha ficado claro. Eu quero saber de um caso concreto em que tenha acontecido um projeto, em que esse projeto tenha sido executado e em que o senhor tenha atuado ou em que sua empresa tenha atuado na condição de consultora.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Projeto executado, nós temos de casas.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Onde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Em São Paulo.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Em que Município?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Com o meu escritório em São Paulo; alguns com construtoras. Então, nós demos o primeiro passo...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Em que Município? O senhor pode identificar casas que foram construídas com a intermediação da sua consultoria?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, a gente recebe associações...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sim.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - E ali lança. Então, teve... A gente não pode dizer que foram executados, mas está em andamento esse projeto.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Então, o senhor não tem nenhum projeto pela consultoria dos Estados Unidos e também não tem nenhum projeto pela consultoria de São Paulo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim. Nós temos... O projeto tem etapas. Então, tem a primeira etapa: ver toda documentação. Segunda etapa: ver a...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - A gente está falando aí de quanto tempo que o senhor é empresário?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu deixei... Praticamente eu era pastor de altar de Igreja em 2017. Eu fiquei 20 anos como pastor da Igreja e depois me dediquei às causas humanitárias e projetos de impacto social. E nisso aí eu coloquei a minha empresa...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - O senhor consegue exemplificar um projeto?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De impacto social?
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Sim, por favor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós temos, aqui em Brasília, que virou lei, o meu projeto: Projeto Lei Fest Vida. Esse é um projeto gigantesco. No aniversário de Brasília, nós o executamos. Então, ele é um projeto que trabalha nas causas emergenciais.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Ele é de distribuição de alimentos? É um projeto de quê?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É um projeto... Ele é uma ação sociocultural. Essa ação sociocultural é desde atendimentos médicos, atendimento na rua, farmácia gratuita... Então, nós fazemos esse projeto lei, que se tornou lei. Hoje é lei e está disponível para o Governo do Distrito Federal.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Acontece uma vez por ano?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No aniversário de Brasília.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - No aniversário de Brasília.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Há outros projetos na Igreja também que desenvolvi: o Projeto Lendo e Aprendendo, em que a criança chega na Igreja, ela vai para um setor de leitura e brinquedos enquanto os pais ficam no culto e na reunião.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Perfeito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Tem vários...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - O senhor encaminhou um documento ao Ministério da Saúde, no dia 14/03, fazendo uma oferta de um lote de vacinas a US$11 a unidade. Correto isso? Dia 14/03, US$11 a unidade.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, eu não me lembro. (Pausa.)
É esse?
Nós mandamos dia 24/03, a US$11.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Eu estou aqui com o documento, Sr. Amilton. Ele é datado do dia 14 de março de 2021. Ele é endereçado ao Sr. Antônio Elcio Franco Filho. Ele é intitulado "Carta Humanitária". E faz uma oferta de doses, em caráter emergencial, a US$11 a unidade, mencionando os laboratórios AstraZeneca/Oxford e Janssen, da Johnson & Johnson.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, não, o.k. Eu estou com o meu calendário. Ele apresenta 14/03...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Catorze, está correto isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É 14/03.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Essas vacinas viriam de onde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas o e-mail foi encaminhado dia 24. Ele é 14/03, mas o e-mail foi encaminhado no dia 24.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Ah, o senhor preparou um documento dia 14, mas enviou dez dias depois?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É. O encaminhamento... Foi apresentada a proposta dia 24.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Dez dias depois?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Tem alguma justificativa desses dez dias?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Não tem justificativa?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Não era emergencial?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - ... qual seria a demanda do dia 14. A do dia 24, nós temos, que é uma oferta oficial da Janssen, que deve ser essa que o senhor menciona...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Até vou pedir para entregar a ele ali para ver se facilita a vida dele.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Por favor. (Pausa.)
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - É esse o documento?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente esse.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Então, esse documento, do dia 14, emergencial, humanitário, só foi encaminhado efetivamente dez dias depois.
É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Conforme o nosso e-mail, dia 24... Sim, senhor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Essas vacinas viriam de onde, Sr. Amilton?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Essa é a proposta que o Herman, depois de ter feito uma outra reunião, muda o valor. Ele falou: "Olha, caiu o valor e não tem agora, somente a AstraZeneca". Tinha a Janssen...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - A que seria da Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Davati.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - O senhor consegue explicar por que a própria Davati encaminha para o Ministério da Saúde, um dia depois, uma proposta pelo valor de US$10 e não US$11?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Passou essa... Dez dias...
Perdão, nobre Senador.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Tem algumas coisas que a gente acha que é confusão mental, outras é o tempo para elaborar a mentira, certo?
Não se preocupe, o senhor tem tempo para pensar bem.
No dia 14, o senhor redige um documento. O senhor diz aqui que o documento do dia 14, apesar de emergencial, o senhor só mandou no dia 24. E eu lhe pergunto: por que essa mesma fornecedora, no dia 15, encaminhou um documento com a proposta mais barata, US$1 exatamente, o famoso US$1 a menos? O senhor tem alguma explicação para essa situação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não tenho essa informação para lhe dizer, tenho que ir buscar com a minha diretoria o que foi feito.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O documento está aqui.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Que diretoria?
Que diretoria vai poder lhe explicar isso, Sr. Amilton?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Que encaminhou o e-mail.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Não foi o senhor que encaminhou o e-mail?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas está a sua assinatura.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Essa diretoria vive de quê?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Cada um tem a sua profissão e trabalham como agentes humanitários.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Agentes humanitários. É uma carta humanitária.
Veja, essa carta humanitária cobra US$1 a mais em uma vacina que o senhor mesmo acabou de dizer que tinha conhecimento que tinha baixado o preço, supostamente baixado o preço, e o senhor não consegue me explicar o porquê dessa manobra toda?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O próprio Herman pode explicar porque a demanda que vinha da Davati ele, de certa forma, proibia, então, teria que seguir a oferta oficial.
Então...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Veja, mas se a oferta oficial...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas a oferta oficial era US$10.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - ... no dia 15, era US$10. Como é que o senhor, no dia 24, mandou uma de US$11?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu recebi essa oferta não foi dia 24, eu encaminhei o e-mail dia 24.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Perfeito, mas procede a pergunta.
Se um era US$10, como é que o senhor mandou US$11?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu recebi do Herman US$11.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE. Para interpelar.) - O senhor tem o documento recebendo a proposta de US$11?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Onde está?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Está aqui comigo.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Pode ver a data, por favor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Vou pedir aqui aos meus advogados que...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Enquanto eles localizam, o senhor pode me explicar como seria feita a doação da Davati para a Senah?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu... Sobre esse assunto, o que foi acordado foi que seria uma doação, não foram valores.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Não se falou em valores?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Vou lhe doar alguma coisa, é isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - A gente está falando de um contrato bilionário, um troço que a cada... O senhor cobrou US$1 a mais por dose. O senhor vai receber um percentual disso sob o nome de doação - é o nome que vocês estão usando aí, o eufemismo -, e o senhor não sabe o valor?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor. O que nós conversamos no último dia, e até quem participou também foi o Coronel Guerra, ele falou que fez algumas doações também, porque eu cobrava a documentação e fiz uma pergunta ao Coronel Guerra, se ele tivesse entregue alguma vacina em algum país, que mandasse para mim um comprovante de que ele tinha feito isso, e ele já tinha feito várias vendas em alguns países, e que ia fazer, e que ia conversar com o Herman para disponibilizar a documentação para mim dessas... E aí depois ele falou que não poderia disponibilizar porque é um contrato sigiloso.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Conseguiu localizar a proposta de US$10?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Temos o documento aí?
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - De US$11, na verdade?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós temos, temos no próprio e-mail que encaminhamos.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, no e-mail que foi encaminhado nós não temos aqui. Eu quero reiterar o que eu já tinha lhe perguntado e o que está sendo perguntado pelo Senador Alessandro: temos aqui uma carta de US$10, da Davati, e depois uma outra carta sua, do dia 14, que agora o senhor traz a informação de que foi encaminhada dez dias depois, de US$11.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De US$11. Aí uma oferta oficial também, que é de US$11.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois é, onde está essa proposta de US$11?
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA (Fora do microfone.) - Excelência, questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois não.
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA (Para expor. Fora do microfone.) - Esse documento existe, claro, a gente está fazendo a leitura aqui, mas assim, na ordem, a gente pode se comprometer a encaminhar o documento oficial. Não vai se apagar, é um documento que está saindo e recebendo pelo e-mail oficial da instituição, então a gente encaminha aqui para CPI.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
O SR. DANIEL SAMPAIO (Para expor. Fora do microfone.) - Olhe, a gente tem os documentos que o Sr. Herman manda diretamente a mesma proposta de US$11 para o Ministério da Saúde que repassa para a gente. Essa é a que depois ele encaminha para o Ministério da Saúde.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeitamente
O SR. DANIEL SAMPAIO (Fora do microfone.) - A gente se compromete a enviar o que o senhor pede, as outras estariam aqui.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeitamente.
Eu vou repor o tempo do Senador Alessandro, mas, Sr. Amilton, essa mesma inquirição que o Senador Alessandro fez eu lhe fiz, e o senhor tinha me dado respostas diferentes. Não tinha esse prazo de dez dias. O senhor agora está refazendo a resposta que deu para mim anteriormente, incluindo um prazo de dez dias. É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É porque eu olhei aqui no...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - O senhor quer refazer de novo, mais uma vez?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, eu olhei aqui no meu calendário, no meu cronograma feito, passo a passo, com todos, e eu aqui estou refazendo que, no dia 14, conforme aqui os meus advogados, foi feito e encaminhado no dia 24.
Senador Alessandro, pode prosseguir, vou acrescentar seu tempo.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - SE) - Já caminho para a conclusão, Sr. Presidente. Eu quero só deixar claro para quem acompanha aqui: primeiro, que o humanitário só está no nome, no cabeçalho da mensagem, não tem nada de humanitário nessa malandragem, nada! O objetivo aqui era financeiro, escamoteado com o nome de doação. O senhor é um consultor que não tem um projeto apresentado, é um missionário que se apresenta como representante de várias instituições em que nenhuma reconhece sua participação. O que é mais absurdo não é eu estar aqui hoje, no Senado da República, numa CPI, tendo que inquirir uma figura como o senhor, não é isso que é o mais absurdo. O mais absurdo é o Governo brasileiro dar espaço para gente como o senhor, como o Cabo Dominguetti, como o Cristiano, porque enquanto as pessoas estavam morrendo, vocês estavam atrás de vantagem financeira.
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E, ao contrário do meu colega Marcos Rogério, eu não me comovo com as lágrimas, não me comovo - com as suas, não; com aquelas ali, sim. Nada disso daqui é verdadeiro, nada! A oferta de vacinas é mentirosa, a conversa fiada de apoio humanitário é mentirosa, tudo atrás de dinheiro no pior momento da vida do Brasil!
Então, se em algum momento - se em algum momento - o senhor efetivamente teve na sua conduta o princípio cristão, já passou muito da hora do arrependimento; agora é hora de punição.
O documento que o senhor encaminha ao Ministério da Saúde é eivado de mentiras do cabeçalho ao rodapé. E o senhor se senta aí e ainda tenta se apresentar para o Brasil e para esta Comissão como agente humanitário da paz mundial ou coisa parecida. Sinceramente, está mais fácil acreditar no cara que acha que é o Super-Homem.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Obrigado, Senador Alessandro.
Próxima inscrita, Senadora Soraya Thronicke.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Sr. Presidente, boa tarde, boa noite - acho que já é início de noite - a todos que estão nos acompanhando, ao Reverendo Amilton.
Eu gostaria de iniciar aqui, considerando que nós estamos voltando às nossas atividades e que muito tem se falado em relação à desinformação, muitas questões permeiam hoje, por falta de informação, o inconsciente coletivo, e isso só prejudica a nossa Nação neste momento tão difícil por que nós passamos.
Então, eu gostaria de pedir até mesmo para colegas aqui que, por favor, eu não gosto, não trato de assuntos ligados à Medicina justamente porque eu não tenho informação, mas, na área jurídica, é duro, é duro ter que ouvir desinformação aqui.
Os crimes de corrupção ativa e passiva são crimes formais ou de mera conduta. Não é necessária a consumação para que ele se efetive. Então, por favor, aos colegas que insistem em dizer irrealidades e, por outro lado, fazem mil considerações e agressões ao lado que é opositor sobre desinformação e desinformando a população no mesmo momento... Não quero nem citar nome aqui para não dar liberdade para o art. 14, mas isso irrita a gente.
Então, saibam os brasileiros que o crime de corrupção ativa ou passiva apenas se a pessoa oferecer uma vantagem ilegal e o funcionário público não aceitar ou não consumar já foi consumado o crime de corrupção. Então, dentro de um universo de seiscentos e tantos mil funcionários públicos federais adquirindo insumos e "n" coisas o tempo inteiro, você acha que não vai existir? Então, eu não ponho a mão no fogo por ninguém. Eu acredito muito no Presidente da República, mas eu não vou colocar a mão no fogo por esse pessoal do segundo e terceiro escalões. E se ofereceu uma vantagem indevida? E aí? Como é que a gente pode dizer que foi oferecido ou que não foi oferecido? Nós estamos buscando todas as provas, mediante evidências. E aí temos provas testemunhais, provas documentais. Enfim, o relatório vai definir isso e aí, depois, a pessoa vai... depois, o Ministério Público vai definir. Mas, por favor, desinformação, não, aqui dentro, não, não dá mais, porque a audiência é muito grande, e as pessoas cada dia mais confusas, sem entender o que está acontecendo.
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Outra coisa, eu fui inquirida por uma cliente minha na advocacia e eu entrei com uma ação para que o Poder Público, o SUS pagasse o tratamento com um remédio que tem canabidiol pra menina que tem cerca de 30 convulsões por dia. E muita gente precisa desse tipo de medicamento. Então, quando nós falamos aqui em empresa que vende maconha, no Brasil não é permitido pra uso recreativo, pra nada disso, mas essa minha cliente me ligou perguntando se o que eu tinha pedido para o Poder Público e que foi deferido pela Justiça, se aquilo era algo ilícito. Então, é permitido o uso em medicamentos, enfim, não quero me delongar aqui porque eu tenho perguntas pra fazer para o Reverendo. Então, essas questões precisam ser desmitificadas, cada coisa ser colocada no seu devido lugar, porque isso só causa malefícios pra população brasileira.
Senhor, perdão, Reverendo Amilton, qual é o endereço da Senah, por favor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - A Senah tem o seu escritório mundial em São Paulo, ali na Avenida Paulista. Esse é um escritório em que a gente despacha todos os assuntos internacionais. E, em Brasília, nós temos o nosso escritório jurídico, que funciona ali no Lago Sul, e a embaixada, que é um local de eventos, e, devido ao covid, esses eventos que nós fazemos nesse local, foi impedido de fazer esses eventos. Então, quando nós começamos o lançamento da embaixada, fomos ver que faltava um documento, que é um documento administrativo - aqui em Brasília não é Prefeitura, é na administração - para mudar o Cnae.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Tá. Mas consta no documento, no cadastro da pessoa jurídica, no conjunto 26, lote 1, em Águas Claras, certo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Certo, exatamente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, o senhor tem que... Se a sede não funciona lá, efetivamente, seria bom o senhor fazer uma retificação junto aos órgãos públicos.
Me diz uma coisa: qual é o telefone da Senah, por favor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O telefone da Senah eu posso te passar. São dois telefones fixos. Eu posso te passar.
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A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Viu, Presidente, antes que quebrem o meu sigilo, eu já tentei telefonar aqui, lá do meu gabinete... (Risos.)
... e daqui, do meu celular, para os telefones (61)33284863...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É esse?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... e para o 951257727.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, esse aí. Esse aí é o da Senah.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É o da Senah?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas diz que esse telefone não existe. Ninguém atende em lugar nenhum.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Perdão.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor está...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O último telefone, por favor?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - 951257727.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É 981257727.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Enfim... 81?
Bom, lá no...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - 25...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - 7727.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - 7727.
No Facebook do senhor está 95125 - exatamente como eu falei - 7727. Então, está errada a informação da associação do senhor também no Facebook, bem como o endereço, que deve ser regularizado junto aos órgãos públicos.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós temos parcerias...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Permita-me. Não tem telefone fixo? Só para completar a pergunta.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - 33284863, que é o que está escrito lá.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Tem.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ele falou que tem dois, mas ele deveria passar para a gente.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu passo.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Só que esse número que a Senadora está informando...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não atende.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu passarei. É porque está com o número errado.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Pois é, mas errado tanto no cadastro junto aos órgãos públicos quanto no Facebook. Ele falou que é 98125...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - 7727.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, eu estou... Antes que quebrem meu sigilo, eu liguei para esses números justamente para saber do que se tratava, se eu seria atendida, enfim.
Reverendo Amilton, qual a relação do senhor com o Sr. Roberto Dias, ex-integrante do Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nenhuma relação.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor diz que tem empresas nos Estados Unidos, uma empresa nos Estados Unidos.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Senadora Soraya, permita-me.
Nenhuma relação? O senhor nunca esteve com ele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu não me lembro se eu estive com... Eu não tenho, assim, familiaridade com ele.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas eu quero reiterar que, quando eu o indaguei, o senhor tem um whatsapp trocado com o Cristiano informando que estava na antessala do Roberto Dias.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro dessa... Eu estive três vezes no Ministério. Pode ser que seja numa dessas três vezes.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, mas o senhor tem relação ou não tem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não tenho relação de...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Conhece ou não conhece?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Bom, eu não me lembro.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não se lembra se o conhece?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro desse...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Uma figura tão emblemática como o Roberto Dias o senhor não lembra se o senhor...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor foi ao Ministério da Saúde, procurou várias pessoas, esteve com várias pessoas, lembrou vários nomes aqui, lembrou o Coronel Elcio, do Sr. Roberto Dias o senhor não lembra?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Roberto Dias...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O único que foi detido nesta CPI. O senhor não está acompanhando a CPI?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor... No curso deste depoimento, o senhor lembrou de vários nomes do Ministério da Saúde, declinou aqui, inclusive disse todos aqueles que estavam na reunião do dia 12 de março, mas do Sr. Roberto Dias, que o senhor esteve na antessala para conversar com ele, o senhor não lembra?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro de Roberto Dias.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu me lembro que eu estive três ou quatro vezes no Ministério.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Mas o senhor não lembra, ou seja, o senhor pode ter se reunido com ele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu posso ter me reunido com ele.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ah, perfeito.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Ah, entendi.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, pode ter tido uma reunião com ele.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - A sua memória não está conseguindo resgatar.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A sua memória não está conseguindo resgatar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É porque...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Assim como o senhor não conseguiu resgatar para várias outras informações aqui, na CPI.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Seria uma contribuição importante se o senhor reforçasse...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu posso ver nos meus e-mails.
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O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E, veja, inclusive em seu benefício. Essa sua lembrança seria importante em seu benefício, acredite.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu posso ver nos meus e-mails.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Só mais uma pergunta. O senhor não foi na diretoria dele? Ou o senhor não se lembra de não ter ido na diretoria dele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não me lembro de ter ido na diretoria dele. Eu lembro que eu estive lá no dia 2. Eu lembro que eu estive com várias pessoas, né, os nomes que foram citados. Alguns nomes que foram enviados para nós por e-mail que não foram confirmados, quando nós chegamos lá, eram outros funcionários.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Ou seja, o senhor pode ter ido na diretoria do Roberto Dias, pode ter reunido com ele, mas o senhor não lembra.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Da sala e do andar...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sr. Amilton, o senhor não lembra do Sr. Roberto Dias?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não lembro.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - E qual é a relação da Senah com a Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - A relação da Senah com a Davati é uma relação em que nós colocamos à disposição para indicar a vacina da Davati ao MS.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Foi a empresa americana do senhor que estava envolvida nisso ou a privada, que tem... Com fins lucrativos ou foi essa associação?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No dia 16, o Renato Gabbi trouxe o Dominguetti aqui a Brasília, e aí onde ele apresentou essa demanda das vacinas.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor recebeu o aval de quem no Ministério da Saúde para permitir que negociasse com a Davati a compra de 400 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não recebi aval do Ministério da Saúde.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor conhece o Sr. Herman Cardenas, presidente da Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Conversei com ele duas vezes...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Pessoalmente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Conversei com o Call, por telefone. Conversei com ele no dia 1º de março e dia 5 de março.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor recebeu apoio do Deputado Fausto Pinato para apresentar ao Ministério da Saúde, conduzindo o Sr. Luiz Paulo Dominguetti?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não recebi apoio do Deputado Fausto Pinato.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E o Deputado Roberto Lucena?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Roberto Lucena foi uma carta de apoio a projetos humanitários, ação humanitária.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor, dentre os CNAEs da associação, quais aqui que o senhor poderia colocar para nós aqui? Os CNAEs, que são as atividades econômicas da associação que o senhor preside.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Para funcionar no espaço de Águas Claras, nós mudamos o Cnae. Então, é por isso que a empresa, a Senah não estava funcionando em Águas Claras, nós desativamos devido ao Cnae.
Então, lá tinha...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não, o que tem hoje? O senhor estava negociando em nome da Senah, com "h" no final, certo? Qual é o Cnae dela?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu tenho que... Eu não me lembro do Cnae.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas em qual área? Área da... Em que área que o Cnae dela...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Qual é a atividade econômica dela? De forma mais...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Pelo estatuto?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - E pelo registro na Receita Federal.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É porque, quando você vai fazer o pedido de uma empresa, de uma ONG ou no local, a primeira coisa que eles perguntam é sobre Cnae, para ver se tem disponibilidade ali. É o chamado Pdot.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Exato, mas em que área? Na área da saúde, na área do que, qual área?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós trabalhamos em diversas áreas, desde social, sociocultural, desde... No fomento também de apoio a entidades públicas e privadas. Então são...
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A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Olha, eu vou, sinceramente, eu vou economizar o tempo do senhor, porque o meu também já está...
Está aqui, olha, o Cnae principal: ensino médio. Então, assim, eu não sei se é uma escola, sabe? Aí, depois, estúdios cinematográficos, são atividades econômicas secundárias, produção de filmes para publicidade, atividade de produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão não especificados anteriormente, distribuição cinematográfica de vídeos e de programas de televisão, educação superior, graduação, educação superior, graduação e pós-graduação, educação profissional de nível técnico e educação profissional de nível tecnológico.
Eu não ouvi o senhor falar disso em nenhum momento aqui no dia de hoje no seu depoimento. Eu acho estranho isso.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - E outra coisa, Senadora Soraya, onde é que entra, aí no escopo que a Senadora declinou, relatou, intermediação para venda de vacina?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - No Cnae?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sim. No registro.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sim, o registro do senhor permite que o senhor intermedeie vacinas, produtos, insumos médicos, hospitalares? O senhor tem essa autorização do Poder Público?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A Senadora acabou de declinar o seu Cnae, o Cnae da sua instituição.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Onde é que está aí a habilitação para intermediar venda de vacina?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A Senah, a Secretaria...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Olha, olha aqui, o Deputado Roberto de Lucena parabeniza o senhor pelo excelente desempenho na interlocução entre laboratórios e Governo. Em nome da Senah. O senhor pode, por favor, nos esclarecer isso? Eu peço ao Presidente que me dê um pouquinho mais de tempo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Pode ficar à vontade, Senadora.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O trabalho nosso era esse trabalho humanitário de trazer a vacina mais barata.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor... A vacina mais cara é a que o senhor oferece, e o senhor estava com esse trabalho humanitário. O senhor ia receber...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A 3,50.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, a 11.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas o senhor ofereceu a US$11,00.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A 11.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A sua carta, a última é a 11.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sua carta é 11.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A primeira reunião, eu tenho aqui a oferta de 3,50.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, mas Sr. Amilton, só nos poupe. A sua carta última, o senhor acabou de confirmar, foi a US$11,00.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Na mudança de preço. A carta foi até...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas não há prova disso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então o senhor não pode dizer aqui que é a mais barata.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Não há prova disso. O que não está nos autos não está no mundo. Isso é um jargão jurídico. O senhor tem que ter documentação disso. O senhor não foi... O senhor deveria ter essa linha do tempo, olha, hoje a vacina custa tanto. Depois o senhor disse, se eu não estou enganada, que houve uma atualização do preço da vacina. Ela foi para 17,50, depois ela desceu para 11. De 3,50 para 17,50, aí ela sobe, aí ela desce. O senhor tem documento? Porque o único documento que nós temos em mãos é esse de US$11,00, que o senhor oferece.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu tenho aqui comigo de 3,50, de 17,50 e de US$11,00. Estão aqui comigo, eu posso passar para vocês.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, por favor, se vocês puderem tirar uma cópia, para a gente ter essa linha do tempo, é importante que o senhor coloque isso, porque é estranho. Por que é que subiu, por que é que desceu. Hoje em dia, a tendência é, pelo número de fabricação, os Estados Unidos estão perdendo vacinas, agora estão pagando para o povo se vacinar. Então é, no mínimo, no mínimo, esquisito tudo isso.
E aí são perguntas não respondidas. Eu estou tentando aqui, eu fico geralmente por último, então não quero ficar fazendo perguntas que já foram feitas inúmeras vezes.
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O senhor... Gostaria de saber se a Davati lhe respondeu ao e-mail. Olha só, no programa jornalístico da TV Globo, neste programa, foram apresentados e-mails do senhor encaminhados à Davati, com cópia ao Ministério da Saúde, que teriam o seguinte teor, aquele teor de que nós já falamos aqui várias vezes: "Esta carta de intenção é endereçada para estabelecer o urgente e iminente..." Eu fico impressionada como o Brasil não tem pernas para ir buscar, precisou da intermediação de V. Sa. Bom, mas "o urgente e iminente interesse do nosso governo do Brasil em contratar e autorizar o vendedor para adquirir o suprimento de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca".
Quem lhe autorizou a enviar este e-mail à Davati, falando em nome do Governo brasileiro? E eu quero saber o que foi que a Davati respondeu.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ela não foi, ninguém me autorizou a enviar essa carta. Essa carta foi da Senah e é uma carta que, quando chegou no Herman, na Davati, ele falou que não, que teria que ser do Governo. Foi um equívoco o envio desse documento.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Pois é, mas de equívoco em equívoco, nós, o povo brasileiro vai padecendo. Isso é gravíssimo!
Mais grave ainda, com todo respeito, nós somos todos aqui de diferentes religiões, de famílias que desempenham um trabalho religioso, e aí, quando a gente vê as pessoas usando o santo nome de Deus em vão, sabe, é muito complicado - é muito complicado. E nós também trabalhamos enviando as nossas emendas individuais para grupos que fazem caridade, associações, enfim, e aí, quando a gente se depara com algo assim, acaba prejudicando inclusive o trabalho das instituições sérias, que a gente quer ajudar, que a gente conhece. Fica tudo, sabe, entra, cai todo mundo na mesma vala, porque o povo brasileiro não aguenta mais.
Então, dói demais, Sr. Amilton. Eu gostaria que o senhor realmente colaborasse com a Nação brasileira, colocasse na mesa o que o senhor sabe, o que o senhor não sabe, da melhor forma possível. Eu acho importante para o senhor, para o povo brasileiro, o senhor colocar nos trilhos. Eu acredito que o senhor até, inicialmente, estava procurando, sei lá, ganhar uma doação. Eu estou tentando aqui entender, estou tentando entender e não cometer nenhuma injustiça. Eu não gosto de acusações, é muito ruim, porque a gente pode cometer um erro. E cometer uma injustiça com alguém é algo que quem não vai dormir é quem cometeu também essa injustiça. Então, se o senhor puder colaborar com a população brasileira nesse sentido. De repente, o senhor imaginou que o senhor iria receber um percentual e iria poder colaborar, enfim, uma série de coisas, eu acredito. A gente tem de partir do princípio da boa-fé.
Então, eu não posso acreditar, mas é muito estranho os nomes todos que o senhor usa: Secretaria Nacional... Quando veio, pela primeira vez, essa Senah, eu fiquei realmente confusa. E aqui nós temos um pessoal esclarecido. Como disse o Senador, acho que foi o Rogério Carvalho, na porta desta CPI tem um mata-burro. Aqui ninguém é bobo não! Então, é complicado.
Aí, o senhor coloca Secretaria Nacional não sei o que lá e se comunica e põe aquele monte de... É OAB, é ONU, é uma série de.... Sabe?
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - CNBB.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - CNBB! E, aí, o nome fantasia... Olha só, olha só! Mais um minutinho, Sr. Presidente, eu vou concluir. Olha só o nome empresarial: Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, beleza! Aí olha o título do estabelecimento, nome fantasia: Embaixada Humanitária Mundial pela Paz. Isso confunde as pessoas. Isso confunde! Não está certo ficar usando... Quando o senhor começou a falar "eu estava numa reunião com a embaixadora tal, com o embaixador tal", a gente não sabia se era do Itamaraty, se era... Isso confunde!
O senhor pode pleitear emendas individuais, eu acredito, pela sua associação, para ajudar nos seus projetos, mas está difícil de engolir, Reverendo.
Eu peço perdão a Deus. Quem vai ajoelhar hoje serei eu se eu estou cometendo qualquer injustiça em apertar o senhor nas perguntas, mas, sinceramente, sabe, entrega... A melhor coisa que o senhor tem que fazer é dizer para a gente se alguém ofereceu vantagem indevida, quem foi, quem não foi, porque nós não temos condições, com quase 560 mil mortes, de ficar todo dia perdendo tempo aqui numa situação dessa, que vai, que não vai, que vai, que não vai, que responde, que não responde, que esclarece, que não esclarece... E a gente quer ter, no mínimo, uma conduta educada aqui, mas está difícil de manter, inclusive, Sr. Presidente, a educação.
Muito obrigada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sr. Presidente, só uma pergunta.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senadora...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - A Senah fez alguma negociação com Municípios?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor tem certeza disso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O que eu tenho de conhecimento, nós não fizemos...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O que o senhor tem...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não conversei...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Só para dar, Sr. Presidente, mais uma chance. O senhor tem certeza disso? A Senah não fez nenhuma negociação com Municípios?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Negociação?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - De vacina!
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós, a Senah, eu não conversei com nenhum Governador, com nenhum Prefeito e com nenhum...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Quem é Renato Gabbi?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É um dos diretores da Senah.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E essa carta dele encaminhada à Associação dos Municípios do Acre e vários e-mails da Senah dirigidos a vários Municípios, em uma reportagem que acabou de ser revelada pela CNN, pela jornalista... Acabou de ser revelada pela CNN.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É; nenhum diretor da Senah tem, pelo estatuto, autorização de fazer ou de conversar. Se ele fez, eu gostaria do material para saber.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Está aqui o material, mas, o seguinte, é chancelado pelo senhor, as cartas aos Municípios.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Era uma carta de indicação da Davati que nós fizemos desde o início.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor confirma? Então, o senhor não quer refazer, mais uma vez, a sua resposta? Só para não ter nenhum tipo de excesso por parte do Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Só um minutinho, V. Exa...
Sr. Reverendo, o senhor conhece o Salmo 101, Versículo 7?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Salmo 101?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Versículo 7?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Precisa...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu vou ler aqui para o senhor.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Por favor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Por favor, porque, como pastor, o senhor conhece bem a Bíblia.
O Salmo 101, Versículo 7, diz: "Quem pratica a fraude não habitará no meu santuário; o mentiroso não permanecerá na minha presença".
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Esse é o Salmo 101, versículo 7. V. Exa. acaba de responder uma coisa para o Senador dizendo que não o fez, ainda agora, e está refazendo. O senhor disse aqui que se arrepende, mas, o arrependimento, quando a gente se arrepende é para não praticar a fraude, para a gente não praticar a mentira. O arrependimento, não basta você se arrepender e continuar praticando, e o senhor está praticando isso aqui.
Por favor, Pastor, colabore...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Inspirado pela citação do Salmo, o senhor não quer refazer a sua resposta?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pastor, o senhor, esse seu depoimento aqui...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu refaço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ótimo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Veja bem, Pastor: o seu depoimento aqui é a cara desse Governo, porque se todas as negociações que são feitas dentro dos Ministérios têm esse modus operandi, nós estamos lascados aqui no Brasil, porque imagina comprar vacina, imagina venda de algodão, venda de não sei o que que o Ministério compra... Os serviços prestados pelos Ministérios que têm atividade fim no Brasil, se todos forem dessa forma, como o senhor entrou, adentrou dentro do Governo e aqui chega e fica - sabe? - na enrolação: "Ah, eu não lembro", daqui a pouco se lembra. Aí, forçado...
Então, Pastor, se arrepender, fazer autocrítica na vida todos nós fazemos; só não faz quem é burro. Se arrepender de atos a gente se arrepende. Muitas vezes, nós somos encaminhados ao erro pensando que estamos fazendo o bem, mas daí o senhor não saber quem lhe encaminhou para o Ministério; o senhor não saber o que houve, como o senhor chegou lá, nessa história nem uma criança de três anos acredita.
Como é que o senhor entrou dentro do Ministério? O senhor manda um e-mail... Será que todo mundo no Brasil que quer vender algum produto para o Ministério da Saúde é só mandar um e-mail e se dirigir diretamente lá e será recebido pelo Coronel Elcio, pelo Roberto Dias, na época? Não dá para crer.
O senhor mesmo, nesse vídeo, o senhor cita o Presidente Bolsonaro, como se fosse uma obra do Governo dele. Eu posso dizer que o senhor estava sendo bravateiro ali. É ou não é verdade? Por que aquilo dá a entender que é um programa de governo para construção de casas, e não é nada disso, não é nada disso! Eu não estou dizendo que o seu intento era ruim, mas a forma como o senhor coloca é totalmente mentirosa.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Como se o Brasil precisasse...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim!
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... desse tipo de intermediação para comprar qualquer coisa!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Mas não consegue nem construir uma casa hoje...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Meu Deus!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... não tem mais programa habitacional, pessoal. Mudaram para Casa Verde, e não tem recurso. Não se encaminhou nesse orçamento, não tem um real para fazer uma casa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Presidente, o...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É só falar com o Ministro do Desenvolvimento Regional, pergunte a ele quanto é que tem. Os fundos de garantia que fizeram o Minha Casa, Minha Vida, pergunte quanto é que tem hoje. O BNDES não financia absolutamente mais nada, não há transferência de recurso.
A verdade é que nós estamos hoje à mercê do absolutamente nada. Hoje a grande discussão, veja só... Nós estamos há uma semana, morrendo brasileiros, desemprego em alta, economia patinando, um caos, e a discussão que estão levando para tirar o foco dos grandes problemas brasileiros é em relação a uma coisa que já estava consolidada, que era o voto eletrônico! Será que ninguém percebe que isso é uma estratégia para que os grandes problemas...
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Eu queria uma manifestação sim. Eu queria ver uma manifestação dos seguidores do Presidente aplaudindo a atividade fim na segurança pública brasileira. Eu queria ver uma manifestação aplaudindo o trabalho na educação, aplaudindo o trabalho na saúde, aplaudindo a ação social, o crescimento de empregos. Não, não é isso. As manifestações hoje são sobre negócio de voto eletrônico, criando uma discussão, um embate entre o Supremo Tribunal Federal com o Chefe da Nação, como se nada estivesse acontecendo para o Chefe da Nação.
Qual foi...
Eu até sugiro ao Ministro Barroso que pegue os maiores hackers no Brasil e entregue uma máquina dessa, o Presidente pode levar lá quem ele quiser. Pega o pessoal do IME, pega aquele cidadão que estava ao lado dele e que mostrou aquele vídeo, que aquilo era prova de fraude, coloca lá: "Olha, está aqui. Vamos ver se você consegue realmente fraudar isso aqui". Duvido que consigam! Então, essa distorção... E a gente aqui passou o dia, desde o meio-dia, conversando com V. Sa., Pastor.
Então, eu estou aqui dizendo isso porque realmente nós estamos investigando por que o Brasil, Pastor - e o senhor, que é um cristão, deve ter orado para muitas famílias que perderam entes queridos -, nós estamos aqui sabe por quê? Porque, pelas ações do Governo, por esse tipo de ação de que o senhor participou, nós chegamos a mais de 555 mil mortos. Nós não estamos aqui para apontar o dedo. Nós estamos aqui para dar uma satisfação a essas famílias que perderam amigos, parentes; crianças, Pastor, que são hoje órfãos; viúvas que perderam marido; viúvos que perderam a mulher. É por essas pessoas que esta CPI existe. E o senhor, como homem de Deus, eu o aconselho - e quem sou eu para aconselhar um homem que prega todo dia a palavra de Deus? -, mas leia o Salmo 101 e o Versículo 7.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Presidente, com base, então, na inspiração do Salmo 101, que o Presidente acabou de declinar para o senhor, o senhor não quer refazer a sua resposta sobre a proposta aos Municípios?
Eu acho que é de bom-tom, para não ter nenhuma medida excessiva... Assim, eu diria que a essa altura, Sr. Presidente, não é nem mais medida excessiva; é uma medida de cumprimento do disposto no Código de Processo Penal. Mas, para que não ocorra isso, o senhor não quer refazer a resposta?
A reportagem saiu ainda há pouco na CNN. Foi a reportagem da jornalista Renata Agostini e dá conta de que a Senah negociou vacina com diversos Municípios. O senhor pode discorrer sobre isso? É porque têm vários documentos com assinatura de membros de sua diretoria, que o senhor mesmo declina, avalizados e encaminhados pela Presidência da Senah.
Eu queria lhe dar a oportunidade para, corroborado com isso, o senhor também explicar, porque, neste momento do seu depoimento na CPI, o site da Senah saiu do ar...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Exato.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... foi indisponibilizado.
Então, nós estamos querendo lhe dar essa oportunidade. Responda esses dois questionamentos aqui.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu me coloquei totalmente à disposição. Eu vim para cá, assim, ainda com atestado, eu vim para cá sentindo dor.
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Estou desde 8h30 da manhã aqui à disposição do nobre Senador, dos Senadores, para responder.
Sobre a questão dos Municípios, houve, sim, essas demandas, como a carta de encaminhamento da Davati a Municípios. Quem fez isso foi o... Acabou de me mostrar o advogado. Quem fez isso foi o Renato Gabbi. Então, ele encaminha...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Encaminhado pela presidência... Encaminhado do e-mail da presidência da Senah.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
Eles têm acesso ao próprio e-mail da presidência. Mas eu...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor tem conhecimento, é óbvio?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim. Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E sobre o site?
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Por que o site saiu do ar?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sobre o site, é quase assim... Tem que ver, conversar com o pessoal que opera, para ver...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Foi uma simples coincidência ter saído do ar exatamente no dia de hoje?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Tem que ver com... Porque o site...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - O senhor tem uma pessoa específica que acompanha site?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Tem, tem. É o Cleiton.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Alguns dos e-mails tem a vossa... está assinado, encaminhado por V. Sa.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A carta?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Alguma das cartas, das cartas aos Municípios. Encaminhado por V. Sa. Está aqui: Amilton Gomes de Paula. Não é o senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Pois bem. Está aqui. Algumas são encaminhadas aos Municípios em vosso nome.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Presidente, V. Exa. me permite só fazer um registro? Neste exato momento, esta CPI tem maioria absoluta de mulheres integrando.
Queria cumprimentar a Senadora Leila, a Senadora Soraya Thronicke e a mim própria.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Fora do microfone.) - E Zenaide, que deve estar ali...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - E Zenaide, que deve estar no remoto.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - A Zenaide, pelo remoto, é sempre a última a sair.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Independentemente, hoje, de madrugada, Senadora Leila, a seleção brasileira de vôlei vai jogar, não é isso?
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Isso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A senhora tem saudade da época de atleta?
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Se eu disser que...
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Eu falei para a Senadora, agora há pouco, que todos os dias o Brasil inteiro também está pensando na Leila, porque a gente assiste aos jogos se lembrando da Leila.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu sempre fui uma pessoa que apreciou muito o esporte e vou dizer uma coisa para você: a jogadora Leila, uma grande jogadora, me fez muita raiva, mas me deu muita alegria também. (Risos.)
Quando você dava aquelas cortadas de canhota e quando errava, rapaz, eu brigava contigo.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Que privilégio, não é, Presidente?!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E o futuro nos coloca frente a frente aqui como Senadores.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Pois é. Que missão! Que missão!
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Nada é mais, na minha mente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Aliás, uma das maiores atletas que o Brasil teve no vôlei.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Não há dúvida.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E uma grande Senadora.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Uma grande jogadora, uma das precursoras para que o vôlei brasileiro estivesse hoje neste patamar.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Certamente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A Senadora Leila hoje nos honra com a sua companhia, representando aqui o Distrito Federal.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E defendendo o esporte, não é?
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Presidente, só para registrar, eu não me esqueço do jogo do Brasil contra...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Cuba.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - ... Cuba.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Ninguém esquece.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - E a Leila partir para cima na rede. É uma imagem que está aqui imortalizada.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Mas ela disse que só partiu. Quando ela olhou...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Eu parti e me escondi atrás das maiores. (Risos.)
Eu era uma baixinha invocada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Presidente, se V. Exa. me permite, eu acho que a próxima inscrita inclusive é a Senadora Leila, se me permite só uma questão ao reverendo.
Reverendo, eu saúdo e louvo o senhor por ter refeito a resposta sobre um tema ainda há pouco. É um grande avanço. Ainda há tempo. Acho que o senhor pode, daqui ao final dos depoimentos... Tem a Senadora Leila...
As mulheres, nesta CPI, Sr. Amilton, têm a capacidade de - a Senadora Simone Tebet que o diga -, elas têm a capacidade de, na sua inquirição, resgatar a verdade.
Eu queria sugerir a V. Sa... A próxima a inquiri-lo deve ser a Senadora Leila. Dê esta oportunidade, inclusive homenageando as mulheres.
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Se o senhor puder refazer também as respostas sobre o Sr. Roberto Ferreira Dias, as relações com o Governo Federal... A gente tem um vídeo do senhor falando do Presidente Bolsonaro. O senhor tem esta oportunidade.
Eu louvo o senhor pela atitude que o senhor tomou ainda há pouco. Confrontado aqui com as informações, com os e-mails, com a matéria publicada pela jornalista Renata Agostini, o senhor disse: "Não, de fato encaminhamos para os Municípios também". Refez.
Eu falo isto em último: se o senhor está aqui protegendo alguém - e é o que me parece estar -, esses não irão acudir o senhor, não irão socorrer o senhor. Estou lhe falando aqui de bom tom. Estou lhe falando aqui. Conselho não se dá, mas me ouça: se o senhor está aqui protegendo alguém, acredite que esses não estarão nem aí para o senhor.
Então, só reflita.
Deixo esta oportunidade para a inquirição da Senadora Leila.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senador, eu queria reforçar, antes da minha querida Leila falar: Reverendo Amilton, o senhor, por um momento nesta CPI, o senhor chorou. O senhor falou, inclusive, que estava arrependido por participar das operações.
Eu acho que o senhor está diante de uma grande oportunidade de falar a verdade, porque, Reverendo, o senhor não falou a verdade ao longo do depoimento. Então, eu acho que o senhor tem a grande oportunidade de falar a verdade, de contribuir com a CPI.
Olha, nós recebemos aqui a ex-Coordenadora do Programa Nacional de Imunização. Ela veio como investigada. Ela contribuiu de tal forma para a CPI que a posição dela passou para testemunha. Os pedidos de quebra de sigilos dela - fiscal, bancário, telefônico e telemétrico - foram revogados pela CPI, dada a tamanha contribuição que ela deu para esta Comissão.
Então, se V. Exa., de fato, está arrependido, V. Exa. tem que demonstrar isso na prática. E demonstre na prática o seu arrependimento, porque Deus, naturalmente, nos perdoa, mas nós, como seres humanos, temos que fazer o nosso papel como cidadãos. Que V. Exa. faça este papel: dê as informações necessárias de fato para esta Comissão, porque muitas que o senhor não está dando a gente tem. E as quebras que foram hoje aprovadas aqui, no início dos trabalhos desta Comissão, nos darão ainda mais a evidência e a confirmação daquilo que nós já prevemos e já temos indícios sobre.
Então, eu acho que V. Exa. está diante de uma grande oportunidade para mostrar, de fato, que está arrependido.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senadora Leila.
Depois, Senador Izalci.
A Senadora Zenaide já falou?
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Na verdade, eu a chamei, e ela...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pediu para falar depois.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Pediu para falar depois. Não sei se ela ainda vai falar.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Então, temos ainda o Senador Izalci, a Senadora Zenaide, a Senadora Leila.
Senadora Leila, depois, Senador Izalci, e, por último, a nossa querida amiga Zenaide, que não perde uma reunião nossa. Sempre está presente através do vídeo aqui, sempre colaborando com a CPI. Mais uma mulher tão... Vocês são maioria mesmo! Três aqui e uma aqui no vídeo. As mulheres, como sempre, maioria.
Senadora Leila.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Obrigada, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, eu cumprimento o senhor, todas as Senadoras, os Senadores, os nossos assessores, enfim, todos os que nos acompanham neste dia de CPI, um dia longo, um dia agitado, tenso.
Bom, eu não tenho a habilidade nem a experiência da Senadora Simone Tebet e nem é a minha pretensão, mas apenas abrir uma reflexão para o senhor, Reverendo Amilton, Amilton de Paula.
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A gente percebeu claramente, em alguns momentos aqui, a sua emoção, e, além de Senadores, mais do que Senadores, nós somos humanos, e a gente percebe claramente quando alguns depoentes vêm aqui a esta Casa e externam sentimentos de verdade. E a gente percebe, claramente, nas emoções e nas palavras do senhor, que o senhor se sente pressionado. E eu vou dizer uma coisa para o senhor: o senhor se expôs muito aqui hoje; muito. O senhor vai ter a oportunidade, depois, de acompanhar, de ouvir como foi esta sessão, vai escutar das pessoas que estão ao seu lado, principalmente os dois advogados aí, que eu percebi, em alguns momentos, que também se emocionaram, porque, se há uma coisa que eu aprendi na minha vida, como atleta, é observar, observar as reações humanas. E a gente percebe, claramente, a emoção e a tensão de vocês aqui neste momento.
Então, eu quero dizer para o senhor que o que nos deixa mais intrigados, Reverendo, é que o senhor se expôs aqui, o senhor como pastor, que representa uma igreja, uma congregação, uma pessoa que certamente tem muito respeito, se expor da forma como o senhor se expôs aqui, e para proteger quem e o quê? Esse é o grande questionamento que hoje nós fazemos aqui nesta Casa: quem o senhor está protegendo. E por que também.
Eu vou insistir, eu tenho que continuar insistindo, porque eu acho que é a minha obrigação enquanto Senadora, e não só Senadora, mas como mulher, como mãe, como cidadã, de insistir em algumas perguntas que não ficaram bem claras, Reverendo.
O senhor informou aqui que esteve no Ministério da Saúde no dia 12 de março, quando esteve com o Secretário Elcio Franco por intermédio do Sr. Helcio Bruno do Instituto Força Brasil. Disse que o Sr. Helcio Bruno compartilhou com o senhor uma agenda que ele tinha para tratar de um projeto de vacinas para o setor privado.
Eu pergunto ao senhor... O senhor afirmou que a Senah tem muitos projetos e que foi conversar sobre eles com o Senador Helcio Bruno de Almeida, que é o Presidente do Instituto Força Brasil.
Por que o senhor decidiu apresentar esses projetos ao Coronel Helcio? Como o senhor conheceu o trabalho do Instituto Força Brasil? E quem apresentou o Coronel Helcio Bruno ao senhor? E há quanto tempo o senhor conhece o Sr. Helcio Bruno?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - O Doutor Helcio Bruno foi apresentado através de um Diretor do IFB, a um Diretor nosso, da Senah.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - O nome desse Diretor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É Igor.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Igor...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Igor. Advogado.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Certo.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - E esse outro Diretor da Senah veio conversar comigo e disse assim: "Reverendo, os projetos que o senhor tem de CO2, podem ser disponibilizados pelo Marcelo do IFB, que é um dos assessores do Coronel". Eu tenho esses projetos de CO2, encaminhei esses projetos de CO2, eu fui até o IFB no dia 9, e, na oportunidade em que estávamos conversando sobre esses projetos do CO2, surgiu a demanda das vacinas para as empresas.
Eu já tinha uma agenda. A minha agenda com a OMS era para o dia 16. Já estava tudo certo. Eu não precisava... Eu nem sabia que ele era coronel. Então, foi assim uma aproximação da parte, da minha parte, quando ele explanou o projeto de CO2, que encaixava também com o nosso projeto. E aí ele falou a respeito da vacina, e eu falei: "Eu tenho uma demanda também que eu gostaria de apresentar. Há possibilidade?" E aí ele falou: "Olha, se houver possibilidade de trazer os próprios donos, porque, se você trouxer, é bem melhor. Então, traga o dono".
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Eu expliquei para ele sobre o lote de vacinas, 400 milhões de vacinas da Davati, uma empresa americana, com uma oferta oficial. Já havia conversado duas vezes com o Sr. Herman. E aí foi quando ele falou: "Então, faz o seguinte: envia o e-mail convidando o dono para vir, o dono com toda a documentação".
No dia 11, eu enviei o e-mail para o Dr. Herman Cardenas e enviei o e-mail para o Sr. Cristiano. Eles chegaram... Somente o Cristiano veio no dia 12. Ele veio. Nos encontramos eu, o Dr. Helcio Bruno e o Cristiano. O Dominguetti também veio e nós nos dirigimos à OMS para a reunião com Elcio Franco.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Está bom. Então, como é que o senhor explica que uma pessoa que praticamente não o conhecia - e o senhor falou isso aqui, né? - lhe cedeu compartilhar uma agenda com o Secretário-Executivo do Ministério da Saúde. Como é que o senhor explica isso? O senhor disse que mal o conhecia...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, foi...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - ... e ele compartilhou com o senhor essa agenda.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi feita uma conversação e parece que ele era missionária na África há muito tempo, tinha feito trabalhos, como eu fiz, e nessa explanação houve essa... Eu falei também do meu projeto missionário, do trabalho missionário que nós fazemos com as igrejas, e houve essa aproximação, essa conversa de irmão para irmão.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Senadora Leila, me perdoa, só porque eu não entendi. Onde foi esse encontro? Foi na antessala do Ministério da Saúde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, não, não!
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Onde?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Esse encontro foi no IFB.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor esteve no Instituto...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Força Brasil.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Força Brasil. Com quem mesmo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Com o Dr. Helcio Bruno.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Helcio.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Depois eu fiquei sabendo que ele era coronel.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E o senhor, perdão, foi fazer o quê lá no Instituto Força Brasil?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós fomos apresentar os projetos de CO2.
Esse projeto de CO2, o Marcelo ...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Desculpa, Senadora Leila.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Sim.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Tenho certeza de que o Presidente vai repor.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Vai repor...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O seu tempo é curto. Porque eu fiquei na dúvida...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - ... todo o tempo.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu gostaria que o senhor... Hoje nós estamos com um tempo maior, graças a Deus.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Marcelo, ele tem uma grande experiência nesse projeto de CO2. E aí eu fui conversar com ele. E aí ele apresentou...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Quem tem experiência?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - O Marcelo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ele é o quê?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele é um dos diretores do IFB.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Do Instituto Força Brasil?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Força Brasil. E aí foi quando o Coronel se apresentou. Nós apresentamos o lote. Há possibilidade. Então, houve essa aproximação de irmão para irmão. Ele, como missionário na África, fez vários projetos como missionário, e eu, como pastor. Então, nós conversamos. "Há essa possibilidade?" "Sim". Então, há essa possibilidade.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Então, a partir desse momento o Instituto Força Brasil já estava associado à Senah nessa operação das vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não tinha uma... Não considero como uma associação. Considero, assim, como um espaço de interlocução no Ministério.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Quando foi isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Isso foi dia...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Doze de março.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Doze de março.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Como é o nome do Marcelo? O senhor pode informar?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu não sei o sobrenome dele.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É Marcelo. Ele é Diretor do Instituto Força Brasil.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É um dos diretores.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Um dos diretores.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Reverendo, o senhor sabe se alguma compensação financeira foi oferecida ao Instituto Força Brasil ou ao Sr. Helcio Bruno para ajudar junto ao Ministério da Saúde nessa operação da venda de vacinas da Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nobre Senadora, eu não tenho conhecimento.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Considerando que o senhor mesmo acabou de relatar que a reunião com o Sr. Helcio Bruno, no dia 12 de março, era para tratar de vacinas para o setor privado, eu lhe pergunto se a Senah teve alguma participação em tratativas envolvendo o projeto que pretendia liberar a aquisição de vacinas para o setor privado? Existia alguma tratativa nesse sentido?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Nós não conversamos sobre esse PL, não tínhamos conhecimento. Quem haveria de conversar sobre essa demanda eram os próprios diretores, dando a colaboração para o Ministério da Saúde.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Os diretores do Instituto Força Brasil?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É. Dito por esta Comissão que tanto o Igor...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O Marcelo é o Marcelo Lourenço Lima?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não sei.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Se colocarmos uma foto aqui, o senhor se recorda dele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Coronel, o que foi tratado sobre esse projeto na reunião com o Coronel Helcio Franco? Qual foi o assunto que foi tratado sobre esse projeto, o interesse de vocês junto a esse projeto nessa reunião? Havia alguma operação comercial destinada a esse propósito de vacinas para o setor privado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nobre Senadora, não havia nenhum contrato, nenhum combinado a respeito de...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Mas não foi tratado nessa reunião porque o que foi cogitado na reunião foi a questão do PL das vacinas para o setor privado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Você fala no MS?
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Isso.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - No Ministério da Saúde?
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Isso.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Não, na reunião do dia 12 de março.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Teve a primeira reunião. É uma sala, dez pessoas que tinham na sala.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - E quem eram essas dez pessoas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ah, eu tenho... Eu falei de alguns nomes, não é?
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Não lembra de todos, já falou.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Falei de... Foi o Max Nóbrega, que estava na reunião; estavam na reunião o Dominguetti, o Cristiano Araújo, Cristiano Carvalho; estava também na reunião o Coronel Pires; tinha mais outros dois funcionários dentro da sala, estavam falando sobre essa demanda de vacinas para as empresas. Aí, no segundo momento, entrou o Coronel Helcio Franco, sentou, foi explanado sobre o lote de vacinas. Sobre esse lote de vacina, o Coronel já perguntou direto: "Olha, nós conversamos com a AstraZeneca. Essas vacinas de que vocês estão falando, a AstraZeneca, o laboratório diz para mim que não tem. E vocês têm a documentação da AstraZeneca?". E aí foi nesse momento que o Cristiano e o Dominguetti falaram que não tinham a documentação.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Perfeito.
Em seu depoimento, o senhor disse que não estava negociando vacinas, mas, sim, indicando alguém que teria essas vacinas. Retomando o assunto já tratado, eu pergunto ao senhor: por que o senhor enviou o e-mail ao Ministério da Saúde indicando que o valor unitário da vacina seria de US$11 se os documentos a que tivemos acesso - já falaram muito disso aqui, não é? - demonstram que a proposta enviada pela Davati era de US$10? Pergunto ao senhor: quem, afinal, lhe repassou esse novo preço ou de onde o senhor tirou esse novo preço? Houve algum pedido de alguém nesse sentido ou alguma negociação para que houvesse esse acréscimo de US$1 por dose? Houve? Porque, na verdade, aqui a gente ficou jogando muito... Eu estou sendo objetiva, direta para o senhor.
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Entendi.
Tá. Vamos ao primeiro momento. Toda oferta oficial vinha da Davati.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Certo.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Então, esse meu pedido foi pra atualizar a oferta pra US$11.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Mas da onde veio essa atualização? Quem falou para o senhor que precisaria de uma atualização? Enfim, quem é a pessoa? Se o senhor está falando que houve uma necessidade de atualização, alguém... Sempre está... Não está sendo direto.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foram vários preços: 3,50, no primeiro momento; 17,50, subiu; e, depois, foi para US$11. E nós não tínhamos a oferta de US$11 oficializada. Tinha a...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Mas a proposta da Davati era de US$10.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas a oferta oficial que nós recebemos no nosso e-mail era de US$11.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - E-mail de quem? Quem enviou esse e-mail?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, nós recebemos... O Herman já tinha... Está na...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Então, esse acréscimo de US$1 veio do Herman?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Está no próprio Fantástico, que divulgou isso, que o Herman passou o e-mail... No Fantástico, fala dia 15, que ele passou o e-mail já para o MS de US$11 e oferecendo também não só a AstraZeneca, mas a Janssen, US$11. Está no próprio e-mail do MS.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Então, foi o Herman. Tá.
O senhor falou aqui que a Senah tinha interesse humanitário na doação que seria feita pela Davati, caso tivesse sido concretizada a venda ao Ministério da Saúde. Eu pergunto ao senhor: se tal doação tivesse sido concluída, qual seria a destinação desse recurso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A destinação desse recurso seria em projetos humanitários, sociais, se houvesse, de fato, essa palavra, porque ali foi dada uma palavra dele tanto para o Brasil... Ele já tinha ajudado outros países e iria também nos ajudar. Ele falou de índios na Austrália, ele falou de várias demandas.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - O senhor tem consciência de que essa doação seria, na prática, dinheiro do contribuinte brasileiro? Em nenhum momento passou pela cabeça dos dirigentes da Senah abrir mão dessa doação para que o valor fosse convertido em mais doses de vacina para a população brasileira?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi feito também esse alinhamento e essa conversação.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Houve essa conversação entre vocês?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, de passar em doação de vacinas para a tribo indígena, para os indígenas. Eu conversei... Ele fez também essa doação para a Austrália...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Ah, na Austrália. Tá.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - E faria também, se fosse possível, ao Brasil.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - O.k. Obrigada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - O senhor... Para confirmar, Sra. Presidente, se ele reconhece o Sr. Lourenço, não é?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Marcelo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Correto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - É esse o próprio?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Correto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ele estava, ele acompanhou, participou das tratativas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Correto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
O senhor conhece o Sr. Otávio Fakhoury, também do Instituto Força Brasil, Vice-Presidente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Tem conhecimento...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nunca...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ...o Sr. Marcelo, chegou a falar com ele?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não tenho conhecimento e não sei quem é.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
O Marcelo Lima, que está aí na foto, acompanhou as tratativas, fez contato com o senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - O Marcelo Lima, nós fizemos reunião no IFB sobre CO2. Ele é especialista nessa área.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E também adentraram no tema de vacinas?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ele não estava na reunião do dia 12.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele estava.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Ele estava também na reunião do dia 12.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, tinha dois membros do Instituto Força Brasil na reunião do dia 12.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Correto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O Coronel Helcio e o Sr. Marcelo.
Muitíssimo obrigado. Uma importante contribuição que o senhor está trazendo a esta CPI.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas eu já havia, nobre Senador, falado o nome dele.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito. A gente não estava recordando o nome do Sr. Marcelo Lima, e até agora, nesta CPI, nós só tínhamos a informação da presença de um representante do Instituto Força Brasil. O senhor trouxe aqui uma informação importante: que o Instituto Força Brasil foi um protagonista também dessa reunião do dia 12. Eu lhe agradeço por isto.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senador Randolfe.
Nós vamos, agora, aqui, para o sistema remoto.
Com a palavra o Senador Izalci Lucas. Por até 15 minutos, Senador.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar. Por videoconferência.) - Obrigado, Senadora.
Eu vou, por óbvio, começar do início novamente. Vou insistir.
Primeiro, quero dizer que fico muito angustiado porque tem muita gente de Brasília, muita gente que a gente conhece, e, quando se fala o nome numa CPI, a gente fica, de certa forma, preocupado, chateado, se realmente está envolvido ou não. Então, por exemplo, eu sou muito amigo do Deputado Roberto de Lucena, que foi falado aí algumas vezes, uma pessoa muito participativa, bastante... É um pastor, inclusive, da Igreja, então uma pessoa muito bacana. E dá a impressão, por estar na CPI, por ser citado, que tem algum problema.
Eu queria perguntar de cara com relação a isso. Com relação à Igreja, quem participava, da tua Igreja, se é que participava, mas eu gostaria de perguntar se o Roberto Lucena já teve participação em algum culto ou frequentou sua Igreja, se tinha uma relação mais próxima? Tem também o Sr. Lauricio, que era daqui da Vigilância inclusive aqui, no DF, que, depois, foi para o ministério, que também dá a impressão, quando se fala nele, que ele tem base em irregularidades. Eu o conheço há muito tempo. Mora em Valparaíso, numa casa humilde, uma pessoa superséria, e a gente fica agora com essas questões. Então, eu perguntaria já de início: esse envolvimento, esse interesse na busca da vacina foi, iniciou através de alguém que participa da Igreja? O Sr. Lauricio é da Igreja de V. Sa.? O Deputado Roberto de Lucena já participou de algum culto com V. Sa.? Tem alguma ligação mais próxima?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, Senador...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Ou alguém do Governo. Eu falo do Lauricio, estou falando do Deputado Roberto de Lucena, mas eu perguntaria se, no Planalto, no próprio ministério, nas Forças Armadas, teria alguém que frequenta a Igreja e discutiu, abriu a possibilidade com relação à questão das vacinas.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, o Lauricio Monteiro eu só conheci no dia 22. Eu estou agora como pastor itinerante, e a nossa Igreja, que era situada aqui, em Brasília, que tínhamos um espaço para fazer o trabalho religioso, e passei a me dedicar a um projeto humanitário. Então, nós não temos cultos diários disponíveis aqui para a comunidade de Brasília. Eu agora sou pastor itinerante.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor está em qual Igreja hoje, em qual congregação?
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas em algum momento alguém teve relação...
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Só para ajudar aqui, Senador Izalci.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pois não.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Reverendo, hoje o senhor frequenta qual congregação em Brasília?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu frequento a Igreja Batista, essa Igreja Batista Ebenézer.
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A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - E essa Igreja Batista Ebenézer alguns dos nomes apontados pelo Senador Izalci frequentam também ou já esteve presente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senadora, não. Eu não conheço.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - A Primeira-Dama do País já esteve presente na Igreja em que os senhores congregam?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não esteve.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Obrigada, Senador Izalci.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - O.k. Então, na sequência, Presidente.
Vamos começar. Na primeira reunião - reunião não, aquele encontro que teve no restaurante -, V. Sa. conheceu, participou, tomou conhecimento de que houve uma tentativa nesse encontro do Roberto Dias com o Dominguetti? Teve algum momento que o senhor participou ou sabia disso antes ou depois? Em que momento o senhor participou disso, se é que participou?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nobre Senador, eu não participei. Eu desconheço esse pedido de propina. Eu não estava presente nesse almoço ou nesse jantar. Eu desconheço quem era esse grupo.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - O.k. Em que momento o senhor sabia ou ficou sabendo que a negociação das vacinas era diretamente com o Secretário-Executivo Elcio ou se era o Roberto Dias? Que momento foi esse?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, nós estivemos dia 2 na SVS, Secretaria de...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - De vigilância. O Arnaldo, é isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Dia 22, lá com o Dr. Arnaldo Correia.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Tá. E aí?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Mas o Dr. Arnaldo não nos recebeu. Quem nos recebeu foi o Lauricio Monteiro, lá no dia 22. E nós conversamos sobre vacinas, apresentamos esse lote para ele e aí ele falou que não era na Secretaria de Vigilância em Saúde, que era no MS. E agradeceu...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - O senhor acha que o Lauricio interferiu, demonstrou interesse ou facilitou, ajudou alguma coisa para que desse prosseguimento a isso ou não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor. Ele encaminhou, ele passou...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Simplesmente disse que era no ministério.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, ele enviou e-mail agradecendo a Senah e enviou e-mail dizendo que seriam todas as tratativas no MS.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Tá, mas lógico, quando ofereceram... O senhor chegou a falar a quantidade de vacinas que estava sendo oferecida ou não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós falamos a quantidade de vacina que...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quatrocentos milhões?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Quatrocentos milhões de vacinas.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Aí, ele ficou animado e aí disse que tinha que procurar o ministério, é isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, ele... Nós conversamos a respeito também de darmos uma contribuição ao Governo, de falarmos sobre vacina na plataforma para os líderes religiosos falando a respeito da importância da vacinação.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas o Lauricio é que pediu isso? Que momento que aconteceu isso? Por que houve essa conversa?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós nos colocamos à disposição de divulgar nas redes sociais, de falar qual é o valor da vacina, qual a importância da vacina para o povo brasileiro.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas o senhor já disse para ele que estava vendendo a vacina a esse preço? É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Quem conversou com ele foi o Dominguetti. O Dominguetti estava presente. Ele era a pessoa que se apresentou a primeira vez para a Senah. Ele que conversou com o Dr. Lauricio e o Dr. Lauricio nos encaminhou para o MS.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas, se ele não tinha nada com isso, entraram nos detalhes de preço, quantidade? O que levou a esse detalhamento com o Lauricio, se não era com ele isso?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não, não foi levantado detalhamento. Ele...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas vocês estavam falando até em preço...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, ele falou desse valor de 400 milhões, mas não falou a respeito de como seria para o Governo brasileiro.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, mas o senhor falou em US$11,00, o senhor falou agora há pouco, falou, acabou de falar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Que a vacina seria US$11,00.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, a vacina...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Com o Lauricio.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Aí eu tenho que, assim, contextualizar. No dia 16/2, quando nós recebemos o Dominguetti na Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, ele apresenta uma empresa, Latin Air. Essa empresa, que ele apresenta como representante, o preço da vacina era US$3,97, se eu não me engano, se era 97 ou 98. Depois disso, que ele apresenta, há uma reunião entre a diretoria, para a diretoria se organizar...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Como é que ele procurou a Senah aí, só para saber? Por que foi que... O senhor conhecia o Dominguetti? Como foi que ele apareceu lá de repente, nessa secretaria?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele foi encaminhado...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Alguém o levou?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele foi encaminhado por outro diretor da Senah.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quem é o diretor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Esse é o Renato Gabbi. Ele veio...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Renato Gabbi.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele apresenta o Dominguetti no dia 16, e o Dominguetti, nós encaminhamos um e-mail para o SVS e fomos recebidos lá pelo Dr. Arnaldo Correia.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, o.k.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Quando nós chegamos lá, o Dr. Arnaldo Correia não pôde nos receber, porque estava em outra...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Passou para o Lauricio. Aí o Lauricio mandou para o Ministério. Aí o senhor pediu a audiência rápida ao ministério ou foi coincidência quando o senhor foi ao IFB e encontrou o Coronel Helcio Bruno? O senhor se encontrou com ele? Já o conhecia ou não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, aí já há uma outra contextualização. Dia 24, nós encaminhamos outro e-mail para o ministério, e o ministério respondeu dia 1º, dizendo que a reunião aconteceria dia 2, para eu apresentar o Sr. Dominguetti.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Tá, mas na prática, o senhor, dia 12, a reunião com o ministério, com o Elcio Franco, foi no dia 12 de março.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Entendi.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Não é isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É por isso que eu estou contextualizando para o senhor entender.
Então, dia 2, houve uma reunião, só que o Dominguetti não foi e não apresentou a documentação. Aí nós, dia 4, pedimos uma agenda, e a agenda ficou para o dia 16. Então, no dia 12, quando nós fomos levar, quando nós fomos conduzir lá os representantes da Davati, foi quando... No dia 9, nos reunimos no IFB, e o Coronel Helcio Bruno falou que haveria possibilidade de incluir aí essa demanda das vacinas para o MS, com uma reunião com o Elcio Franco. Então, nós fomos, dia 12, a essa reunião com o Elcio Franco. Estava lá Dominguetti, estava lá também o Cristiano Carvalho, estava...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Eu já sei quem estava no dia 12. Agora, dia 13, o Dominguetti escreveu então para um tal de "Amauri Vacinas Embaixada". Quem é esse Amauri?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Amauri é um dos diretores da Senah.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Porque ele diz assim, "já passei para o Rafael Alves que estamos tentando uma agenda com o Presidente." Quem é Rafael Alves?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não conheço.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - O Dominguetti não comentou?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, esse Rafael Alves, assim... Eu vi que esse nome... Ele é um dos integrantes, também, que trabalha junto com o Cristiano e o Dominguetti.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pois é, nesse mesmo dia, o Dominguetti manda para o Cristiano: "Estão viabilizando uma agenda com o Presidente de forma extraoficial". O Cristiano respondeu: "O reverendo está falando que está marcando um café da manhã com o Presidente amanhã, às 10 horas, 9 horas. Vai ter um café com os líderes religiosos e a gente vai entrar no vácuo, tá? Até agora. Agora, tem que fazê-lo confirmar isso, para a gente colocar uma pulguinha atrás da orelha do Presidente".
Aí, no dia 15, a agenda do Presidente mostrava o encontro de líderes religiosos no Palácio do Planalto, de 16 às 18 horas, e o Dominguetti, então, perguntou a um auxiliar, um auxiliar do senhor: "Como foi a visita do reverendo ao 01?" O tal de Amauri respondeu: "O reverendo, neste momento, está com o 01".
Aí, no dia 13 de março, o senhor, Amilton, então, escreveu para o Dominguetti: "Bom dia. Ontem, falei com quem manda. Tudo certo. Estão fazendo uma corrida compliance da informação da grande quantidade de vacinas."
Ainda no mesmo dia, o Renato, compra de vacina, esse Renato que o senhor colocou disse assim: "Amilton falou com Bolsonaro. Ele falou que vai comprar tudo".
No dia seguinte, Dominguetti escreveu ainda para o Rafael Alves: "Ontem, o Amilton falou com o Bolsonaro. Ele falou que vai comprar tudo".
Isso é tudo conversa? Tudo mentira?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Foi feita uma reunião dia 14. O Cristiano... Quando acabou a reunião do dia 12, o Cristiano, realmente, pediu para conversar com o Presidente. Só que, conversar com o Presidente, para quem é morador aqui de Brasília sabe, e eu sou de Brasília, vêm pessoas de todo lugar do Brasil para conversar com o Presidente. Só que os nobres Senadores, os Deputados sabem que, para conversar com um Deputado, tem que ligar para o gabinete, pegar o e-mail, fazer toda uma tratativa. Não é assim.
Então...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas teve uma reunião dia 15 no Planalto...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - ... de 16 às 18 horas, com as lideranças religiosas.
V. Sa.... Isso que eu estou perguntando, porque ele está dizendo aqui que "ia entrar no vácuo". O que é entrar no vácuo? Ia pegar uma reunião que já estava marcada dos líderes e alguém entraria na reunião. Este alguém era V. Sa. V. Sa., porque está marcado aqui olha: "O reverendo, neste momento, está com o 01".
Então, o senhor não participou dessa reunião dos religiosos?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não participei da reunião dos religiosos, porque, no dia 15, eu estava doente. Então, retornei para casa, o que ficou aparentando... Porque, no dia 14, eu havia falado aos meus diretores que estavam ali que eu haveria de buscar uma possibilidade de conversar com o Presidente e eu não conversei. Eu não fui na reunião no dia 15.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pois é, mas, no dia 16... No dia 16, o senhor respondeu, escreveu para o Dominguetti. O senhor escreveu. Está aqui olha: "Bom dia. Ontem, falei com quem manda. Tudo certo. Estão fazendo uma corrida compliance da informação da grande quantidade..."
O senhor escreveu isso por quê, então?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, eu escrevi isso com o sentido de dizer que eu tinha conhecimento, que eu conhecia, mas, na verdade, eu não conhecia.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Conhecia quem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Conhecia o Presidente.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Não, mas o senhor chegou a escrever então?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Senador Izalci, me perdoe, mas só para tentar entender. O senhor escreveu dando a entender que conhecia, só que o senhor não conhecia.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, eu não o conheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas o senhor escreveu dizendo que conhecia.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, eu não escrevi.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas o senhor acabou de responder que...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, deixe-me explicar. Quando ele mandou a mensagem para mim, eu respondi a ele: "falei com quem manda", no sentido de que essa pressão que eles estavam fazendo sobre a minha pessoa amenizasse. E, de fato, ali...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Pois é; o senhor está dizendo que mentiu então? É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É, de fato, ali, eu não conversei com o Presidente.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim; estou perguntando se o senhor, então, mentiu. Escreveu dizendo uma coisa que não fez. É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Exatamente.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Estou falando com um reverendo, estou falando com uma pessoa que é líder religioso.,,
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - ... e que também é pecador como qualquer um.
A SRA. PRESIDENTE (Eliane Nogueira. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI. Para interpelar.) - O senhor não falou com ninguém nessa época?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu não ouvi.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Estou dizendo que reverendo, pastor, padre, como qualquer Senador e Deputado, também são pecadores. Estou dizendo para o senhor que o senhor mentiu então. O senhor escreveu dizendo que esteve e não esteve. É isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhor.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Bem; Presidente, de fato... Agora, tem aqui também com relação aos Estados. Eu tenho aqui no Estado do Paraná, mas tem Rondônia, tem vários Estados que chegaram a assinar ou dar uma carta se comprometendo a comprar a vacina, não é?
Nos Estados e Municípios, o senhor chegou a pegar esse compromisso de algum Estado ou de algum Município?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, nós estávamos já cansados, porque não apresentaram a documentação, e alguns Estados foram comunicados. E parece...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, mas eles chegaram a assinar documentos com os senhores?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Manifestaram interesse na vacina. Teve Estados que chegaram, inclusive, a manifestar isso com o Dominguetti e essa turma toda. O Dominguetti andou o Brasil todo criando a expectativa de venda de vacina, e alguns Estados assinaram documentos no sentido de adquirir a vacina.
É isso que eu estou perguntando: o senhor tem conhecimento, participou? Algum Estado ou algum Município fez algum documento se comprometendo ou, pelo menos, manifestando interesse em comprar essa bendita vacina?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, manifestando interesse em divulgar a Davati em alguns Municípios.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Divulgar para vender vacina.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Para vender vacina.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Isso!
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Reverendo, só uma pergunta: por que que foi o senhor que enviou os e-mails de atualização para o Ministério da Saúde e não a Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não entendi.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A atualização do preço.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - A atualização do preço. O senhor disse que recebeu uma atualização da Davati. Por que que a Davati precisou que o senhor... Aliás, vamos ser claros: por que que foi o senhor que mandou esses e-mails de atualização do preço para o Ministério da Saúde e não a Davati?
Porque eu estou vendo... Enfim, o senhor está... Eu perguntei isso, já é mais de uma pergunta a respeito disso e o senhor não respondeu claramente para nós. Por que que foi o senhor e não a Davati que atualizou esse preço junto ao Ministério?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E, para ajudar a sua resposta, a Davati acaba de comunicar oficialmente - e acabou de ser noticiado, é de conhecimento de todos - que o preço oferecido sempre foi de US$10, nunca foi de US$11.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Pronto!
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu tenho...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Só para corroborar com a pergunta da Senadora Leila.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor já encontrou - perdão aí pela intromissão -, já encontrou essa evolução de preços? Por favor, para a gente poder... se puderem imprimir e nos entregar uma cópia... 3,50, 17,50 e 11.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Isso. Obrigada, Senadora.
Por favor, por que foi o senhor que mandou o e-mail atualizando esse valor, e não a Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Olha, o que eu conversei com o Herman, na conversação com ele, para atualizar o preço, quem fazia a atualização de um FCO só era a Davati, não era eu.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, mas tinha uma carta sua.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Eu acho que o senhor não entendeu. Por que o senhor enviou o e-mail em vez da Davati dessa atualização? Por que... Se o senhor disse que não tinha relação com o Ministério, que não conhecia os militares, as pessoas que estavam negociando a vacina. Mas o senhor diz claramente que houve um e-mail. Aqui, nós apresentamos um e-mail, pelo senhor, atualizando esse valor. Então, por que foi o senhor que atualizou esse valor, e não a própria Davati?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - As minhas conversações com o Herman... Vinha a conversação com ele para a mudança de preço, ele fazia a mudança do preço, e eu fazia os e-mails para o Herman, solicitando a atualização de FCO. Era sempre dessa...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sr. Amilton, essa parte aí realmente não está batendo.
Veja: nós temos várias correspondências da Davati direto para o Sr. Elcio Franco, e aí, no meio desse contexto, tem agora uma correspondência, tem outra correspondência enviada pelo senhor, alterando o preço, e agora tem uma declaração da Davati - pública -, dizendo que nunca alterou.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E que nunca credenciou o Sr. Luiz Paulo Dominguetti e o Reverendo Amilton de Paula como representantes dos seus produtos. É o que está aqui na declaração: nunca credenciou os senhores.
Então, com autorização de quem o senhor...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Esse e-mail diretamente para o Ministério da Saúde foi endereçado para quem no Ministério? De atualização?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Esse e-mail é um e-mail de devolutiva da reunião que nós fazíamos. Então, todas as vezes que conversava com o Herman, o Herman falava a respeito do aumento da vacina, e quando se falava a respeito do aumento da vacina, eu pedia para a minha assessoria para enviar um e-mail para atualizar o FCO. Essa demanda era sempre em conversação.
Eu não tenho a proposta de 10, mas eu tenho a proposta do FCO de 11...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Além da proposta de 10, eu quero lhe comunicar que neste momento em que o senhor está depondo, a Davati emitiu um... Eu não estou dizendo... Essa história é tão confusa, tem tanto intermediário na história, eu não estou nem dizendo que prevalece, mas, neste momento, confrontando com o seu depoimento, a Davati está comunicando que só teve a proposta de US$10.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, eu vou... por isso que eu falei com os advogados que nós vamos encaminhar...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - E só complementarmente duas questões: O senhor não pôde... Não foi possível o senhor estar no encontro dos religiosos com o Presidente da República porque o senhor adoeceu, certo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu estava com... É, eu estava...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Se o senhor não tivesse adoecido, o senhor estaria no encontro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Teria que confirmar o meu nome na lista.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, sim, o senhor estaria no encontro? É isso que eu estou lhe perguntando.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Se... Se o meu nome estivesse...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O Presidente da República iria lhe receber se o senhor não tivesse adoecido?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, teria que confirmar o meu nome na lista. Não estava...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas o senhor recebeu um convite para o encontro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não recebi.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, de onde surgiu essa história de o senhor estar presente nesse encontro? Quem é que estava intermediando o encontro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É como eu havia falado, haveria uma possibilidade de eu estar nesse encontro. Então...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Uma possibilidade aberta por quem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu acreditava, por mim mesmo.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, desculpe-me, Sr. Amilton, não estou entendendo. O senhor, do nada, tem um encontro com o Presidente da República. O senhor advogava que o senhor tinha a possibilidade de estar nesse encontro. Ninguém disse para o senhor: "Não, vai ter um convite. O senhor vai estar presente." Não teve nenhum convite?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O que seria natural. Não há problema.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Sim.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - É natural. Se o senhor é um líder religioso e ele está recebendo líderes religiosos, qual é o problema?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Sim, mas não tinha. O que...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Não tinha o convite?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não tinha o meu nome na lista e o convite...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Mas quem colocaria o nome do senhor na lista?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - É o cerimonial, não é?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Quem? O cerimonial por meio de quem?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O cerimonial, mas...
Isso, é isso o que queríamos perguntar: é o cerimonial por meio de quem? Se é o cerimonial, então, havia um convite do Presidente da República, certo?
A SRA. PRESIDENTE (Eliane Nogueira. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI. Para interpelar.) - Isso. O senhor recebeu esse convite?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, não havia. Havia uma intenção e havia uma possibilidade. Eu queria estar nesse encontro, eu queria conversar com o Presidente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor pediu para quem? O senhor mandou um e-mail pedindo?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Isso. O senhor chegou a pedir para alguém?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, não cheguei a pedir para ninguém.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Mas o senhor ia chegar sozinho ao Palácio do Planalto e ia se identificar? Ninguém iria franquear a sua entrada?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - No dia 14, depois da reunião na Senah, eu ia buscar uma possibilidade de entrar nessa reunião. Então...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Com quem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Com os líderes religiosos e o Presidente Bolsonaro.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Outros líderes amigos seus. Eu não vejo problema nisso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito.
E quem seriam esses líderes?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Os líderes, os pastores. Não, eu não sei, eu não sei quem estava.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Alguém tentaria colocar o senhor lá?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor vai a um encontro, e o senhor não sabe quem são aqueles que teriam acesso a possibilitar a sua entrada?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Era uma divulgação na mídia. Essa divulgação já estava na mídia para participar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Essa parte nós sabemos da história. A gente quer saber quais seriam os pastores. Os pastores iam conseguir a sua entrada. Quais seriam os pastores? Quem eram?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não há problema em declinar esses nomes, Reverendo.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não, não é questão de, de declinar ou de falar.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não tem nada de criminoso nisso.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Era uma vontade minha de conversar com ele nesse encontro. Então, a palavra "possibilidade". Por isso que eu disse isso aos meus...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - E o senhor ia atrás dessa possibilidade com que o senhor sonhava e essa possibilidade iria ser viabilizada através de quem? O senhor simplesmente acordou, teve uma visão e disse: "Hoje eu vou ao Palácio do Planalto e vou ser recebido pelo Presidente da República."
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu acredito na forma que sempre acontece das idas e vindas de pessoas de Brasília que vêm conversar com o Presidente ali e tinha essa iniciativa da minha parte também de ir até o Presidente Bolsonaro. Então...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Mas tinha um encontro marcado? Esse encontro ocorreu?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Comigo e o Presidente?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, tinha um encontro de religiosos com o Presidente marcado.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É. Depois eu fiquei sabendo pela mídia...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor ficou sabendo e o senhor tinha a expectativa de ir nesse encontro?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, a possibilidade de ir nesse encontro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Uma possibilidade. A possibilidade... Eu quero só insistir na pergunta: a possibilidade surgiu como?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Do meu querer, da minha iniciativa.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Presidente, só complementando, deixe-me só complementar nessa linha mesmo.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senador, eu queria pedir a V. Exa....
Eu sei que realmente houve, eu acho, a maior interrupção que já ocorreu numa intervenção de um colega. Mas eu queria só pedir que V. Exa...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sem problema.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - ... concluísse, naturalmente.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Não, sim, mas...
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Sim, mas com o tempo. É porque foi tanto tempo que foi utilizado...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Vamos deixar, Senadora. Vamos deixar.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - ... mas V. Exa. tem aí o tempo para fazer a conclusão.
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O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Presidente, primeiro o seguinte, nessa linha aí: o Pastor já disse aí, o Reverendo Amilton, que mentiu, escreveu, criou uma expectativa.
O que eu vejo é o seguinte: havia uma expectativa de comprar a vacina, de intermediar a vacina. Para viabilizar isso, foi criada uma narrativa de que tinha conhecimento com o Presidente, tinha ligação fácil com o ministério. Foi criada a expectativa. E o pessoal ficou cobrando - o Rafael cobrou, o outro cobrou: "Cadê o documento? Quem é que manda?" E aí V. Sa. acabou mentindo, como confessou aí há pouco que escreveu realmente uma coisa que não tinha condições de fazer.
Nesse encontro religioso que foi divulgado, como V. Sa. está falando, alguns líderes participaram. Com quais dos líderes que participaram V. Sa. tem relação e que poderiam ter solicitado que o senhor também comparecesse? Quais desses líderes participaram?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu não conheço os líderes religiosos desse encontro.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - O senhor não sabe... Nem no dia seguinte, o senhor não sabe quem participou?
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Não são de Brasília?
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Não, não. Do Brasil todo.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não. Não são.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quem são...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Bom, se o senhor sabe que não são de Brasília, o senhor sabe quem são.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, porque foi divulgado na mídia.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, mas quem foi divulgado então? Qual foi divulgado?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Isso.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Os nomes que estão aí na mídia...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas quais? Fale alguns nomes.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não sei. Eu não sei nem se o evento ocorreu, porque, quando o repórter me ligou...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Calma, Sr. Amilton. O senhor acabou de dizer que o evento ocorreu e o senhor soube pela mídia. Vamos com calma.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, mas eu disse isso ao repórter. O repórter perguntou: "O senhor esteve no evento?" Eu falei: "Não estive no evento". "O evento ocorreu?" "Ah, ocorreu". Ocorreu...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Mas o que é que o repórter tem a ver? A gente está se reportando ao fato, à data - à data -, ao evento.
Como é que o senhor ia para esse evento? O senhor ia de penetra? Era isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não. Eu ia construir um caminho. Quando você vai a uma igreja, quando você vai a um...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Com um líder, com um líder. Qual o líder que iria participar da reunião que o senhor acha que teria condição de pedir? Por exemplo... Vou dar um exemplo. É meu amigo - foi dito 500 vezes. O Deputado Roberto Lucena poderia ter ajudado?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não, não. Eu não sabia se ele...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - O senhor contava com isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Eu não tinha o contato com ele.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - O Silas Malafaia, que participou, o senhor tem conhecimento, o conhece?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não converso com ele. Eu não tenho aproximação...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pois é, com quem desses líderes... O senhor disse que é de onde? Qual é a igreja? Presbiteriana?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Igreja Batista Nova Vida.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Nova Vida. Quem é a liderança nacional da igreja?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu era o Pastor Presidente. Depois passei para a convenção essa liderança e fiquei como Pastor itinerante.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pois é, mas quem é da convenção? Essas convenções não têm líderes que participaram da reunião?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Desses Pastores...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Presidente, a última pergunta, porque eu sei que não vai adiantar, mas essa é a última pergunta.
A Senah formalizou intenção de entrega de vacina com quais prefeituras? Como ocorreram essas aproximações? Quais as condições acordadas? Essas prefeituras que vocês, através do Dominguetti e também de V. Sa., venderam esse sonho para as prefeituras. Como é que ocorria essa aproximação e em que condições foi acordado isso? Tinha uma participação, uma comissão com um preço diferente? Como é que era isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senador, eu não conversei com nenhum Governador, nenhum Prefeito, nenhuma prefeitura. O que foi feito...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Foi o Dominguetti que fez?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, o que foi feito foi: um diretor meu a algumas prefeituras encaminhou uma documentação, e eu ali confirmei. Mas o Dominguetti... Assim, pelo que eu tenho a falar, o Dominguetti, sim, tinha esse contato com algumas prefeituras, e o Cristiano também.
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O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - E ele falava em nome da Senah?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, ele falava em nome da Davati. Ele não era da Senah.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas a Senah tinha participação nisso, não? Se era membro do senhor, um vice ou um diretor do senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. O Dominguetti não era diretor nem vice.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quem era o diretor que o senhor disse que participou? O diretor do senhor que participava nas prefeituras?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Era o Renato Gabbi.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pois é, o Renato Gabbi.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ele agia em seu nome?
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Esse Renato Gabbi...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Ele agia em seu nome e sem autorização?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Em algumas circunstâncias...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Perdão, Senador.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pode perguntar.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Senadora, em algumas circunstâncias, ele foi chamado à atenção.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ele cometia falsidade ideológica? Ele agia em seu nome? Mandava documentos assinados por V. Sa?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ele foi chamado à atenção pela diretoria para não fazer mais.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Sr. Presidente, pela ordem.
Eu gostaria de insistir novamente, Reverendo, na mesma pergunta: por que foi o senhor... Os e-mails de atualização dos valores, o senhor mandou outros e-mails atualizando outros valores?
E, mais uma vez, eu pergunto ao senhor...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu não atualizo valores da proposta.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Então, mas se o senhor falou que a atualização, eles passaram para o senhor, o senhor passou o e-mail, atualizando esse valor para o ministério.
Eu pergunto, mais uma vez, para o senhor: por que foi o senhor e não foi a própria Davati que fez isso?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, a própria Davati encaminhou o e-mail.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Mas tem um e-mail do senhor aí, atualizando. O Senador Randolfe apresentou o documento.
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - A própria Davati encaminhava a proposta. Está no próprio Fantástico, com palavras do Herman. Ele disse: eu encaminhei, dia 15, a proposta da Janssen e da AstraZeneca por US$11.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Por US$10. Por US$10.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Não, não, não. Eu estou com o documento aqui da Davati. Ela encaminha por US$10.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Vamos de novo. A Davati apresentou US$10, e o senhor atualizou com US$11.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Está aqui o documento da Davati: US$10.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Esses US$11, a diferença é a comissão? Como é isso? É a comissão a diferença?
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Era US$1 por vacina?
Senador, vamos fazer o seguinte, gente: o nosso tempo aqui...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nós temos o e-mail encaminhado da Davati para nós com a proposta de US$11 e temos...
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - O senhor está com ele aí?
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Para nós quem? A Davati mandou para quem? Para a Senah?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - A Davati atualiza a proposta, o FCO, e encaminha para...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mandou para quem?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Ela encaminha para a Senah.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Para a Senah.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - A Davati trata diretamente com a Senah então?
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - A Senah, então, era representante?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Aí ela trata com o Cristiano, aí ela trata com o Dominguetti...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Não. Ela faz uma cópia de e-mails, enviando ao Cristiano e enviando à Senah.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Onde estão esses e-mails, por favor?
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Tudo bem, mas por que a Davati não atualizou para o ministério? Até agora, eu estou fazendo a mesma pergunta há pelo menos 10 minutos. Por que, na atualização desse valor, não foi a própria Davati que fez diretamente ao ministério e, sim, o senhor? Por que foi o senhor e não a Davati que fez essa atualização?
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA - Pela ordem.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Pois não.
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA (Para expor.) - Toda essa documentação, todos os e-mails fazem parte do e-mail da Senah.
Então, a gente aqui se prontifica em trazer todos os e-mails, inclusive abrir os e-mails, à disposição dessa CPI.
Com certeza... Inclusive, aqui, a gente está com a carta em que a Davati credencia o Sr. Cristiano para representar. E, nessa carta de credenciamento para o Sr. Cristiano, a própria Davati já fala na Senah. Está aqui.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Por favor, dá para tirar uma cópia e já passar para a gente...
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA - Já posso deixar com o Vice-Presidente. E, aqui, consta o Sr. Cristiano dando poderes ao Sr. Amilton, em algumas situações, de encaminhar, dando poderes para ele encaminhar documentos da Davati, para a Secretaria Executiva.
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A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - A impressora está atrás do senhor. Eu gostaria que a Secretaria providenciasse para a gente agora, neste minuto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Determino à Secretaria providenciar a cópia.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senadores, eu queria pedir aqui a V. Exas., só para a gente organizar aqui o tempo.
Senador Izalci, eu queria pedir 30 segundos para que V. Exa. concluísse, para eu passar a palavra para a Senadora Zenaide Maia. Aí, naturalmente, as colegas que quiserem fazer as intervenções, a gente já faz, mas junto com a nossa querida Zenaide Maia.
O.k., Senador Izalci?
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Está bem, Presidente.
Então, eu vou encerrar a minha fala fazendo um apelo a V. Exa.; fazendo um apelo ao Randolfe, que está aí também, o Vice-Presidente; o Senador Omar acho que já não está, saiu. Eu queria fazer mais um apelo, pela décima vez: nós já aprovamos o requerimento de convocação do Secretário de Saúde do DF, porque aqui no DF houve compra da Precisa. Todo mundo já conhece quem é a Precisa. O Secretário poderia muito bem falar muita coisa sobre a Precisa. É tudo o que nós queremos. Então, por que não chamar rápido? Eu faço o apelo a quem tem o poder de decidir aí, que coloque, já foi aprovado, é colocar na pauta. Isso aí para a gente é fundamental. Essa empresa já declarou tudo aí, é tudo falso, não existia nada. Nota fiscal, falsificaram; venderam por um preço dobrado; entregaram um teste que não tinha eficácia...
Então, eu faço um apelo à CPI, que marque a audiência do secretário, do ex-secretário, que está inclusive afastado, porque foi presa toda a cúpula. Então, por favor, Presidente em exercício, Senadora Eliziane, faço um apelo a V. Exa. para isso.
Obrigado, Presidente.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senador Izalci.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sra. Presidente...
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Senadora Soraya.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu só gostaria de fazer um pequeno parêntese aqui para anunciar a presença da Srta. Luiza Brites Lídio Camacho, de 13 anos, aqui nesta sala da Comissão Parlamentar de Inquérito. Ela é nascida em Campo Grande, mora em Aquidauana, Mato Grosso do Sul, é filha do Professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Professor Marcos Camacho da Silva. E a Luiza está fazendo um tour hoje porque ela tem vontade de seguir uma trajetória na política. Ela pediu para estar aqui hoje, principalmente porque ela tem um respeito profundo pelas Senadoras, Senadora Leila do Vôlei aqui, medalhista olímpica, Luiza... São grandes nomes. Senadora Eliziane, Senador Randolfe, inspirações para as nossas crianças, para os nossos jovens, para que possam seguir a vida política, o que hoje tem sido tão criminalizado e generalizado.
Então aqui gostaria de agradecer a presença dessa jovem, interessada naquilo que é do social, Senadora.
Muito obrigada.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Soraya.
Quero cumprimentar a Luiza.
Não estou vendo a Luiza, mas pediria que ela viesse até um pouquinho aqui... Tem várias cadeiras aqui livres, Luiza. Então, eu pediria que você sentasse em uma dessas cadeiras aqui, como mulher...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Na frente da Senadora Leila do Vôlei.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Senta aqui, Luiza.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Para aumentar aqui o volume das mulheres.
Que Deus te abençoe, querida Luiza, de apenas 13 anos.
Vamos então aqui à Senadora Zenaide Maia.
Com a palavra por até 15 minutos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP. Para interpelar.) - Sra. Presidente, se a senhora me permite 30 segundos antes da Senadora Zenaide, que, com certeza, fará uma inquirição brilhante...
O senhor esteve na Operação Acolhida, em Roraima, ou a Senah esteve?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu desconheço, nobre Senador.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - A Senah esteve?
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu desconheço. Eu creio que não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor, por acaso, não conhece o Coronel Elcio Franco e o Ministro Pazuello de lá?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor nunca esteve em Roraima?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Roraima? Não, senhor. Nunca estive em Roraima.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor não lembra, desconhece? Não, não esteve?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Eu nunca estive em Roraima.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Nem teve qualquer papel da Senah na Operação Acolhida?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu desconheço qualquer papel da Senah nessa operação.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - O senhor desconhece?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu desconheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Então, pode ter?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu não estive em Roraima e eu desconheço qualquer papel, qualquer ...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Perfeito, perfeito.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senador Randolfe.
Com a palavra a Senadora Zenaide Maia, por até 15 minutos.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para interpelar. Por videoconferência.) - Colegas Senadoras e Senadores, como aqui está para fechar... Não?
Senadores, antes de falar, eu estou ouvindo aqui desde pela manhã e quase todas essas sessões de CPI têm sempre algum colega dando a entender que esta CPI foi criada para desgastar a Presidência da República. Eu quero aqui dizer ao povo brasileiro que não é isso. Não é a CPI que desgasta a Presidência da República. Esta CPI, o povo brasileiro tem que agradecer a esse grupo de Senadores que finalmente descobriram - se não fosse a CPI nunca saberíamos - que a maioria dos 557.223 mil óbitos teriam sido evitados se o Presidente tivesse comprado as vacinas da Pfizer, com mais de cem e-mails, se tivesse olhado as vacinas do Instituto Butantan, que já tinha mais de 5 milhões em dezembro do ano passado. Então, povo brasileiro, quem está desgastando a Presidência da República são os 557, os mais de 557 mil óbitos, a grande maioria evitável, porque, além de se negar a comprar vacina, não respeitou a ciência e ainda ficou prescrevendo medicamento que não tinha eficácia terapêutica.
Segundo, quem desgasta esse Governo, gente, são mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras desempregados. Quem desgasta esse Governo são 33 milhões de brasileiros e brasileiras na informalidade, aquela mãe ou pai de família que bota uma banca numa avenida principal com dois litros de refrigerante, um bolo e algumas tapiocas, e eles já botam ali, como é um empresário na informalidade. Quem desgasta esse Governo não é a CPI, gente. Quem desgasta são mais de 30 milhões de brasileiros subutilizados, aquele que as empresas contratam como se fosse trator e retroescavadeira, Presidente: "Eu quero você trabalhando três dias hoje, dois amanhã". E, no final do mês, subutilizar.
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Mas agora que eu já falei isso aí, eu quero me referir aqui ao Reverendo Amilton. Eu vi aqui e queria saber do senhor se o senhor vai insistir em continuar dizendo que não tem relações políticas com ninguém do Governo Federal, que o senhor não conhece o Presidente da República, que o senhor não tem e não tinha nenhuma relação com o ex-Ministro Pazuello; Elcio Franco conhecia, sim, distante. Então, como o senhor vai explicar, se o senhor insistir nisso... O senhor vai insistir no que eu estou perguntando? O senhor vai insistir em dizer que não tinha conhecimento do poder, não conhecia ninguém, não viu, viu só uma vez? Porque, se o senhor vai insistir nisso, eu quero que o senhor diga aqui para a gente e para o Brasil como o senhor conseguiu chegar ao Ministério da Saúde em tempo recorde se não conhecia ninguém. O senhor vai dizer quem intermediou isso, Reverendo?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Nobre Senadora, a reunião do dia 12, onde nós estivemos com Elcio Franco, foi de certa forma encaminhada com uma outra reunião que nós tivemos no dia 9, no instituto IFB. Dentro desse instituto, nós falamos a respeito de uma possibilidade de apresentar as vacinas para o ministério, e o Dr. Helcio Bruno desejou compartilhar esse dia e marcou a vinda do Sr. Herman. Eu enviei um e-mail dia 11 para o Sr. Herman vir ao Brasil e enviei um e-mail para o Sr. Cristiano, de São Paulo, vir a Brasília, então, com lisura, para mostrar preço, valor, lote, SGS, toda a documentação. Então, ele deveria vir a Brasília no dia 12 para uma reunião com Elcio Franco. É esse o contato que nós buscamos para o dia 12.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - Então, o senhor está insistindo que não tinha conhecimento. Eu sei que foto se tira com qualquer pessoa, mas são milhares de fotos que têm o senhor com o Presidente da República, com a Damares, com o filho do Presidente da República. Isso aí está visto, e não são pessoas que ninguém conhece. Mas tudo bem.
Segundo, o senhor está afirmando aqui o tempo todo que aceitou participar dessa intermediação na compra de vacinas por questões humanitárias. A pergunta é: por questões humanitárias, o senhor resolveu intermediar vacinas superfaturadas, que não estavam disponíveis; a Senah ia ser beneficiada financeiramente, pelo que o senhor disse aí e pelos depoimentos que a gente tem aí. O senhor insiste em dizer que foi por questões humanitárias que o senhor intermediou essa compra de vacinas superfaturadas? Aí eu faço a pergunta que Leila e que todo mundo fez: por que quem encaminhou - já que demorou tanto tempo, Presidente, peço licença - a alteração do preço da vacina não foi a Davati e sim a Senah, o senhor?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senadora, como, de fato, isso aí foi o que ocorreu no dia 12. Eu não estive com o Presidente, eu não tirei foto com o Presidente. A foto que eu tive com o Senador Flávio Bolsonaro foi numa eventualidade, havia muitas pessoas nesse dia. Então, eu não tenho acesso ao Presidente.
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Sobre o e-mail encaminhado, nós recebemos também esse e-mail. A Senah recebeu. Vamos imprimir aqui a proposta e o e-mail e vamos colocar à disposição da Comissão.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - Quando o senhor se referiu às suas bravatas - o número 1, eu já resolvi com a Primeira-Dama -, o senhor quis, porque bravata também, na verdade... O que o senhor disse aí é uma inverdade. O senhor deixou de falar a verdade. Bravatas, também o senhor podia querer estar intimidando alguém. Quem o senhor estava intimidando, dizendo que já tinha contato com o número 1, com quem mandava?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - É, foi uma expressão, assim, de uma expectativa que eu criei. Foi uma expectativa que eu criei pra dar andamento na documentação e colocar a documentação à disposição do Governo brasileiro. Então, foi isso que eu havia falado. Eu criei uma expectativa.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - Não falou a verdade então.
Agora eu queria lhe perguntar também, por exemplo: a Senah recebeu ou recebe recursos públicos de qualquer natureza, seja da União, dos Estados ou de Municípios? Recebeu ou recebe atualmente?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Nobre Senadora, não, nunca recebemos recurso do Governo nem de Estados e Municípios.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - Algum dirigente da Senah tem algum vínculo com o Poder Público?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhora.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - Alguma instituição religiosa ou outra mantenedora da Senah recebe recursos públicos de qualquer natureza, seja...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não. Nós não recebemos recursos de nenhuma mantenedora; só parcerias, parcerias privadas.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - Então, por último, pra finalizar, V. Exa., Sr. Rerevendo Amilton, o senhor aqui chorou de uma forma comovente e disse que errou e pediu desculpas. A quem o senhor está pedindo desculpa? E que erro o senhor cometeu?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu abri a porta da minha casa. Eu sou aqui de Brasília. Essa porta da minha casa que eu abri é uma porta, é uma casa que eu cuidei com carinho, com amor. Depois que eu abri essa porta, eu me expus de uma forma que, nessa demanda, a vacina não tinha tanta, eu não tinha tanta experiência e eu estava, assim, inclinado pra que a vacina chegasse ao povo brasileiro.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - Sr. Reverendo, eu aconselharia ao senhor, para que todos nós e o povo brasileiro saíssemos, e o senhor também, aliviados desta CPI, que o senhor resolvesse dizer a verdade de tudo o que foi falado aqui, porque o senhor negou tudo: o senhor não conhece, não foi o senhor, foi alguém, não foi o senhor. O senhor dá a entender que não fez nada. Acho que, se o senhor está protegendo alguém aqui, o senhor teria - a oportunidade é essa - que dizer para todo o povo brasileiro quem o senhor está protegendo, quem o senhor está protegendo.
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O senhor, como cristão, sabe que essa sua ação levou milhares de brasileiros e brasileiras a óbito. Isto não é cristão. V. Exa. sabe disso. E a CPI está vindo e mostrando, porque já é grave e dói muito saber que... A omissão do Presidente da República já matou muita gente. Agora, saber que a omissão na compra de vacina tinha outro interesse, que era comprar vacinas mais caras na clandestinidade, e um reverendo fazer parte disso, à população brasileira é difícil aceitar uma desculpa dessa.
Obrigada, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senadora Zenaide Maia, pela sua participação.
Meus cumprimentos à nossa Líder aqui, com muita honra, nossa Líder Simone Tebet, que estava em vários compromissos e acabou não participando hoje da CPI. Mas, como sempre, sua presença abrilhanta realmente esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
A Senadora Soraya tem alguma intervenção ainda, não é isso?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Sim.
O documento que nos foi disponibilizado agora, que credencia o Sr. Cristiano, que, por sua vez, credencia a Senah, está em inglês, e aqui, no pouco tempo que eu tive... Trata-se do seguinte documento: no dia 1º de março de 2021, a Davati, por meio desse documento assinado pelo Sr. Herman Cardenas, credencia o Sr. Cristiano como um consultor internacional. Aí dá os dados dele...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - No outro documento é o Sr. Cristiano fazendo...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Faz a mesma coisa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - ... o credenciamento da Senah.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ele copia. ele faz um Control C Control V no dia 3 de março, um Control C Control V do mesmo documento, e credencia... Ele copia. Aí é ele que assina. Mas ele copia esse documento e aponta... Olha só! Vamos lá! Só para vocês entenderem: no dia 1º de março, a Davati aponta Cristiano Alberto Carvalho como um consultor internacional representante oficial no Brasil. E aí, no dia 3 de março, o Sr. Cristiano faz um Control C Control V num documento também, pelo jeito, Davati, porque ele já havia sido nomeado dois dias antes, e aponta a Senah e, como representante da Senah, Sr. Amilton Gomes de Paula, põe as credenciais, o endereço errado da Senah, que também está aqui, com telefone aqui não sei por que certo - está errado no Facebook -, enfim... E aí quem assina é o Sr. Cristiano. Então, assim, ele tem mandato, o Sr. Cristiano, para... Se ele foi nomeado no dia 1º de março, ele também... Não sei se, dentro da empresa, ele teria essas prerrogativas, mas, de uma forma ou de outra, acabou nomeando a Senah também como representante...
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Olha só... Ele diz que com quem ele estabeleceu uma relação ele é um representante oficial dos seus produtos no Brasil e outros países e foi designado pela Davati.
Então, tem uma cadeia aí de designações. Ele tinha mandato para isso, pelo jeito, e aí seria bom a Davati responder também sobre esses documentos, porque, se deu poderes para o Sr. Cristiano no dia 1º, e aí o Sr. Cristiano dá poderes para o Reverendo Amilton...
Agora, deveríamos entender melhor essa situação aqui, e estava sim oferecendo várias vacinas, dentre elas para Sars-1 e Sars-2 do covid-19.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - AP) - Nesses documentos está faltando ainda aquele em que a Davati encaminha o preço de US$10.
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA (Para expor.) - Vou estar encaminhando amanhã para o secretário da CPI.
Pela ordem, Senadora.
Se a senhora observar...
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Doutor, o senhor pode falar só no microfone.
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA - Se a senhora observar nesse primeiro documento, a senhora vai ver que o Sr. Herman já menciona a Senah. No primeiro documento...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Verdade, verdade.
O SR. OTÁVIO DE QUEIROGA - ... a senhora observa que o Sr. Herman menciona a Senah. Ele não qualifica, mas ele menciona a Senah, menciona o Sr. Cristiano e menciona a Senah.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É verdade. E tanto que eu primeiramente li, coloquei aqui, mas na hora em que fui me manifestar, não encontrei mais. E é verdade. Aí, ele coloca... Importante isso, porque quem está mentindo aqui? O Sr. Herman?
O Sr. Herman coloca que estabeleceu uma relação com esse representante oficial e com a Senah. Tá? Então, o Herman assina o documento, dizendo que é o Cristiano; aí, ele qualifica o Cristiano e diz que também com a Senah, apenas Senah, s-e-n-a-h, mas não qualifica Senah.
Então, desde o primeiro documento, o Sr. Herman vai ter que se explicar, porque ele acabou de mandar um documento, eu acho que foi para a CNN, dizendo que nunca nomeou o Sr. Amilton, e aí a Senah não tinha representante. No dia 3, o Cristiano coloca e qualifica a Senah e o representante oficial da Senah.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senadora Soraya.
Quero cumprimentar aqui todos os Senadores e Senadoras, nosso Vice-Presidente Randolfe Rodrigues. V. Exa. me permite finalizar, encerrar a CPI...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para interpelar.) - Senadora Presidente Eliziane, a senhora me permite? Eu não vou ocupar nem três minutos, mas eu gostaria apenas, só para me situar... Eu estive o dia inteiro fora, mas vim acompanhando com o fone de ouvido, aqui pelo celular, a nossa reunião.
Eu gostaria de cumprimentar o Reverendo e fazer só umas perguntas muitíssimo rápidas.
V. Sa. disse que é empresário. Alguma vez foi do serviço público, é do serviço público? Sempre na iniciativa privada?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA (Para depor.) - Eu fui do serviço público.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Até quando?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu fui do serviço público de 1991 a 1997.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Depois não voltou para o serviço público?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Depois eu trabalhei como professor, dando aula em 2000, no ano de 2000, e não voltei mais para o serviço público.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - E diz que é empresário, né, a princípio...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Sim, senhora.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pode rapidamente dizer em que área, assim...
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O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Eu trabalho com consultorias de projetos.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - E disse aqui para a CPI rapidamente que entrou também para o setor de resíduos sólidos?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, são projetos que se colocam à disposição da Senah, e a gente discute isso, para implantação em Municípios.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - E apresentou algum projeto desse em algum Município, que teve andamento? Havia linha de financiamento? Foi solicitado o financiamento junto a algum banco público?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhora.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Nem ao BNDES?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhora.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pode, assim... Algum desses projetos foi adiante? Há alguma cidade onde tenha conseguido implantar o projeto? Fazer o quê? Planejamento da implantação de aterros sanitários?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, não demos andamento a nenhum projeto.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Ah, então não seguiu adiante. Não, não...
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não, senhora.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - No ano passado, houve alguma tentativa nesse sentido?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - De implementar projetos? Não, senhora.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Na área de resíduos sólidos, não?
O SR. AMILTON GOMES DE PAULA - Não.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Presidente Eliziane, eu não, como eu disse, eu não ia fazer pergunta. Não vou fazer pergunta ao Reverendo, em respeito até... Como eu não estive presente, embora tenha participado, mas assim, para mim está muito clara a cadeia desses intermediários, não é? E a ligação deles com todos os projetos e processos que estamos investigando na CPI. Então, assim, com todo respeito, Reverendo, me pareceu, durante o seu depoimento, nas idas e vindas, primeiro afirmativas categóricas, depois, diante da mesma pergunta, com respostas mais duvidosas e evasivas, e depois reconhecendo que não tinha dito o que disse e vice-versa.
Pareceu-me muito, não sei se o senhor tem filhos, mas pareceu-me muito aquelas crianças, os nossos filhos, quando são pegos fazendo alguma coisa errada. A primeira coisa que têm a fazer é negar. "Não, não fui eu, não sei, não vi". Depois, quando aperta e descobre que todo mundo sabe o que aconteceu, diz, "não fui eu, foi meu irmão". Depois, quando o próprio irmão prova que não foi ele e que foi o outro, ele diz, "não, mas eu não sabia que isso era errado. Eu não sabia o que eu estava fazendo".
Então, assim, a narrativa, confesso, hoje lamento muito, praticamente ouvi 70%, não ouvi 100%, mas confesso que não me convenceu, em hipótese alguma. Por tudo que eu já vi, parece-me que, no caso da AstraZeneca, no caso da Davati, das intermediárias, está comprovado o mesmo modus operandi da compra de vacinas superfaturadas dentro do Ministério da Saúde. Lamentavelmente à custa da dor, da morte de milhares de pessoas, de centenas de milhares de pessoas.
Muitos se aproveitaram deste momento, se aproveitaram, achando que poderiam levar vantagem, ou de R$0,20, ou de R$0,50, ou de US$1, pouco importa, para poder utilizar, através do dinheiro público, poder se servir dele.
Então acho que nós estamos chegando a uma linha de investigação, dentro da CPI, muito completa e muito triste, que é a confirmação de que o Governo, além de ter negado e ter cometido crime de omissão dolosa no atraso das vacinas, também teve, dentro do Ministério da Saúde, pelo menos dois núcleos, agora três núcleos: o núcleo político, sim, é importante dizer, e ele já existia, e não é deste Governo; o núcleo militar e o núcleo de atravessadores.
Eu espero realmente que V.Sa., até o final desta CPI, não esteja no relatório do Senador Renan Calheiros. Acho difícil, mas é o que eu espero.
Muito obrigada.
A SRA. PRESIDENTE (Eliziane Gama. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) - Muito obrigada, Senadora Simone Tebet.
Havendo número regimental, eu coloco em votação a ata da 37ª Reunião, solicitando dispensa de sua leitura.
Os Srs. Senadores e Senadoras que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada.
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Eu queria cumprimentar aqui todos e todas, cumprimentar os advogados e o Reverendo, agradecendo pela presença de todos também, e, mais uma vez, reafirmar aqui com o senhor, pastor, da oportunidade que o senhor tem, a CPI ainda continua, nós temos algumas semanas ainda de trabalho, e o senhor, portanto, tem a oportunidade, nas próximas semanas, de contribuir com a CPI, revendo algumas falas que o senhor colocou aqui e trazendo contribuições importantes para os trabalhos da Comissão.
Não há dúvida de que o senhor, fazendo isso, prestará um grande serviço ao Brasil e prestará, sobretudo, aí, uma responsabilidade espiritual, como lhe foi assegurado ao assumir a responsabilidade em ser pastor, como reverendo.
Convoco os Srs. Senadores e as Sras. Senadoras para a 39ª Reunião que ocorrerá amanhã, às 9 horas, para realizarmos a oitiva do Sr. Marcelo Blanco.
Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos e todas e declaro encerrada a presente reunião.
Muito obrigada.
(Iniciada às 9 horas e 48 minutos, a reunião é encerrada às 18 horas e 44 minutos.)