01/09/2021 - 51ª - CPI da Pandemia

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fala da Presidência.) - Havendo número regimental, declaro aberta a 51ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada pelos Requerimentos 371 e 372, de 2021, para apurar as ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da covid-19, bem como outras ações e omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais no trato com a coisa pública durante a vigência da calamidade originada pela pandemia do coronavírus.
A presente reunião destinava-se ao depoimento do Sr. Marcos Tolentino da Silva, em atendimento ao Requerimento nº 252, de autoria do Senador Randolfe. Contudo, esta Comissão foi notificada hoje, às 8h da manhã, pelo advogado do Sr. Marcos Tolentino da Silva, o Sr. Luciano Duarte Peres, de que o depoente sofreu mal-estar, sendo socorrido no Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, onde permanece sob cuidados médicos, estando impedido de comparecer a esta Comissão.
Eu quero pedir à Secretaria da Mesa que entre em contato com a direção do Hospital Sírio-Libanês e tenha as informações corretas sobre o mal que o Sr. Tolentino teve ontem.
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O Hospital Sírio-Libanês, com certeza, não negará e também não vai acolher um paciente que não poderia ser paciente, porque a informação, Senador Renan Calheiros, que eu tive é de que ontem, às 10h da noite, o Sr. Tolentino estava conversando normalmente com uma pessoa - que eu me reservo a não dar o nome, até porque, mesmo essa pessoa não pedindo sigilo -, conversava normalmente, como se não tivesse absolutamente nada. Não creio que um médico vai dar um atestado sem uma... Mas, por todas as evidências de pessoas que usam de subterfúgios para não vir à CPI depor, coincidentemente, no dia em que é marcada a vinda dele, ele teve um mal-estar. É possível, sim, que seja tudo verdade, mas também é possível que a gente desconfie desse tipo de comportamento.
Por isso, a Mesa entrará em contato com o Hospital Sírio-Libanês, e eu espero que o hospital possa nos responder imediatamente qual é a situação do quadro e se realmente ele precisa estar internado no hospital.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vai fugir hoje, amanhã, mas vai chegar aqui. Vai e vem.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Exatamente, Presidente. Eu queria cumprimentá-lo.
É muito importante o depoimento do Sr. Marcos Tolentino. Ele é o verdadeiro dono de um banco que não é banco, que deu garantias fidejussórias aos contratos da Precisa, também a outros contratos no âmbito do Ministério da Saúde, de governos estaduais, do Ministério da Fazenda, da Advocacia-Geral da União, do próprio Tribunal de Contas da União, e não é concebível que alguém que tenha procedido dessa forma... Só com relação aos contratos da Precisa, Senador Tasso, se nós pegarmos aqueles quatro contratos principais - nós estamos tratando apenas de quatro: da Covaxin, das 20 milhões de doses; da Covaxin, no dia 6 de março, eles pediram adicional de mais 50 milhões de doses; dos testes, mais de R$1 bilhão; dos preservativos femininos, mais de R$1 bilhão. Quer dizer, é uma coisa escabrosa.
Eu queria, Presidente, até colocar para V. Exa. a necessidade de nós ouvirmos o Marcos Tolentino - a qualquer pretexto se justifica - e não encerrarmos a Comissão Parlamentar de Inquérito enquanto não o ouvirmos. Ele não pode, a esta altura do campeonato, fazer uma manobra... Eu espero até que não seja manobra. Se for um problema de saúde, é muito importante que ele seja enfrentado e resolvido. O hospital é muito competente para fazer isso - todos nós sabemos -, mas ele não pode fugir da Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele, definitivamente, não vai fugir desta Comissão.
O depoimento dele é muito importante.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Presidente, pela ordem.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O depoimento dele será tomado.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Pela ordem.) - Presidente, pela ordem.
Só um encaminhamento a V. Exa.: que esta Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhe uma junta médica - pode ser do próprio Senado -, uma junta médica independente, só para confirmar, atestar o estado de saúde do Sr. Marcos Tolentino e para que, posteriormente, V. Exa. decline, o quanto antes, a nova data de depoimento a partir do pronto restabelecimento. E que essa junta médica ainda, inclusive, dê o parecer de quanto o Sr. Marcos Tolentino pode estar disponível para depor nesta Comissão Parlamentar de Inquérito.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu não vejo, Senador Randolfe, com todo o respeito à sua questão de ordem... O Hospital Sírio-Libanês é um hospital de referência, um hospital com alta credibilidade da população, que tem lá grandes profissionais.
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Eu acho que o próprio hospital, a própria direção pode criar uma junta...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, mas a dúvida não é sobre o hospital. É sobre o paciente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, mas aí tem profissionais lá que com certeza não farão um diagnóstico que não existe. Eu pessoalmente vou entrar em contato com a direção do hospital pra que eles possam fazer isso o mais rápido possível. Não creio que alguém, um bom profissional, um médico... A gente não pode desacreditar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, perfeitamente. Inclusive essa informação pode ser do próprio hospital, pode ser uma junta médica do próprio hospital.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É isso que eu estou pedindo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Porque nós temos que saber quando ele vai estar disponível para esta CPI. Isso que é fundamental.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Hoje nós saberemos.
Bem de manhã, logo cedo, quando soubemos dessa notícia, o Secretário Leandro estava no meu gabinete, ele recebeu um telefonema da Sra. Andreia, CEO da VTCLog: ela se colocando à disposição de vir depor hoje, porque ontem ela não pôde porque ela estava em Guarulhos, ou colocando o Ivanildo à disposição para ser ouvido.
E eu quero aqui dizer que ela demonstra, na conversa que teve demonstra claramente que quer dar todas as informações necessárias. E até que se prove o contrário, ninguém pode aqui julgar ou condenar ninguém, correto?
Então a iniciativa de mandar o Ivanildo, que tem um habeas corpus, que não necessariamente precisava, mas, se quisesse vir, ele poderia vir aqui e, como testemunha, dar o seu depoimento... Eu acho que hoje nós não teríamos audiência porque com o Sr. Marcos Tolentino... Então, eu acho muito salutar a própria empresa ter interesse de dar as informações necessárias e que a gente possa investigar a fundo e saber da verdade.
Esse senhor que está aí é uma pessoa humilde, é uma pessoa que é um trabalhador como milhões de trabalhadores humildes e que será tratado aqui com toda dignidade, todo respeito por todos os Senadores e Senadoras, com certeza absoluta. E eu espero que ele possa contribuir nas investigações, sem fazer valor de juízo, sem dizer qualquer tipo de valor de juízo sobre ninguém.
Então, o Sr. Ivanildo, voluntariamente, ofereceu-se para comparecer perante esta Comissão no dia hoje, em atendimento ao Requerimento nº 1.463, de autoria do Senador Randolfe Rodrigues.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Pela ordem, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A Comissão tomou conhecimento da decisão liminar do Ministro Nunes Marques, no mandado de segurança impetrado por Ivanildo, nos seguintes termos: "[...] defiro o pedido de liminar, assegurando ao impetrante a faculdade de comparecer, ou não, perante a CPI [...]".
Então, ficava a encargo do próprio Ivanildo vir ou não e ele está cumprindo, nós estamos cumprindo uma decisão da Justiça porque ele está aqui por livre e espontânea vontade dele.
Nesse caso, ele mantém os direitos de assistência de advogado, de não falar absolutamente nada que possa comprometê-lo ou alguma coisa que ele não possa responder.
Então eu vou pedir, enquanto eu dou uma questão de ordem para o Senador Humberto Costa, eu peço para trazer o Sr. Ivanildo e os advogados para sentarem aqui, por favor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, para transmitir aqui uma informação e pedir a V. Exa.um encaminhamento.
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Na última quinta-feira, o Prefeito da cidade de Cerro Grande do Sul, no Rio Grande do Sul, foi flagrado no Aeroporto de Congonhas com R$505 mil, tentando trazer esse recurso para Brasília. Esse Prefeito, segundo as informações que tivemos, viria de São Paulo pra Brasília num avião fretado. Imaginando que não houvesse o controle da Polícia Federal pelo fato de o voo ser fretado, ele passou com esse montante de dinheiro. Foi detido, disse que portava R$1,5 milhão. A Polícia Federal constatou que eram na verdade 505 mil, provavelmente outras pessoas que iriam pegar o avião estavam com o restante. E todos os indícios são de que esse recurso viria pra financiar esse ato contra a democracia do dia 7 de setembro.
Naturalmente que a pessoa que nos mandou a denúncia entende que o Congresso Nacional inclusive foi obrigado a tomar medidas preventivas diante das ameaças de invasão do Congresso, do Supremo, enfim, mas, na verdade, como não é um tema que diz respeito diretamente à CPI, não somos nós que vamos investigar.
Então, gostaria de pedir a V. Exa., na condição de Presidente desta CPI, que pudesse enviar ao Ministro Alexandre de Moraes, que está encarregado exatamente de fazer investigações sobre atos antidemocráticos, ações que atacam a independência entre os Poderes e que apregoam o fim do Estado democrático de direito, para que ele possa tomar as medidas cabíveis, até porque isso aconteceu na última quinta-feira e até hoje não foi tornado público, à exceção do Rio Grande do Sul, de modo que pode estar ocorrendo uma investigação que talvez não leve a nada, quando isso aqui pode ser parte de uma grande articulação política que envolve milhões de reais para...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Se V. Exa. puder repetir, qual foi o Município?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O Município dele é o Município de Campo Grande do Sul, é o senhor...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Cerro Grande do Sul. Foi flagrado com R$550 mil, no Aeroporto de Congonhas, o Sr. Gilmar João Alba. Ele levava o dinheiro na bagagem de mão. Foi apreendido esse recurso pela Polícia Federal.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Presidente! Presidente, se o Senador Humberto me permite, pela gravidade da informação que o Senador Humberto traz neste momento à Comissão Parlamentar de Inquérito, embora não seja tema, fato determinado desta Comissão Parlamentar de Inquérito, mas é fato determinado da democracia brasileira. Essa informação dá conta do financiamento de crimes contra a ordem democrática, contra o Estado democrático de direito que devem ocorrer nos próximos dias. Então, Presidente, é urgente o encaminhamento, a partir da notícia do fato que nós estamos tendo neste momento nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, é urgente que a Presidência desta CPI encaminhe a notícia desse fato - com urgência - aos cuidados de S. Exa. o Ministro Alexandre de Moraes, para a tomada de todas as providências. Esta denúncia pode dar conta de um fio de meada de um esquema criminoso de financiamento de atos contra a democracia.
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Como se não bastasse, Presidente, o preço do feijão a quase 14, o preço da gasolina a 7, o preço do gás de cozinha a 120, uma crise hídrica de enormes proporções, a energia elétrica tendo sido reajusta em 50% ontem, como se não bastasse tudo isso, agora, a gente está diante de fatos de financiamento, de dinheiro público sendo utilizado para conspirar e criar um clima de maior instabilidade no Brasil.
De fato, Sr. Presidente, o povo brasileiro não merece isso.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu tive conhecimento...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho, Senador.
Eu tive conhecimento de que o Prefeito de Serra Grande do Sul foi flagrado com R$505 mil entrando no Aeroporto de Congonhas, onde entra passageiro de jatinho, para trazer esse dinheiro para Brasília. A troco de quê? E os indícios são muito fortes de que era para financiamento do dia 7 de setembro, dessa manifestação que haverá. São indícios.
Nós iremos encaminhar aqui - faz parte não da atribuição do Presidente da CPI, mas de qualquer democrata neste momento que a gente possa encaminhar - às autoridades competentes que estão investigando esse fato.
Estranha-me um Prefeito do interior do Rio Grande do Sul com uma quantidade tão grande de dinheiro sendo detido pela Polícia Federal. A Polícia Federal, fazendo o papel dela, o deteve, abriu inquérito, mas é preciso acompanhar isso de perto para saber realmente quais eram as verdadeiras intenções do Prefeito da cidade do interior do Rio Grande do Sul. Sem querer criar nenhum juízo de valor... Mas é muito estranho.
Vamos encaminhar ao Ministro Alexandre de Moraes. Esse é o papel que qualquer Senador ou Senadora tem neste momento.
Agora, aqui repetindo o que disse o Senador Randolfe, dia 7 de setembro, a população brasileira, principalmente a população mais humilde... Hoje... Ontem, por exemplo, o preço da água em Manaus a concessionária queria aumentar em 24%. O Prefeito de Manaus, David Almeida, entrou na Justiça. A Justiça do Estado concedeu uma liminar não permitindo que houvesse o reajuste de 24%. Dez por cento hoje do salário mínimo é para comprar um botijão de gás. Você gasta mais da metade do salário mínimo para a cesta básica. E as pessoas falando: "Nós estamos fazendo um ato pelo Brasil". Que ato é esse? Ato pelo Brasil, o ato verdadeiro pelo Brasil, no dia 7 de setembro, é conter a crise hídrica. O Governo já tinha conhecimento há muito tempo de que vai haver racionamento. As empresas vão ter que pagar mais caro.
Quando sobe o preço da energia, Senador Randolfe, até o sorvete fica mais caro - até o sorvete!
Então, veja bem, o verdadeiro ato - o verdadeiro ato - pela Pátria, pelo Brasil, por Deus é que a gente contenha a inflação que corrói o salário dos trabalhadores, que, há muito tempo, não é reajustado.
E, ainda, numa crise tamanha dessa, estão falando em minirreforma trabalhista novamente. Veja bem, tenha a santa paciência!
O Presidente da República agora parou de passear de moto. Vai haver o 7 de setembro aí...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não. Sábado ele vai passear, em Pernambuco, de moto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A troco de quê? Manifestação para quê? Manifestação dessa! Não existe nenhum fato concreto de que há um perigo na democracia para ter um ato desse. Não é!
Torcemos para que o Governo dê certo. A gente torce para que o Presidente contenha a inflação, gere emprego, resolva o problema energético. Agora, que culpa têm os brasileiros se a energia vai aumentar?
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Agora, por isso, essa atitude, esses recursos que foram apreendidos, que têm indícios fortíssimos - indícios eu estou falando -, que seriam utilizados aqui para financiar esse movimento, isso não é um caso isolado, Senador Humberto. Isso pode estar acontecendo em vários locais, porque a mobilização é cara, a gente sabe que isso não é de graça; ninguém mobiliza, aluga ônibus de graça, não neste momento, com o preço do diesel do preço que está.
Então, é necessário que todos nós fiquemos atentos a isso. Manifestação popular democrática é válida e a gente respeita. Agora, qualquer intenção de querer invadir o Supremo, o Congresso, isso aí tem que ser repudiado, porque a democracia brasileira não merece isso.
Senador Renan, por favor.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Pela ordem, Presidente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Presidente, eu queria dizer e cumprimentar V. Exa. e a todos que se posicionaram sobre esse episódio do Prefeito e dizer que há indícios fortes, fortíssimos, de uma vinculação direta, pessoal, do Prefeito com um dos coordenadores do movimento do dia 7 de setembro. Isso é algo que precisa ser rapidamente investigado, até para desestimular que práticas iguais a essa ocorram em detrimento do interesse nacional, em função dessa circunstância toda que nós estamos vivendo no Brasil.
Eu queria também, Presidente, comunicar - já o fiz a V. Exa., e vou fazê-lo agora, à Comissão Parlamentar de Inquérito - que, nos últimos dias, nós atualizamos a relação dos investigados desta Comissão Parlamentar de Inquérito, e nós incluímos, como investigados, a partir do patamar da própria apuração, da própria investigação, o Sr. Cristiano Carvalho, a Sra. Emanuela Medrades, o Coronel Helcio - com "h" -, Helcio Bruno de Almeida, o empresário Luciano Hang, o Sr. Luiz Paulo Dominguetti Pereira, o Coronel Marcelo Bento Pires, o Ministro Onyx Lorenzoni, o Deputado Osmar Terra e a servidora Regina Célia Silva Oliveira, que foi a fiscal dos contratos da Precisa no âmbito do Ministério da Saúde, que já teve oportunidade de depor nesta Comissão Parlamentar de Inquérito.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Obrigado, Senador.
Senadora Eliziane.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Pela ordem.) - Sr. Presidente, eu queria cumprimentar o Senador Humberto pela grave denúncia que ele traz a esta Comissão, Senador, e lembrar o seguinte: o Presidente da República e seus apoiadores sempre colocam uma máxima nas suas caminhadas: "Olha, as manifestações são espontâneas, são voluntárias, não têm nenhum investimento financeiro" - e ele faz referência, inclusive, durante as suas campanhas.
Ora, se não há investimento financeiro, então, por que nós temos, para além - inclusive agora - deste fato que o Senador traz, nós temos, inclusive, inquéritos no âmbito do Supremo Tribunal Federal que atestam claramente investidores nessas manifestações. Quinhentos e cinquenta mil reais é muito dinheiro, e muito dinheiro para ser transportado da forma como a gente está agora acompanhando, neste momento, agora, Presidente, da CPI. O fato que nós estamos a investigar neste momento, na Comissão, e o fato, de fato, desse Prefeito.
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E eu queria lembrar que basta entrar no YouTube que você vai ver, ainda como Deputado Federal, o atual Presidente da República lá atrás, ele falava claramente da necessidade de uma guerra civil no Brasil. E a gente percebe um investimento, um incentivo a conflagrar a cada dia a Nação brasileira. A gente aí... alguém colocou agora, há pouco, é um fato, parece-me que foi V. Exa.: nós não estamos vivendo uma grave crise institucional que se requeira, por exemplo, ir para as ruas fazer esse tipo de manifestação. É uma tentativa às inversas, é uma tentativa de dividir o Brasil, de criar uma cisão no Brasil. Isso é um fato que está diante de nós.
Eu, inclusive, tenho acompanhado pessoas que eu conheço, Presidente, que eu conheço, que são pessoas pacíficas e que estão hoje fazendo incentivo a essa manifestação, chamando as pessoas a irem à rua dizendo: "Olha, a gente tem que manifestar pra não ter uma guerra civil". Ou seja, o argumento dele é às avessas do objetivo primário do que a gente sabe que foi, que é capitaneado pelo atual Presidente da República. Criar uma cisão no Brasil, isso é inaceitável, isso é inadmissível.
Sete de setembro é uma data cívica para o Brasil, é uma data de paz, é uma data de que eu, na minha escola lá atrás, eu me lembro, era um momento de festa, de alegria, de confraternização, em que a gente fazia as manifestações escolares. Não há espaço para o que o Presidente tenta colocar neste momento no Brasil, que é dividir o Brasil, criar cizânia no Brasil. Ele faz e caminha pelo Brasil afora com manifestações de uma forma inaceitável, com os aumentos exorbitantes, com a volta da inflação, coisa que a gente não vinha desde o Plano Real e que a gente começa a vivenciar de novo neste momento na Nação brasileira.
Então, os meus cumprimentos ao Senador Humberto, Presidente. E eu acho que V. Exa., como Presidente desta Comissão, tem a missão fundamental, de fato, de fazer o encaminhamento dessa grave denúncia.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Alessandro e depois o senhor, Senador...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Fora do microfone.) - Obrigado.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE. Pela ordem.) - Até feliz que seja o Senador Girão logo em seguida.
Sr. Presidente, pra reiterar a urgência, a necessidade de que seja chamada a esta Comissão, requerimento já aprovado, salvo engano, o Ministro Wagner Rosário da CGU. Hoje nós temos a notícia da instauração de um PAR, um processo de responsabilidade administrativa, contra a Precisa por fraude e comportamento inidôneo. O Ministro Wagner Rosário chamou a coletiva para falar o oposto daquilo que a equipe técnica da própria CGU apontava: fraude e comportamento inidôneo por parte da Precisa. Então, é importante que o Ministro, atendendo a requerimento que é do Senador Girão, traga informações com relação aos vários fatos que a CGU apura - e a CGU é uma instituição de Estado seriíssima -, mas que, ao mesmo tempo, ele explique a motivação pra ter uma conduta claramente politizada na gestão.
O Brasil hoje enfrenta um desafio muito grande sob o ponto de vista da democracia, que é a normalização do absurdo. A gente não pode aceitar. Não é normal um Ministro de Estado fazer como fez o Onyx Lorenzoni, empunhando um documento falso, um discurso amalucado contra a CPI, contra o Congresso. Não é normal o Ministro da CGU, que é um cara de carreira qualificado, que se submeta, se sujeite dessa forma à manifestação política contra isso.
Então, reitero e reforço a necessidade dessa oitiva, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Será importante a presença dele, já há um compromisso assumido com o Senador Girão e, logo após a Semana da Pátria, nós traremos o Sr. Wagner Rosário, que venha aqui explicar em relação a Estados e Municípios, mas também explicar com relação a coisas pertinentes, que é uma coisa que o Senador Girão vem pedindo há muito tempo.
Senador Girão com a palavra, por favor.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Pela ordem.) - Muitíssimo obrigado, Presidente, pela ratificação da vinda do Ministro Wagner Rosário, eu acho que ele tem muito a contribuir aqui com essa Comissão Parlamentar de Inquérito, não apenas sobre as negociações da Covaxin, outros assuntos relacionados ao Governo Federal, mas também a 60 operações que foram feitas mostrando aí fraudes milionárias em Estados e Municípios com verbas a partir de bilhões de reais, de verbas federais.
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Então, é um depoimento muito aguardado por todos nós, pelo brasileiro que acompanha ainda esta CPI.
Mas eu queria só fazer aqui um aparte a partir da colocação que foi feita pelo Senador Humberto Costa e compartilhada pelos nossos colegas: realmente precisamos investigar se tem investimento público, como esse caso do Prefeito do Sul do País, lá do Rio Grande do Sul, com relação às manifestações. Agora, eu percebo claramente que nós estamos diante de muita mobilização legítima da população. Pode ter alguns setores que estão turbinando, e isso a gente tem que investigar. Agora, é algo constitucional a população se manifestar quanto ao que está sentindo, seja... Eu acho que transcende essa questão de apoio ao Governo nesse momento. A gente vê uma caçada à liberdade de expressão, especialmente vinda dos tribunais superiores. Isso tem incomodado muito o cidadão de bem do Brasil, e eu acredito sinceramente que a gente deve resguardar o direito das pessoas de se manifestar.
Então, eu acho que nós estamos num momento em que é importante, como disse o Senador Randolfe também, que a gente perceba a gravidade de problemas como os aumentos aí da carne, do feijão, do gás de cozinha, do combustível - nós precisamos discutir isso nesta Casa. Eu acho que estamos atrasados nesse sentido, em reformas importantes, mas não devemos, de maneira nenhuma, taxar, por uma minoria que de alguma forma possa estar... Porque há indícios de investimento público no ato de 7 de setembro, mas a grande maioria das pessoas que eu vejo se mobilizarem é pela liberdade de expressão, inclusive cobrando o Senado Federal. E eu espero que seja pacífico, que seja um ato respeitoso. Eu acredito nisso. Mas cobrando inclusive o Senado que saia da omissão de deliberar, num papel constitucional nosso, que é o de analisar pedidos de impeachment de Ministro, que é um silêncio que acontece aqui há 123 anos de República, quase.
Então, só pra fazer essa pontuação. Muito obrigado.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pensei que a prioridade do Brasil era o preço do gás de cozinha e da energia elétrica e da gasolina.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor acha que é constitucional, Senador Girão, recomendar à população não comprar feijão, comprar fuzil? O senhor acha isso?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não, inclusive, eu escrevi sobre isso, Senador Renan Calheiros, que não é nem com fuzil, com compra de fuzil, nem com canetada do STF que a gente vai buscar harmonia e a paz no Brasil.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, eu sei...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Concordo plenamente com isso. Agora, a livre manifestação, opinião do povo de ir pras ruas de forma respeitosa e pacífica, eu acho que isso é muito saudável, pra expressar o sentimento que ela tem por esta Casa, pelas decisões arbitrárias, enfim. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quero agradecer. Agora já estamos aqui...
Sr. Ivanildo, eu vou fazer uma pergunta, V. Exa. fique à vontade... V. Sa. não é obrigado a firmar compromisso de dizer a verdade, mas pode fazê-lo voluntariamente. V. Sa. gostaria de prestar esse compromisso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Fora do microfone.) - Não.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Responde no microfone.
Só vou pedir ao advogado que ele responda. Independente de se ele vai responder ou não, quem vai responder é o Sr. Ivanildo.
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O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Presidente, só uma questão de ordem então?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS (Para expor.) - Para deixar o registro, então, de que, com a liminar do STF, do Ministro Nunes Marques, há a determinação para que ele seja ouvido sem que se preste o termo de compromisso dele.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim, sim.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Só para deixar isso consignado.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Mas, Excelência...
Data venia, Sr. Presidente, essa escolha é do Sr. Ivanildo, não é do advogado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim.
Veja bem, eu estou falando que V. Sa. não é obrigado a firmar compromisso. Foi o que eu li primeiro. Eu só perguntei a ele se ele deseja prestar o compromisso de dizer a verdade.
O senhor...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Eu estou aqui para responder, dizer a verdade...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está bom.
Obrigado, Sr. Ivanildo.
O senhor quer falar antes alguma coisa ou já quer que eu passe para as perguntas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Eu não quero falar nada. Apenas responder às perguntas que vocês...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está bom.
Senador Renan com a palavra. Por favor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, eu vou diretamente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois não, doutor.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Senador Renan, desculpa a intervenção.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, sem problema.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Presidente, só para também deixar registrado: o Sr. Ivanildo está comparecendo a esta Comissão espontaneamente. Em que pese a decisão do Supremo Tribunal Federal, é uma opção do Sr. Ivanildo comparecer aqui para esclarecer esses fatos na data de hoje, em razão, então, da sua única vontade de esclarecer, enfim, os fatos que eventualmente aconteceram. Então, para deixar consignado mais uma vez, é um comparecimento espontâneo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A Mesa já tinha consignado isso, dizendo que recebeu um telefonema hoje de manhã, a Secretaria da CPI, o Sr. Leandro, recebeu um telefonema da Sra. Andréia, CEO da empresa, colocando à disposição ela ou o Sr. Ivanildo. E eu disse: "É melhor trazer o Sr. Ivanildo, que é espontâneo, porque ele tem um habeas corpus". Tudo isso já foi esclarecido aqui. A presença dele aqui é por livre e espontânea vontade dele. Então, isso está claro. E a própria Sra. Andréia também se colocou à disposição para vir à CPI e tem todo o interesse em esclarecer tudo aquilo que está se falando da VTCLog. É bom, contribui para a investigação. Por isso, a presença do Sr. Ivanildo aqui.
Não estamos descumprindo nenhuma medida judicial, porque a medida judicial é muito clara: diz que ele ficaria à vontade para vir ou não.
Então, vou passar a palavra ao Senador Renan.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, antes de começar a fazer as perguntas, eu queria comunicar ao Sr. Ivanildo Gonçalves da Silva, que exerceu a função de motoboy da empresa VTCLog - desde já nós queremos tranquilizá-lo -, que nós só vamos fazer perguntas em função do fato de ele ter trabalho na empresa e em função específica do trabalho. Se despreocupe porque nós não vamos perguntar nada, absolutamente nada a que V. Sa. não teve acesso para indevidamente complicá-lo.
Esta Comissão Parlamentar de Inquérito está em fase avançada da investigação. É evidente que nós já temos muitas informações, mas o depoimento do Ivanildo aqui nesta manhã é muito importante, fundamental, para que a gente possa amarrar inclusive pontos da própria investigação.
Os membros da CPI também têm consciência de que todos os atos do Ivanildo foram realizados em função de determinação de seus superiores. Ele não está respondendo aqui efetivamente por nenhum crime, absolutamente.
Você exerceu um papel, uma função profissional, você é um empregado da empresa... É ou era empregado da empresa? Você continua na empresa?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Eu continuo na empresa.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ainda trabalha na VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Trabalho sim.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por isso o senhor não precisa ficar nervoso, absolutamente, porque nós só vamos perguntar aquilo, exatamente, a que o senhor pode efetivamente responder da maneira mais respeitosa, e é evidente que nós queremos as respostas também mais verdadeiras e mais sinceras.
O senhor trouxe telefone? Trouxe o seu telefone?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Trouxe sim.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor poderia nos emprestar, até uma parte do depoimento, para que a gente possa retirar dele, com o seu consentimento, algumas informações?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nós o devolveremos imediatamente.
Por favor. (Pausa.)
Sim?
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Não. Ele respondeu que não.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu também ouvi sim, Ivanildo.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu respondi: sim, que trouxe o meu telefone.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sim, mas eu perguntei se o senhor poderia nos emprestar, enquanto o senhor depõe à Comissão Parlamentar de Inquérito, para que a gente possa extrair dele algumas informações.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Só um minutinho. Só um minutinho, Sr. Relator.
À douta defesa eu queria pedir encarecidamente - as perguntas serão feitas ao Sr. Ivanildo -: as respostas nós esperamos do Sr. Ivanildo, a não ser que a defesa queira depor nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, pode ser uma opção também, mas, em princípio, quem está depondo é o Sr. Ivanildo. Então, eu pediria, com todo o acatamento e respeito que tem esta Comissão Parlamentar de Inquérito por todos os advogados, eu pediria que a defesa se resignasse a apenas assessorar quando o Sr. Ivanildo pedir, as respostas são dele.
Sr. Relator, prossiga.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Sr. Presidente, apenas consignar que o papel da defesa não é esse, obviamente, não é?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Qual? O de responder pelo depoente?
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não, não, não. A defesa...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Foi o que nós acabamos de ver aqui...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - A defesa não pode ser tolhida no seu papel de defesa.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, a defesa não pode...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente... Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Se a defesa quer vir depor, não tem problema.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - A gente substitui o Ivanildo pela defesa.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - É só não suprimir as prerrogativas do advogado.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não. As prerrogativas estão garantidas, só que quem está depondo aqui é o Sr. Ivanildo Gonçalves da Silva.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senador Alessandro, por gentileza.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE. Pela ordem.) - O Senador Marcos Rogério pediu para consignar a informação, está consignada.
Segue o trabalho, por favor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Eu peço, Presidente, para tomar as providências, no sentido consentido já pelo depoente, para que a gente possa acessar o telefone dele e tomar as cópias e, rapidamente, devolver.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS (Para expor.) - Mas ele não consentiu, Excelência. A resposta dele: "sim"...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senador Alessandro, por gentileza.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Pela ordem, por favor.
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Questão de ordem, Senador Alessandro Vieira.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE. Pela ordem.) - Eu peço ao Sr. Ivanildo, objetivamente: o Relator pediu a V. Sa., pediu ao senhor o telefone celular para que se possa conferir o conteúdo e perguntou se o senhor autoriza que isso seja feito. Essa resposta cabe ao senhor, não ao seu advogado. Estou perguntando ao senhor, como trabalhador: o senhor dispõe esse celular para que possa ser verificado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Não. Perfeito.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Prossiga, Senador.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Eu peço, portanto, à Presidência que, por favor, encaminhe um acesso desta Comissão Parlamentar de Inquérito ao telefone do depoente que, segundo informação já prestada por ele a esta CPI, ele trouxe, inclusive, para esta audiência aqui.
E queria dizer ao...
R
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Determino à Secretaria a providência requisitada pelo Sr. Relator.
Prossiga, Sr. Relator.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Voltamos às perguntas.
Quando V. Sa. entrou na VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, eu entrei em 2009.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor entrou na VTCLog em dois mil... Lembra o mês?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Em março.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Em março de 2009. Sempre foi motoboy na empresa ou já exerceu outras funções antes?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, sempre fui motoboy na empresa.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Seu cargo era um cargo de confiança, cumpria missão, desenvolvia atribuições de confiança de algum diretor, de alguma diretora?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, meu cargo sempre foi de confiança, para prestar serviço à empresa.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor recebia alguma gratificação pelo cargo que especificamente exercia?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não. Era um salário de... Ganhava quanto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, um salário de mil e pouco, né? E mais...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E mil e pouco quanto é?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mil e setecentos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mil e setecentos reais.
Quem ordenava - essa pergunta é muito importante -, quem ordenava os saques que V. Sa. fazia nas contas das empresas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - O financeiro da empresa me passava o cheque para eu fazer os saques, aí eu executava o meu papel.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O financeiro da empresa. Se V. Sa. pudesse indicar o nome do financeiro, por favor. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, não, não. Deixa-me dizer: a tua estratégia, doutor, a tua estratégia... Nós não somos meninos. Você é jovem ainda. Aonde você está indo, eu já voltei há muito tempo, filhinho. Só um minutinho. Então, deixa o microfone aqui - pra cá, pra cá, pra cá, pra cá. O senhor não toque mais no microfone, deixe-o responder. A tua estratégia: toda vez que ele faz, você puxa o microfone; na hora em que você traz o microfone, você dá a resposta para ele. Eu não quero ser indelicado.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, você não acha nada, quem acha aqui sou eu. Está certo? Você não acha nada aqui.
Então, eu quero que o senhor responda, Sr. Ivanildo. O senhor vai ser tratado com toda a dignidade, porque o senhor é uma pessoa humilde, está certo? O senhor é uma pessoa humilde e será tratado com toda a dignidade.
E o senhor é uma pessoa que está aqui... Nada contra o senhor, nós não temos absoluta nada, nada contra o senhor. Agora, se vocês se dispuseram a trazer a testemunha aqui para depor, é porque ele está preparado para depor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Claro.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não foi obrigado a vir.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS (Para expor.) - Ele fez uma consulta, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não fez, amigo. Não faça isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas não faça isso, porque o senhor não está obrigado a responder por ele.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não faça isso, amigo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Com todo o respeito ao senhor também.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O senhor não toque mais. Só quem pode tocar no microfone é o depoente, o senhor não vai tocar no microfone. O senhor está fazendo o seguinte: toda vez o senhor puxa o microfone; ele faz a pergunta; na hora de responder, aí ele se abaixa, fala no ouvido para responder. Eu estava assistindo ali na televisão, lá na sala, como o senhor está fazendo. Eu estou dizendo que ninguém é tolo aqui.
Por favor, Sr. Ivanildo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E que isso, essa sua prática...
Como é o nome do advogado, por favor? Para chamá-lo pelo nome.
Como é seu nome, por favor, e a inscrição na Ordem?
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Posso pegar? Estou proibido de pegar no microfone.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, não precisa pegar nem falar ao microfone.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Alan.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Alan.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Alan Ornelas.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Dr. Alan...
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... o senhor não vai responder por ele.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Eu não estava, Senador.
R
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Da próxima vez que o senhor responder...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Isso é um desrespeito à Comissão Parlamentar de Inquérito e ao seu cliente.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Sem dúvida...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E ao seu cliente.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Só para registrar que, quando o senhor fez a pergunta, ele tirou o microfone, e eu tirei o microfone, e ele me fez uma consulta. Só por isso que eu estou falando com ele e tirei o microfone.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas ele não pode fazer consulta nessa hora em que eu pergunto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador... Senador...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ele pode consultá-lo sobre qualquer coisa...
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Não!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador, ele vai responder.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - ... menos sobre a resposta que ele vai dar.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Nesse aspecto, não.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - É uma prerrogativa dele (Fora do microfone.) enquanto testemunha. É uma prerrogativa dele enquanto testemunha, Senador. Peço desculpa.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Nesse aspecto, está errado o Relator.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Peço desculpa.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não faça isso. Não faça isso, porque isso é feio.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Mas é uma prerrogativa dele enquanto testemunha.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas é muito feio.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Isso está consignado, inclusive, na decisão...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Isso é muito feio.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - ... do Supremo Tribunal Federal.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Isso é muito feio.
Então, nós estávamos perguntando: quem ordenava os saques que V. Sa. fazia?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Era a Zenaide.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O nome da doutora é Zenaide.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Zenaide.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Era sempre ela ou ela tinha algum substituto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, era sempre ela.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Era sempre ela. Desde 2009?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. É... Deixa eu te esclarecer algo. Olha só...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por favor, fique à vontade. Mais uma vez: não há nenhuma imputação...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu comecei a trabalhar na empresa...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... contra o senhor.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu comecei a trabalhar na empresa em 2009, só que eu não prestava serviço diretamente ao financeiro. Eu trabalhava em outros setores, que era entregar documentos, faturas nos órgãos com que a empresa tinha contrato. Então...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, só para lhe lembrar, quando nós começamos o interrogatório, eu perguntei: o senhor já exerceu outra função?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Desculpe por não entender...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor disse: "Não, eu sempre exerci a mesma função".
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Está vendo? É...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Como motoboy. A mesma função como motoboy. O senhor me desculpa...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, o senhor não trabalhava sempre no mesmo lugar, e agora está sendo colocado. Essas coisas não ajudam. É muito importante que o senhor fale a verdade...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... e apenas a verdade para que a gente possa evoluir nesse depoimento.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim, senhor. Eu estou aqui para falar a verdade.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, quem ordenava os saques era a Zenaide. O nome dela é Zenaide... Sabe o nome completo dela?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Zenaide Sá...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Sá Reis.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Zenaide Sá Reis?
Como as ordens para realização de saque eram passadas para o senhor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quem é que dizia: "Ô, Ivanildo, vai lá..."? Como é que lhe passavam essas ordens?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, ela me dava o cheque para eu sacar...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ela lhe chamava?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Ela me chamava, aí já tinha... Já me passava o cheque...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não era por telefone? Não era por mensagem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, porque eu trabalhava diretamente... Não era por telefone. Eu trabalhava no setor, e, aí, quando o serviço estava disponível para fazer, eu ia lá, subia, pegava o serviço e ia fazer...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, era tudo presencialmente?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Presencialmente. Ela...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Era dela para o senhor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso. Tudo presencialmente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Perfeito.
Como é que o senhor realizava os saques? Era na boca do caixa? O senhor se apresentava na agência?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Era na boca do caixa.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor ia na boca do caixa...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... e fazia o saque.
O senhor tinha alguma preocupação com segurança? Porque eram volumes realmente expressivos. O senhor fazia isso sem segurança, sem companhia? Fazia sozinho?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, porque, no momento, quando eu ia executar o meu trabalho, às vezes a maioria... Já pagava boletos lá mesmo e, quando sobrava algum valor, eu pegava e devolvia ao financeiro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Essa informação é importante. O senhor pagava os boletos lá mesmo, os boletos da empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Pagava lá mesmo. Alguns depósitos que já vinham... Tipo, ela me passava anotado ali, eu entregava, e a pessoa... Eu executava, pegava e finalizava.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Esta informação é muito importante: o senhor sacava e, algumas vezes, pagava os boletos.
Do dinheiro que sobrava, o senhor levava de volta para a empresa e entregava a quem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - À Zenaide.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Entregava à Zenaide o que sobrava depois do pagamento de boletos.
Por favor, por favor, Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sr. Ivanildo...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... esteja à vontade.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - ... qual foi o volume maior de recursos que o senhor sacou?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, eu não me lembro no momento.
R
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, mas é... O senhor ia lá sacar 10 mil, 5 mil, mil, 100 mil, 200 mil, 300 mil, porque é uma coisa a que o senhor estava acostumado. Eu estou lhe perguntando: um valor que o senhor se lembra de ter sacado? Por favor, Sr. Ivanildo.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, no início, uma vez eu saquei um valor de quatrocentos e poucos mil.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quatrocentos e poucos mil. Na boca do caixa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Na boca do caixa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Quanto?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Quatrocentos e trinta mil, provavelmente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quatrocentos e trinta mil na boca do caixa.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - ... no dia 24 de dezembro de 2018.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Veja bem, geralmente essas coisas...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Presente de Natal para alguém.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A empresa liga para o gerente do banco e manda dizer que vai sacar um valor tal no dia tal. Tem que dar 24 horas antes, 48 horas antes. E um valor de 430 mil não é entregue ali na frente de todo mundo; geralmente, é entregue numa sala, para que aquelas pessoas que queiram assaltar ou fazer alguma coisa não vejam...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não vejam. Não vejam.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - ... o senhor pegando esse dinheiro todo.
Então, nós temos imagens que a gente pode requerer aos bancos, porque eles têm obrigação de mandar à CPI - por isso que nós estamos lhe perguntando -, para ver se o senhor está recebendo na boca do caixa, porque um volume de quatrocentos e poucos mil reais deve ser um volume bastante grande. Botar ali em cima daquela mesa, com outros clientes ali olhando, não é? Porque aquela pegadinha do banco todo mundo sabe como é: o pessoal fica ali na fila para olhar quem vai sacar o dinheiro para, depois, ir atrás e assaltar. Isso acontece no Brasil todo.
Então, o maior volume de que o senhor se lembra foi R$430 mil. É isso, amigo? Sr. Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Hã?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, o volume...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Com esses R$430 mil, o senhor pagou os boletos lá e voltou com quanto para entregar para a senhora?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não tenho precisamente lembrança de quanto eu retornei para a empresa.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O senhor pagava os boletos todos dentro do banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu pagava os boletos todos dentro do banco. Aí, aqueles que não eram dentro do banco, ali do mesmo banco, eu ia para outro banco...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Qual era o banco a que o senhor ia?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Qual era a agência a que o senhor ia mais? Onde fez os maiores saques?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Era a agência lá do aeroporto, Caixa Econômica.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Agência da Caixa Econômica, no aeroporto, exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Esses 430 mil foram na Caixa Econômica do aeroporto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Foi. Do aeroporto.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Não se preocupe com relação às datas, aos valores, porque esta CPI, depois, à medida que for perguntando, ela dirá as datas, os valores, em que momento. E, se for necessário, nós apresentaremos o momento dos saques, de cada um desses saques dos valores, tá? Nós estamos com todas essas informações. Nós precisamos apenas checar algumas informações. E a sua presença aqui, respeitosamente digo isso, é importante para que a gente possa avançar.
O senhor não lembra, no dia que fez esse saque, que lhe foi perguntado, de R$430 mil, quanto sobrou?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não lembro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não lembra?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não lembro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não lembra. Mas o senhor acha, num esforço de memória, que sobrou mais de 200, mais de 300, mais de 400?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Eu não tenho...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não sabe?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não sei.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não há problema.
Quando o senhor devolvia esses montantes para a Sra. Andréia, ela os deixava sobre a mesa ou guardava em algum cofre, em algum lugar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando eu entregava o dinheiro à Zenaide, eu não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Zenaide. Perdão. Zenaide.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Fala mais próximo do microfone, Ivanildo. A gente não está conseguindo ouvir.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando eu devolvia algum valor, eu passava para ela e, para mim... Não sei onde ela guardava.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não sabe onde guardava? Ela pedia para o senhor se retirar da sala para guardar o dinheiro ou guardava na sua presença?
R
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não. Quando eu entregava ali, na mão dela, aí eu pegava... Terminei meu serviço e saía.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Geralmente, Sr. Ivanildo, mesmo na confiança, como ela também é uma servidora que tem que prestar conta - ela não é a dona do dinheiro -, geralmente quando você traz um dinheiro, é contado esse dinheiro na sua frente para ver se não está faltando nada. Era feito isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, geralmente, quando eu entregava o dinheiro, era muito difícil ela contar porque já, às vezes, sobrava pouco, o valor era pouco...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois é, mas não... R$430 mil. Os boletos pagos todos no mesmo banco. O que me é estranho é que, se a pessoa tem uma conta lá e os boletos têm que ser pagos lá, para que sacar o dinheiro e pagar ali? Para que ter essa dificuldade? Um simples telefonema de... Hoje, com a informática, paga-se isso com uma facilidade, não precisa sacar o dinheiro para pagar no mesmo banco. Por isso que eu estou achando estranho o senhor dizer que está levando... Levou pouco dinheiro para o escritório. Está certo?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Tudo é estranho. Sacar, pagar no mesmo banco, pedir para uma pessoa, numa moto, retirar 400 mil, 500 mil, sei lá, sem segurança absolutamente nenhuma. Isso é uma exposição de alguém que deu essa missão a V. Sa. e não tinha nenhuma preocupação com a sua segurança, com a sua incolumidade física. Essas pessoas, por mais boa vontade que nós tenhamos com elas, elas não eram suas amigas.
Nós temos informação na CPI, Sr. Ivanildo, nós temos informação de que supostos fornecedores recebiam os valores sacados por V. Sa. Alguns fornecedores recebiam o dinheiro sacado por V. Sa. V. Sa. poderia, então, listar alguns nomes desses fornecedores, por favor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, eu não lembro... Assim, eu não cheguei a entregar dinheiro para ninguém. A única coisa que eu executava, o meu papel era de pagar boletos; às vezes depositava, quando me pediam: "Olha, deposita esse dinheiro". Mas eu não cheguei ainda, assim, a entregar dinheiro para ninguém.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas nós temos informações de que, em algumas oportunidades, o senhor pagou a fornecedores, que não eram boletos, eram pagamentos que se faziam à vista, presencialmente. O senhor poderia detalhar o nome de algum desses fornecedores da empresa? É essa a pergunta que eu estou lhe fazendo.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não me lembro, porque, até então, eu nunca cheguei a entregar dinheiro na mão de ninguém. Então, eu pagava boletos, ela me passava os boletos já na... Ali para eu entregar. Eu entregava ao banco e retornava com o comprovante pago. Então, isso aí eu não tenho conhecimento de alguém assim específico para poder fazer esse pagamento.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por exemplo, consta também que alguma... Que uma parte desses recursos era para pagar servidores, funcionários da empresa. Não é verdade isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu pagava... Olha só, o pessoal me pedia... Tem coisas deles da empresa, né, e dos sócios, eu pegava e pagava os... Eu pagava os boletos, às vezes fazia depósito que eles me pediam, que era vinculado a eles, dos sócios, então...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas a pergunta que eu lhe fiz foi o seguinte, nós temos informações também de que uma parte desse dinheiro era para pagar funcionários da empresa, era... Uma parte era para pagar fornecedores. O senhor disse que nunca pagou a nenhum fornecedor, não é isso?
R
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, eu não disse... Olha, o que eu pagava, eles me davam em mãos: eram boletos, era uma lista, vamos supor, de depósito, para fazer depósito. Mas aí assim... Então, eu não tinha conhecimento de mais nada, a não ser isso aí.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas o senhor não lembra alguns desses fornecedores para os quais o senhor fazia depósito a partir do momento em que sacava? Essa é uma pergunta. Eu estou fazendo algumas perguntas em função de avanços da própria investigação.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, tinha boletos que eram em nome de "não sei o quê de combustível". Eu pagava, mas não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Em nome de quem, por favor? Nós não ouvimos bem.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar. Fora do microfone.) - Combustível?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Isso. Era boleto de combustível, às vezes, que eu me lembre em mente. E, ao mesmo tempo, tinha fatura de cartão do pessoal da família; eu é que pagava. Então, esse aí era o meu papel.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ivanildo, com todo o respeito, com todo o carinho que a gente tem pelos trabalhadores brasileiros, mas há curiosidade, sim, em ver para quem está pagando. Isso não é de você, isso é normal, isso é do ser humano. Você leva um monte de boleto, você tem que ver o valor para cada boleto e ver o nome. Se esse boleto era de R$3 mil, você pagava, mas sabia para quem estava pagando, até porque, se você levava uma relação dos boletos... Em cada boleto, devia ser um valor diferente. Não era um valor diferente? Ou eram todos iguais? (Pausa.)
Hã? Por favor, responda.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eram valores diferentes.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Sim, valores diferentes. Então, o senhor sabia: "Olha, aqui, este é para o João, mil; este é para pagar o combustível, 2 mil; este aqui...". Essa era uma coisa de que o senhor tinha conhecimento, até nem era pela curiosidade, mas porque era uma tarefa em que o senhor estava mexendo com dinheiro, e o senhor não queria errar no pagamento ou na forma de fazer as coisas. Entendeu? Como é? O senhor não se lembra de ninguém, de nenhum nome?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, Excelência, eu não me lembro de ninguém.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O senhor não se lembra de nada?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não lembro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E das transferências bancárias?
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Sr. Relator, é apenas para esclarecimento. Não sei se o senhor já perguntou quem passava para ele os boletos, as ordem e as contas.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Por favor, por favor...
Olha a pergunta do Senador Alessandro: quem é que passava... As ordens, quem as passava era a Zenaide. Mas quem passava a relação de boletos para o senhor pagar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, a Zenaide, quando ela me passava... Já estava tudo com ela: "Olha, Ivanildo, está aqui, ó, para você fazer o serviço de banco". Então, eu pegava diretamente com a Zenaide e ia para o banco.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE. Para interpelar.) - A Zenaide é que passava também as contas de fatura de cartão de crédito? Tudo era através da Zenaide?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Isso.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Você só pegava, ia ao banco e executava?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Justamente.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Perfeito! Obrigado, Ivanildo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Se o senhor... Sr. Relator, se o senhor me permite...
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA) - Sr. Presidente, Sr. Presidente...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Qual a última vez, Ivanildo, que você fez esse serviço para a Zenaide? Qual a última data que você lembra? Quanto tempo faz?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, pagamentos mesmo, já tem um... Acho que tem... Deixe eu ver aqui... Eu não lembro especificamente, mas no mês passado...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - No mês passado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - ... eu paguei um boleto. Ultimamente, eu não estava tendo quase boleto para pagar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O senhor sabe se ela ainda trabalha na VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Obrigado.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Trabalha, sim.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Os últimos dois meses...
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Só um minutinho! Vou já lhe passar a palavra.
Nos últimos três meses, mudou um pouco? Diminuiu a sua ida ao banco para sacar dinheiro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, já tem um período em que diminuiu...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Bastante?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - ... bastante, porque...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Depois que a CPI foi instalada, realmente tinha que diminuir.
Senador Otto...
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA. Para interpelar.) - Eu queria fazer uma pergunta ao Sr. Ivanildo, com todo o respeito. A pergunta é a seguinte: o senhor recebe os seus salários em espécie ou por transferência bancária para a sua conta?
R
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Transferência bancária.
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA) - Então está explicado que, certamente, os recursos retirados em espécie seriam utilizados para fins que não são justos, corretos, republicanos. É a situação do pagamento de propina a agentes que facilitavam a VTCLog a ter os contratos generosos que tinham no Ministério da Saúde.
Isso aí, Sr. Presidente, caro amigo Relator Renan Calheiros, explica exatamente o que aconteceu com essa empresa, que é uma empresa que, realmente, com as características que tem, golpeava, fazia fraudes em licitações e tinha facilidades no Ministério da Saúde.
Ele certamente deverá conhecer...
O senhor é daqui de Brasília, Sr. Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - De Goiás.
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA) - É de Goiás. Mas o senhor conhece todos os endereços de Brasília? Ministérios...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nem todos.
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA) - ... residências. O senhor andou no Ministério da Saúde várias vezes?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando eu prestava serviço de entregar fatura, eu andava constantemente no Ministério da Saúde.
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA) - O senhor conhecia quem lá?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não conhecia ninguém. Eu ia a salas para entregar faturas, em setores e setores.
O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA) - Obrigado, Sr. Presidente; obrigado, Sr. Relator.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Então, o senhor já respondeu que o dinheiro era sacado, pagava os boletos e fazia transferências bancárias.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor. Fora do microfone.) - Nunca fiz transferências...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Hein?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nunca fiz transferências bancárias.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Para ninguém?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Para ninguém.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas pagava boletos. E todos os boletos que pagava eram da Voetur?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eram do grupo Voetur.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Eram do grupo Voetur. Porque nós temos cenas em que o senhor estava pagando outros boletos, que não eram esses boletos da Voetur. O senhor lembra das vezes em que pagou boletos que não eram boletos da Voetur?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não me lembro de ter pago outro boleto a não ser da Voetur, mas como eu trabalhava no financeiro, eu também pagava boletos da diretoria do setor da empresa.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor não fez transferência bancária?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, porque, até então, isso aí não era da minha alçada.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não fez? Não fez transferências?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não fiz transferência nenhuma.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Do dinheiro que V. Sa. sacava, V. Sa. levava para a empresa uma parte. Uma parte era utilizada para pagar salários. O senhor não sabe onde é que a Zenaide guardava o dinheiro, não é isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, isso aí para mim já não... Quando eu entregava para ela, eu não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor entregava o dinheiro para ela e ela pedia para o senhor se retirar da sala para guardar o dinheiro em algum lugar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, sempre quando eu fazia meu papel eu saía do setor e...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Algum outro servidor de que o senhor tinha informação recebia desse dinheiro sacado da empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Todos recebiam via transferência bancária?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não entendi.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor falou aqui que recebia o seu salário via transferência bancária, respondendo ao Senador Otto Alencar.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim, o meu salário é conta-salário.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Conta-salário. Todos recebiam pela conta-salário? Todos da empresa recebiam pela conta-salário?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu creio que sim.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor crê que sim.
Com que frequência o senhor fazia esses saques?
R
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, de vez em quando, quando surgiam os serviços para eu fazer, eu ia lá e fazia. Era quase todo dia, estava pagando boleto, sacando dinheiro para pagar...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E era muito dinheiro que o senhor sacava. Eu tenho aqui algumas informações... No dia 05/01 sacou 56, no dia 21/02/2018 ainda, sacou 102... Aí vem... Quando chega a 05/01/2021, o senhor saca, de uma vez, R$150 mil e, a partir daí, 350 mil, no dia 5; 350 mil, no dia 8; 100 mil no dia 25 do mês seguinte; 144.100 no dia 05/03; 250 mil no dia 01/04; 150 mil no dia 07/04; 100 mil no dia 23/04; no dia 28/04, saca mais R$100 mil; no dia 29/04, saca mais R$200 mil; no dia 18/05, 200 mil; no dia 24/05, 200 mil; no dia 27/05, 200 mil; no dia 07/06/2021, 350 mil; no dia 01/07/2021, R$300 mil... Só nessa agência - só nessa agência. Nós temos outras informações também de outras agências.
O senhor, além da agência do aeroporto, o senhor ia em que agências mais?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Quando eu, quando eu...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Próximo ao microfone, por gentileza.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Quando eu ia ao aeroporto, como tinha lá o Banco do Brasil, eu pegava, como era próximo, eu já procurava lá, fazia o pagamento, os depósitos, lá mesmo. E, às vezes, quando tinha boleto em outro banco, eu ia lá ao Bradesco, fazer esse pagamento.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Tira uma dúvida: a entrega do dinheiro ocorria apenas nos dias em que os saques eram realizados?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a partir do momento em que eu executava meu papel, eu devolvia todo o meu serviço para o financeiro, no mesmo momento. Quando finalizava, eu devolvia, estornava para o financeiro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor alguma vez entregou dinheiro a alguma pessoa conhecida, confidencialmente lhe pedido?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, nunca entreguei dinheiro para ninguém.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nem fez depósito em conta?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Pela ordem.) - Sr. Presidente...
Desculpa. Só uma observação: eu acho que nós poderíamos, no caso, já que ele sacava e pagava os boletos, pedirmos ao próprio banco o registro desses pagamentos, se for o caso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - É. Exatamente.
Nós já fizemos alguns pedidos, já temos alguns pedidos, inclusive com hora em que aquele boleto foi pago, aquele boleto é de alguém... Ontem, esta Comissão Parlamentar de Inquérito exibiu aqui alguns boletos do Roberto Dias, de dívidas na própria Voetur, que foram pagos pelo depoente...
Nós temos muitas provas dessas atividades, que foram mal escaladas para ele, porque isso foi uma utilização criminosa dos seus serviços pela Voetur e, especificamente, pela Sra. Zenaide. Não é Zenaide o nome dela? (Pausa.)
Pela Sra. Zena... O senhor não acha isso? O senhor acha que não foi utilizado por ela indevidamente?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso aí eu não sei, doutor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Hein?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso aí eu não sei.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor acha que ela foi correta com o senhor ao mandar o senhor retirar essa dinheirama toda...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, isso aí...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... pagar boletos de terceiros, inclusive?
R
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sr. Relator, eles cumpriam ordens. É diferente de um servidor público que cumpre uma ordem que ele entende manifestamente ilegal.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Claro!
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eles cumpriam ordens, então, para que ele não fique até mesmo inseguro, seria importante que ele não se sentisse como provavelmente tendo cometido um crime. Mas seria importante também que ele colocasse aqui para nós... Porque ele disse, se o senhor me permite...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por favor.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - ... que ele ia até salas do Ministério da Saúde para entregar boletos. Para quem ele entregava esses boletos e que salas ele frequentava no Ministério da Saúde? Quais eram as pessoas que ele procurava? Essa resposta é muito importante. Eu peço que o advogado se contenha e permita que ele coloque... E também, de repente, até mesmo que esse senhor que hoje está aqui seja protegido acima de tudo, porque eu acho que ele vai precisar de segurança.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ivanildo, pode responder a Senadora.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Responda a Senadora Soraya, por favor.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, sempre quando eu ia no Ministério da Saúde... Então, quando eu iniciei a trabalhar na empresa, o sistema era de entrega de faturas, não era... não sei se era fatura ou era boleto, mas eram quantidades, volumes muito grandes. Eu chegava... Em vários departamentos e setores, eu chegava e entregava uma fatura; outros, eu subia... Em cada andar, às vezes, eu entregava uma fatura. Tinha vezes que era nota de crédito que eles pediam para também entregar. Então, isso aí... Mas tem muitos anos atrás. Isso aí, quando do meu acesso lá.
Este ano, se não me lembro, eu fui uma vez lá pra levar um pen drive no quarto andar.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Quando foi?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Eu não lembro a data, mas eu fui entregar um pen drive lá...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Para quem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - ... no quarto andar.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Para quem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Aí eu não lembro.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Quarto andar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - É, no quarto andar.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Quando foi, Sr. Ivanildo? O senhor se recorda?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, não me lembro.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas foi este ano?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu creio que... Acho que foi este ano sim.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu pediria só para assessoria, ou a Secretaria da Comissão, ou assessoria checar se no quarto andar fica o Departamento de Logística.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Agradeço, Sr. Ivanildo, pela colaboração.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Quero só pedir, determinar à Secretaria que cheque, confirme se no quarto andar do Ministério da Saúde se situa o Departamento de Logística ou quais são os departamentos e setores do Ministério da Saúde que se situam no quarto andar do prédio. Só para constar.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Presidente... Relator, só sobre o valor da fatura: o senhor lembra, Sr. Ivanildo, quais foram os valores, em média, maiores que o senhor já chegou a pagar de faturas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, quando era boleto, eu pagava... Acho que foi um de trinta e poucos mil, outro de dezessete, mas era boleto do cartão do pessoal da... dos donos da empresa.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sr. Ivanildo, o senhor tinha... Porque o senhor saca da conta da empresa, certo? O senhor tem, então, a senha? O senhor tem cartão?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Como que o senhor sacava se o senhor não tinha senha e nem cartão?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Era me dado em espécie ou um valor determinado de cheque, e eu ia lá e sacava...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Era no caixa ou era com o gerente?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Era no caixa.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E aí, a partir... Então o senhor não anda com o cartão da empresa nem com a senha?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eles... O senhor levava cheques, descontava e todos esses cheques da própria empresa ou de terceiros?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Da própria empresa.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - A empresa fazia um cheque, o senhor descontava - nominal ao senhor - e aí o senhor fazia pagamentos, é isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Como era a prestação de contas sua para a Zenaide? Depois que chegava com o saque, com a dinheirama, com... Depois de pagos os boletos, o senhor entregava o dinheiro para ela. Ela não exigia a prestação de contas? Quantos boletos pagou? Sacou tanto, o saldo é esse? Qual era a modalidade de prestação de contas?
R
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, quando ela me passava os boletos, eu falava: "Eu paguei este aqui, paguei este aqui, esse aqui..." Às vezes, tinha uns que não davam certo, e eu devolvia: "Então, aqui, olha, está aqui o dinheiro do que não deu certo". Então, era dessa forma.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ela somava na hora tudo ou ela aceitava a sua...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sr. Relator, só para confirmar, no quarto andar do Ministério da Saúde, fica localizado o Departamento de Logística, onde trabalhava o Sr. Roberto Ferreira Dias.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Trabalhava lá a Mayra, inclusive, no quarto andar...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece Roberto Ferreira Dias?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - E o Sr. Roberto Ferreira Dias.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não, não conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca esteve com ele, nunca ouviu falar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nunca ouvi falar e nunca estive com ele.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - O senhor lembra a quem o senhor entregou esse pen drive?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não lembro, eu lembro que eu entreguei para uma senhora, uma moça lá...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Para interpelar.) - Quando o senhor pagou o boleto dele, o senhor não observou que era um boleto dele?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Eu não estou lembrado de ter pagado boleto nenhum dele.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Sim, mas o senhor não observou que estava pagando boleto diferente? É uma pergunta...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando eu pagava os boletos, geralmente, o meu ato era pegar o serviço, eu entregava para o caixa executar e devolvia o serviço que eles me passavam.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor não olhava de quem era o nome?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não cheguei assim a olhar e observar quem estava sendo pago.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas o senhor pagou, em algumas oportunidades - nós temos documentos -, boletos do Roberto Ferreira Dias, tá? É só para o senhor se inteirar, já que o senhor não olhava o nome das pessoas.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, eu não... A princípio, eu não chegava a olhar o nome de ninguém.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Está bom.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O senhor só ia lá cumprir o serviço.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Mas o senhor sabe que era de familiares? O senhor disse que os pagamentos eram de familiares?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Quando eu pagava os pagamentos, eram boletos de fatura de crédito, essas coisas, e outros boletos...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Nesses você via os nomes?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Alguém mais na empresa fazia saques em dinheiro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não é do meu conhecimento.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor não conhece, além do senhor, quem fazia saque em dinheiro e fazia o mesmo trabalho seu?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não é do meu conhecimento.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não é do seu conhecimento.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Sr. Relator, só...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por favor, fique à vontade.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - ... pedir a V. Exa. que faça uma pergunta a ele.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por favor, pode fazer.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - Na verdade, pelo que ele está dizendo, ele chegava ao banco, sacava e ali pagava os boletos que ele tinha levado. Com o recurso que sobrava, em alguma vez, o senhor foi para outro banco para pagar outros boletos? Por exemplo, o senhor sacou num banco uma quantidade maior do que o que tinha que ser pago naquele banco. Dali o senhor saiu com o restante do dinheiro para pagar outros boletos em outro banco ou era sempre no mesmo banco que se pagava e pronto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, a maioria era no mesmo banco, porque lá estava liberado o pagamento em qualquer banco. Mas tinha um que era específico e, às vezes, era estritamente no banco, igual o Bradesco... Às vezes, não dava para pagar lá, e eu ia pagar no Bradesco.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Então, de alguma forma, em algum momento, o senhor tinha que transportar algum dinheiro para pagar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Às vezes, quando não dava certo, eu procurava outra agência e pagava porque lá estava escrito "somente naquela agência".
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O.k., obrigado.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Quando o senhor foi contratado, Ivanildo, você foi contratado para essa missão de sacar valores altíssimos? Quando foi contratado, já recebeu a missão, ou isso veio depois?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, quando eu fui contratado, eu trabalhava justamente em outra missão, não era diretamente para esse setor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ah! E, quando passou a exercer essa missão, quem foi que lhe comunicou isso?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a Zenaide, ela me procurou e falou assim: "Olha, Ivanildo, a partir de hoje, a gente precisa de uma pessoa pra trabalhar lá". E aí ela me pediu...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Precisa de uma pessoa para...?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Para trabalhar no financeiro. E aí eu fui atender a demanda.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor foi atender.
Ela disse o que era o...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, no começo, ela falou assim: "Olha, aqui você vai ao cartório, autentica um documento, vai no banco, saca, paga". Então, a isso aí ela não chegou especificamente. Quando eu comecei a trabalhar lá, aí aos poucos, ela foi me passando o serviço e aí...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quando foi que especificamente, logo depois que começou a trabalhar, ela mandou o senhor fazer o primeiro grande saque.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não lembro, doutor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Como é que você não lembra?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não lembro, porque, a princípio, em 2018, eu fiz um saque e depois daí pra frente...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quando começou a sacar esse montante, o senhor passou a ganhar mais ou...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... permaneceu ganhando mil e poucos reais?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - O meu salário sempre foi o mesmo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca houve gratificação nem nada?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Relator...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Por favor, pode ficar à vontade.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - É sobre o pen drive, Relator.
Ivanildo, você lembra quem te deu o pen drive, na VTCLog, pra você levar no Ministério da Saúde?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - E, complementarmente, a data em que você levou não teria sido dia 19 de março?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, eu não tenho assim conhecimento da data...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Mas lembra, assim, foi no mês de março?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Lembra o mês, mais ou menos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Eu sei que já tem... Em março? Eu sei que já tem um tempinho já. Então, isso aí, como não é... Quando eu parei de fazer o serviço lá do Ministério da Saúde de entregar faturas e aí depois surgiu esse momento de eu levar esse pen drive lá, só que, assim, não lembro bem a data.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Foi nesse ano, foi nesse ano?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas quem...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Eu creio que foi nesse ano, sim.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Quem te deu na VTCLog o pen drive pra você levar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, tem o pessoal do setor lá que me deu o pen drive.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Qual o setor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Acho que era o setor de faturamento, eu não lembro. Eu sei que, quando pegou o pen drive, aí ela deixou na recepção e ela falou assim: "Olha, tem que ir...".
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Ela quem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - O pessoal do setor, eu não sei bem quem foi que me passou na hora. Sei que falou assim: "Olha, está pedindo pra você fazer esse favor e levar esse pen drive lá".
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Se a gente mostrar uma foto da pessoa que era pra receber de você no Ministério da Saúde, você lembra, você reconhece?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, no momento, eu não, eu não tenho certeza se eu reconheço ou não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas era quarto andar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É no quarto andar e a sala praticamente quase na entrada, e... Quase de frente com a entrada.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - O.k.
O senhor tem patrimônio? Qual é a sua renda? É só essa renda da Voetur?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, patrimônio, assim, eu tenho o lugar de eu morar, mas é uma área que eu moro. Patrimônio, eu não tenho patrimônio.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - No dia em que o senhor foi contratado, o senhor criou o Instituto Criança Feliz.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Tem a ver com a contratação isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não tem a ver por causa que, na época, eu tentei montar esse projeto de Criança Feliz, só que eu não consegui...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não conseguiu, hoje não funciona?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Praticamente parado, porque...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor tem quantos funcionários do Criança Feliz?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não tenho nenhum funcionário.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor tem algum patrimônio?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor tem casa própria?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu tenho uma casa, é um barraco que é onde eu moro, mas isso aí...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece a Zenaide, mas o senhor era amigo de outras pessoas na VTCLog. Quais são as pessoas com quem o senhor se dava mais?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, ali geralmente o convívio nosso era como funcionário. Todos, quem estiver dou: "Bom dia! Tudo bom?".
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece os donos da VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu conheço o...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O microfone, Presidente, a gente não está...
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu conheço pelos nomes, sim. Eu conheço os donos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Conhece os donos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor é amigo deles?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Amigo eu não sei, porque eu, apenas como funcionário, estou ali...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece quais donos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - O Raimundo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Raimundo.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - E o Seu Carlos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O Seu Carlos.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quem mais?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a princípio o que eu sei quem os donos...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Alguma vez houve algum valor perdido, roubado ou extraviado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Graças a Deus, não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca houve?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, nunca houve.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Em alguma oportunidade tentaram lhe assaltar no caminho?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nenhuma oportunidade?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Alguém já lhe fez pergunta sobre a origem do dinheiro...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... na hora em que o senhor pagava o boleto dessas pessoas ou...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, quando eu... Na hora de eu pagar, no início o banco perguntava para onde ia. "Não, isso aí era [como é que chama] pagamento de prestador de serviço da empresa."
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Quantos depósitos o senhor fazia em conta direta de pagadores de prestadores de serviço?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, não tenho preciso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então o instituto não tem funcionário?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, o instituto, isso aí...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas já funcionou?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não... Assim, eu tentei colocar à frente, mas não consegui, não é?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Sr. Relator...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor entregava...
Eu vou lhe dar a palavra.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Sim, sim.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor entregava esse dinheiro de moto mesmo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Transportava de moto ou transportava de automóvel?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu sempre trabalhei de moto, sempre como motoboy. E, quando sobrava alguns valores, eu transportava de moto, normal.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Transportava de moto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É, de moto.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mesmo sendo 400 mil?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, esses valores aí eu não... Assim, eu não chegava a carregar esses valores direto para a empresa.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E carregava para onde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, a partir do momento quando eu tinha valores, primeiro pagava os documentos e depois, o que sobrava, eu levava.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Em alguma vez utilizou veículo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Qual era a placa da moto ou qual é a placa da moto? Pode nos informar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - A moto é pessoal? É dele? A moto é sua?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - A moto é pessoal ou é da Voetur?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Se for pessoal, Presidente...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É minha.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... eu pediria que ele só passasse internamente para o senhor a placa da moto - se a moto for dele, se for uma moto pessoal. Até para proteção dele, Relator.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - A moto realmente é minha, não é? A empresa paga o aluguel da moto, e a moto é minha.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Como é que é? Eu não entendi.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a moto, o veículo é meu. Ela... A empresa paga o aluguel da minha moto, e o...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ela paga o aluguel da sua moto. Então, além do salário, o senhor tem mais um propine.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Tenho o aluguel da moto.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, veja, essa informação deveria ter sido dita antes.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Quanto é o aluguel dessa moto, fora os 1,7 mil de salário?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - É 539.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Desde sempre? Desde de 2009?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, é...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Perdão, Sr. Relator.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Pois não.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Desde de 2009, eu não lembro de valores. Eu iniciei com alguns valores. Aí, como foram ajustando os valores...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - O senhor pode nos dar a placa da moto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, quando eu comecei lá em 2009, eu não lembro, porque já tem muito tempo. Era uma moto que um colega meu do dia a dia me deu. Mas eu lembro que eu trabalhava com a J...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu acho melhor ele não declinar aqui. Eu acho melhor ele escrever, porque está passando para o Brasil inteiro.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Ele pode escrever num papel, Presidente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É melhor, porque senão identifica ele.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Se ele puder escrever num papel e passar para nós...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, essas coisas precisam ser públicas. Essas coisas precisam ser públicas. É porque é importante...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - É porque a moto...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - A moto é dele, é para a segurança dele.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - A moto é dele.
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O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - A segurança dele... Ele está com segurança, ele precisa ter agora um outro tipo de segurança, segurança para aquelas pessoas que, evidentemente, vão querer ocultar a missão que ele acabou cumprindo sem saber, porque ele já respondeu aqui que ele não foi contratado para sacar dinheiro, distribuir dinheiro e pagar boleto.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas ele adquiriu essa confiança dentro da empresa e mudou de posto, Sr. Relator. Eu até entendo, é natural.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Então, é importante nós sabermos os dados...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - É só ele anotar, Relator...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ele anota...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito.
Sr. Relator, Senadora Soraya Thronicke...
Ivanildo, você...
(Soa a campainha.)
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Vamos cumprir a ordem? Eu gostaria de perguntar também alguma coisa.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Não, ele só anota no papel e passa para o Relator.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senador Izalci, Senadora Eliziane...
Ivanildo, você pode anotar o número da placa dos motos que você utilizou na VTCLog, se foi uma, se foram duas. Anote as placas, informe a esta Comissão. Pode anotar inclusive agora, me fornecer os números que eu passarei para o Relator. Está o.k.?
Prossiga, Sr. Relator.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Como Relator.) - Em alguma oportunidade V. Sa. já fez pagamento fora de Brasília?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca fez? É importante isso.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca fez.
O senhor lembra alguns endereços ou pessoas a que o senhor, de alguma forma, pagou boleto ou entregou uma parte desse dinheiro por prestação de serviço seja lá pelo que for?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, nunca entreguei dinheiro para ninguém assim e também endereço de ninguém eu não tenho nada a falar. Eu não tenho nada...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor não conhece nenhum endereço em que já foi?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não conheço...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Se eu citar aqui os endereços, o senhor não vai lembrar evidentemente? Ou vai?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não...
Eu não tenho nenhum endereço de pessoas que...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas não lembra nenhum endereço em que o senhor esteve? É isso que eu estou perguntando.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Eu... O endereço... Olha, o que eu ia geralmente eram mais banco e cartório autenticar documentos. E somente isso aí mesmo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Está bom.
O senhor já esteve no endereço na SHIS CL QI 17, Bloco G, Sala 406 do Lago Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não me lembro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Você não se lembra disso.
Então, um outro endereço: SHIS QI 11, Bloco L, 74, Lago Sul. Por favor.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não me lembro.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não lembra.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor já esteve no Setor de Hangares, Hangar 21, Concessão H21, do Lago Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece Flávio Loureiro de Souza?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não conhece?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor já esteve no endereço SHIS QI 5, Bloco A, Sobreloja 20, Edifício Gilberto Salomão, Lago Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, nesse endereço não, mas eu já fiz pagamento no banco lá do Gilberto Salomão.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor já esteve lá no Espaçolaser Depilação?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Nunca foi e nem sabe da existência dela?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ele confirmou a ida ao Gilberto Salomão.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - A ida ao Gilberto Salomão.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Gilberto Salomão, aqui do Lago Sul.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Muito importante.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Gilberto Salomão.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mas isso aí há muitos anos. É que eu trabalho... Como tinha bancos que eram próximos uns dos outros, eu fazia pagamento ali.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Tá.
O senhor conhece o endereço SHIS QI 29, Lago Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Conhece.
De quem é esse endereço?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - QI 29 é do...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Lago Sul, Casa 3.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É do Sr. Carlos.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Carlos?
O senhor conhece o endereço SQS 216, Bloco D, Apartamento 405, da Asa Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - SQS 216... Não, não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não lembra?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - E o endereço?
SQS 211, Bloco A, Asa Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Conheço.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Pode citar o nome, por favor.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Cristina.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Teresa Cristina Reis.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece o endereço SHIS QL 22, Conjunto 1, Casa 20, Lago Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece o endereço SHIS QI 7, Conjunto 14, Casa 20, Lago Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor conhece o endereço SHIS QL 12, Conjunto 6, Lago Sul?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Olha, olha.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não conhece ou conhece?
Estou satisfeito, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Obrigado, Sr. Relator.
Pela ordem dos inscritos, Senadora Eliziane Gama.
Senadora Eliziane, só um minuto, se V. Exa. me permite?
Ivanildo, além de você, você poderia informar...
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Ele quer ir ao banheiro, se tiver um minutinho.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ah, perfeitamente.
Então, o depoente pede 5 minutos para ir ao banheiro, em seguida...
Nós vamos suspender durante 5 minutos, em seguida retomamos.
Ivanildo fique à vontade, por gentileza.
Peço à Secretaria acompanhar o depoente, por gentileza.
Alguém da Secretaria acompanhe o depoente, por gentileza.
(Suspensa às 12 horas e 14 minutos, a reunião é reaberta às 12 horas e 22 minutos.)
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senadora Eliziane.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sr. Relator, colegas Parlamentares, Sr. Ivanildo, o senhor está vindo hoje aqui na Comissão, como já foi colocado, de forma espontânea. Por que o senhor decidiu vir hoje? E por que o senhor não veio no depoimento de ontem - antes de ontem, na verdade, não é isso? -, que estava agendado aqui na CPI?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, eu decidi assim no momento que, tipo assim, estava a mídia e todo mundo me perturbando e eu senti que deveria vir para botar um ponto final nessa situação, porque, no começo, até então, eu não queria conversar com ninguém. Mas, de repente, eles começaram o tempo todo, na minha casa, meu sossego...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Eles quem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - A mídia e, assim, os repórteres sempre queriam saber, que eu desse uma palavra para eles. Aí o tempo todo, eles estavam na minha cola. Então, eu peguei e falei assim, não, olha, diante da situação, eu decidi vir. É isso aí.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor recebeu uma ligação hoje da empresa para o senhor vir aqui?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando nós... O pessoal da empresa estava conversando e falou: "Olha, é importante"...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Eu não estou ouvindo, na verdade...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando eu estava em casa, mas a respeito... Olha só, o pessoal falou: "Ivanildo, é melhor nós resolvermos isso aí. Pronto, você fica à vontade se você quiser ir". Eu peguei e falei: "Não, eu vou. É melhor botar um ponto final nessa situação".
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas eles lhe garantiram, por exemplo, alguma proteção? Eles estão lhe garantindo alguma segurança pessoal?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu me sinto à vontade. Eu estou me sentindo tranquilo, então não me sinto, assim, no momento, complicado. A única coisa são os meus pensamentos a respeito... diante de valores que estão citados para o mundo inteiro. Isso aí me traz um desconforto de pensamentos.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE. Para interpelar.) - Senadora Eliziane, a senhora me permite um pequenininho aparte?
Um passo antes, Sr. Ivanildo. O senhor está dizendo que, de ontem para hoje, o senhor decidiu que era importante falar para resolver logo a situação. Foi isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Isso.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Só que, antes disso, o senhor procurou o Supremo Tribunal Federal para não comparecer à CPI. O senhor tem conhecimento de que fez isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu fiz porque, tipo assim, é o meu pensamento, não é? Igual eu estou aqui diante de vocês, mas, às vezes, como eu nunca apareci numa situação dessa, eu falei: "Não, é melhor eu nem ir lá".
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Aí quando o senhor pensou: "É melhor eu nem ir lá", como o senhor procedeu para fazer isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Depois eu pensei, assim, eu senti que estava...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O senhor ligou para um advogado, Sr. Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não liguei para advogado.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O senhor ligou para quem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não liguei para ninguém. Eu sempre, como eu estou na empresa...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Conversou diretamente na empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - E a empresa proporcionou para o senhor advogado para ir até o Supremo Tribunal Federal?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a empresa me apresentou um advogado e falou assim: "Olha, Ivanildo, você fica à vontade, você faz o que você sentir". E aí eu fiz.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Perfeito.
Desculpe, Senadora Eliziane.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Eu queria só que o Presidente...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - V. Exa. me concedesse...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - ... a recomposição do tempo da Senadora Eliziane, por favor.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Muito obrigada.
Sr. Ivanildo, o senhor é uma pessoa absolutamente simples, mora numa casa muito simples, tem um salário muito baixo, mil e poucos reais apenas, para o sustento da sua família. Como é que foram os últimos dias da sua vida, com todas essas informações que vieram à tona? Como é que o senhor se sentiu esses últimos dias e, ao mesmo tempo, o senhor se arrepende? O senhor teve medo, por exemplo, não apenas agora, mas durante toda a sua caminhada, transportando valores tão altos? Porque o senhor recebe mil e poucos reais; de repente, o senhor saca R$430 mil. Eu não consigo nem imaginar o tanto de dinheiro que são R$430 mil. E o senhor foi lá com o cheque. O senhor não tinha medo, não?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, medo, às vezes, todo mundo tem, principalmente quando mexe com valores, mas isso aí era o meu trabalho, e eu depois fiquei tranquilo. Nunca me senti assim com medo de fazer algum serviço, porque até então eu me sentia seguro.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor se sentia seguro? Na sua mochila, o senhor chegou a carregar o quê? Cem mil reais? Muitas cédulas de dinheiro na sua bolsa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não me lembro se eu cheguei a carregar esse valor.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas mais ou menos esse valor, alguns malotes de dinheiro na sua mochila?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, teve valores de boleto que não deu certo pra eu pagar. Eu peguei e estornei para...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ivanildo, deixe-me dizer, amigo: você não é obrigado a responder nenhuma pergunta aqui se não quiser. O senhor só não pode é faltar com a verdade.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só isso. Isso aí o senhor não pode. Responder... Se alguma pergunta for incriminá-lo ou coisa parecida, o senhor tem o direito de não responder. Na CPI, independentemente de quem quer que seja, só não pode faltar, como testemunha, com a verdade.
Quando a Senadora lhe faz uma pergunta, é porque nós temos como checar, porque o senhor diz o seguinte: "Eu retirava 400 mil, 100 mil, 200 mil e pagava os boletos dentro da Caixa Econômica". É simples. Desse dia em que o senhor sacou, nós temos o dia, e a gente vai saber quais foram os boletos que o senhor pagou. E é só diminuir o valor dos boletos, que a gente sabe com quanto é que o senhor saiu de lá e levou pra algum lugar.
Então, essas questões nós vamos descobrir. E aí eu lhe peço, até pra protegê-lo, que o senhor possa falar a verdade. Na hora em que o senhor achar que pode comprometer o senhor ou alguma coisa, o senhor diga: "Olha, eu não vou responder essa pergunta, Senadora ou Senador". O senhor tem todo o direito de ficar, o senhor só não pode omitir algumas coisas aqui pra gente. Porque é muito difícil, Sr. Ivanildo: a gente aqui na situação em que está, ninguém quer prejudicar o senhor nem ninguém, nós queremos só investigar, e não vamos fazer juízo de valor de ninguém aqui.
A Senadora lhe faz uma pergunta a que o senhor pode dizer: "Olha, em torno de 50 mil eu levei ou entreguei lá pra fulana, não sei" ou "saí de lá e fui pagar outros boletos em outro banco", porque, como o senhor estava acostumado... E aí tem um dado que o senhor deu que é muito importante pra gente, talvez tenha sido o dado mais importante da CPI hoje aqui - viu, Senador Renan? Foi que, nos últimos meses, o senhor parou de sacar dinheiro e pagar boleto. Parece que ninguém fez mais nenhum tipo de conta na empresa, porque o senhor vinha regularmente, ele dá as datas aí. Agora, nos últimos três meses, o senhor diminuiu bastante isso, e nós sabemos qual é a razão, imaginamos qual é a razão: é que, quando se instala a CPI e começa a investigar e se cita alguma empresa, é lógico que as pessoas mudam a forma de operar. Então, o senhor respondeu, disse: "Nos últimos meses, eu parei de fazer saques e pagar boleto". Foi o que o senhor respondeu aqui pra gente. Então, em tudo o que o senhor fala a gente está prestando atenção aqui - em tudo o que o senhor fala.
Por isso, o senhor não é obrigado a responder nenhuma pergunta se não quiser. Agora, o senhor não pode é não falar a verdade.
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A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Certo.
Então, o senhor tem, aproximadamente, ideia, assim, de mais ou menos uns 100 mil, 150, que o senhor carregava na sua mochila?
A mochila era sua mesmo ou o senhor ganhou alguma de presente da VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - A mochila era minha.
E a ideia... Eu não tenho noção de valor, não lembro especificamente...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor não tem assim... Os pacotes: dez pacotes, assim, de volumes de alguns centímetros de altura... Enfim.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não lembro.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor disse que o senhor carregava "dessa altura" de boleto. Que tanto era a altura de dinheiro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha... Eu não tinha... Eu não sabia muito bem, igual, chegar a esse valor, a altura de dinheiro, porque, quando eu...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas boleto era assim: o senhor tinha mais...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mas é por causa...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... papel em boleto ou mais papel em dinheiro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, porque eu entregava os documentos, os papéis, os boletos lá e pagava. E, praticamente, quando sobrava algum valor, eu... Era para outro banco ou, então, devolvia para o pessoal da empresa. Mas eu não chego a lembrar. Eu não sei. Eu não lembro.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor recebia lá na mesa aquele monte de dinheiro, no banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não... Olha, tinha vez que eu não chegava a ver esse monte de dinheiro, porque a maioria ficava no banco, mas eu não tenho...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor via lá, na mesa, aquela multidão de dinheiro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não sei. Não sei.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor contava o dinheiro lá, junto com eles?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não... Nunca, não. Eu não cheguei a contar, não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Sr. Ivanildo, o senhor fez alguma transação, alguma negociação, algum pagamento usando dólar, por exemplo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhora. Não, senhora.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor nunca viu o dólar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhora.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor nunca pegou num dólar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nunca peguei... Não, eu já vi dólar, mas só que eu nunca peguei, assim, em transação nem nada.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor já viu um papel de dólar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu já vi, mas isso aí eu não...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Não foi na negociação com a empresa VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não, de forma alguma. Isso aí é...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Sr. Ivanildo, o senhor fazia... O Relator lhe colocou alguns endereços. O senhor já chegou, por exemplo, a entregar alguma documentação, alguma fatura, enfim, entregar alguma encomenda nas quadras aqui do Plano Piloto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor nunca veio para cá com nenhum tipo de documento?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Área residencial, o senhor já entregou?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Também não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Certo. Só no Ministério da Saúde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - No Ministério da Saúde.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Ao Ministério da Saúde, além do pen drive, você também levava as faturas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, o pen drive eu levei uma vez, mas isso aí... Agora, as faturas, era direto, eu levava, só que há muitos anos atrás.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas você levava com frequência para o Ministério da Saúde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Com frequência. Eu entrava no... Como se diz? Eu entrava no prédio principal, ia às salas... E depois, quando tinha mais fatura, que eu ia entregar no Conasems, que era do outro lado... E aí eu passava pelo túnel e levava o restante. Eu andava com... Quase de sala em sala, eu chegava e entregava as faturas.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - De sala em sala, você sempre entregava um boleto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É, de sala em sala, que era...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Entregava boleto de sala em sala?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, era fatura. Eu não lembro...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Fatura já paga, de sala em sala?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Era...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Quando o senhor fala em faturas...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Não, as...
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - ... em muitos anos atrás, precisamente em que ano, Sr. Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Ah...
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Para interpelar.) - O senhor se lembra dos anos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, não.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - O senhor fala "muitos anos atrás".
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É muitos anos atrás...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Deixe-me aqui corrigir uma coisa. O que ele falou é que ele levava as faturas, que eram os... para recebimento, é isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Isso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Era... Eu não entendo bem disso que...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - Não, ele fazia o pagamento da fatura no banco e levava a fatura. Era isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, não...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Então, explica para a gente direitinho. É o inverso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Deixa eu te falar... A empresa... A empresa mandava a fatura, e essas faturas eram para a empresa receber.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Ah, entendi. Pegava as faturas no Ministério da Saúde.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Pegava, entregava as faturas lá, e aí a empresa... Aí...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, são vários setores.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas essas faturas eram da própria empresa? Eram faturas da própria empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eram da própria empresa, porque a empresa tinha um contrato de passagens no ministério, que era o grupo Voetur, que é turismo...
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A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Certo.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Aí então eu pegava, entregava as faturas, e aí era justamente...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Só um minutinho. Sobre a questão dessas faturas, você se lembra se havia essas faturas pra pessoa que não era da empresa, digamos assim, boletos de pagamento para pessoa física?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Não tinha boleto. Não tinha boleto.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas o senhor fez um pagamento para o Roberto Dias.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas a gente tem, Sr. Ivanildo.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mas eu não tenho conhecimento desses boletos.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor não lembra?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas, assim, Sr. Ivanildo, veja bem, o senhor não lembra que o senhor pagou pro Roberto Dias, mas o senhor lembra que o senhor pagava cartão de crédito dos familiares da empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Então, o senhor olhava lá. O senhor não sabe ler direitinho?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não é questão de saber ler. A questão é que eu pegava o serviço - tanto que já tinha os valores -, eu pegava e fazia o meu pagamento.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas como é que o senhor sabe o que era cartão de crédito e o que não era cartão de crédito? O que era da família e o que não era da família?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Porque tinha boletos... Cartão de crédito você tem mais noção, você conhece.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Mas o boleto também tem o nome, não tem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. O boleto era... Não tinha, era só o código de barra e o valor embaixo.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Não, mas no boleto vem o nome da pessoa.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não cheguei a ver nome de ninguém.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Esse o senhor não via. O senhor só via dos familiares.
Sr. Ivanildo, não pode mentir aqui nesta CPI.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - Sr. Ivanildo, o senhor sabe que esses saques feitos pela empresa, na hora em que o gerente é comunicado, ele tem a obrigação de comunicar ao Coaf, conforme os valores. Ele deve ter comunicado. Se ele não comunicou, ele está mancomunado com alguém. Não é com o senhor, não.
Só um minutinho. O senhor sabe que o gerente da Caixa Econômica e do outro banco vão ter que vir aqui dar explicações e dizer se comunicaram ao Coaf esses saques, porque o que estranha é o senhor se lembrar que pagava cartão de crédito pra uns e não se lembrar dos outros, porque um valor desse é bastante... Porque, o cartão de crédito, geralmente, o banco podia fazer a transferência direto; não precisava o senhor sacar. Quando o senhor saca o dinheiro, é pra quê? É para, no extrato da conta da Voetur, não aparecer no final pra quem foi transferido o dinheiro, pra dificultar a investigação. Por isso, o senhor pagava em dinheiro. O senhor pode não saber disso, mas a gente aqui sabe, até pela experiência que todo mundo tem aqui.
Então, deixa eu dizer uma coisa: o senhor não lembra se os pagamentos que o senhor fazia mensalmente eram as mesmas pessoas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, assim, se eram as mesmas pessoas, eu não me lembro, mas a partir do momento que eu sacava dinheiro, tinha valores que eu pegava, entregava lá no financeiro e eu não fazia nada com eles. Então, isso aí eu entregava e...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - E os boletos dos postos de gasolina? O senhor lembrava que tinha boleto pra pagar posto de gasolina, não é isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, não é que eu lembrava, é que na hora do, às vezes... Teve um boleto que eu fui pagar e não deu certo, não estava registrado. Por isso que eu cheguei a ver. "Olha, tem esse boleto aqui...". Me parece que o boleto deu "não cadastrado", alguma coisa assim, porque não estava desbloqueado, alguma coisa. Então, eu falei assim: "Olha, esse boleto aqui não deu certo". "Qual é o boleto?" "Esse que está escrito aqui, esse nome aqui." Aí eu pegava e devolvia pra empresa.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - E aí o senhor levava junto com o dinheiro pra empresa.
Presidente, olha, meu tempo acabou, mas me foram tomados pelo menos uns cinco minutos aí de tempo. Queria só que o senhor repusesse o meu tempo.
Sr. Ivanildo...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Não tem reposição de tempo aqui, não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Pelo amor de Deus! (Risos.)
Sr. Ivanildo, o senhor conhece o General Severo? Nunca ouviu falar do nome dele?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não conheço, não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - A Andreia, da VTCLog, o senhor se lembra da Dra. Andreia?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Conheço a Dra. Andreia.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor tinha contato com ela? Ela conversava com o senhor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Eu trabalhei na época... Eu trabalhava na empresa, eu protocolava alguns documentos que eram da empresa, que eram lá do departamento jurídico da empresa.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O Coronel Luiz Henrique Frazão Caminha, o senhor lembra desse nome?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor lembra do Coronel Blanco? Marcelo Blanco? Já ouviu falar o nome dele?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O Roberto Dias, o senhor já ouviu falar o nome dele?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Também não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor nunca ouviu falar o nome dele?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Estou ouvindo agora que está passando aí na...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Olha, Sr. Ivanildo, o senhor não pode mentir aqui na CPI.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Estou falando a verdade.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O senhor não conhece o Roberto Dias?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não conheço Roberto Dias.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O Tenente-Coronel Alex Lial Marinho, o senhor também já ouviu falar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Presidente, eu quero finalizar, Presidente, colocando aqui o seguinte para o senhor... Aliás, esse é um tema sobre o que eu tenho me debruçado muito para estudar, acerca da VTCLog. A gente está diante aqui do Ivanildo, que a gente percebe claramente, não é? Ele é uma pessoa absolutamente simples, ganha um salário muito baixo, usava a própria motocicleta, a sua moto, para fazer as transferências, com valor de aluguel baixo também, de R$500; ou seja, no final, ele tinha pouco mais de R$2 mil para fazer transporte, negociações e transações milionárias!
Surpreende-me, na verdade, o volume tão grande que era posto diante do senhor. E aí, portanto, Sr. Ivanildo, o senhor na verdade é uma pessoa que é honesta naquilo que o colocaram para fazer, tanto que o senhor fazia o pagamento direitinho, devolvia, e o senhor está escondendo coisa aqui na CPI de forma muito clara, naturalmente aí orientado para que trouxesse na verdade essas informações.
E alguém, quando alguém vê, na verdade, Presidente, o contrato da VTCLog junto ao Ministério da Saúde, esse que pediu um aditivo de R$18 milhões e foi deferido pelo Ministério da Saúde, alguém pode dizer que é um contrato perfeito. Mas não é, Presidente. Eu queria pedir ao senhor uma reposição do meu tempo, só para eu finalizar.
Veja bem, eu queria pedir aqui para a assessoria, para o Luiz colocar para mim aqui a primeira planilha, quando apresenta, por exemplo, a precificação aqui dos preços que foram admitidos no termo de referência da VTCLog. Veja que, para um dos itens, que é a manipulação do item para atendimento, havia uma previsão de 600 mil itens, e o valor que foi apresentado para ele foi de R$6,43. Na próxima planilha, Luiz, nós vimos aqui um detalhamento do que foi apresentado no termo de licitação. Veja, na armazenagem de carga seca comum...
Eu vou colocando aqui os deságios, a apresentação mínima abaixo do valor que foi apresentado pelo Ministério da Saúde. Por exemplo, em um dos itens, a VTCLog apresentou um percentual abaixo de 29,6%. Na outra, 54,4% mais baixo. Numa outra, 32%. No serviço de incineração de resíduos sólidos por quilograma, ele apresentou uma proposta de 72,58% abaixo da proposta do Ministério da Saúde. Mas no item manipulação, Senador Humberto, que foi de R$6,43, ela não apresentou nenhum valor abaixo, exatamente o mesmo valor que foi apresentado. Ou seja, no conjunto da obra, no valor global, ele tem um percentual de metade daquilo que foi apresentado pelo Ministério da Saúde. Mas ela não diminui manipulação. Sabe por que não diminuiu manipulação? E aí eu queria que o Luiz colocasse a próxima lâmina. É porque no valor de manipulação que foi apresentado, numa previsão de 6 mil itens, foram apresentados mais de 4 milhões de itens. Vejam: o percentual e um número a mais do que aquele que foi apresentado no termo de licitação. E, veja, eu vou dar um exemplo aqui da dipirona sódica 500mg: o item não era por caixa, não era por volume; era por comprimido - você entende, Senador Humberto? -, era por comprimido que foi contabilizado. Daí a saída: de 600 mil itens para mais de 4 milhões de itens. Daí o pedido, por exemplo, do aditivo que seria apresentado: de R$1 milhão para R$57 milhões. O que aconteceu é que a empresa fez o entendimento com o Ministério da Saúde para o pagamento de R$18 milhões, 1,8 mil a mais do que o valor que foi apresentado pelo próprio Ministério da Saúde.
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Nós teremos aqui outros depoimentos de representantes da VTCLog, Presidente. E eu vou me debruçar, em outro momento, para trazer o detalhamento, de fato, desse contrato, porque é bom lembrar: lá atrás o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro mostrou claramente a nebulosidade desse contrato que, na administração pública, se chama jogo de planilha. Tanto que a ação do Ministério Público Federal suspendeu um contrato entre a empresa e a Fiocruz, que foi exatamente a constatação dessa fase nebulosa, desse jogo de planilha, na tentativa de, ao final, ter muito mais dinheiro do que aquilo que foi apresentado na licitação junto ao Ministério da Saúde.
É muito lamentável, Presidente, o que nós estamos acompanhando aqui.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A senhora teve acesso ao projeto básico do Ministério da Saúde para essa licitação?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - A todos eles, Presidente. Nós temos aqui... Infelizmente o nosso tempo é muito pouco, mas, como eu lhe disse, em outro momento, em que ouviremos aqui representações da VTCLog, nós vamos apresentar isso detalhadamente. Nós nos debruçamos em torno disso e há, como eu disse, um aparente contrato perfeito, mas, no detalhamento minucioso, a gente percebe um jogo de planilha e claramente um aumento sem precedentes exatamente no termo, manipulação. O termo que é utilizado é SKU, que é exatamente... É mais ou menos isto - eu vou dar aqui um exemplo claro de um outro objeto que não é da área médica -: eu tenho uma sandália vermelha número 33. Então, esse é um SKU. Quando eu saio desse para uma sandália amarela número 34, é um outro SKU. Mas, quando eu pego mil sandálias, eu tenho apenas um SKU, ou seja, isso, na verdade, foi a confusão que foi feita entre a forma de dimensionamento do armazenamento que foi apresentado na licitação e, depois, a que foi questionada no termo aditivo.
E aí eu não estou aqui colocando de forma taxativa, mas fica muito claro para mim o indício de entendimento entre as duas partes. Aqui não é uma questão apenas da VTCLog. É por isso que a gente tem que ouvir aqui, Presidente, os fiscais de contrato que o Senador Humberto já apresentou, de fato, nos relatórios, para entender como se deu essa conversa entre os fiscais de contrato e como se deu esse entendimento junto a VTCLog para que a gente chegasse a uma licitação dessa natureza e, ao final, a um pedido de aditivo que chegou a quase R$57 milhões.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vou só lhe perguntar: quer dizer que uma sandália número 33 tem um valor de transporte; uma de 34 tem outro?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Não, eu digo a série, o volume de armazenamento. Então, eu faço a cobrança por item...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Certo.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... e não por SKU. Quando eu falo de item, eu falo: eu tenho mil sandálias, são mil itens em tese. É o que a VTCLog está questionando, mas, no projeto originário da licitação, quando eu digo item, eu estou dizendo uma série, eu estou dizendo um condicionamento, um volume. É por isso que ele pega a dipirona e faz a contagem por comprimido, e não por volumes, e não por pacotes, e não por... Pelo volume maior. Ou seja, é muito diferente eu pegar uma caixinha de comprimidos de dipirona, Presidente - tem lá não sei quantos mil comprimidos -, e dizer que uma caixa é um volume apenas, e não milhares de comprimidos - assim, vou ter milhares de volumes em vez de apenas um volume.
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Então, foi exatamente esse jogo de planilha, essa confusão de ideias que gerou um aditivo milionário ou multimilionário, muito maior do que a previsão originária que foi apresentada pelo próprio Ministério da Saúde. E, depois, o próprio Ministério da Saúde cede...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Quem é que estava...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... e faz um aditivo de R$18 milhões.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Você pediu para quem fazer esses eslaides aí? Quem trabalha contigo?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - É o Luiz...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Luiz.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... que é o meu consultor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Hoje não está aqui a Izabel. Ninguém falou na Izabel hoje.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - É Izabelle!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Izabelle! Izabelle! Izabelle! O Renan fica: "Izabelle, Izabelle!".
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Hoje nós temos o Luiz, que é um jovem advogado muito competente, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E aí todo mundo quer saber quem é a Izabelle. Perguntam: "Quem é a Izabelle, de que o Renan fala o tempo todo?" Eu falei: "Olha, deve estar ganhando bem agora, porque o Renan faz um esforço para ela trabalhar bastante".
Senador Humberto...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores...
Sr. Ivanildo, seja bem-vindo aqui ao Congresso Nacional!
Sr. Ivanildo, eu teria algumas perguntas a fazer ao senhor. Primeiro, o senhor tem consciência de que é perfeitamente possível, com os mecanismos que existem hoje, saber aquele dia em que o senhor esteve ali na Caixa Econômica e em que retirou o valor que está aqui registrado, para onde o senhor foi depois, para onde o senhor foi depois, para onde foi, se foi para outro lugar? O senhor tem consciência disso, não tem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, eu tenho consciência de que eu realmente fiz o saque, mas aí, no momento, eu não tenho ciência, lembrança de, assim, para onde eu fui, porque, geralmente, sempre quando eu fazia os saques, eu pagava algumas coisas. E, quando sobrava, eu retornava para o pessoal da empresa.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Pois bem, se de fato isso aconteceu, quando houver o pedido da quebra do seu sigilo telemático, o que deve acontecer, nós vamos poder saber. O senhor se recusou a oferecer o seu telefone espontaneamente para que nós pudéssemos ter essas informações ou pelo menos os mecanismos para ter essas informações. Isso vai ser objeto... Depois nós vamos saber se, realmente, o senhor saiu do banco e foi para a VTCLog ou se o senhor saiu do banco e foi para algum lugar diferente desses aí.
A segunda coisa é o seguinte: acontecia de a D. Zenaide dizer ao senhor: "Vá ao banco, tire R$200 mil e traga aqui para mim"?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando a Zenaide me pedia para fazer os saques, aí eu pegava... Se ela falava: "Ivanildo, traz para cá", aí eu entregava para ela. Mas não...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Mas acontecia de ela, em vez de mandar o senhor simplesmente pagar boleto e nota fiscal ou qualquer coisa... Acontecia de ela mandar o senhor sacar o dinheiro e levar para a empresa, para entregar a ela?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu entregava a ela.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Havia? Eram volumes grandes ou não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, na época, não era volume grande.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O que o senhor entregava a ela?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O que ela mandava? A maioria mesmo era boleto que o senhor pagava, não é?
Ela disse... A empresa disse que esses recursos eram para pagamento de fornecedores, não é? Boa parte era para pagamento de fornecedores. O senhor chegou a fazer algum pagamento direto a algum fornecedor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nunca.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Para uma oficina que consertou um veículo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Nunca?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não, senhor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Sempre foi por essa maneira aí.
Ela, alguma vez, explicou por que ela não mandava o cheque para ser depositado na conta daquele fornecedor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Mandava só o senhor tirar o dinheiro no caixa...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - E depositar.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - ... e depois fazer esse pagamento, não é?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Mas o senhor sabe que ela podia fazer isso, né?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, isso aí é...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Ela podia mandar o cheque nominal para a empresa, o senhor só ia entregar o cheque lá e pegar o recibo. Ela podia fazer uma transferência eletrônica, como a gente faz - hoje tem Pix, tem tanta coisa. Ela podia pegar o dinheiro e pagar para aquela empresa diretamente. Mas ela preferia que o senhor fosse ao banco e corresse o risco de ser assaltado para poder o senhor fazer o pagamento daqueles boletos. Já foi dito aqui pelo Senador Omar: o que ela não queria... Eu estou falando "ela" porque ela representa a empresa. A empresa não queria era saber quem foi que recebeu aquele benefício. Mas ela nunca lhe explicou por que ela não pagava em cheque, não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não. Isso aí não...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Quem é que está fazendo esse serviço agora, que o senhor disse que há dois ou três meses deixou de fazer? Como é que ela está pagando? O senhor sabe?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, isso aí eu não sei, porque até esses dois dias, sempre quando eu aparecia para alguma coisa, era eu que fazia. Mas como não estava tendo, daí para frente eu não...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Será que ela está devendo?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Ou, então, será que ela está fazendo agora como deveria ser feito sempre: pagando diretamente à empresa, fazendo transferência eletrônica, pagando com cheque? É provável.
Esse recurso, que ele não sabe dizer quanto foi, pode ter sido muito. Ele pode ter levado e deixado na mão da D. Zenaide. Pode ser que não fosse ele a pessoa que entregava o dinheiro aos beneficiários. Podia ser ela, ou ela podia passar para outra pessoa. Então, veja, a história dele é bem contada, está toda arrumadinha, mas tem alguns buracos. Um buraco, por exemplo: o senhor sabia, a cada cartão que o senhor pagou, cada boleto que o senhor pagou, quem é que estava sendo beneficiado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Ou o senhor pagava lá de bolo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu pagava... Quando me passava, já era, tipo, no montante. Eu entregava à agência...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Olha, ele pode ter pagado cartão de crédito de político, pode ter pagado cartão de crédito de funcionário do Ministério da Saúde, pode ter pagado aluguel de casa de parente de político.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Viagens internacionais.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - E ele não tem culpa, não. O senhor não tem culpa de nada.
Então, isso aí não está resolvido com o depoimento dele, não. Nós temos que fazer esse percurso que ele fez cada vez que ele foi ao banco. Nós temos que saber quem foi beneficiado por esses pagamentos. Não sei se isso é tão fácil de se fazer, mas temos que fazer. Temos que saber qual é o papel dessa D. Zenaide. D. Zenaide acho que é uma pessoa boa de vir aqui, para ser convidada e vir aqui.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Humberto, o depoimento não acrescenta muito, mas também não retira nenhuma das hipóteses. Pelo contrário, consubstanciou várias.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Com certeza.
O senhor já viu lá pela VTCLog algum Deputado ou Senador que o senhor conhece?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Não, senhor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Nunca viu?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nunca.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não, né?
Bom, eu quero só fazer um comentário aqui. Não há muitas coisas mais que perguntar. A nota da VTCLog fala que ela agia dessa maneira porque tinha problemas de governança. Pelo amor de Deus, uma empresa dessa, que tem um contrato com o Ministério da Saúde de mais de R$500 milhões, ter problema de governança que exige um funcionário que vá ao banco para fazer pagamentos depois de retirar o dinheiro na boca do caixa... É esse o pessoal que está tomando conta?
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O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Senador Humberto, o próprio Ivanildo disse que recebia o salário dele por transferência, né?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Pois é!
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Ou seja... E um salário de R$1,7 mil.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Pois é!
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Porque era sacado e tinha destino de pagamento de propina - não tenho a menor dúvida disso - para, certamente, agentes que favoreciam e facilitavam a vida dessa empresa no Ministério da Saúde.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Pois é.
Uma empresa que tem um problema de governança como esse... E olhe que é antiga: ela já foi Voetur, lá atrás, já se envolveu em outras confusões anteriormente... Mas tem problema de governança para fazer pagamento de fornecedor. Então, isso é um absurdo! Quer dizer...
E essa empresa é responsável por armazenar e distribuir as vacinas no Brasil! Veja onde é que nós estamos, nas mãos de quem nós estamos!
É lógico que essa nota é um escárnio! Uma empresa como essa alegar que age assim porque lhe falta governança é um desrespeito com a população brasileira. Deveria dizer por que é que age assim. De quem são as contas que ela paga na boca do caixa? Quem são as pessoas que são beneficiadas por isso? Essa é a questão concreta.
Por que é que a empresa não trabalha unicamente com as transações financeiras eletrônicas, não é?
Eu acredito, Sr. Relator, digo a V. Exa. e também à Senadora Eliziane Gama, que está investigando, que nós não deveríamos dar por barato essa questão da VTCLog. Ao contrário: ela tem muita governança; ela não tem pouca governança. Talvez por aqui ela esteja resolvendo os problemas pequenos. Os problemas grandes ela deve ter uma outra maneira, ilegal, de resolver. As propinas graúdas devem ser feitas de outra maneira. Ela tem muita governança. E, por isso, Sr. Relator, eu acho que nós deveríamos acelerar e aprofundar a investigação sobre essa empresa.
Essas duas empresas, Precisa e VTCLog, são as empresas do coração deste Governo, empresas queridas, irmãs deste Governo. Todas elas com o seu... Essa Precisa - pelo amor de Deus! - já não precisa mais de... Não é preciso falar sobre ela... (Risos.)
... porque essa está nua. A gente já sabe de vacina que não existia, passando por outra, que não era registrada, passando por sobrepreço, passando por garantia em real... A Precisa não precisa mais ser investigada, a não ser a gente ouvir o Sr. Tolentino, que não é da Precisa, mas é uma pessoa que precisa...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - E que deu entrevista, e que é outra novela.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - ... ser investigado.
Ele vai ficar bom...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - E parece que deu entrevista ontem.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Ele não vai morrer antes. Nós estamos rezando aqui para ele não morrer. Ele vem aqui para depor. Ele vai ter que depor.
E essa empresa, a VTCLog, o tanto de gente que aparece para defender essa empresa... E gente importante, Senador Otto! Não é pé de chinelo, não; é gente importante.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Muito importante.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - "Não mexam com essa empresa", "não mexam com essa empresa", "não façam isso", "não façam aquilo"...
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - A audiência hoje, do Ivanildo, é de gente muito importante aqui em Brasília. Não tenho a menor dúvida.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Pois é.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Ninguém vai tirar os olhos daqui da TV Senado hoje.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Então, nós não podemos parar. É uma empresa que aplicou um "se colar, colou".
Veja, se a gente estivesse dizendo assim: o Ministério da Saúde propôs um aditivo de 1 milhão, a empresa propôs 3, e a gente acabou em 1,5 milhão, tudo bem, dá para a gente entender uma negociação dessa, não é? Agora, num aditivo em que o Ministério da Saúde propôs 1 milhão, a empresa...
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A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Cobra 57...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - ...propõe 57, e o Ministério da Saúde aceita 18 - aceita 18 -, tem alguma coisa errada. Esse negócio não está certo. E aí é o que eu digo desde o início: nas empresas queridinhas desse Governo, essa VTCLog é uma, eu acho que a gente deveria ir a fundo mesmo. Se precisarmos de um pouco mais de tempo, uma semana, duas... Porque, se a gente não conseguir terminar a investigação, pelo menos a gente vai juntar muita evidência que o Ministério Público pode pegar, junto com o Tribunal de Contas e outros órgãos de controle, para ir a fundo e a gente conseguir realmente desvendar as relações espúrias, obscenas entre esse Governo, que se dizia honesto e decente, que, na verdade, não tem nada de honesto e não tem nada de decente. E o Brasil precisa saber disso.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Pois não, Senador Humberto.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Passo a palavra ao Senador...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Pela ordem, quem pede?
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Pela ordem.) - Apenas para não deixar o assunto morrer, na linha do Senador Humberto, e dizer que eu concordo com ele.
Acho que ficou muito claro aqui que o deponente, primeiro, não nega, obviamente, que trabalhava na VTCLog, que fazia esse serviço de pagamento de boletos e que esteve no Ministério da Saúde. Mas é importante mencionar, Senador Humberto... Na linha do que o Senador Humberto disse, ele citou um nome muito importante, dito diversas vezes pelo depoente, Senador Renan. Eu anotei aqui a fala de V. Exa. e me assustei. V. Exa. disse aqui, olha, que só numa agência foram 350 mil sacados num dia, 100 mil no outro - tudo no mês de março e abril deste ano -, 144 mil, 250 mil, 150 mil, 100, 100, 200 mil, 200 mil, 200 mil, 200 mil, 350 mil, 300 mil, quase R$2 milhões nessa agência num período de menos de quatro meses. A todo momento ele dizia, seguindo o dinheiro: "Eu nunca levei para lugar nenhum, a não ser...". Para onde? Para a VTCLog. Para quem? Para a Sra. Zenaide.
A gente não tem como terminar a investigação da VTCLog sem trazer a Sra. Zenaide para dizer o que ela fazia com tanto dinheiro vivo. Ela mandava para quem? Ela dava para os sócios? Ela dividia, para não pagar imposto? Ela fazia... Para terceiros, para empresários, para ex-funcionário do Ministério da Saúde, para agentes políticos, para Deputados Federais, para Senadores? Eu não sei, mas acho fundamental que, depois desse depoimento, venha, até antes da Sra. Andréia, a Sra. Zenaide, que é aquela sobre quem, em princípio, está a responsabilidade de justificar o que ela fazia com tanto dinheiro vivo, Senador Otto Alencar.
Então, fica aqui o pedido, na linha do que Senador Humberto sugeriu, que ela venha o mais rápido possível a esta Comissão.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Passo a palavra ao Senador Randolfe Rodrigues.
Ivanildo, onde você sentou, aí, já sentaram políticos; o empresário Carlos Wizard, que é um bilionário; vários outros empresários importantes, ricos, e nenhum deles falou a verdade. Eu ainda acredito que, até o final desse seu depoimento, você fale a verdade, para o bem do Brasil, para que se pare essa sangria dos cofres públicos, se pagando dinheiro vivo a agentes públicos corruptos e a corruptores que fazem essas manobras para terem vantagens e sangrarem o Estado brasileiro.
Com a palavra o Senador Randolfe Rodrigues.
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A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Senador Otto, só para ajudar V. Exa., quando o senhor falou dos que se sentaram à mesa, é bom lembrar que a ex-Coordenadora do plano nacional de imunização veio para esta CPI como investigada. Ela contribuiu de tal maneira com a CPI que ela se tornou testemunha e teve todas as quebras suas suspensas...
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Exatamente.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... revogadas pela CPI, como uma demonstração de reconhecimento exatamente à verdade que ela trouxe à Comissão.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Senador Randolfe Rodrigues com a palavra.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Sr. Relator, só um encaminhamento a esta Comissão Parlamentar de Inquérito: a imprensa noticia que o Sr. Marcos Tolentino, ainda no dia de ontem, prestou declarações à imprensa, concedeu entrevistas, e, ao final do dia, ele teria se internado no Hospital Sírio-Libanês. Só estou trazendo essa informação à CPI para reafirmar o quão urgente é, Sr. Relator, nós determinarmos, nós pedirmos informações ao Hospital Sírio-Libanês sobre quanto tempo dura a internação, a enfermidade do Sr. Marcos Tolentino e, ato contínuo, demarcar, definir o quanto antes o depoimento desse senhor nesta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Iniciando a inquirição, Sr. Presidente, peço para contar, então, o tempo.
Ivanildo, eu quero reiterar aqui que você aqui está como... Eu olho para você e vejo a expressão dos brasileiros do Brasil real: onde você mora, o que você sofre... Eu imagino a dificuldade que você tem, ao final do mês, de comprar o gás de cozinha, o botijão do gás de cozinha. Eu imagino a dificuldade de pagar, hoje, a conta de energia elétrica. Eu imagino, hoje, a dificuldade sua e de sua família de ir ao supermercado, de fazer as compras. Então, num dos raros momentos desta Comissão Parlamentar de Inquérito, nós estamos vendo aqui, no lugar de depoente, alguém que retrata o Brasil concreto e real. Por isso, nós estamos falando com você com profundo respeito, porque nós imaginamos o que você está sofrendo, no dia a dia, com a crise que este País está vivendo.
Ao mesmo tempo, eu imagino que, no fundo do seu coração, você deve se indignar quando, à noite, liga a televisão e vê o noticiário brasileiro indicando que esta Comissão Parlamentar de Inquérito está identificando um enorme esquema de corrupção existente no Governo. Enquanto você e muitos outros brasileiros estão, no dia a dia, sofrendo, alguns, quando outros brasileiros estavam morrendo no meio da pandemia, estavam ganhando dinheiro. É a essa consciência sua, Ivanildo, com profundo respeito, que eu quero aqui apelar, para as perguntas que gostaria de lhe fazer.
Queria reiterar a pergunta feita aqui pelo Senador Alessandro anteriormente. Você entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal, na Suprema Corte, para não comparecer a esta CPI. Em seguida, você se dispõe a estar aqui nesta Comissão Parlamentar de Inquérito. Você poderia só nos informar por que você estava com receio de vir? Quem lhe ofereceu advogados ou se você procurou livremente advogados? E o porquê da sua mudança de opinião em vir hoje? (Pausa.)
Você pode pegar o microfone, por gentileza.
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, no momento dessa pergunta, eu creio, assim, no meu pensamento, que a minha vida não é mais a mesma, como todo mundo... É jornalista, muitas pessoas na minha cola, aquela coisa toda. Então, eu senti, assim, que hoje poderia ser o final de tudo isso aí, por causa que o negócio não estava, não está fácil.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mas aí eu estou aqui, com a consciência limpa. Então, eu quero dizer para todos que eu estou aqui... Dentro do meu conhecimento do que eu estava fazendo, estou falando a verdade, não estou omitindo nada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Nós acreditamos, viu? Nós acreditamos!
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, é porque muitos estão dizendo que eu estou mentindo. Então, eu não estou mentindo para ninguém.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, eu tenho absoluta... Se tem alguém aqui que tem absoluta confiança e crença no que você está falando, olhando nos seus olhos, sou eu. Eu tenho absoluta crença e confiança no que você está dizendo.
E para nós é o seguinte: você estava cumprindo um serviço; você não é aqui investigado, você estava cumprindo um serviço. Alguém mandava você fazer as coisas que você fazia. Não era isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente.
Por isso eu queria lhe perguntar: você pagava os boletos e fazia os depósitos no mesmo banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, tinha boletos que eu pagava no mesmo banco, que, quando eu ia fazer o saque, eu já colocava junto com, ali como se fosse um clipezinho, colocava isso, que era pra fazer aqui, já deixava ali; então, ali justamente no próprio banco.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você fazia, então, no mesmo banco? Pagava boletos, fazia depósitos sempre no mesmo banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sempre no mesmo banco. E aí tinha momentos em que eu, quando não era, não dava para pagar naquele banco, eu ia a outro banco e pagava o boleto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito, mas, na maioria das vezes, as operações você fazia sempre no mesmo banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Era sempre no mesmo banco, e o cheque que ela me dava era lá do...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você lembra quais os bancos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Caixa Econômica.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sempre na Caixa Econômica?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sempre na Caixa Econômica que eu...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Agência do aeroporto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Agência do aeroporto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sempre nessa agência?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sempre.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente.
Primeiro, Sr. Presidente e Sr. Relator, veja, sobre esse procedimento, há de se perguntar à empresa, porque esse tipo de procedimento não me parece, no Direito Administrativo, no comportamento de uma empresa que presta serviços ao Estado brasileiro, um comportamento comum. Isso não é do Ivanildo; isso é da empresa, porque a empresa que...
Você cumpria ordem, certo, Ivanildo? Era a empresa que mandava você pagar os boletos, retirar e sacar no mesmo banco, certo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Certo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você poderia, por favor...?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Certo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Era sempre a empresa que mandava?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sempre a empresa que mandava.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Esse procedimento, Sr. Presidente e Sr. Relator, é um procedimento que não... Eu gostaria de saber quantas empresas que prestam serviços ao Governo brasileiro ou quantas empresas fazem esse tipo de operação com dinheiro em espécie, fazem operações desse tipo.
E você disse que era sempre no mesmo banco que você fazia as operações, certo? Sempre no mesmo banco, na Caixa Econômica?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, as operações, eu sempre sacava no mesmo, ali no banco da Caixa, e também eu ia aos outros, porque eu ia fazer pagamento; às vezes, não dava para fazer ali, eu ia para o Bradesco, e aí...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - No Bradesco, da...?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, às vezes, eu...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Qual era a localidade, qual era o endereço do Bradesco, qual a agência do Bradesco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Tinha uma agência que eu ia muito, era lá no SIA.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - No SIA.
Inclusive...
Ana, vamos aí às imagens, por favor, às imagens que temos.
Ivanildo, você reconhece, você se reconhece nessa foto, nessa data, dia 31 de maio? Essa foto aí foi tirada do circuito interno da agência do Bradesco lá do SIA. Identifica essa data e essa foto?
R
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA. Para interpelar.) - Você se reconhece ali pela foto? Naquele cantinho... (Fora do microfone.) Ali no canto, é você aquela personagem ali?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você, pelo menos...
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Tem as suas entradas de cabeça, tem o seu cabelo... É você, não é?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pode puxar o microfone, Ivanildo, por gentileza?
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - É você?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, basicamente parece que sou eu mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - É você.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente.
Isso aí foi no dia 31 de maio. Você não deve lembrar a data, não é? Mas isso aí foi no dia 31 de maio.
Temos outras imagens. Por favor, Ana.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Agência Bradesco, não é?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Agência Bradesco do SIA, o que, inclusive, o Ivanildo acabou de confirmar.
Perfeitamente.
Outra imagem.
Aí é você também entrando? Essa data aí...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sim, sou eu.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É você. Perfeitamente. No dia 31 de maio.
É porque...
Vamos lá. Temos outra imagem?
Dia 22 de junho. Também é você, não é? Dia 22 de junho de 2021.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Fora do microfone.) - Isso.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - A bolsa é a mesma.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nessa eu estava com a...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Em todas as imagens você confirma que é você?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente.
Você não lembra...? Você recorda o procedimento que você fez nesses dias quando estava indo? Era pagamento de boleto, era depósito...?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não lembro, mas a maioria das vezes, igual... Assim, lembrar precisamente... Mas, como eu estava ali fazendo depósito... Quando não era depósito, eu pagava boleto, mas eu não lembro o dia especificamente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não lembra o nome a quem você estava fazendo o pagamento de boletos? O destinatário?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu, no momento, eu não tenho consciência.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Essa agência qual era?
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Qual é a agência?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Essa é a agência que o Ivanildo acabou de confirmar: é a agência Bradesco do Setor Industrial, do SIA, aqui de Brasília.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Ele sacava sempre...? As transações com a empresa eram sempre na Caixa Econômica?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eram na Caixa Econômica, só que agora ele confirma que fazia operações no Bradesco.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para interpelar.) - Quando era para pagar boleto ou contas de terceiros, ia para outro banco, outra agência bancária?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pode responder, Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, tinha vez que, quando ia nessa agência aí, eu não... Tinha vez que eu não sacava dinheiro: às vezes ela já me passava o dinheiro, algum boleto, algum depósito, e fazia isso daí.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA. Para interpelar.) - E você pagava em espécie?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Em espécie.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Não, acho que ele está dizendo que ele recebia já... Ele já recebia... Ele ia para receber...
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA. Para interpelar.) - Ele recebia de um e pagava de outro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para interpelar.) - Não, o boleto pago. Ele ia pegar o comprovante do boleto pago. É isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Vamos ouvir o Ivanildo, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Ele pagava...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu pegava da Zenaide o dinheiro e o boleto para pagar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente - perfeitamente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Da mesma forma, Senadora Simone e Senador Otto Alencar, que ele pagava os boletos, fazia as transferências bancárias e devolvia o que sobrava em algumas oportunidades - é isso que ele está dizendo...
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - É, exatamente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... ele recebia em dinheiro para fazer os pagamentos. Ele recebia em dinheiro das mãos da Zenaide. Não é isso?
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Exatamente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Tá.
Só confirmando uma coisa, Ivanildo: nessas datas, via de regra você iria nessas agências do Bradesco do Setor Industrial fazer pagamento de boletos? Era isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Era, nessa data.... Não, a data eu não lembro, não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, perfeito, perfeito.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu sei que... Mas...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Só me diga aí: você faria pagamento de boletos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu creio que sim, era pagamento de boleto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sr. Relator, veja que curioso. Ontem a VTCLog emitiu uma nota pública dizendo que o Sr. Roberto Ferreira Dias, que é o beneficiário desses boletos que nós já temos documentados aqui nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, ele era devedor da Voetur. Olha que curioso: a VTCLog, a empresa credora, mandava o motoboy da empresa fazer o pagamento do devedor! Eita empresa danada! Rapaz, esse é um serviço que a VTCLog tem que explicar para a gente como ela presta! O Ivanildo está confirmando isso aqui. Ele fazia o pagamento do boleto...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Como é o nome disso? Confissão?
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Por coincidência...
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pois é!
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Confissão de crime.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Por coincidência, Senador Randolfe...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ivanildo, só para ficar tranquilo: não é seu; é da empresa, porque... Olha, isso foi dito pela empresa ontem. A empresa disse ontem que o Sr. Roberto Ferreira Dias era um devedor da empresa, Senador Humberto. Agora o Ivanildo está confirmando aqui, para nós, que ele nessa agência fazer o crédito em favor, fazer o pagamento dos boletos do Sr. Roberto Ferreira Dias. Em suma, a VTCLog mandava o Sr. Ivanildo, o nosso querido office-boy aqui, como funcionário seu... Ivanildo, você estava cumprindo serviço, não tem nada a ver com isso. Mas mandava ele pagar os boletos do Sr. Roberto Ferreira Dias.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Não foi nessa época, Senador Randolfe, que o Roberto Dias avaliza o aditivo de 1.800% da VTCLog, que depois foi negado pela consultoria jurídica? Não foi nessa época exatamente?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Exatamente.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Não foi nessa época, contrariando o corpo técnico e jurídico do Ministério da Saúde, que Roberto Dias aceita um aditivo de 1.800% de um contrato...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Exatamente nessa época, Senador Simone!
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - E depois, quando denunciado pela imprensa, também contrariando a assessoria técnica...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Exatamente!
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - ... não faz o aditivo de 57 milhões, mas aceita 18 milhões?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Exatamente.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Exatamente no dia 20 de maio.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sr. Ivanildo e Senador Renan, com essa triangulação de informações, eu acho que nós acabamos de receber uma informação... Só isso já valeu, e muito, a vinda do Sr. Ivanildo aqui. Só isso, só essa informação que agora o Sr. Ivanildo presta confirma que ele fazia pagamento de boleto nessa agência bancária e confirma que a VTCLog ontem se adiantou para fazer esclarecimentos sobre essas imagens. Mal sabe ela que, combinando a nota de esclarecimento, as imagens e o que disse o Sr. Ivanildo, ela acabou encontrando agora as maiores provas de incriminação do Sr. Roberto Ferreira Dias e do enredo criminoso, envolvendo a empresa, envolvendo a o Sr. Roberto Ferreira Dias.
Vamos à imagem seguinte, por gentileza.
As imagens seguintes são só para nós todos...
O senhor lembra dessas datas, Sr. Ivanildo?
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Uma ele vai lembrar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É, talvez. Vamos lá às datas.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA. Para interpelar.) - Ivanildo tem uma ali: 24/12/2018. É Natal. Você se lembra desse Natal?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor. Fora do microfone.) - Não.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - No Natal, 430 mil. Lembra?
Você lembra, não é? Do Natal, você lembra.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Vamos descendo até 2018. Está aí.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Você lembra?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu me lembro que eu fiz um saque...
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Lembra, não é, que fez um saque.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Em 24 de dezembro, véspera do Natal de 2018, 430 mil. Lembra-se desse saque, Ivanildo?
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Um Natal generoso esse.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Lembra. Foi o maior...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Só uma pergunta, uma questão...
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Ele já confirmou aqui.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Vejam os saques seguintes: 26 de dezembro, dois dias depois, 175 mil; 27 de dezembro, 110 mil de saque; 27 de dezembro, 175 mil; segue em 28... Essa virada de ano foi forte.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Foi generosa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Essa virada de ano foi poderosa, viu? Foi muito generosa.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Só uma pergunta, Senador Randolfe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pois não, Senador Humberto.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Há uma coisa interessante a se observar: em 2020, da mesma forma que nos últimos três meses, não há saques feitos na boca do caixa. Isso quer dizer que essa empresa pagou as suas contas em 2020, o ano da pandemia, usando outro método.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Transferência bancária, por meio de recebíveis.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Provavelmente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Muito bem observado, Senador Humberto. Veja só...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Isso confirma que é intencional, não é falta de governança não.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Tem saque na boca do caixa em 2018, em 2019; aí pula de 2019 para 2021. Em 2021, nós temos, em janeiro, 150 mil; em janeiro de 21, R$350 mil; em fevereiro de 21, 100 mil; em março de 21, 144 mil; em 1º de abril, R$250 mil; em 07 de abril, R$150 mil; e, segue: 23 de abril, R$100 mil; 28 de abril, R$100 mil...
Como já disse a Senadora Simone aqui, coincidindo, inclusive, com o reajuste do valor do contrato por parte do Sr. Roberto Ferreira Dias e, confirmando com as imagens que nós tínhamos aqui e que o Ivanildo acaba de confirmar, do pagamento de boletos em favor do Sr. Roberto Ferreira Dias, coincidindo todas as entradas.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Se me permitir...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pois não.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - O Senador Humberto foi feliz, mas o ano de 2021 também, praticamente, não tem durante o ano inteiro.
Termina a conta, a primeira conta, a primeira fatura, Relator, que a VTCLog possivelmente devia a alguns agentes políticos, foi paga até janeiro de 2021, quase dois anos depois... Desculpa, janeiro de 2019, depois de dois anos é que aparece, exatamente depois de dois anos aparece o segundo depósito.
Por que isso, Senador Randolfe? A primeira... Esses primeiros depósitos provavelmente se referiam ao ano de 2018, quando a VTCLog teve o grande contrato milionário firmado na época do Ministro Ricardo Barros e, depois, do Ministro Gilberto. Ali foi quando o Governo Federal deixou de fazer um serviço simples de armazenamento de medicamentos, barato, com apenas 150 funcionários distribuídos no Brasil, continuou com esses mesmos funcionários, mas terceirizou para a VTCLog. Então, dá a sensação de que esses depósitos soltos, desses anos, são referentes ao contrário 2016/2018.
Ficam dois anos sem, depois vem o quê, Senador Humberto? Vem a pandemia, vêm aditivos e, novamente, uma série de saques em dinheiro mensais sabe-se lá para quê.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Senadora Simone, só para concluir, Sr. Presidente.
Ivanildo, você disse que foi uma vez ao Ministério da Saúde, certo? Neste ano.
Pode confirmar, aí?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Foi no 4º andar do Ministério da Saúde.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Foi no 4º andar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - E alguma vez o senhor foi ao 1º andar do Ministério da Saúde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não tem... Não recorda?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Alguém de nome Nardi, você também não identifica?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não conhece?
Você conhece alguém chamado... Alguém de nome Elisangela? Trabalha na contabilidade da VTCLog.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Conheço.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Qual o papel dela junto com...?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, acho que ela é contadora da empresa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Tá, mas o senhor só conhece de vista? Ela não tem nenhuma relação contigo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não, não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. PSD - BA) - Um pouquinho mais alto porque não está dando para ouvir.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Luciano, o senhor conhece? Trabalha na VTCLog também.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Luciano?
Acho que conheço Luciano...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Quais advogados que acompanharam o senhor desde a ação no Supremo Tribunal Federal?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, não...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O senhor lembra? Os advogados que advogaram para o senhor? Que entraram com a petição no Supremo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, no começo só foi um advogado, mas...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Quem foi?
Foi o doutor...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Foi-me apresentado esta semana o Dr. Alan.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O Dr. Alan.
O doutor?
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Pode falar.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Alan.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Alan, perfeito.
Algum outro advogado lhe procurou? Conversou com o senhor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Nenhum de nome Frederick Wassef?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Willer Tomaz?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Também não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Nenhum desses lhe procurou?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Porque nós... Eu fiz essa pergunta, Sr. Relator, porque alguns...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - O senhor não recebeu uma visita no sábado de um advogado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ninguém lhe procurou sábado em sua residência?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, ninguém me procurou sábado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Deixa eu lhe falar, o senhor sacou dinheiro dia 24 de dezembro de 2020, e sacou recurso também lá.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - De 2019, 2019.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Dois mil e dezenove.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Quatrocentos e trinta mil foram em 2019. Perdão, 24 de dezembro de 2018, 430 mil.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Certo. E, no dia 24, o senhor foi ao Ministério da Saúde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Nos dias seguintes, o senhor se lembra de ter ido ao Ministério da Saúde, entre 24 e 30 de dezembro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não me lembro, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Além do senhor, Sr. Ivanildo, o senhor tem outros colegas seus motoboys que trabalham também pra empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, mas no setor só tem eu mesmo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Só tem o senhor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Tá.
O senhor não se recorda de nenhum outro colega que tenha feito, que faça os serviços que o senhor faz?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O senhor não recorda? O senhor não sabe?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não sei de nada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O senhor não tem conhecimento?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não tenho conhecimento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito.
Sr. Presidente, só pra concluir, eu acho que o depoimento do Sr. Ivanildo acaba de prestar uma informação valiosíssima para nós em relação a estes saques, em relação ao Sr. Roberto Ferreira Dias e em relação, com o perdão da expressão, à potoca que a empresa apresentou ontem. Pela potoca que a empresa apresentou, pela chamada nota de esclarecimento da empresa...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Como é que é o nome?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Potoca. É que no Amapá é muito conhecido como potoca. No Amazonas, eu acho que também, não é? Eu acho que, no Amapá, no Norte, é muito conhecido como potoca.
Ontem, a empresa disse que iria soltar uma nota de esclarecimento.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É potoca, potoca; mentira é potoca. É que no Amapá é conhecido assim.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não foi uma nota de esclarecimento que nós recebemos não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Foi uma potoca.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Que nós usamos de má-fé e a gente fez uma manipulação nas imagens.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Veja o que o Ivanildo acaba de confirmar pra gente, olha só a potoca - como diz o meu querido Amapá -, Senador Omar, que a empresa soltou. Ela determinou, orientou o office-boy da empresa a fazer o pagamento daquele que estava devendo à própria empresa. É um caso surreal de assiduidade de pagamentos.
Por fim, Sr. Presidente...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Senador Randolfe...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pois não.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - ... dava para perguntar ao Ivanildo se, em alguma oportunidade desses saques, a agência bancária, a Caixa Econômica, a agência da Caixa Econômica colocou algum entrave, alguma dificuldade?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ótima pergunta, Sr. Relator.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Em algum momento, teve uma dificuldade apresentada pelo gerente, pela agência da Caixa?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ou era liberou geral? Ou era liberou geral?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ela disse: "Olha, o senhor não pode tirar 430 mil aqui, tem que ter alguma garantia", "o senhor não pode tirar cem mil"? Em algum momento, o gerente...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, em nenhum momento, ela me falou nada, porque já estava... Tipo assim, eu acho que era a previsão que elas faziam.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Já tinha previsão.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Já tinha previsão.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu não sei quantas agências da Caixa Econômica tem em Brasília.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Essa é a do Aeroporto - essa é a do Aeroporto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois é, veja bem, e geralmente uma agência do Aeroporto é uma agência pequena.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Correto? Não é uma agência...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... para ter 430 mil, não é, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Para interpelar.) - É. E nenhuma empresa de porte deve ter uma agência da Caixa Econômica... Tem alguma agência da Caixa perto do local em que o senhor trabalha?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, tem uma agência, só que essa agência nunca fiz...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, eu não sei o tamanho dessa agência. A agência da Caixa no Aeroporto é grande ou é pequena, amigo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Ela é um tamanho razoável, um tamanho grande.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Bom, eu não conheço, porque, se eu conhecesse, eu falaria. Até um dia, se eu tiver tempo, porque geralmente a gente embarca correndo e sai correndo... Poucos ou quase ninguém usa uma agência bancária dentro do Aeroporto, Senador.
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O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Desculpe, Presidente. Só para agregar à pergunta: haveria algum gerente de contato mais reiterado, pessoa que repetidamente liberava essas quantias ao depoente?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pois é. Por isso, Senador Jean... Porque deve ter agências grandes aqui da Caixa Econômica, porque a Caixa Econômica é uma...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Nunca vi liberar 400 mil.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... instituição que nós respeitamos muito. Longe de nós fazermos qualquer juízo de valor aqui.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É, mas, Sr. Presidente, eu acho que esse gerente da Caixa Econômica...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, eu não vou falar dele. Eu estou achando que essa agência...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Essa agência específica, o gerente dessa agência.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... tem um valor muito grande de dinheiro em caixa, você está me entendendo?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - E esse gerente eu acho que deveria...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Desculpe, Presidente, mas eu estou perguntando e gostaria que o Senador Randolfe, talvez, transferisse essa pergunta ao depoente: se ele tinha um gerente mais reiterado de contato, uma pessoa de contato de mais confiança nessa agência ou em outra agência, porque deve ser uma prática reiterada.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Senador Omar, no caso, o gerente é o responsável da agência.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Exatamente.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ele, na forma da legislação, deveria ter comunicado ao Coaf esses saques altíssimos. Se ele não comunicou ao Coaf, ele cometeu um crime também. Ele precisa responder por isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Senador Renan, só para perguntar de novo ao Ivanildo...
Quando você fazia esses saques, você saia de onde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Do aeroporto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não... Desculpe, eu me expressei mal. Você recebia ordem para fazer o saque...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Da empresa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... de onde? Da empresa.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Da empresa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você ia até a empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Todo dia eu presto... Eu bato ponto e aguardo o serviço. Aí, quando...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - E aguarda o serviço.
E empresa fica onde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - No... Ela está no SIA.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - No SIA?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - No SIA; setor de cargas do SIA.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito.
E sempre a empresa recomendava, indicava, determinava a você que fosse fazer os saques nessa agência?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, sempre... Todos os serviços que eu fazia eram sempre lá no aeroporto, porque geralmente... Eu não sei se a conta é de lá, mas...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É estranho porque, se você tem uma agência um pouco mais perto da... É até mais seguro - correto? - você ir mais perto do que longe. Imagina: o cidadão vai lá ao aeroporto, vem com qualquer quantia... A pessoa mata por causa de um tênis. Por R$50 se mata uma pessoa. Imagine uma pessoa ali vendo o cara sacar 100 mil e levar 10 mil, 5 mil, 15 mil. Você era uma... Desculpa a expressão, mas era uma presa fácil para qualquer bandido te assaltar - correto? - no trecho. Tendo uma agência mais perto, era natural que a empresa procurasse essa agência mais perto. A gente só procura uma agência muito mais longe quando você tem conta só num banco. Mas eu... É por isso que eu estou perguntando. Eu acho que deve ter várias agências da Caixa Econômica.
Nós iremos fazer esse pedido de informações ao Presidente da Caixa Econômica do Brasil para que nos...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - E ao gerente. Ao gerente. Presidente, o senhor me permite...?
Eu queria insistir um pouco, pedir para você puxar um pouquinho pela memória. Nesse final de 2018, quando tiveram... Veja, um... Entre 24 de dezembro e 28 de dezembro, teve um, dois, três, quatro, cinco saques; quase R$1 milhão. Não... Qual foi a ordem que você recebeu da empresa? "Vá lá e saque", "Vá lá e faça a retirada"? Não entraram em maiores detalhes? Você não achou estranho, assim, tantos saques com valores altos nesse período?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a ordem dela, quando ela passava para mim o serviço, eu fazia. No começo, assim, eu fiquei meio apreensivo, com medo, né? Porque eu nunca mexi com valores.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você ficou com medo?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mas só que isso aí eu... Eu cheguei a pensar no Aeroporto, porque é uma agência que eu achava que era mais tranquila, mas só que isso aí era critério deles, de mandar, mas sempre...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você, em algum momento, já tinha feito tantos saques, em um curto espaço de tempo, em valores tão altos antes?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Antes disso, não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não me lembro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Essa informação é muito importante.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Randolfe, só para somar a V. Exa., esses saques que o senhor fazia desses volumes, a gente vê ali alguns volumes altos, mas alguns a gente percebe, no relatório que a gente tem, que é de 49 mil, nessa média. Você recebia vários cheques com valores iguais? Você era orientado pela VTCLog a fazer exatamente esses saques separados.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Olha...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Porque teve uma época, Senadora, que, se ultrapassasse 49 mil...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Tinha que fazer informação ao Coaf.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... tinha que informar.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - A partir de 50 mil.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Por isso que ele não fazia de 50 mil, fazia de 49.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Exatamente isto: se ele recebia essa orientação para usar exatamente esses cheques fracionados, não poderia fazer o saque de uma única vez.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Senador Randolfe, V. Exa. estava falando de 2018, mas os números maiores não são referentes ao ano de 2018, são de 2021. O ano de 2021 não acabou. Cinco meses neste ano...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pode baixar aí para 2021?
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - No ano de 2021, nós temos aí, em cinco meses...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - O que interessa é 2020 e 2021.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para interpelar.) - Aqui. Então, Presidente, no ano de 2021: 250, 150, 100, 100, 193, 200, 200, 200, 350, 300... Dá mais de 2 milhões. A pergunta, acho que aí por estar mais atual ele pode se lembrar, ele entregava esses valores todos para a Sra. Zenaide?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, todos os valores que eu sacava, quando tinha boleto, eu pagava e o que sobrava eu entregava para a Sra. Zenaide.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Em que proporção era esse boleto? Metade desse dinheiro ia em forma de boleto? Metade ficava em dinheiro pra entregar para a Sra. Zenaide? Mais ou menos.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não lembro especificamente.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Por alto. Mais ou menos por alto, o senhor levava a maioria em dinheiro ou a maioria ia pra pagar boleto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando eu pagava, eu não chegava a ver mais ou menos. Só que tinha valores que eu levava...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Altos de boleto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Às vezes, tinha boleto que não estava cadastrado, eu devolvia junto com o dinheiro.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Só uma pergunta...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... algo relevante em 2018, porque a hipótese que nós estamos trabalhando é que todo esse dinheiro tinha o mesmo destinatário e o mesmo beneficiário, tanto de 2018 quanto de 2021.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Começou quando a VTCLog ganhou o contrato de exclusividade. Dispensa de...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente. Inclusive, Sr. Presidente, em relação a isso, o Deputado Ricardo Barros... Por falar nisso, eu lembrei... Olha lá, lembrei do Deputado Ricardo Barros, não sei por quê. Mas o Deputado Ricardo Barros disse que mudou o contrato da Cenadi pra VTCLog para redução de custos.
Aí, olha só, Presidente, o que a gente encontra aqui. Na 21ª Vara Federal do Rio de Janeiro, o Ministério Público Federal tem uma ação, Senador Renan, que narra que: "[...] entre fevereiro de 2004 e outubro de 2009, [os dois primeiros demandados] João Leonel Batista Estery e Jorge Luiz Moreira da Silva [...] corromperam-se passivamente, na medida em que aceitaram e receberam em suas contas bancárias vantagens indevidas, em razão do cargo de Coordenador e Coordenador Substituto da CENADI"
O que era Cenadi, Senador Humberto? O que era Cenadi? A Cenadi é a antecessora da VTCLog.
Agora, vem o melhor, Senador Humberto: corrupção passiva, são esses dois servidores públicos da Cenadi.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - Cenadi era o quê?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Corrupção ativa, corrupção ativa.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - É uma secretaria especial, é uma secretaria para o transporte.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - As vantagens indevidas eram depositadas por quem?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL. Fora do microfone.) - É um órgão público.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Era um órgão público.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Porque antes... Exatamente.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Então deixe-me completar a história, deixe-me completar a história, Senadora Eliziane. Veja só! Esse inquérito é respondido em nome de... O autor é o Ministério Público Federal. É um inquérito de 2017. Quem teriam sido os eventuais servidores que tinham se corrompido? João Leonel e Jorge Luiz. Qual é a acusação da investigação do Ministério Público? As vantagens indevidas eram depositadas por determinação de Raimundo Nonato Brasil, Carlos Alberto de Sá e Teresa Cristina Reis. Quem são? Os sócios majoritários, donos da VTCLog.
O Ricardo Barros tem razão. É por isso que o custo ficava alto, da Cenadi, Senador Humberto, porque tinha mais isso, ainda no curso. Ainda tinha mais isso aqui no curso. Veja. Além disso, tem várias outras ações que esses personagens vêm a responder.
Então, nós estamos entendendo esse procedimento todo, estamos entendendo aí os saques. E talvez, Senadora Simone, estejamos assim descobrindo também, desde 2018, para onde iam esses recursos que eram sacados.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Senador Randolfe, Senador Randolfe...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Sr. Presidente, queria fazer uma pergunta...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... poderia perguntar para o depoente como...
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Presidente, siga a lista, Sr. Presidente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... se ele chegava lá e o dinheiro já estava separado?
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Presidente, uma questão de ordem, por gentileza.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Fique à vontade.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS (Para expor.) - Sim. Eu vou pedir aos Senadores a gentileza de se atentar para a decisão do STF, no sentido de que limitou o período para as perguntas das quebras de sigilo financeiro e bancário da empresa. Os dados financeiros que V. Exas. estão apresentando aqui, pelo menos a maioria deles diz respeito ao período anterior à pandemia.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Dr. Alan, o senhor é advogado da empresa ou do Sr. Ivanildo?
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Deixe-me só terminar. Deixe-me só terminar.
Mas as perguntas foram feitas para ele de alguns desses pagamentos em 2019... De 2019.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Agora me permita perguntar para o senhor, o senhor é advogado da empresa ou do Sr. Ivanildo?
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Como o senhor pode perceber, através do STF, a minha procuração foi outorgada pelo Sr. Ivanildo.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então é bom chamar um defensor público para o Sr. Ivanildo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Então seria melhor o senhor defender o seu Ivanildo e não a empresa.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Eu posso terminar, Presidente?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É bom chamar um defensor público para o Sr. Ivanildo.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Posso concluir, Presidente?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Veja, era bom o senhor se ater a defender o Sr. Ivanildo.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Sim. As perguntas foram feitas para o depoente em período que não acomete a pandemia. As perguntas somente devem ser feitas no período da pandemia, Senador.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sr. Ivanildo... A pergunta agora é para ao senhor. O senhor está defendendo quem? A empresa ou o depoente?
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Eu respondo com uma pergunta. Eu não sou testemunha. O senhor está me convocando? Vocês têm que...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Com todo respeito ao advogado...
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Pergunta para o Ivanildo então.
(Tumulto no recinto.)
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - As perguntas foram feitas em período que não diz respeito à pandemia.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Com todo respeito ao advogado, com todo respeito ao advogado, de advogada para advogado, não é de Senadora para advogado, nós temos direito de perguntar o que nós quisermos e V. Sa. pode orientar o seu paciente a não responder.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - O.k.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Agora dizer o que nós vamos perguntar ou não, não, até porque a decisão do Supremo Tribunal Federal tangenciou o limite das nossas atribuições, mas não nos determinou o silêncio. Nós podemos fazer a pergunta que quisermos...
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Sem dúvida.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - ... e o depoente simplesmente não responde.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Senadora, com todo respeito...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está bom, está bom, está bom.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Com toda tranquilidade, V. Sa. precisa responder ao Senador Randolfe com um pouquinho mais de calma e nós iremos respeitar V. Sa.
(Tumulto no recinto.)
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Eu queria só fazer uma pergunta também.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Já está esclarecido.
Senador Humberto...
O Senador Randolfe já concluiu?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, Sr. Presidente. Só para concluir, estou esclarecendo à douta defesa que nós temos o profundo respeito, sempre tratamos todos os advogados aqui com profunda cordialidade e com profundo respeito. Só nos causou espécie que, enfim, não estava... O Seu Ivanildo não estava sendo acuado, as informações que estamos revelando são em relação à empresa e, obviamente, nós que estamos inquirindo temos autonomia de formular o contexto da inquirição para dizer para onde estamos apontando. E o que estamos apontando me parece é que o beneficiário desses recursos... Não tem nada a ver com você, viu, Ivanildo! Não tem nada a ver com você, mas o beneficiário desses recursos, quem recebeu esse recurso desde 2018, ao que me parece, é a mesma pessoa. É a mesma pessoa que, inclusive...
R
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Humberto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... teve responsabilidade na contratação inicial da VTCLog em 2018.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sr. Presidente, depois uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Questão de ordem do Senador Humberto; depois, questão de ordem da Senadora.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não, o meu é uma pergunta. Ela pode fazer a questão de ordem, depois eu pergunto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Por favor, Senadora.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Pela ordem.) - A minha preocupação, com todo respeito aos advogados do Sr. Ivanildo, a nossa preocupação é: quem é que paga o advogado do Sr. Ivanildo. E, depois de tudo isso que nós já vislumbramos aqui e, principalmente, no início da inquirição do Senador Randolfe, quando o Sr. Ivanildo esboçou - não sei se eu entendi errado - que ele pode até mesmo perder o emprego - acredito que vá arrumar um emprego facilmente, principalmente porque ele demonstrou ser uma pessoa de bastante confiança e, acima de tudo, honesto... Eu queria deixar claro para o Sr. Ivanildo que ele pode... E eu acho que seria importante a CPI oficiar à Defensoria Pública, para que um defensor público acompanhasse... Ele não precisa destituir os advogados, mas que um defensor público o acompanhasse, para que tenhamos certeza da situação, se ele está realmente acobertado, porque nos preocupa sobremaneira a situação do Sr. Ivanildo, com todo respeito aos doutos advogados, porque é o senhor que está pagando os advogados, Sr. Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não. Então, aí a gente já vê quem foi que contratou. Então, com todo respeito - eu sou advogada também -, mas o que importa é que ele seja realmente assistido. E aí esta CPI deveria oficiar à Defensoria Pública, para que, nestes casos, como foi até o caso da Sra. Medrades, enfim, e outros que nós já vislumbramos aqui, essas pessoas não fiquem à mercê de quem está pagando os advogados.
Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Veja bem...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Só minha pergunta...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um entendimento aqui sobre essa questão. É natural a empresa pagar o advogado, até porque ele presta serviço para a empresa. E ele não cometeu crime nenhum; ele recebeu ordem de fazer e fez. Se a empresa, que tem responsabilidade sobre seus trabalhadores... Um exemplo aqui, Deus me livre isso acontecer, mas se o Ivanildo, saindo para ir trabalhar, para fazer um serviço da empresa, bate numa pessoa, na hora não é ele só que vai responder, a empresa também, porque ele é trabalhador da empresa.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas esse caso é diferente, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É, nesse caso específico, é lógico que a empresa...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Uma pessoa leiga fica absolutamente insegura nessas situações.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Tá. Não, mas eu vou seguir a sua orientação. E eu não posso obrigá-lo...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Claro que não.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... a ter advogado. Agora...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas poderia conversar com ele um defensor público e explicar.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vamos conversar com ele. Se ele quiser um acompanhamento, nós iremos pedir, até da OAB se for necessário, para que acompanhe. Mas...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas um advogado que fosse ser dativo, por exemplo, pela própria OAB também nos preocupa. O defensor público, eu entendo, aqui na minha opinião, é o mais indicado para o caso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Nós seguiremos a sua orientação, Senadora.
Senador Humberto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Presidente, só uma informação... Desculpe, Senador Humberto, é rapidamente só uma informação: esse processo que citei, o advogado que defendia o Sr. Carlos Alberto Sá era o Dr. Willer Tomaz, por isso nós fizemos essa pergunta: se o Ivanildo, por acaso, não tinha sido visitado por esse senhor.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senador Humberto.
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O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - É uma pergunta rápida. Na verdade, quando V. Sa. sacava esse dinheiro da conta da empresa, era para pagar contas da empresa, da própria empresa, em dinheiro, mas também contas de terceiros, de outras pessoas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sim, era para pagar a conta da empresa e de prestadores de serviço da empresa.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Certo.
Alguma... Era sempre da VTCLog? Ou V. Sa. sacava de alguma outra empresa do grupo ou fora do grupo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não me lembro... Quando eu sacava lá na Caixa, o valor, o cheque era o mesmo, não é? Então, não parecia que... Eu não cheguei a observar se era de empresa para empresa.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - O.k. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Bem, eu vou suspender para o almoço.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Deixe-me falar logo.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Presidente...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pela ordem, Sr. Presidente, antes!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu vou permitir... É só um minutinho!
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Dá para fazer... Em dez minutos eu faço a minha parte já.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Eu vou pedir a retirada...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O próximo a falar é o Senador Rogério. O senhor não está inscrito, Senador Luis Carlos.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eu estou inscrito!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, não está, não!
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Sim, senhor! É titular inscrito.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Então, o senhor tem que reclamar para a Mesa, que está enganando o senhor.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não! Que Mesa? A Mesa está ali!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Vocês não devem fazer isso com o Senador Heinze! (Risos.)
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Posso falar, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eles é que são culpados! Não sou eu, não, Senador.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pela ordem!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Nunca o Presidente é culpado de nada! O senhor não vê o nosso aí? Não é culpado de nada, nada! (Risos.)
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Para encaminhar.) - Presidente... Presidente, estou com a palavra?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O senhor tem que aprender uma coisa: Presidente, em qualquer instância, nunca é responsável por nada! Eu estou copiando o Presidente Bolsonaro. Ele não tem culpa de nada! O preço da energia é caro? Não é culpa dele, A gasolina é cara? Não é culpa dele.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O feijão, o feijão!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O diesel é caro!
O feijão? Troca por arma! Não é culpa dele!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - A crise energética!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É isso! A manifestação do dia 7 é isto, é para dizer que ele não é culpado de nada!
E eu também me sinto na obrigação de dizer que, se alguém não colocou o seu nome, a culpa é deles, não é minha!
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pela ordem, Sr. Presidente!
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Meu nome está na lista.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pela ordem, Sr. Presidente!
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Meu nome está na lista!
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Senador Rogério, é só uma palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Primeiro, o Senador Luis Carlos Heinze e, depois o Senador Rogério...
E quero comunicar aos senhores que, até hoje, nós não conseguimos que o Sr. Marconny atendesse à CPI. Já mandamos a Polícia do Senado lá, e ele deu uma ordem de que ele não está para ninguém. Iremos entrar na Justiça para trazê-lo sob vara, para vir depor. Iremos entrar hoje. Caso ele não possa, caso não consigamos isso até amanhã, está convocada para estar aqui amanhã, às 10h, a Sra. Andreia, CEO da empresa VTCLog.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pela ordem, Sr. Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O.k.?
Então, nós vamos tentar... Eu peço que a Advocacia do Senado entre no Supremo Tribunal Federal agora para trazê-lo sob vara. Eu não sei se é no Supremo ou em uma instância menor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu acho que é possível na 1ª Vara Federal.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Ela não tem foro.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Os advogados saberão fazer.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Ela não tem foro, Senador.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele é uma testemunha importante.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Ela não tem foro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ele não tem foro...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... como disse muito bem a Senadora Simone...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Ele não tem foro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... na 1ª Vara Distrital.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele está sendo convocado para a CPI porque ele aparece em várias conversas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ele é o personagem central, Senador Omar.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É o personagem central.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ele conversa com todo mundo!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Anseio, como um vigia espera pela aurora, a vinda aqui do Sr. Marconny.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele está se negando a receber...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ele tem muito a contribuir.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Então, se alguém tiver conhecimento, alguém que estiver nos vendo neste momento, de where is Marconny...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Fora do microfone.) - Como é o nome dele todo?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Marconny Faria.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... por favor, informe à CPI, porque nós já mandamos vários documentos, e ele não responde a nenhum.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pela ordem!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Então, nós vamos entrar agora para trazê-lo, através da Polícia, para vir depor. Correto? Caso não consigamos hoje essa decisão judicial, então nós traremos aqui a Sra. Andreia amanhã, às 10h da manhã.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Pela ordem.) - Pela ordem, Sr. Presidente! Eu gostaria de retirar a minha inscrição - eu não vou falar -, mas gostaria de reiterar o pedido que fiz na época em que o Presidente Otto estava comandando os trabalhos da CPI. O Senador Humberto tocou em um nome acho que fundamental. De todos esses valores sacados pelo depoente, metade ou alguma parte foi para pagar boleto. A outra ele disse que não entregou para nenhum político. Ele não entregou para ninguém do Ministério da Saúde. Ele entregou para a Sra. Zenaide. O dinheiro, por enquanto, está parado na bolsa ou no colo dela - modo de dizer, com todo o respeito a essa senhora.
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Consequentemente, Sr. Presidente, acho muito importante ela ser ouvida, até porque, segundo reportagem da imprensa, ela também teve movimentação a princípio suspeita.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Presidente, eu vou querer... Eu vou me inscrever assim, aleatoriamente, Sr. Presidente.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Eu estou pedindo a palavra pela ordem porque eu fiz uma intervenção e não fui respondida. Já pedi para retirar a minha inscrição. Não vou fazer pergunta nenhuma. Não vou gastar mais do que um minuto, Senador Rogério.
Então, Sr. Presidente, a reportagem diz que ela tem uma suspeita de movimentação financeira nesses valores altos também, e o depoente confirma que ela recebeu um dinheiro que agora não sabemos para onde foi.
Então, esse é o pedido de questão de ordem que eu faço, nos termos regimentais, Sr. Presidente, sem querer infringir a lista de ninguém e já novamente pedindo agradecimento e retirada da minha ordem de inscrição. Não vou mais perguntar hoje.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Obrigado, Senadora Simone.
Senador Luiz Carlos Heinze.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sr. Relator, Sras. e Srs. Senadores, coerente com as minhas falas, eu vou colocar que até ontem o Brasil tinha distribuído... O Governo Bolsonaro tinha distribuído 230 milhões de doses de vacinas e aplicado 190 milhões de doses. E continua o Brasil sendo o quarto país do mundo em doses aplicadas: China, Índia, Estados Unidos e Brasil.
No meu Estado, o Rio Grande do Sul, o Governo tinha recebido até ontem 13,565 milhões de doses para uma população vacinal de 8,958 milhões de gaúchas e gaúchos. Já tem, para a segunda dose, Senador Renan, 4,607 milhões de doses. Isso quer dizer que a população vacinal até 18 anos deve chegar até o final do mês de outubro praticamente toda ela vacinada, da forma que as vacinas chegarem ao meu estado.
E também ontem participei de um evento muito importante - a gente fala muito desse assunto aqui, várias vezes me manifestei - em cima das vacinas, em que o Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministro Marcos Pontes, está conduzindo um programa fenomenal. Ontem, nesse evento lançado, nós tivemos uma vacina em potencial, excelente alternativa. Trata-se de uma vacina contra a covid-19, RNA MCTI Cimatec HDT, produzida pela empresa HDT Biocorp, nos Estados Unidos, em parceria com essa escola baiana, e que entrará na primeira fase de testes em setembro. O estudo será conduzido pelo Senai e Cimatec em Salvador, na Bahia.
É muito importante esse trabalho. É a primeira vacina que consegue essa autorização da Anvisa. Saiu na sexta-feira passada. Outras três vacinas também estão aguardando essa autorização da Anvisa, a questão de documentação: SpiN-TEC MCTI, da Universidade Federal de Minas Gerais, equipe liderada pelo pesquisador Dr. Ricardo Tostes Gazzinelli; a segunda, Versamune MCTI, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), equipe liderada pelo pesquisador Dr. Célio Lopes Silva; e a terceira, a quarta, no caso, a vacina UFRJ-Vac, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, liderada pela Dra. Leda dos Reis Castilho.
São quatro vacinas importantes, um projeto de 15 vacinas, que a ciência brasileira - quero aqui referir aos cientistas brasileiros... Hoje a gente fala também dos médicos brasileiros, que estão fazendo um trabalho exemplar no combate à pandemia.
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Uma das repercussões do avanço da vacinação contra a covid-19 começa a tomar forma no Brasil e no mundo: governos e empresas estão anunciando regras para desencorajar a recusa aos imunizantes. Entre as políticas mais comuns, destaca-se a criação dos chamados "passaportes da imunidade", a proposta de que, para entrar em alguns lugares de convivência com outras pessoas, será exigido um documento físico ou digital que comprove a aplicação das doses que resguardam contra o agravamento de sintomas da covid.
Tenho recebido notícias de alguns governos estaduais e empresários que estão indo um pouco além e já estão implementando medidas que envolvam multa, demissão, redução de salários e o corte de benefícios a quem optar por não ser vacinado num cenário em que o produto esteja à disposição de todos. Nesse sentido, eu questiono se tais medidas serão suficientes para garantir a retomada das atividades econômicas e sociais de forma segura. Também questiono se essas medidas não aumentarão ainda mais.
Esses projetos, porém, são criticados pelo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Numa entrevista, no dia 27 de agosto, ele afirmou: "O passaporte não ajuda em nada. Você começar a restringir a liberdade das pessoas, exigir um passaporte, um carimbo, querer impor, por lei, o uso de máscaras e multar as pessoas, nós somos contra", argumenta o nosso Ministro da Saúde.
Mas há um ponto importante que eu quero ressaltar: devemos levar em consideração a realidade brasileira, a desigualdade na distribuição das doses... Como exigir comprovantes já em setembro, se muitas faixas etárias só estarão efetivamente imunizadas em duas doses entre outubro, novembro e dezembro, seguindo o calendário das cidades e Estados? Como exigir o passaporte vacinal de pessoas cujos Municípios tenham recebido quantidades limitadas de doses?
É o que se tem no meu Estado, por exemplo. Nós devemos fechar a segunda dose, Senador Girão, até o final de outubro. Seguramente outros Estados fecharão em novembro ou, quem sabe, mais tarde, por estarem com problema de distribuição das doses.
Também pergunto como estimar o perigo das novas variantes e o quanto elas conseguem driblar a imunidade dos indivíduos já imunizados. Meu posicionamento é baseado no conhecimento de que a vacinação não impede os cidadãos de se infectarem, isto é, contraírem o vírus, mas a vacinação reduz a letalidade da covid-19, segundo estudos e experiências no decorrer da pandemia.
Com uma das campanhas de vacinação contra a covid-19 mais rápidas, Senador Girão, Israel foi um dos primeiros países a exigir tais passaportes de imunidade dos seus cidadãos, em fevereiro de 2021. Autoridades locais estabeleceram o "passe verde", um documento necessário para ingressar em shoppings e museus, que era garantido a todo mundo que estivesse com duas doses no braço. Mas, adicionalmente à implantação do passaporte vacinal, Israel está realizando a aplicação da terceira dose aos seus cidadãos. Porém, eu trago aqui o relato de que 14 israelenses foram diagnosticados com covid-19, apesar de terem recebido a terceira dose da vacina, de acordo com dados do Ministério da Saúde israelense, relatado pelo Canal 12, na notícia de domingo.
De acordo com a rede, dois dos infectados, após receberam injeção de reforço, foram hospitalizados. Não ficou claro se os 14 contraíram o vírus antes ou depois de receberem o reforço. Tais ocorrências esporádicas não seriam suficientes para que as autoridades médicas tirassem conclusões sobre a eficácia geral da terceira dose da vacina no combate à variante Delta da doença. Que este exemplo sirva também para o Brasil.
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Enquanto isso, em uma reunião nesse domingo, os ministros do Governo israelense discutiam sobre a perspectiva de um novo isolamento social, Senador Girão, durante o período de feriados, em meio ao aumento de casos de covid naquele país, embora tenham vacinado toda a sua população com duas doses e já estejam aplicando a terceira dose.
Ainda sobre o assunto vacinas: vários países, inclusive o nosso, estão considerando a possibilidade de vacinar a sua população com uma terceira dose. Pergunto: baseado em quais tipos de informações? Com que segurança? Isto porque as vacinas estão sendo utilizadas com registro de emergência. Isto porque as vacinas estão sendo usadas com registro emergencial e não temos estudos conclusivos sobre a sua eficácia e segurança ainda. Temos estudos investigativos e provisórios. Onde estão os especialistas desta CPI para comentar os casos de infecção e de mortes ocorridas relacionadas a certas vacinas? Ou tal recomendação é meramente decorrente de interesse financeiro, Senador Girão, ou do mercado tritrilionário dessas vacinas?
Durante as discussões, a Ministra da Educação israelense argumentou que este tipo de conversa estava levando à instabilidade econômica e as pessoas estão ansiosas por seu sustento, afirma o relatório. Vimos os gráficos: não importa se os países impuseram isolamento ou não. Os gráficos de letalidade têm a mesma aparência. Eu trago esse relato aqui na CPI, pois há fortes acusações relativas ao isolamento social aplicado ao modelo brasileiro.
Ora, se um país como Israel, que tem experiência na condução da pandemia mais adiantada do que o Brasil, está questionando a eficácia do isolamento e também está experimentando dificuldades com seus imunizantes, eu vejo que está mais do que na hora de esta CPI chamar médicos de verdade, especialistas, virologistas de verdade que possam nos auxiliar na busca de opções razoáveis e eficazes no combate à covid-19.
Ao analisar dados de Municípios brasileiros que investiram massivamente na vacinação, eu voto a insistir: Serrana, São Paulo, no mês de janeiro, foi o primeiro Município brasileiro a completar 100% da vacinação. Letalidade hoje: 2,3. Município de Porto Feliz, São Paulo, também letalidade 1,38. Qual é a diferença, Senador Girão? Aplique o tratamento precoce discriminado, criminalizado aqui e em vários lugares do mundo, e tenha a letalidade de 1,38. Qual é a diferença?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não o da Pfizer, o tratamento do Brasil, senhor. O da Pfizer está em estudo e vai sair, mas o do Brasil custa R$70, R$80, R$90. Esse tratamento é aplicado no Brasil.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas a Pfizer...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Qual é o protocolo mesmo?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas a Pfizer diz que não tem nada a ver com cloroquina, com ivermectina, que essa doença...
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eu não estou falando do...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Que isso não é doença de vaca nem de boi e ivermectina é pra isso.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não, senhor! O senhor está enganado!
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Respondendo exatamente a V. Exa.
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O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - O senhor está enganado! A matéria que eu comentei dos Estados Unidos, a fala que foi comentada, dos Estados Unidos, não diz isso; diz que eles têm que cuidar com a dose, que a aplicada em boi e vaca é uma dose muito mais alta do que a dos medicamentos para humanos. Essa é a fala...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor não viu a resposta da Pfizer a esta CPI?
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não, eu não quero saber de resposta da Pfizer. Eu estou falando do que está acontecendo no Brasil, não é com a Pfizer. Estou tratando do Brasil e do que está acontecendo aqui. Esse assunto está hoje no mundo inteiro.
Satisfeito? Se não estiver, eu continuo.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Por favor, Senador Heinze, já ultrapassou 15 minutos, e o senhor falou que em dez terminaria.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eu ouvi por meia hora, 40 minutos, os colegas falarem, respeitaram e respeitei. Fiquei quieto.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Fora do microfone.) - Senador Heinze, é inquirição.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não, não é inquirição.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu não estou... Eu não estou cerceando a sua fala.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Então, deixe-me concluir.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu só estou falando para o senhor...
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - É, quando outros falam, podem ficar uma hora, e não tem problema. Por que a gente, quando quer falar de um assunto sério, sobre o qual esta CPI deveria se debruçar... Não é político.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Sério...
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não é política de eleições... Eu trato desse assunto sério, porque eu acho que esta CPI...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - A cloroquina, é muito sério.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - É muito sério, sim, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Claro! Mas eu estou dizendo que é!
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - A ivermectina também...
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - A mentira que você mesmo falou, o seu Estado é testemunha - o seu Estado é testemunha. Os médicos do seu Estado fazem um excelente trabalho.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Cloroquina e ivermectina.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eles usam lá.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O FDA acha que é remédio para gado, mas tudo bem.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eles usam lá. Não, eles usam no seu Estado. V. Exa. está contrariando os médicos do seu Estado.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - No meu Estado, o povo não é gado.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não é gado, mas usa ivermectina.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - No meu Estado, o povo não é gado.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Mas usa ivermectina, usa ivermectina, usa ivermectina.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas os médicos não estão proibidos de indicar esses remédios - não estão proibidos. Parece que até estão proibidos. Não!
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não estão.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, não...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não estão. Então, não há polêmica, não há polêmica nesse caso, Senador. Não existe uma proibição. Parece até que está existindo uma proibição de se receitar...
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Não existe.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... esse tipo de medicamento. Não há proibição legal para que os médicos exerçam...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Não, se proibir...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... a sua profissão. Então, às vezes, parece que está havendo.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Se proibição houvesse, seria a proibição de nós não ouvirmos isso aqui todos os dias. Esses remédios...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não há celeuma, não há... O médico tem o direito de receitar o que quiser. O médico pode fazer.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Todos os dias...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Senadora Soraya, todos os dias... O senhor é médico? O senhor é médico?
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Todos os dias... Eu desafio a pesquisa de Manaus que ninguém quer contrapor.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - O senhor é médico? O senhor é médico?
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eu falo por médicos, eu tenho assessoramento de médicos.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas os médicos já podem... Eles podem receitar.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Podem receitar.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Podem. Qual é a celeuma?
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Mas ele não é médico.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eu não sou médico, eu não prescrevo, mas aceito os médicos.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E vou pedir para V. Exa. concluir, por favor.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Qualquer um pode receitar.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Esta CPI chama de charlatões os governantes e médicos que fazem uso de medicamentos reposicionados e esta CPI tem promovido uma verdadeira guerra de reputação de quem ousar desenvolver protocolos médicos que usem diferentes possibilidades.
Aqui eu quero citar um cientista que V. Exas. chamam de charlatão: Dr. Flávio Cadegiani, que acaba de ser indicado, Senador Girão, para compor o quadro de pesquisadores na aliança de frente ao combate à covid-19 norte-americana, sediada nos Estados Unidos da América do Norte. Esse pesquisador publicou, junto com médicos americanos e croatas - John McCoy, Carlos Gustavo Wambier, Maja Kovacevic, Jerry Shapiro, Rodney Sinclair e Andy Gorren -, estudo com o medicamento proxalutamida. Este medicamento reduziu a mortalidade em pacientes com estágio mais avançado da doença, porém...
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Ivermectina, ivermectina.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Eu estou falando de proxalutamida. Escute! Eu já falei de ivermectina e posso falar de novo.
Porém, aqui no Brasil, este médico tem sofrido perseguições de cunho político e ideológico. Várias agências regulatórias e comitês têm questionado seus trabalhos, enquanto, em outros países, esse medicamento obtém registros e patentes para uso ao combate ao covid-19. Algo está errado, pois esse remédio foi recentemente registrado por uma indústria farmacêutica chinesa para uso na China, na Índia e em 28 países africanos. Aqui no Brasil, Senadores comentaram esta pesquisa.
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Esse moço esteve em Manaus, seu Estado. Ele e outros médicos lá descobriram, Senador Omar Aziz, a nova cepa do vírus. Aqui está o resultado. Criminalizam por questão política e ideológica aqui no Brasil, enquanto o mundo inteiro está aceitando o trabalho desse moço, especialista, cientista, que aqui é chamado de charlatão - cientista, Senador Girão! Temos que respeitar essas pessoas. Eu tiro o chapéu para eles, porque estão fazendo um trabalho sério.
E todos tinham que focar nessa questão. Aqui, é política, Senador Renan, política em cima de eleições. Há candidatos nesta CPI, os que já são candidatos a Presidente - PSDB, PMDB, PDT, PT, todos com candidato. O que nós estamos vendo aqui é a eleição de 2022; não é a pandemia, não são as mortes. Aqui, tem fatos concretos em que essa CPI tem que se debruçar, ver o que estão falando aqui, ver a questão do passaporte. Estou falando da... Foi colocado aqui que, em Israel e tantos outros Estados... Para isso estão fazendo isso aqui... Essa discussão nós tínhamos que fazer, sim, e ver, Senador Girão, o dinheiro do Consórcio do Nordeste e tantas outras coisas que não querem verificar; mais de 1.500 processos há, hoje, no Ministério Público Federal, na Polícia Federal, e infelizmente aqui ninguém quer saber disso.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Obrigado.
Sr. Ivanildo...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu estou trabalhando e estou investigando...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho, só um minutinho, só um minutinho, por favor!
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Vamos voltar ao depoimento! Vamos voltar ao depoimento!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho, só um minutinho.
Sr. Ivanildo, o senhor quer responder ao Senador Luis Carlos Heinze?
(Intervenções fora do microfone.)
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Senador...
Senador, eu acho que nem o Heinze entende...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Tem que responder ao Senador...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... o que ele próprio fala. Eu acho que nem o Senador Heinze entende o que ele próprio fala.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O Senador Heinze...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não. É que vocês não prestaram atenção. O Senador fez três questões: uma delas não é verdadeira, Senador, quando o senhor diz que essa CPI chama médico de charlatão. Não é verdade. Nós sempre defendemos que os médicos podem prescrever qualquer tipo de remédio dentro do ambiente hospitalar, está certo? Os que nós falamos que são charlatões não são profissionais de saúde; são pessoas que nunca entraram num banco de uma faculdade, nunca passaram na esquina de uma universidade, que ficam prescrevendo medicamento na internet. Isso aí, não! O senhor não está sendo justo com a gente; nós nunca chamamos nenhum médico de charlatão aqui.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - O Senador Renan...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Esse é o primeiro ponto...
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - O Senador Renan...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Pode parecer...
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - ... falou de Francisco Cardoso e Ricardo Zimmermann, médicos especialistas, cientistas. V. Exa. falou que eram charlatões. O Senador Renan falou aqui na CPI. Eu não me esqueço disso.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) - Senador Heinze, com todo o respeito, eu nem conheço essas pessoas, nunca nem ouvi falar.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Estiveram aqui, estiveram aqui, e V. Exa. saiu para não ouvi-los, falando que não ia ouvir charlatões. Eles estiveram aqui.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não.
O Sr. Ivanildo vai lá na... Em dez minutos, ele volta.
O próximo inscrito é o Senador...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O Sr. Ivanildo se assustou com o Heinze, saiu até correndo.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sr. Ivanildo, desculpa qualquer coisa aí, viu?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O Ivanildo está saindo correndo, Presidente.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não há nenhuma insinuação. O que nós condenamos é a pessoa que não é médico ficar prescrevendo remédio. Isso é diferente. Agora, também discordamos da questão de que não há um pensamento unificado. E, se houve uma redução de óbitos no Brasil, se deve a uma única coisa: às duas vacinas no braço do brasileiro. E foi essa a luta que nós começamos aqui quatro meses atrás, que era a de vacinar todos. Fazer justiça é vacinar todos os brasileiros.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Foi isso que dissemos no início da nossa reunião.
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A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Poderia esta CPI entregar para cada membro de cada Estado todos os documentos que já chegaram a esta CPI. Os do Rio Grande do Sul, entregar para o Senador Heinze... Entregar para todo mundo - Senador Girão, Senador Randolfe - os documentos respectivos, para que não haja essa questão, ou generalizem, que nós não estamos investigando Estados e Municípios. Eu estou com a minha equipe investigando Mato Grosso do Sul, que está lotada de documentos que já chegaram aqui. E as pessoas dizem, generalizam, que nós não queremos investigar Estados e Municípios.
Então, que a assessoria do Senador Heinze seja municiada com documentação.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Pela ordem.) - Senadora Soraya, com todo o respeito. Desculpe-me, com todo o respeito...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O Senador Rogério disse que teve que entrar com mandado de segurança contra a CPI porque não teve acesso a documentos.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não, não, mas preste atenção, Senadora Soraya.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu não estou entendendo isso.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Vamos... É fato - e aí eu peço desculpas à senhora -, é fato, todo o Brasil está acompanhando isto, está vendo isto: que a CPI não quer investigar, não quer rastrear corrupção em Estados e Municípios. Espere aí, não vamos dourar a pílula!
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não estou dourando a pílula, não.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - É fato, a gente tentou trazer aqui... A gente tentou trazer aqui o Consórcio Nordeste, tentou trazer aqui...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Presidente...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu concordo plenamente.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas não quiseram fazer isso.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - O povo desviou total do Ministério da Saúde...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas o Brasil não se resume ao Nordeste.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas a CPI era para fazer isso também.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas também...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Era para fazer. Não se marcou aqui oitiva para se ver isso.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas a CPI são seus membros - seus membros!
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Pois é, mas tem membro que quer, e a maioria não quer.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu estou preparando um minirrelatório para entregar para o Relator, o Senador Renan Calheiros, sobre o meu Estado de Mato Grosso do Sul. Nós recebemos muitos...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas a senhora não quer ouvir?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu vou entregar, e ele vai ler.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas a senhora não quer ouvir os gestores?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Claro que eu quero.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Então, tem que vir aqui na CPI. Não é para só entregar relatório.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Porém, não é só isso.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu estou suspendendo...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Temos que analisar o que temos.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Estou suspendendo por dez minutinhos enquanto...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Presidente, não seria melhor...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O Sr. Ivanildo tem que comer alguma coisa.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Pois é, então vamos suspender para ele fazer um lanche.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ele estará ali por dez minutos - só dez minutos. Só para ele fazer um lanche e voltar.
Aí, eu tinha dito que era o Senador Rogério Carvalho, porque o seu nome não estava aqui. Quando o senhor trouxe para mim, Senador Girão, eu... Me perdoe: como volto a repetir, o Presidente nunca erra, quem errou foi a Mesa, foi a Secretaria.
Então, ainda tem o Senador Marcos Rogério, o Senador Eduardo Girão e o Senador Rogério Carvalho. Como eu tinha me equivocado...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, me equivocado. Eu vou passar, primeiro, para o Senador Rogério e depois para o Senador Girão.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O Sr. Izalci é... Depois do Rogério, é o Senador Alessandro, a Senadora Leila e o Senador Izalci.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Tá.
Quem é agora? É o Girão?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, é o Rogério.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E a Senadora Soraya? Eu sou a última?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Sr. Presidente, de quanto tempo é o intervalo?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Dez minutinhos.
(Suspensa às 14 horas e 08 minutos, a reunião é reaberta às 14 horas e 28 minutos.)
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O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Retomando o depoimento do Sr. Ivanildo Gonçalves da Silva, o Senador Marcos Rogério tem a palavra.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, cumprimento o depoente e seus patronos que o acompanham.
Indago ao Sr. Ivanildo inicialmente: o senhor está na empresa desde quando?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Desde 2009.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Desde 2009?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - O senhor pagou algum boleto em nome de algum servidor do Ministério da Saúde diretamente?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - O senhor entregou algum valor em espécie ou em cheque a alguém do Ministério da Saúde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Já recebeu ordem para repassar dinheiro a alguém do Governo ou a algum Parlamentar ou a pessoa que não fosse da empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Nunca?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Bom, vou repetir o que disse ontem. Essa empresa está atuando no Ministério da Saúde desde 1998, tem contrato com o Ministério da Saúde desde 1998. Passou pelos Governos do PSDB, os dois Governos do PT, pelo Governo do MDB e ainda atua no Ministério da Saúde.
Até, pela lista que foi mostrada agora há pouco ali com saques feitos, você vê que esses saques, nesse relatório, começam em 05/01/2018. Não se sabe, Senador Girão, como foi antes disso, porque nós não temos acesso - e eu queria registrar para o Brasil saber: nós não temos acesso a esses documentos. Aos documentos que são sigilosos, os Senadores da base do Governo não têm acesso, estão proibidos de acessar, proibidos de investigar.
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Eu já reclamei isso junto ao Supremo Tribunal Federal. Estou aguardando o Supremo Tribunal Federal garantir o acesso dos Senadores que não foram autores dos requerimentos aos autos do processo. Nunca vi uma investigação onde investigadores não pudessem ter acesso aos autos de investigação.
Pois bem, mas fiz questão de fazer essas pouquíssimas perguntas ao Sr. Ivanildo porque é um servidor, é um funcionário da empresa, que cumpre suas tarefas. E aqui quiserem imputar a ele que ele teria pago diretamente boleto em nome de alguém que, ao tempo do pagamento, era servidor do Ministério da Saúde. Ele disse que não, mas a investigação está acontecendo. Há outros meios de provas a se aferir a veracidade ou não dessa alegação, mas dei a ele a oportunidade de responder diretamente.
Talvez o que esteja incomodando setores da Oposição aqui nesta CPI seja o fato de não haver um caso sequer de corrupção no Governo do Presidente Bolsonaro. Até agora rodaram em círculo o tempo todo e não conseguiram provar um caso de corrupção no Governo do Presidente Bolsonaro.
Outro aspecto: no Governo do Presidente Bolsonaro, não há proteção a quem quer que seja. Se porventura venha a praticar ou tenha praticado ilícitos, não há proteção, não há blindagem. Aqui está outra diferença deste Governo para Governos do passado.
O brasileiro não tem memória curta, o brasileiro se lembra muito de como foram os últimos anos áureos da corrupção endêmica, sistêmica, estrutural, que desviou bilhões e bilhões do Brasil. Corrupção direta da Petrobras, estatais e ministérios e a corrupção do ponto de vista do desvio de finalidade, dinheiro público brasileiro saindo do Brasil para financiar obras em Cuba, Venezuela e tantos outros países de esquerda no mundo, R$60 bilhões.
Vai vendo Brasil!
Hoje fala-se aqui em corrupção do Governo Bolsonaro: "Ah, o maior escândalo". Vai ver. Quando você busca saber, nenhuma prova, nenhuma evidência, nenhum centavo de real pago, mas falam em corrupção. E, aí, quando vão falar do passado: "Não, porque a Justiça inocentou". Vá lá falar para o Paulo Roberto Costa, vá devolver para o Paulo Roberto Costa o que foi roubado. Vá devolver para o Cerveró o que foi roubado. Vá devolver para tantos outros, porque certamente a Justiça errou, e eles erraram também ao assumir culpa onde não tinham. Será que é isso?
Existe a narrativa da corrupção e existe o fato corrupção evidenciado e de conhecimento público e notório do Brasil inteiro.
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E, repito, nenhum Governo está livre de ter dentro dos seus quadros alguém que tenha desvio de conduta. A diferença está em como o gestor vai encarar esse fato, como vai lidar com ele, com tolerância, com proteção ou do jeito que manda a lei? Talvez essa seja a grande incomodação.
Mas eu não quero me alongar com relação aqui à fala do Sr. Ivanildo, porque é uma pessoa simples, um homem trabalhador, que cumpre suas tarefas e que está aqui acompanhado dos seus advogados. Perguntaram para eles se foram contratados por ele ou pela empresa. Olha, que injustiça, hein? A empresa seria... Não fez mais do que a obrigação a qualquer funcionário: se está no ato, no exercício, e se, em razão disso, está sendo convidado a depor, é a empresa que tem que acompanhar com o advogado. E não quero tratar com menoscabo os representantes da advocacia neste ambiente de CPI.
Mas eu queria tratar de um outro assunto que no começo foi introduzido aqui na CPI - embora não tivesse nada a ver com o assunto, trouxeram esse assunto. E, já que falaram, eu quero traçar aqui algumas breves considerações em relação às manifestações, Senador Girão, porque falaram aqui, criminalizaram as manifestações. Esqueceram que o art. 1º da Constituição Federal vai dizer que o poder emana, nasce do povo - o poder nasce do povo. O problema é que, nesses tempos hodiernos, muita gente parece se esquecer de que o dono do poder é o povo e não os encastelados. O povo é detentor do poder. Quando esse povo não se vê respeitado, acatado em suas pretensões legítimas, quando há desrespeitos, desrespeito aos valores fundamentais, quando há violação às liberdades, ele se faz ouvido, como está sendo agora no Brasil.
Foi o tempo em que o povo tinha que receber informações enlatadas num editorial de uma via só, de mão única, sem que as pessoas pudessem checar, conferir, discordar, condenar, participar, se fazer ouvidas. Foi o tempo. Hoje, com um telefone na mão, com um smartphone, qualquer cidadão tem acesso, e, a internet, popularizada quase no Brasil inteiro, chegando à mão da maioria dos brasileiros. Em todos os cantos do País, todos estão conectados. Foi criada uma rede de comunicação. Não há mais o monopólio da comunicação. A comunicação está democratizada. Com a conectividade, o brasileiro não é só um receptor, é também um comunicador; o cidadão não só recebe conteúdo, também transmite, também produz, dá opinião, concorda, diverge, se manifesta.
Muitos ainda não acordaram para esta nova realidade. Ainda estão no tempo das cavernas, acham que controlam alguma coisa, que o povo é que o serve. O mundo mudou, as pessoas mudaram, não aceitam mais serem desrespeitadas, ultrajadas, ignoradas.
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Agora, não é de agora que acontecem manifestações. Agora, há uma diferença. As manifestações têm colorações diferentes a depender dos tempos: nós já tivemos manifestações estudantis, e ainda temos; já tivemos manifestações dos caras-pintadas; já tivemos manifestação vermelha; já tivemos manifestação dos black blocs; agora nós temos manifestação verde-amarela. Agora, as manifestações são verde-amarelas, com pessoas que trabalham, produzem; são pecuaristas, são agricultores, comerciantes; gente que paga para vir.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Fora do microfone.) - Igrejas.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Igrejas. Mas querem criminalizar o povo. É o rabo tentando mandar no cachorro, Brasil! O poder emana do povo, mas aqui, não; tentam criminalizar o povo. É isso! E alguém chama isso de democracia: "Não, não, não. Isso aqui é atentado contra a democracia". Como? O povo agora é ameaça à democracia? Como é que agem essas pessoas nessas manifestações? Aqui há outra diferença: manifestações pacíficas, ordeiras, sem quebra-quebra, sem violência. É a força do povo pelo próprio povo. Tem muita gente com medo do povo. É natural; de repente, esteja desconectado do povo. Mas negar a legitimidade de o cidadão se manifestar é uma inversão da lógica representativa. Não dá! Não dá! Sabe, nós somos representantes do povo, não somos representantes de nós mesmos. Representamos o povo, a nossa gente. Quando essa representação não é adequada, não corresponde à vontade dos representados, há queixas, há protestos, há manifestações. Não tem que ter medo; tem que ter respeito. Tem que ter respeito, acatamento.
Brasília, Senador Girão, deve ser tomada por um mar de gente - pessoas de todos os Estados, de diversos segmentos -, além do que vai acontecer em cada região do País. Gente na rua, com bandeiras - não vermelhas; verde-amarelas. E pode ser que tenha movimentos também com bandeira vermelha em outro canto. E daí? É povo, é gente! Gente movida pela fé, com a força da fé, patriotas, clamando por Deus, pela Pátria, pela família. E alguém vai dizer que não pode? Criminalizar as garantias e liberdades é um atentado à democracia. Isso é golpe! Tem gente que diz defender a Constituição, mas nega a Constituição Federal. As instituições existem para servirem ao povo, o povo brasileiro, e não o contrário. Temos que defender, Senador Girão, as instituições, mas não podemos aceitar que ninguém venha se achar acima da lei e da Constituição Federal. A lei é para todos e a todos vincula.
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Então, eu queria, Sr. Presidente, finalizando a minha fala, dizer que nós estamos dentro de uma CPI com a legitimidade própria de ser um instrumento de controle político da administração. Aqui é o foro próprio do Parlamento para o exercício pleno do controle da administração. Nós temos poderes, mas não temos todos os poderes, não temos todo o poder. Há limitação. Aqui também deve viger o devido processo, o respeito às regras, senão carece de validade todo e qualquer ato praticado por esta CPI.
E alerto nesse momento: o que está sendo feito na CPI, desde o dia em está sendo negado acesso aos autos do processo - vou dizer em alto e bom tom -, é prova nula de pleno direito. É prova produzida com vício, porque são provas que embora resguardadas por sigilo, esse sigilo não se estende, não se aplica aos advogados das partes e não se aplica aos Senadores investigadores investidos da função de membro desta CPI. Vou reiterar: esta é uma condição que invalida o conjunto probatório em poder desta CPI.
(Soa a campainha.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - E faço um apelo à Presidência: que corrija tais vícios tempestivamente, sob pena de tudo o que foi feito aqui servir para nada, porque, repito, podemos muito, mas não podemos tudo. E devemos jogar dentro das regras constitucionais e do devido processo legal.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Obrigado, Senador Marcos Rogério.
Respondendo V. Exa., só para deixar claro, a decisão da restrição ao acesso, da limitação ao acesso foi tomada pelo Presidente Omar Aziz a partir de duas decisões do Supremo Tribunal Federal. Uma primeira decisão exarada pelo Ministro Ricardo Lewandowski e, posteriormente, a Senadora... Perdão, a Ministra Cármen Lúcia emitiu uma decisão chancelando o procedimento do acesso.
Eu quero antecipar que eu tenho pleno acordo com V. Exa. Eu acho que nós devemos voltar ao status anterior. É essa a minha opinião, é o que eu tenho defendido, inclusive, junto aos meus colegas de direção desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Foi inclusive... A mesma reclamação que V. Exa. tem feito, eu quero aqui ser testemunha, o Senador Renan Calheiros, Relator desta CPI, também tem destacado.
Eu quero inclusive sugerir, sugerirei ao Presidente Omar Aziz... E eu queria assim chancelar a fala de V. Exa., eu acho que nós poderíamos inclusive oficiar o Presidente, em virtude até das razões aqui expostas por V. Exa. para ter um procedimento que mantenha o sigilo, mantenha a preservação de sigilo, mas obviamente possibilite que todas as Sras. e Srs. Senadores membros desta Comissão Parlamentar de Inquérito, por óbvio, tenham acesso à toda documentação que aqui está. Eu estou querendo só assim chancelar a preocupação de V. Exa.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Agradeço a V. Exa., Sr. Presidente.
Apenas para deixar ainda mais evidente o que nós estamos falando aqui, decisão proferida em sede de mandado de segurança produz efeito entre as partes. Então, esse efeito vinculante erga omnes é uma jabuticaba criada aqui que não se aplica. Por mais que haja...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito. Assim, sem querer aqui advogar, mas a decisão de S. Exa. o Presidente Omar Aziz, na verdade, foi de uma decisão prolatada para a Comissão Parlamentar de Inquérito.
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Mas eu quero concordar com V. Exa. E queria até dizer mais, eu acho que esta CPI... Eu queria... Aliás, eu tomo até... Ad referendum do Presidente - ad referendum do Presidente -, eu encaminho aqui à Secretaria que comunique ao Supremo Tribunal Federal, estabeleça... Eu acho que é o caso de embargo de declaração junto ao Supremo Tribunal Federal sobre qual procedimento deve ser adotado por esta Comissão Parlamentar de Inquérito para, em primeiro lugar, garantir a preservação do sigilo dos documentos que para cá vêm; em segundo lugar, ao mesmo tempo não impedir, por óbvio... Porque eu concordo aí com o Senador Marcos Rogério que todos os membros desta CPI tenham acesso.
Então, eu queria recomendar, determinar à Secretaria que providencie junto, que determine à advocacia do Senado para proferir, se for o caso, embargo de declaração ou a figura que for necessária junto ao Supremo Tribunal Federal, para assegurar o óbvio, que é o acesso a todos os membros desta Comissão Parlamentar de Inquérito.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - Agradeço V. Exa., Sr. Presidente. E há inclusive um mandado de segurança com que ingressei no Supremo tratando justamente dessa questão, e ele...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Uma alternativa, inclusive, pode ser isso.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) - É. A notificação foi feita à CPI para que se manifestasse como coatora, o Presidente no caso, em relação a esse pleito.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Até aproveitando, eu acredito que a manifestação da CPI deve ser inclusive favorável à petição de V. Exa. no âmbito desse mandado de segurança.
Eu queria até determinar orientar à Secretaria que assim informasse à advocacia do Senado para, se esse for o remédio jurídico mais adequado, até apresentar petição, nos termos inclusive exarados e requeridos pelo Senador Marcos Rogério.
Próximo inscrito, o Senador Eduardo Girão.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Desculpe, Senador Girão.
Logo em seguida, os Senadores Rogério Carvalho, Alessandro Vieira, Leila Barros e Izalci Lucas.
Senador Eduardo Girão, por gentileza.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Para interpelar.) - Muitíssimo obrigado, Senador Randolfe Rodrigues, Presidente dessa sessão eventual.
Seja muitíssimo bem-vindo, Sr. Ivanildo, aqui a esta Comissão. Os seus advogados: Dr. Alan Diniz, Dr. Diego Guedes. Inclusive, cumprimento o senhor, tão jovem, mas tão firme nas suas convicções, não se deixando absolutamente intimidar por nenhuma situação. Isso é muito positivo.
Nós estamos aqui para buscar informações, para cumprir o nosso dever dentro das possibilidades que temos, não é? Então, é muito importante o que o Senador Marcos Rogério falou agora há pouco. Eu queria lhe dar os parabéns, Senador Marcos Rogério, pela sua lucidez nas falas, porque nós começamos esta CPI hoje aqui com muitos colegas colocando como atos antidemocráticos no próximo dia 7 de setembro. E pelo menos não é isso que eu vejo acontecer nas ruas, nos mercados, nas feiras. Igrejas se mobilizando. Pessoas de todas as idades, famílias inteiras se mobilizando, algo que... Como o senhor falou, está previsto na Constituição Federal, o direito à livre manifestação. E isso é saudável para a democracia. Inclusive quem é contra, quem é a favor, sempre com o respeito de forma pacífica. E pelo que me parece, os atos do dia 7 de setembro estão sendo, pelo menos assim... Sempre tem algum tipo de exceção. A gente tem que ter cuidado. Mas nos últimos atos que ocorreram, organizados por essas pessoas, foi tudo pacífico - mas traz a verdade, e isso, muitas vezes, incomoda.
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O que a gente vive hoje no País... Eu acho que esse vai ser o principal grito de liberdade no dia 7 de setembro: é caçada que a gente está vendo à liberdade de expressão, conservadores sendo perseguidos, seja por tribunais superiores, pela própria CPI, como a gente está vendo, jornalistas sendo citados aqui, sites, blogues desmonetizados... Eu queria ver essa eficiência toda dos tribunais superiores em desmonetizar, ir atrás de fake news e tudo contra o crime organizado, contra pessoas que estão aí declaradamente atentando contra a vida de cidadãos. Eu queria ver essa eficiência do nosso Supremo Tribunal Federal, por exemplo.
O que a gente está vendo aqui - eu vou fazer algumas perguntas para o Sr. Ivanildo - é: foram R$4,7 milhões em saques, um número realmente alto durante esse período, desde 2018. Nós não pudemos ver... Eu queria ter... Eu estou com curiosidade de saber o que é que houve em 2017, o que é que houve em 2016, o que é que houve em 2015, mas não foi apresentado para a gente. A gente não teve acesso, como muito bem colocou o Senador Marcos Rogério, por uma decisão equivocada aqui desse sigilo, mas eu vou perguntar. O que eu posso fazer é perguntar sobre isso.
Por exemplo, o senhor trabalha, Sr. Ivanildo, na VTCLog desde 2009 - o senhor falou aqui -, sempre na função de motoboy. O senhor, durante todo esse período, portanto desde 2009, sempre fez esses tipos de saques altos, pagamentos de boletos, fez entregas de faturas no Ministério da Saúde e sempre circulou com esse volume de dinheiro? Queria lhe perguntar sobre isso.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, como o senhor está citando a data, desde 2009 que eu entrei na empresa. Então, teve certos momentos que eu trabalhava nos setores, então eu não tinha acesso a saques nessa época de 2009, nem 2015, 2016. Como eu prestava serviço no departamento de faturamento da empresa, como nota de crédito, eu circulava em devidos lugares, como o Ministério da Saúde. E, depois, mais na frente, é que aí eu fui trabalhar no financeiro da empresa.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mais na frente, exatamente em que ano?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não tenho preciso, mas eu creio que é 2018, ali no início...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Em 2018, o senhor começou a fazer...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não lembro bem.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - ... saques, não é? Mais ou menos nesse período, começou a fazer saques.
Mas, antes, a empresa também... O senhor tem informação, por exemplo, se outros motoboys que trabalhavam antes do senhor faziam saques também nesse período? Era comum?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não é do meu conhecimento, senhor.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Tá.
É porque, como foi bem colocado aqui, essa empresa vem aí transitando por vários governos, não é? PSDB, PT, MDB, o atual Governo. E é bom a gente ter noção com relação a esse tipo de procedimento, se é algo novo ou se é algo que é uma política da empresa, como a gente já viu aqui o que foi mostrado - em 2018, já começou a ter saques altos também, ou seja, já vem de um de muito tempo isso e de outros governos.
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Ainda durante esse período, o senhor lembra de ter feito alguma entrega de pen drive ou outra encomenda que não faturas da Voetur ao Ministério da Saúde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Alguém da VTCLog orientou o senhor sobre o que deveria responder aqui na CPI?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Inclusive, eu o cumprimento, porque o senhor está respondendo a tudo que a gente está perguntando. Não estou vendo nenhum tipo de preocupação, por querer esconder alguma coisa, a verdade. A gente vê que o senhor é uma pessoa muito simples, humilde, caridosa, inclusive. Eu o cumprimento. Tentou desenvolver um projeto social, não é? Isso é muito importante nos tempos de hoje.
Alguém aqui desta CPI, de alguma forma, o procurou para depor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - O senhor está sendo ameaçado de alguma forma por alguém? O senhor se sente... O senhor teme pela sua segurança?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não estou sendo ameaçado até o momento, que eu perceba, por ninguém. Agora, devido a valores lançados em mídia, um pouco eu fico com receio, assim, pela minha pessoa, não pela empresa em que eu presto serviço. Mas, pelo que está estampado na mídia, eu me sinto assim um pouco coagido, assim meio com receio, não é?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Pelo nome estar aparecendo...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Meu nome está aparecendo.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - ... na imprensa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Pelos valores que o senhor transportou, agora o senhor fica receoso.
Antes, tinha... Acho que o Senador Renan Calheiros até perguntou sobre isso. Eu queria só ratificar. Quando o senhor ia sacar esses valores altos, tinha uma escolta de segurança, tinha alguém para protegê-lo em uma eventual saidinha bancária ou alguma coisa desse tipo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, nunca teve escolta, porque, no momento que eu ia fazer o serviço, inúmeras vezes, eu sempre executava o meu serviço lá no banco mesmo. Então, eu não me sentia com medo nem pedia a proteção de ninguém.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Era do banco para a empresa e da empresa para o banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Do banco para empresa e, às vezes, em outro banco. Só que, quando eu ia a outro banco, eu não saía carregando dinheiro.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - E a sede está no Guará? A sede em que o senhor trabalha é no Guará?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É. Lá acho que é Guará, não é? É o setor de cargas, de armazenamento.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Setor de cargas? Ah, tá!
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É Guará e SIA.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Mas não é próximo ao aeroporto, não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Certo.
Qual a sua relação com Marcio Morais, que é o outro motoboy que fazia saques e entregava também? O senhor tem algum tipo de relação de amizade com o Sr. Marcio Morais?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a minha relação era só, no momento, profissional, em que eu trabalhava na empresa. A gente se via, de vez em quando, lá na empresa. Só que ele fazia um setor, e eu ia para outro.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Perfeito!
São dois motoboys na empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, antes tinha mais, né?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Diminuiu?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Diminuiu.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Tá.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Desculpa, Senador Girão! Por gentileza...
Antes quando, Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Há muitos anos, porque a empresa foi, devido... Foi cortando os funcionários.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Entendi.
Hoje é você e...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Hoje, no financeiro, sou só eu.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Só você?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É. No financeiro, só eu.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Está bom, perfeitamente.
Desculpa, Senador Girão!
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Não, tranquilo!
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Já repus seu tempo.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Para interpelar.) - Obrigado, não precisa.
Com quem o senhor conversou desde a última segunda-feira, que foi a data da concessão do seu habeas corpus? O senhor conversou... Além do seu advogado, obviamente, com quem mais o senhor conversou?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, teve alguns repórteres que me ligaram perguntando. Primeiro, fui pego de surpresa, que eu não sabia. Quando ele entrou em detalhes de alguns valores, eu especifiquei para eles a forma como eu trabalho. E também não entrei muito em detalhes. E nada mais a declarar.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Alguém da empresa, além do advogado, entrou em contato com o senhor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, na empresa os meus contatos... Eu sempre estava presente no meu serviço, mas em termos de contato, assim, eu não tenho, a não ser o pessoal do jurídico, que perguntou: "Ivanildo, olha, você quer falar, fala a verdade, você está à vontade para falar o que você quiser à vontade". Então, eu de forma alguma... Falei: "Olha, já falei o que eu tinha que falar, que é justamente dentro do que eu estava trabalhando". E já adiantei.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - O senhor, na época que entrou na empresa, foi indicado por alguém? Foi através do currículo? Como é que foi?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Na época, quando eu entrei na empresa, eu trabalhava com uma empresa de motoboy. O pessoal prestava serviço lá e me indicou. Só que aí eles me devolveram, mas no período, de repente, eles recontrataram todos os motoboys para ficarem diretamente pela empresa. Eu era prestador de serviço, mas era pouco período. Aí eu passei a oficializado no quadro da empresa.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - E o senhor, Sr. Ivanildo, em algum momento, o senhor não se perguntou assim sobre os riscos, as implicações do seu trabalho, trabalho que o senhor desenvolvia, questão inclusive desses saques tão altos... Passou pela sua cabeça que, de alguma forma, pudesse ser algo ilegal?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - A sua segurança, o senhor se preocupava com relação a andar com esse dinheiro todo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor. No início, como eu estava dizendo, no primeiro momento, eu fiquei meio assim, mas depois eu não... Eu me sentia tranquilo. Eu acho que dentro do que eu fazia, eu não via muito medo, não ficava com medo.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Perfeito. Graças a Deus, não aconteceu nada.
Mas eu queria, Sr. Presidente, me encaminhando para o final, realmente, fazer a colocação: como é engraçado, Sr. Marcos Rogério, Senador. Como é interessante, R$4,7 milhões de saques nesses dois ou três anos, que realmente é um valor que a gente precisa - é trabalho nosso - se aprofundar. Mas os R$48,7 milhões - dez vezes mais - pagos à indústria da maconha pelo Consórcio Nordeste, sem nota fiscal, e que até hoje, um ano e meio depois, não entregou nenhum respirador... Gente morreu, nordestino morreu por causa disso. Ninguém quer investigar nesta CPI. Eu não sei se é porque, de uma certa forma, se tem aí dois ex-ministros supostamente envolvidos, de Governos anteriores. A CPI, infelizmente, blinda de forma explícita pessoas que eram para estar sentadas, como o Sr. Ivanildo, aí. Por que não se sentam? Só porque são poderosos? Era para estarem sentados para prestar esclarecimentos para a gente, como o Sr. Ivanildo, de forma muito íntegra, correta, verdadeira, faz aqui. É isso que eu percebo, a vontade de ajudar. Mas nós vamos continuar fazendo o nosso trabalho para descobrir toda a verdade, doa a quem doer. Se tiver erro no Governo Federal, temos que ir atrás e demonstrar; se tiver em governos estaduais e municipais, que esta CPI, repito, não quer ouvir, não quer olhar, não quer falar, mas nós vamos cobrar, até o último momento, aqui, pra que se faça a justiça, porque a paz, Senador Marcos Rogério... Existe o verbo "pazear", no Dicionário Aurélio: "Eu pazeio, tu pazeias, ele pazeia; nós pazeamos, vós pazeais, eles pazeiam". Paz é ação; não é omissão. Não é colocar as coisas embaixo do tapete. Isso é indiferença. É a antítese da paz.
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E eu acho - pra finalizar de verdade - que as manifestações do dia 7 de setembro têm muito a ver também - e o povo vai gritar - com a omissão do Senado Federal, que não quer pazear, que não quer agir com relação ao seu preceito constitucional, que é investigar ministros do Supremo, dos tribunais superiores, que eventualmente possam ter tido também desvio de conduta.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância, e muito obrigado, Sr. Ivanildo e os advogados.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Muito obrigado, Senador Girão.
Antes do próximo, que é o Senador Rogério... Sr. Ivanildo, uma pergunta, assim, que me chamou a atenção: você levou um pen drive ao quarto andar neste ano, não é isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Porque...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você pode puxar o microfone?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, eu lembro que eu... A única lembrança que eu tenho é que eu fui lá, levei um pen drive, entreguei na mão do...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - No quarto andar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - No quarto andar.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Você chegou a entregar em outros momentos pen drive? Chegou a fazer, assim, se recorda se, em outras circunstâncias ou outros momentos, o senhor chegou a levar ao Ministério da Saúde ou a algum outro lugar pen drive?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, né?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não me lembro.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente.
Senador Rogério Carvalho.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Para interpelar.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Antes de mais nada, eu queria fazer a leitura aqui de um amigo do Rio de Janeiro, o Gílson. Ele diz assim: "Por favor, se puder lembrar àqueles que têm defendido determinadas posições do Governo Bolsonaro que o poder emana do povo, sem nenhuma dúvida, mas pelo voto e não pela força e com demonstração de força ou campanhas antidemocráticas". Isso aqui é do nosso amigo Gílson, do Rio de Janeiro. Manda um zap pra gente, lembrando que o Governo Bolsonaro...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - E, Senador Rogério, só lembrando: ainda há pouco foi falado em omissão. Temos que destacar, Senador Marcos, também 131 pedidos de impeachment que estão omitidos na Câmara dos Deputados em relação ao Presidente da República. É importante essa lembrança que eu ouvi ainda há pouco, de omissão. Omissão feita neste Congresso Nacional.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Não, isso é muito importante...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Vou repor o tempo de V. Exa.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Essa lembrança de V. Exa. é muito importante, porque se trata da omissão de averiguar ou investigar os crimes mais graves cometidos por um Presidente, que são os crimes de responsabilidade, que só o Presidente da Câmara tem poder para iniciar a investigação sobre crime de responsabilidade, sob autorização do Plenário da Casa do Povo, que é a Câmara dos Deputados.
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Sr. Ivanildo, eu entendo que o senhor, aqui, na condição de trabalhador, de funcionário de uma empresa, cumpria tarefas, certo? Eram delegadas ao senhor tarefas e, muitas vezes ou na maioria das vezes ou em quase 100% das vezes, o senhor não questionou qual a motivação, nem pra quê, nem por que o senhor estava cumprindo aquela tarefa. O fato é que o senhor está aqui por uma suspeita de que V.Sa. pode ter sido usado para sacar dinheiro para distribuição com finalidades nada republicanas ou legais, certo? E, obviamente, que o senhor disse que a sobra desse dinheiro vai pra uma pessoa, uma terceira pessoa, que era da área financeira da empresa. O senhor citou o nome dessa pessoa aqui. Mas quem deve saber efetivamente onde esse dinheiro era... pra quem esse dinheiro era entregue é a Sra. Andreia Lima, que é a presidente, diretora da VTCLog. Portanto, aqui eu queria dizer pro senhor que o senhor cumpriu uma tarefa que não o incrimina, porque o senhor estava sob ordens, e não cabia ao senhor saber e nem questionar determinadas questões.
Apesar de dizerem aqui e bradarem que este Governo é o Governo que não tem corrupção, que esse Governo combate a corrupção, na verdade este é o Governo que tem colocado o Brasil como pária internacional. O Brasil é hoje o país visto como ecocida, ou seja, que tem destruído parte do nosso maior ativo, que é o ativo ambiental. O Brasil é visto hoje como um país que tem um governo autoritário ou que flerta com o fascismo. O Brasil é visto hoje como um país que está sob investigação de ter praticado genocídio no combate da pandemia. E nós, através dessa CPI, estamos investigando e já temos elementos mais do que de sobra pra mostrar que houve corrupção no Governo do Presidente Bolsonaro. E esses fatos que a gente viu aqui, que foram expostos, de recursos sendo transitados de uma empresa, saques em dinheiro, entrega de pen drive em órgão público, tudo isso levanta suspeitas e dá concretude para além da tentativa que a CPI impediu de a corrupção se concretizar. Impediu porque evitou o contrato da Covaxin, impediu o contrato da Belcher, impediu o contrato de outras empresas que tentaram vender vacinas superfaturadas ao Ministério da Saúde, graças ao trabalho da CPI.
Então, nós estamos aqui... E essa CPI tinha como uma função muito clara que era garantir a investigação sobre essas 580.525 mortes - no período da CPI já são quase 300 mil mortes, que cresceram. Mas a gente descobre que, quando a gente começa a investigar, parece que o Governo Bolsonaro tinha um grande balcão de negócios com indícios claros de corrupção que não podem ser varridos para debaixo do tapete, na intermediação de tudo que é insumo dentro daquele ministério.
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Para o senhor, eu quero fazer uma pergunta. O senhor se tornou de confiança da empresa. O senhor conhece o Sr. Carlos Alberto de Sá?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Conheço.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Ele é o dono da VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Ele e mais outro... Sim, ele é o dono.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Pois bem, vamos contar agora um pouquinho da história do Sr. Carlos Alberto de Sá - o Carlinhos - e de como ele conseguiu receber milhões do Ministério da Saúde, Sr. Presidente.
A VTCLog se utilizou de diversos artifícios - não sei se o senhor sabe - não republicanos para conseguir o tal reajuste no contrato com o Ministério da Saúde. Como se não bastasse o surgimento misterioso da VTCLog, substituindo um setor do Ministério da Saúde, o Carlinhos, que é dono da empresa, se valia do tráfico de influência para conseguir vantagens junto ao Ministério da Saúde. Esse tal reajuste encontrou resistência inicial no Pazuello e na própria área técnica do Ministério da Saúde.
O parecer técnico do ministério apontou que a proposta da VTCLog poderia se mostrar desvantajosa para a administração pública, podendo até mesmo caracterizar sobrepreço - sobrepreço. Daí, o Carlinhos tentou driblar essa recomendação da área técnica por meio de um amigo poderoso chamado Flávio Loureiro de Souza e não conseguiu burlar. V. Sa. conhece o Flávio Loureiro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - O senhor fez alguma entrega para ele? Também não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) - Esse Flávio Loureiro é amigo do Presidente da Câmara, Arthur Lira, também do Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do Flávio Bolsonaro, mas, como eu disse aqui, ele não conseguiu convencer de que deveria mudar o contrato e os valores da VTCLog.
O Carlinhos busca, então, um outro amigo poderoso com um nome muito parecido, um outro Flávio: o Flávio de Souza. Veja que o Flávio Bolsonaro, o Arthur Lira e o Ciro Nogueira não conseguiram - a pedido do Flávio Loureiro, que fez gestões para ampliar o contrato da VTCLog - sucesso.
Mas o Flávio de Souza, conhecido como Flavinho, este, sim, tem fácil acesso à cúpula do Progressistas, é amigo do Ciro Nogueira e do Flávio Bolsonaro. O tal Flavinho, segundo denunciou a imprensa, sofreu uma traição ou algo do tipo com algum desses poderosos e, para não tornar o fato um escândalo público, exigiu, como contrapartida, assinatura do reajuste ilegal do contrato da VTCLog. Veja como o Sr. Carlinhos de Sá é habilidoso e veja como ele foi buscar apoio para resolver o problema de contrato de uma empresa privada com uma empresa pública. Veja aonde chegamos no Brasil. Vai vendo, Brasil! Vai vendo, Brasil! Um contrato irregular com dinheiro público foi assinado pelo Roberto Dias para abafar um escândalo de ordem pessoal e particular de algum poderoso. Vai vendo, Brasil, onde nós estamos. O Governo que combate a corrupção. O Governo que, na verdade, bota debaixo do tapete e tenta esconder tudo o que pode lhe incriminar.
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Outro detalhe é que a pessoa que está envolvida nessa questão da traição, daqui para acolá, hoje tem uma assessoria especial na Presidência do BRB, o mesmo banco que facilitou a compra da casa - veja só - do filho do Presidente, Flávio Bolsonaro, e que é presidido por um indicado do Partido Progressistas. Tirem suas próprias conclusões: como é que vamos encurralar ou como é que vamos aqui cobrar de um funcionário que foi usado por tantos poderosos para benefício próprio que ele possa revelar alguma coisa num esquema tão poderoso como esse? Os verdadeiros culpados são aqueles que fizeram um balcão de negócios dentro do Ministério da Saúde, e aqui podemos enumerar: o Presidente Bolsonaro, o Ricardo Barros, o Pazzuello, o Elcio Franco, o Roberto Dias e podemos dizer que parte das lideranças maiores do PP.
A pergunta que não quer calar: quem é o poderoso político que usou do dinheiro público para evitar a publicização de um escândalo privado? Quem foi esse político? Vamos deixar isso no ar, porque isso é uma coisa muito séria. Alguém ganha um contrato milionário, como foi dito aqui por várias pessoas, porque o dono da empresa consegue usar alguém para chantagear um poderoso, e esse poderoso consegue garantir a ampliação do contrato. Este é o Governo sério? Este é o Governo sem corrupção? Este é o Governo da enganação, Brasil - está vendo aí, Brasil? -, este é o Governo da enganação! Este é o Governo que tenta fazer a população de tonta.
Agora mesmo, já voltando aqui para um outro tema, estão oferecendo o pagamento de passagem para quem estiver na Baixada estar no dia 7, ir e voltar para o ato. Então, este é o Governo que compra, é o Governo que agride a democracia, é um Governo que quer manter a Lei de Segurança Nacional, que vai vetar a lei do Estado democrático de direito naquilo que revoga a Lei de Segurança Nacional, porque este é um Governo de face autoritária e é um Governo que está se mostrando eivado de iniciativas que comprometem a administração pública ou um Governo que está cheio de suspeitas de corrupção.
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Aqui se falou sobre Petrobras, aqui se falou sobre determinadas questões, mas a gasolina era três e pouco, o gás de cozinha era menos de... Era R$50, R$45, R$35. Talvez a maior corrupção que este País esteja vendo é na forma como se define o ganho dos acionistas privados da Petrobras; é na forma como este Governo quer vender os Correios, para transferir para a iniciativa privada o monopólio postal. O senhor já viu isso, Sr. Presidente? E este é um Governo sem corrupção, ou seja, é um Governo que não faz privatização para acabar com o monopólio: ele faz privatização para manter o monopólio num operador privado. É isso que está em discussão por medida provisória.
Este é o Governo que pega as refinarias da Petrobras e transforma em empresas subsidiárias, para vender sem prestar contas ao Congresso e ao povo brasileiro. Este é o Governo que fechou, no meu Estado, toda a exploração de petróleo em terra e diminuiu a atividade a quase zero da Petrobras, no Estado de Sergipe e em todo o Nordeste, para transferir para terceiros, para fazer lucro e distribuir dividendos de forma rápida para os acionistas privados da Petrobras.
É este mesmo Governo que levou a 580.525 mortos por conta da pandemia, porque tinha como único propósito ampliar o contágio para ter imunização de rebanho, pelo contágio; que propôs o uso de substâncias sem nenhuma comprovação científica. Hoje a Universidade Federal de Sergipe publica, no The Lancet, uma pesquisa que prova, que mostra - é um estudo publicado no The Lancet, e, se foi publicado no The Lancet, passou pelo crivo de uma comissão crítica, técnica, científica -, que diz que a cloroquina não tem ação nem preventiva, tampouco curativa, ou seja, não previne a doença, não protege contra o vírus e não serve para tratar a doença nem na fase... em momento nenhum da covid, tampouco do coronavírus.
Então, para concluir, nos meus últimos segundos eu quero saber: que Governo sério é este em que o exercício de poderes dessa natureza consegue ampliar um contrato contra todas as recomendações técnicas? Se isso não é corrupção, eu quero uma nova definição do que é corrupção, para que a gente possa estudar, certo?
Este é um Governo que pratica a corrupção, é um Governo corrupto, e está, cada dia mais, cravado e escancarado o modo de operação. É um Governo dissimulado que pratica, em quase todas as frentes, atos suspeitos que um dia a história vai passar a limpo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Muitíssimo obrigado, Senador Rogério Carvalho.
O próximo inscrito é o Senador Alessandro Vieira.
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O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE. Para interpelar.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Boa tarde, Sr. Ivanildo, sua defesa.
Sr. Ivanildo, por conta do tempo da audiência, a gente vai recuperar algumas informações que o senhor já verbalizou aqui.
Qual a sua idade, Sr. Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Quarenta e oito anos.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Quarenta e oito anos.
O senhor mora onde aqui no Distrito Federal?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sobradinho II.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Sobradinho II.
Certo. O senhor disse que é um barraco. Tem título de propriedade ou não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Não, né? Pronto.
A sua renda está na faixa de 1,7 mil de salário mais o aluguel da motocicleta?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O senhor já foi processado alguma vez?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Já processou alguém, já foi para a Justiça alguma vez?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O senhor trabalha com a VTCLog tem quanto tempo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, desde 2009. Março, janeiro, fevereiro, 02 ou 03 de 2009.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - E o seu trabalho durante muito tempo foi fazer pagamentos e saques de dinheiro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - No começo, não. No começo, eu trabalhava num setor que... Na área de faturamento, eu entregava faturas. E, depois, mais na frente, é que eu comecei a trabalhar no financeiro.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Vinculado diretamente à Sra. Zenaide?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Certo.
A Sra. Zenaide solicitava que você fizesse o desconto de cheques, o pagamento de boletos, contas bancárias, conta de cartão de crédito e retornasse com o saldo que ficava na sua mão?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando havia saldo, eu retornasse com o saldo que estava na minha mão.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O senhor nunca foi com cheque com o valor exato do boleto que iria ser pago ou da dívida que seria ser paga?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, os valores... Geralmente eram vários, tudo no mesmo cheque.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O cheque sempre era num valor um pouco mais alto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, às vezes, sim; às vezes, eram os valores exatos.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Certo.
A escolha da agência bancária em que o senhor fazia os saques se dava por quê? Por que sacava lá na agência do aeroporto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, isso aí eu não...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Ela mandava você sacar na agência do aeroporto?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Na agência do aeroporto.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Era a Zenaide que passava essa informação? (Pausa.)
Certo.
Eu já fiz o questionamento durante a fala da Senadora Eliziane, mas eu vou retomar esse assunto agora.
O senhor nunca foi processado, o senhor nunca processou ninguém, mas, quando o senhor foi intimado pela CPI para comparecer aqui e prestar depoimento como testemunha - e o senhor é só testemunha; o senhor não é acusado de nada e nem vai ser, porque não pode ser acusado de nada; não tem nada na sua conduta que exija ser acusado -, quando o senhor foi intimado, a providência foi procurar o Supremo Tribunal Federal e entrar com uma ação para que o senhor não fosse obrigado a comparecer aqui, nesta CPI. E aconteceu uma decisão do Ministro Nunes Marques, recém-indicado - e aprovado pelo Senado - pelo Senhor Presidente Bolsonaro. Por que o senhor fez isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, no começo eu me sentia... Assim, me expondo publicamente, as pessoas me vendo, eu me sentia meio inseguro.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - E aí o senhor procurou quem para resolver essa insegurança?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a partir do momento que eu percebi que estava assim, eu procurei o departamento da empresa lá e...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Qual o departamento?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Jurídico.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - E quem o atendeu no jurídico?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - A Dra. Andreia me atendeu.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - A Dra. Andreia foi quem o atendeu.
E a Dra. Andreia colocou à disposição um advogado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Aí ela falou: "Olha, não se preocupa que eu vou colocar um advogado para você".
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Pronto.
O senhor pediu para esse advogado procurar o Supremo para que o senhor não comparecesse à CPI?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, no começo, eu tinha falado para ela que era melhor eu não comparecer, mas depois...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O senhor falou para ela que achava melhor ou ela falou para o senhor que achava melhor?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu no começo eu falei: "Olha, doutora, é melhor, como eles estão o tempo todo..." Jornalista, aquela coisa toda na minha cola, eu peguei e falei: "Não, é melhor eu acabar logo com essa história".
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Eu estou falando ainda do primeiro momento. O senhor recebeu a intimação e aí o senhor foi procurar a Andreia. A Andreia disse que ia colocar os advogados da empresa à sua disposição.
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Eu estou perguntando com relação a esse diálogo do senhor com os advogados, o senhor pediu aos advogados que entrassem na Justiça para que o senhor não prestasse depoimento?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando ela me apresentou o advogado, eu peguei e falei assim: "Olha, se houver alguma possibilidade de não comparecer, eu prefiro não comparecer".
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Prefere não comparecer.
Perfeito.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Aí, depois que...
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Aí, depois, o que acontece que o senhor muda de ideia?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando... Eu estava acompanhando um pouco o negócio da CPI e aí os falatórios, os comentários, e a imprensa o tempo todo me ligando, pegando... indo na minha casa, aí eu falei: "Rapaz, esse negócio não vai me deixar em paz".
Aí eu tomei a minha decisão.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Certo.
E o senhor tomou a sua decisão e falou com quem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, quando eu conversei com a doutora: "Olha, Ivanildo, eu vou te apresentar um advogado e aí, pronto, você está lá para falar a verdade".
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Na segunda vez, já foi outro advogado ou é o mesmo da primeira história?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É o mesmo advogado.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O mesmo advogado.
Por que eu estou lhe perguntando isso, Sr. Ivanildo? O senhor claramente nunca esteve na Justiça, eu entendo a sua situação.
Eu tenho 20 anos de Polícia, então, depoimento é uma coisa que eu já fiz centenas e centenas de vezes, a gente sabe quando a pessoa é uma pessoa honesta, quando a pessoa não é, não é tão difícil de saber. O senhor é um cara honesto que cumpria o seu trabalho.
A verdade dos fatos aqui é que o senhor, por conta da necessidade, o senhor é um cara pobre, depende desse emprego, a verdade é que o senhor não está comunicando com a CPI é que toda essa definição de o senhor falar ou o senhor não falar, de contratar advogado, de pagar advogado, não é sua, é do seu patrão, Carlinhos, da sua patroa, Diretora Andreia, ela que faz essa ponte.
Ou o senhor assinou o contrato e vai pagar o advogado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - De forma alguma, senhor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - A empresa é que está arcando com essa despesa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - A empresa que está arcando com todo o custeio.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Sr. Presidente, eu vou pedir apenas uma reconsideração.
Sr. Ivanildo, no começo do seu depoimento, hoje pela manhã, o Senador Renan Calheiros, que é o Relator, fez uma solicitação, da mesma forma como já foi feito com outros depoentes. Perguntou se o senhor poderia dispor do seu celular para que ele fosse analisado pela perícia do Senado, e o senhor respondeu que "não". Primeiro respondeu um "sim", depois respondeu um "não". E essa é uma liberdade que o senhor tem.
Eu estou pedindo ao senhor que reconsidere essa situação na condição de um cara que não tem nada para esconder; quem tem coisa para esconder não é você, é a empresa. Então, estou perguntando se o senhor quer reconsiderar e permitir que a CPI faça a análise desse telefone para saber por onde o senhor andou. Se esse passeio todo, se esse roteiro todo que o senhor está relatando foi assim, vai estar lá no celular. O senhor vai na agência e volta para a empresa.
Porque o senhor disse que não fez entrega de dinheiro e nem de recurso, nem de valores para ninguém, correto?
O senhor confirmou que esteve na casa de Carlinhos, mais um outro endereço, mas não fez entrega de dinheiro para ninguém.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Para ninguém, senhor.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Então, o senhor reconsidera a sua decisão ou o senhor quer manter a decisão de não entregar o telefone?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu mantenho a minha decisão.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Perfeito.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Se me permitir, Senador Alessandro.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Pois não, Senadora.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Não haveria a possibilidade apenas de, na presença do seu advogado, que nós pudéssemos baixar apenas informações relacionadas aos contatos dos nomes que estamos buscando, ou seja, preservando toda a sua intimidade? Sem nenhum... Não haveria, com a presença do advogado, a possibilidade de abrir nenhuma mensagem de WhatsApp de quem quer que seja, a não ser da sua conversa, da sua comunicação com funcionários e proprietários da VTCLog.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ivanildo, você pode responder.
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A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Veja por que é importante. Se me permitir, o senhor é uma pessoa simples, está dizendo a verdade, isso ninguém discute, mas eu gostaria muito que V. Sa. refletisse. Nós estamos aqui. Nós não viemos atrás de denúncia de esquema de corrupção; é algo tão ou maior que isso. O que nos comove, o que chama a atenção de todos nós é que, mesmo diante de meio milhão de brasileiras e brasileiros mortos, nós temos um Governo Federal que não só foi omisso, que não só atrapalhou Estados e Municípios a fazerem o seu dever, como de repente também descobrimos um grande esquema de corrupção.
Sr. Ivanildo, o senhor ganha um salário mínimo; pessoas como nós ganhamos mais de trinta, bruto; vinte e poucos mil, líquido. Nós estamos falando de investigar, cortar na própria carne e ver talvez Senador, Deputado envolvido num esquema de corrupção que está tirando dinheiro da saúde pública. É dinheiro que está faltando pra colocar dipirona no posto de saúde, que faltou pra comprar vacina pra salvar talvez amigos de V. Sa.
Então, assim, acho que a pergunta do Senador Alessandro é muito importante. V. Sa. não precisa temer qualquer tipo de violação à sua intimidade. Na presença do advogado, nós queremos apenas poder baixar as conversas - se é que elas existem - no WhatsApp e de mensagem e confirmação também de chamada telefônica de V. Sa. com seus patrões, com os funcionários, com essa Sra. Zenaide, que sempre recebia das suas mãos um pacotinho de dinheiro.
É muito importante não só para V. Sa., mas para as pessoas que V. Sa. representa. V. Sa. representa a cara do povo brasileiro, V. Sa. representa 95% da população brasileira, que recebe esse único salário mínimo e, quando paga os seus impostos direitinho e precisa do serviço público de qualidade, não tem. Entre outras razões, não tem porque nós temos uma corrupção sistêmica no País que mata, que mata todos os dias. E matou muita gente, porque o Governo, além de omisso, quis superfaturar, através de propina, Dr. Alan, através de propina, quem sabe a US$1 cada propina, que significa milhões de reais sendo desviados, faltando aí a dose necessária pra salvar vidas.
Então, eu peço encarecidamente a V. Sa. que pense, que reflita. Pense na sua família e no bem que V. Sa. estaria fazendo.
Eu termino. Me desculpe o desabafo, mas, da mesma forma que eu fiz a intervenção na data de ontem... Na data de ontem, eu lembrei esse caso, eu fiz uma remissão ao caso do PC Farias numa CPI que teve e que naquele momento levou ao impeachment de um Presidente da República. Não é o caso aqui, nós não estamos discutindo isso aqui. Naquele momento, quem realmente mostrou tudo que estava acontecendo foi o motorista. E, quando um Senador da República perguntou assim pra ele... Como que suspeitando que ele estivesse levando alguma vantagem, o Senador perguntou para o motorista lá atrás: "Mas o senhor está fazendo tudo isso por patriotismo?". Sabe qual foi a resposta dele, Sr. Ivanildo? "E o senhor acha pouco?".
Então, é essa a pergunta que eu deixo aqui pra V. Sa. pedindo que reflita e nos empreste, com todo o resguardo ao seu direito de intimidade, o direito de podermos concluir esse depoimento da melhor forma possível, porque a maioria das informações nós já temos: os dados, os números, com o Coaf nos ajudando, o Ministério Público. Nós já demos as informações necessárias, mas o depoimento de V. Sa., a contribuição seria relevante não pra nós, para o Brasil e para os 210 milhões de brasileiros.
Desculpa, Senador.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE. Para interpelar.) - Não, obrigado pela colaboração.
Sr. Ivanildo, a pergunta é a mesma: o senhor está disposto a entregar o celular para que a equipe faça agora essa leitura e devolva o celular? Isso acontece no mesmo dia. É um processo técnico que a gente já fez aqui nesta CPI.
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É bem objetivo: é sim ou não; se o senhor está disponível a fazer isso ou não. (Pausa.)
O senhor precisa falar, só porque a gente tem que registrar.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Pronto. A gente respeita o direito da defesa.
Eu informo, Sr. Presidente, e peço que sejam pautados extraordinariamente...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Já está aqui o Requerimento 1.474.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - ... os pedidos de busca e apreensão do celular, que serão apreciados pela Justiça comum, da quebra integral dos sigilos do Sr. Ivanildo; a convocação da Sra. Zenaide, do financeiro dessa empresa; e também o ofício já referido pelo senhor...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Pergunta.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Pois não.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Essa Sra. Zenaide Sá é parente dos donos da empresa, que também são Sá?
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - O Ivanildo sabe dizer se ela é parente deles?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar.) - Sr. Ivanildo, sabe dizer se ela é parente do...?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, senhor.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - Não sabe?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não sei.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Então, eu peço, Sr. Presidente, vênia para que seja pautado e aprovado extraordinariamente para a gente tomar as providências necessárias.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - De imediato, Senador Alessandro.
Coloco em apreciação os Requerimentos nºs 1.474, 1.476, 1.477, 1.478, de autoria de S. Exa. o Senador Alessandro Vieira.
Os Srs. Senadores e as Sras. Senadoras que concordam permaneçam como estão. (Pausa.)
Aprovados.
Além desses, o Requerimento 1.479, também de autoria do Senador Alessandro Vieira, e o Requerimento nº 1.478, de autoria do Senador Randolfe Rodrigues.
Sras. Senadoras e Srs. Senadores que concordam permaneçam como estão. (Pausa.)
Aprovados os requerimentos.
Peço para a Secretaria o encaminhamento devido.
O SR. ALESSANDRO VIEIRA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - SE) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Quero fazer só mais um registro.
Sr. Ivanildo, preste atenção no que eu vou lhe falar aqui. Ivanildo, você hoje é defendido por um advogado que não é seu advogado; é advogado da empresa. O interesse dele é o da empresa. Eu estou lhe fazendo um alerta: nós estamos pedindo à Justiça a busca e apreensão do seu telefone. Então, se alguma modificação acontecer nesse telefone, se alguém pedir para pegar seu telefone para apagar mensagens, para apagar localização, a consequência acontece contra você. Então, tenha esse cuidado e esse discernimento, para evitar que você tenha alguma responsabilização e que um cara honesto acabe sendo processado sem necessidade por estar involuntariamente defendendo gente que não é honesta. Esse é só um esclarecimento que eu lhe faço para ter garantia de que o senhor possa exercer seu direito.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Se me permite, Senador Alessandro...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Complementarmente...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - ... complementando, quero dizer que não adianta nada...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Só um minutinho, Senador Jean.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - ... não adianta nada apagar nada, porque vai ser encontrado.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Complementarmente, também coloco em apreciação o Requerimento nº 1.480, de autoria do Senador Randolfe Rodrigues.
Sras. Senadoras e Srs. Senadores que concordam permaneçam como estão. (Pausa.)
Os requerimentos requeridos pelo Senador Alessandro, complementados pelos requerimentos que apresentamos, estão aprovados.
Peço para a Secretaria da Comissão tomar as diligências e providências possíveis.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Sr. Presidente, se puder reforçar a colocação do Senador Alessandro, porque me parece que o Sr. Ivanildo, além de ser muito honesto, pode estar um pouco nervoso, e explicar que, neste momento, qualquer tentativa de se apagar mensagem no celular fica registrada. Então, que ele, por favor, não entregue o celular dele para ninguém, porque qualquer mensagem apagada fica registrada no sistema.
Para preservar a integridade de V. Sa., que tem se mostrado aqui, além de humilde, extremamente honesto. Nós agradecemos o seu depoimento.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Para interpelar.) - Ivanildo, tem consciência do que foi alertado agora, só para seu conhecimento, pela Senadora Simone? Para os cuidados necessários em relação ao celular, e o celular ficar sob... Nenhuma mensagem ser apagada, o celular ficar sob sua guarda, não ser compartilhado com ninguém?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Muitíssimo obrigado, Ivanildo. E, mais uma vez, os cumprimentos desta Comissão Parlamentar de Inquérito a você, ao seu comportamento e às informações que V. Sa. está prestando a esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
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Faço minhas as palavras da Senadora Simone e dos demais colegas. Você aqui está, de fato... A sua humildade, o que você representa, de fato, representa o povo brasileiro, que tanto tem sofrido nesses últimos dias.
Próximo inscrito.
Senadora Simone, pois não.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - E que ele possa dormir tranquilo.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeitamente.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Nós não queremos que ninguém saia daqui preocupado com alguma coisa. O senhor pode dormir tranquilo. Não cai sobre o senhor nenhum tipo de suspeita. Vá para casa. Vá viver com a sua família, porque aqui não há absolutamente nenhuma suspeita em cima do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Isso é importante ser destacado.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - É muito importante, porque a gente sabe o que é um processo e ficar aguardando uma decisão. Então, assim...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Então, só, Ivanildo, para você ficar totalmente tranquilo: você não é investigado por esta Comissão Parlamentar de Inquérito, você não responde a nenhum processo, enfim, fique absolutamente tranquilo. Os procedimentos que estamos buscando são somente procedimentos necessários para buscar a verdade. E reitero: você não tem responsabilidade nenhuma por algum delito que tenha sido cometido. Fique totalmente tranquilo. Tenho certeza, não preciso nem dizer isso para você, de que você dorme todo dia com a consciência tranquila.
A próxima inscrita, Senadora Leila Barros; e, em seguida, o Senador Izalci.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Obrigada, Sr. Presidente.
Cumprimento o senhor e todas as Senadoras e Senadores.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senadora Leila, o depoente...
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Oi? Oi?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senadora Leila, o depoente está pedindo cinco minutos.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu vou suspender por cinco minutos para que o Sr. Ivanildo possa ir até o banheiro. Depois, nós retomamos, com a inquirição de V. Exa.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ivanildo, fique à vontade.
(Suspensa às 15 horas e 40 minutos, a reunião é reaberta às 15 horas e 47 minutos.)
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(Continua suspensa a reunião.)
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O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Tudo bem, Ivanildo? Podemos retomar? (Pausa.)
Então, vamos à Senadora Leila Barros.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Para interpelar.) - Obrigada, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, eu cumprimento o senhor e todas as Senadoras e Senadores. Cumprimento também o Sr. Ivanildo e seus advogados nesta tarde.
Sr. Ivanildo, eu recebi informações, por minha assessoria, de bancários daqui do DF de que os saques a partir de R$5 mil devem ser avisados na agência com uma antecedência de 48 horas. O senhor sabia disso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, desse valor não sabia, de R$5 mil.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Eu vou perguntar para o senhor: qual era a frequência das suas idas ao banco para fazer esses saques? Qual era a periodicidade? Eram todos os dias?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, nem sempre todos os dias, mas era constante.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - O senhor lembra se chegou a ir num intervalo menor do que 48 horas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu lembro que já chegou a acontecer num intervalo menor, mas tinha vez que eu não ia expressamente sacar; eu ia pagar algumas coisas.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - E fez mais de um saque no mesmo dia?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não; eu não me lembro de no mesmo dia.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Eu estou falando isso para que o senhor saiba que nós temos o registro desses saques aqui. A minha pergunta é só para confirmar, tá?
Eu pergunto ao senhor: a Sra. Zenaide avisava ao gerente toda vez que o senhor ia fazer esses saques?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, ela fazia a previsão e aí: "Ivanildo, olha, vai lá que já está feita a previsão".
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sr. Presidente, rapidamente, antes de eu fazer a próxima pergunta, eu gostaria de endossar minha posição junto a outros colegas sobre a importância de ouvirmos a Sra. Zenaide - a Senadora Simone Tebet falou a respeito. E, olha, além dela, eu também acho que nós deveríamos buscar informações do gerente da Caixa Econômica do aeroporto sobre esses saques, sobre a quantidade e o volume desses recursos e se ele avisou ao Coaf essa movimentação.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - E, se me permitir, Senadora Leila, que nós não ouçamos, Sr. Presidente, a Dra. Andreia antes de Zenaide, ainda que não tenhamos CPI amanhã.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Isso, isso, porque, assim...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - É fundamental.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - É uma movimentação atípica...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Desculpe, Senadora Simone, eu estava...
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Não, na verdade...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu estava aqui cuidando de providências, inclusive, sobre o depoimento de amanhã, porque o Sr. Marconny, que é o depoente de amanhã, claramente está procurando fugir desta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Eu quero aproveitar...
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Como todos.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu reporei seu tempo, Senadora Leila.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu quero aproveitar e reiterar aqui ao Sr. Marconny, onde ele estiver ouvindo, a advertência desta Comissão Parlamentar de Inquérito já dita aqui pelo Senador Omar Aziz: se ele procurar não comparecer a esta CPI, nós o conduziremos sob vara. E as providências nós já estamos tomando nesse sentido.
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A Secretaria desta CPI já buscou contato com o Sr. Marconny. Ele tem fugido de dar ciência da comunicação desta CPI. Ainda há pouco, a Secretaria da CPI procurou contato com o advogado do Sr. Marconny. Claramente, ele está se manifestando sem a intenção de comparecer.
Então, já determinei à Secretaria, já determinei à Advocacia do Senado e, por conseguinte, à Polícia Legislativa que tomem as providências devidas para, sendo o caso, o comparecimento sob vara do Sr. Marconny Faria, que é o depoente de amanhã.
Então, em princípio, o que esta CPI tem previsto é o depoimento do Sr. Marconny.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sobre a minha observação... O senhor estava conversando sobre a sua decisão aí. Eu estava falando sobre a Sra. Zenaide, não é? A Senadora Simone e outros colegas aqui falaram sobre a importância de trazê-la a esta Comissão para ouvi-la. E aí eu também, além dela, falo de buscarmos informações sobre o gerente da Caixa Econômica do aeroporto, sobre esses saques, sobre a quantidade, o volume desses recursos, para saber se ele avisou o Coaf, e também sobre toda essa movimentação, que, como para todos nós aqui está claro, é bem atípica. Então acho que isso é importante também.
A Senadora Simone falou que, além da Zenaide, temos também a advogada, não é?
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - É para que não se traga uma das proprietárias - eu não sei se é proprietária - antes da Sra. Zenaide.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Isso.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Acho isso muito importante.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Para interpelar.) - Sr. Ivanildo, o senhor falou que pagava os boletos dos donos da VTCLog. O senhor confirma isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sim, eu confirmo que, até certo tempo, eu pagava os boletos deles.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Além desses pagamentos de cartão de crédito, o senhor pagava mais algum boleto dos donos da empresa? Quais eram os boletos? Por exemplo, o senhor pagava escola, outras contas, colégio? Enfim, o que o senhor pagava ali? Quais eram os boletos dos donos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu, assim, não lembro especificamente quais eram os boletos, mas eu pagava.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - O senhor falou também que pagava boletos da diretoria. Poderia nos dizer quais eram os membros da diretoria cujos boletos o senhor pagava?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eram os da doutora e do... A diretoria a que eu me refiro são os donos, que é o Raimundo e o Sr. Carlos Alberto.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Que tipo de boleto? Pagava o quê? Era cartão de crédito?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu não me lembro. Eu sei que tinha boletos... Uma vez, eu cheguei a ver que era de combustível, essas coisas.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sim, o de combustível o senhor já tinha comentado para a gente. Mas o senhor não se lembra de outros? Tenho certeza de que, pela movimentação, não eram só de combustíveis, não é?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mas eu não me lembro dos outros, não.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Não lembra? Está bom.
Por fim, o senhor pagava também boletos de algum funcionário ou de outros funcionários da VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, às vezes, alguns funcionários me pediam alguns depósitos.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Mas não do dinheiro...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - ... que era sacado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não. Ele chegava: "Tem como você fazer este favor para mim?".
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Por fim...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Mas era...
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Perdão!
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Era só de funcionários. De vez em quando, ele me dava um dinheiro, era pouca coisa.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Está.
E, por fim, voltando ao assunto, o senhor saberia nos informar se pagou boleto de alguém de fora da VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não me lembro.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Olha, Sr. Ivanildo, vou insistir, ressaltando que, para todos nós aqui, está claro que o senhor não tem culpa nesse processo, porque a gente sabe que o senhor estava apenas cumprindo ordens.
O senhor pagou algum boleto e aí... O senhor pagou vários boletos. Eu pergunto para o senhor, mais uma vez, insistindo: o senhor não pagou... O senhor não lembra de ter pagado nenhum boleto do Sr. Roberto Dias?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não lembro.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Pois é, fica clara uma coisa: o senhor esqueceu esses boletos, e eu lembro aqui que o senhor já confirmou hoje, em imagens que foram apresentadas, eu acredito, pelo Senador Reguffe... Reguffe, não; Randolfe! Perdão. Eu falo tanto com o Reguffe que o Senador Randolfe...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Recebo com o maior prazer.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Desculpa, Senador Randolfe.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É uma coincidência que recebo com o maior prazer. É uma confusão que incluo ao meu currículo.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - O Izalci deu uma olhada aqui para mim: "Ué, Leila?". (Risos.)
Pois é, as imagens que foram apresentadas aqui o senhor confirmou que, nessas imagens, era o senhor. E a gente sabe que na mesma hora e local foram pagos esses boletos do Sr. Roberto Dias. Então, gostaria que o senhor nos ajudasse, na CPI, a esclarecer esses fatos. Todos nós já sabemos que o senhor esteve na agência, que o senhor, de alguma forma, foi a pessoa que fez esses pagamentos do Sr. Roberto Dias, e o senhor insiste em dizer que o senhor não lembra?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, na verdade, eu não lembro. Eu estive na agência. Como sempre, eu faço pagamentos, fazia depósitos. Não me lembro, nesse dia mesmo, se foi pagar ou depositar. Mas eu lembro que eu sempre fazia esse papel de pagar ou depositar. Só que no dia específico que estava me mostrando aí, eu não lembro se realmente eu paguei alguma coisa de alguém. Eu só sei que eu fui lá; se eu não paguei, eu depositei, mas não sei para quem foi.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Por fim, desde que seu nome veio à tona, depois dessa confusão toda, eu pergunto para o senhor: o senhor sofreu alguma ameaça de alguém?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhora.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - O senhor teme por perder o seu emprego, caso fale aqui nesta CPI alguma coisa indevida ou que julgue indevida?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhora. Não temo, não.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Não teme?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sr. Presidente, eu não tenho mais nada a perguntar, não para o Sr. Ivanildo. Quero dizer para o senhor que nós entendemos que o senhor é um trabalhador e que o senhor estava apenas cumprindo ordens, mas fica aqui a grande pergunta para este dia de Comissão, que é a origem desses saques. Na verdade, quem ordenou fazer os saques e para quem eram esses saques. Vamos sair nesta tarde daqui com esses questionamentos, mas certamente, com o trabalho da CPI e com os nomes que foram divulgados aqui, a verdade prevalecerá.
Obrigada, Sr. Presidente.
Obrigada, Sr. Ivanildo.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Muitíssimo obrigado, Senadora Leila.
Senador Izalci.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Presidente. Primeiro, agradeço a V. Exa. pela disponibilidade de sexta-feira presidir a sessão, juntamente com o Relator, para que a gente possa ouvir o ex-secretário Francisco Araújo.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Com a maior satisfação, Senador Izalci.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Obrigado.
Sr. Presidente, talvez pela minha formação, pela minha atuação, pela minha experiência, eu quero aqui esclarecer algumas coisas que talvez sirvam de orientação e até esclarecimento aqui para a CPI. No dia 25 de junho, Presidente, eu recebi a seguinte mensagem: "Senador, me tira do ministério. Vou passar os documentos. Preciso de uma garantia. Vão me fritar no ministério. Tenho filhos para criar. Agende com o Renan". Eu disse, respondi a essa pessoa: "Só tem um caminho: a verdade. Não esconda nada e não proteja ninguém. Exatamente pelos filhos que tem, temos que mudar este País. Vamos passar a limpo isso".
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O que que fiz imediatamente? Liguei para V. Exa., Senador Randolfe, e para o Senador Alessandro e os convidei pra conversar com essa pessoa em minha casa. V. Exa. sabe as contribuições que foram feitas.
Na sequência... E eu aqui sempre declarei - porque participei de várias CPIs - que sempre o meu objetivo é de esclarecer e fiscalizar, que é a minha obrigação. Eu não faço a fiscalização e participo de CPI porque eu gosto; é porque é papel nosso fiscalizar o Executivo e contribuir, inclusive, para melhorar a legislação.
E foi aqui, baseado nos documentos que foram apresentados por essa pessoa, que eu disse claramente que o Ministério da Saúde não tinha controle nenhum e que, muitas vezes, as licitações eram feitas por e-mail, e as pessoas do ministério tinham acesso aos e-mails. Então, fiz aqui várias questões e talvez tenha sido o primeiro a citar aqui alguma coisa sobre a questão do contrato de transporte e etc.
Eu tive o cuidado, inclusive, de perguntar para todos os ministros sobre essa questão, por que que o Sistema Único de Saúde e o ministério não têm controle de nada e não têm até hoje? Só pode ser porque é mais fácil exatamente de desviar recurso, de não ter controle.
Então, na sequência dessa segunda audiência, em que falamos inclusive da VTCLog, que eu citei, eu recebi o telefonema da Sra. Andreia Lima, que eu não conhecia, e ela me disse: "Senador, tenho aqui toda a documentação sobre a questão do aditivo. Eu preciso esclarecer, eu quero esclarecer, eu quero mostrar. A nossa empresa está indo para o Jornal Nacional, está indo para a televisão, e eu quero esclarecer, eu quero ir espontaneamente à CPI".
Novamente, liguei para V. Exa., Senador Alessandro, e os convidei novamente para também conversar com a Sra. Andreia. E ela, então, entregou a mim, acho que dei cópia pra V. Exa., mas ela depois protocolou na CPI o esclarecimento sobre o aditivo das questões que foram feitas.
Eu não vou entrar no mérito, não estou aqui para defender ninguém, mas eu quero aqui explicar isso, para as pessoas entenderem.
Então, a Sra. Andreia Lima, que era CEO, que faz realmente a gestão da empresa, que conhece a empresa e que é responsável por ela, já tentou diversas vezes, e liga sempre, e eu cobrando, falei aqui algumas vezes, para que a chamassem, até porque foi aprovado um requerimento.
Agora, não conheço o Sr. Ivanildo, office-boy, motoboy - não é? - da empresa. Eu conheço isso. Como é que os motoboys estão fazendo? E antigamente não era nem motoboy. Antigamente, as pessoas contratavam motorista, contratavam... tinham carro, etc., para fazer os serviços da empresa, mas depois acabou que ficou mais barato para as empresas contratarem motoboys, como é a entrega, hoje, de alimentação: tudo é feito através de motoboy.
Como é que funciona tecnicamente isso? A tesoureira, o responsável financeiro, liga para o banco e diz: "Olha, tem essa previsão de...". Como foi dito aqui quinhentas vezes para o Ivanildo - e falando a verdade. Não tenho nenhuma dúvida de que ele está dizendo a verdade.
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Todos os pagamentos que a empresa fazia, seja boleto, seja conta de luz, de água, de qualquer coisa, de coisas particulares, era feito... Somavam-se esses boletos, esses valores e, do total, emitia-se um cheque nominal à empresa. Então, deve ser isso, vou até perguntar, porque eu acredito que o Ivanildo, então, recebia esse cheque nominal à empresa, assinado por quem assina, que eu não sei quem é. A Zenaide eu acho que é a tesoureira, porque foi dito aqui. Vai ao banco... Não é que saca o dinheiro, não. Esse mesmo cheque é que paga os boletos. E não cabe ao office-boy, motoboy saber quais são os boletos, pelo amor de Deus! Pergunte aqui à própria Andreia, que quer vir explicar. Chame a tesoureira. Eu não quero defender empresa. Não estou defendendo empresa, eu estou defendendo a verdade. Dê a ela oportunidade, até porque nós vamos cobrar, e eu quero também saber detalhes. Se pagou alguma coisa, nós saberemos dizer: "Olha, está aqui, foi pago o boleto tal. No dia tal... Estão aqui as imagens da Caixa Econômica, do Banco do Brasil, de sei lá qual banco". E aí você explique isso.
Então, a empresa tem que explicar, mas não é o motoboy, que jamais pegaria para conferir quem é que estava pagando. Isso não tem nada a ver com motoboy, gente, pelo amor de Deus! Motoboy ganha o salário dele, e, óbvio, a empresa ainda financia a motocicleta lá, a moto, e paga a prestação. É normal! E você usa a moto e deve ter seguro, deve ter uma série de coisas. Empresa faz isso.
Agora, o motoboy da empresa paga todas as contas, seja a escola da criança, do filho do dono, seja qualquer coisa ou boleto que eles queiram fazer, coisas particulares, mas está lá, na contabilidade. Estou falando isso porque eu sou contador. Na contabilidade tem tudo isso. Qual é o cheque? Para que que foi? Tem que contabilizar isso.
Eu acabei de falar agora de manhã e está vindo a Brasília - espero que chegue hoje, daqui a pouco, ou amanhã cedo... Está vindo aqui o Alcir, que é o contador lá do FIB Bank. Liguei lá, como contador, e disse: "Olha, já fui presidente do sindicato, quero saber que balanço é esse aqui que tem 7,5 bilhões de integralização de capital, porque não existe isso". Então, ele está vindo pessoalmente conversar para explicar isso, porque eu mesmo, como contador, se houver alguma coisa e achar que pode ter, vou denunciar ao Conselho Regional, ao Conselho Federal de Contabilidade. Como profissional, ele tem a obrigação de saber o que que ele fez. Quero saber e acho que ele pode contribuir muito. Lógico que, por telefone, ele não sabe se eu sou Senador e também não sei se... Mas liguei... Estava no e-mail da empresa o nome dele. Liguei para lá, falei com uma menina, que passou para outro, para o Alex, que é o gerente. O gerente, então, passou meu telefone para ele.
Então, nós queremos saber a verdade, mas não será o Ivanildo que vai esclarecer isso, pelo amor de Deus! Eu vi perguntas aqui que... Eu peço até desculpa para o Ivanildo. Alguém disse: "Ah, mas você tinha outra função". Aí você falou depois que... Primeiro você disse que não tinha, depois você falou que tinha. "Eu entregava fatura". Óbvio! Era normal isso. Os motoboys que distribuem. Nos escritórios de contabilidade, quando você faz a fatura das empresas... Antigamente, motoboy saía distribuindo a fatura em todas as empresas, o boleto e a fatura. Era a sua função. Agora, depois ela pediu, passou a atribuição ao senhor para pagar os boletos e sacar, se fosse necessário, alguma coisa.
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Então, ninguém saiu com 200 mil, 500 mil, como está dito ali. Aqueles valores que foram citados mensais são cheques de vários dias, e cabe à empresa explicar cada um deles - mas não é o Sr. Ivanildo que vai explicar isso -, ou o contador... Chamem o contador, chamem lá quem... Mas isso está na contabilidade, é obrigado... Está lá: cada cheque que sai tem a destinação. Então, eu fico assim... Aí eu fiquei ouvindo e fiquei imaginando aqui o Ivanildo ali: "O que eu estou fazendo aqui, pelo amor de Deus?!".
Então, eu vou perguntar claramente para todo mundo ficar ciente de uma coisa. Vou fazer as perguntas para V. Sa.
Em algum dia, V. Sa. pegou algum cheque, sacou e entregou para alguma autoridade, como foi dito aqui, num ministério, Deputado, Senador, qualquer pessoa estranha que você acha que pode ser alguém que levou lobby ou ganhou alguma coisa para comprar alguma coisa? Algum dia você sacou e distribuiu?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Não, senhor.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Eu vi na reportagem do Estadão e não era V. Sa., não, era o anterior, que disse o seguinte: todas as vezes que ele foi ao banco, o trajeto foi banco-empresa, banco-empresa.
V. Sa. confirma que V. Sa. também fazia isso, ou não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim, senhor.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Ou V. Sa. sacava e saía distribuindo dinheiro para alguns lobistas, etc.?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Nunca, sempre meu papel era sacar, pagar algumas coisas, e o que sobrava para a empresa...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Porque é comum, eu quero dizer que é comum você receber um boleto e, na hora de pagar, dá problema. Aí você pegava o dinheiro e trazia de volta, não era isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Ou não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Tinha vez que não dava certo, às vezes o boleto estava vencido, aí eu pegava e estornava para a empresa.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Trazia o dinheiro de volta para a empresa? Sacava e trazia para a empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sacava e trazia para a empresa.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, e o cheque era único? Então, se o cheque era 30 mil, você tinha 25 e mais um boleto de 5 que estava vencido e que o banco não aceitava....
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não aceitava.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - ... você trazia os 5 e levava para a empresa, não era isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Levava de volta.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Então, essas perguntas têm que ser feitas para quem pode responder: ou o contador, ou a responsável pela empresa, ou a própria tesoureira...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - A Sra. Zenaide.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas a contabilidade registra cada cheque, e aí, sim, se tem imagem de saque de algum cheque, como foi colocado ali, tem que perguntar para quem sabe; não é para o motoboy, com todo o respeito, lógico, é a função de V. Sa.
Então, eu peço até desculpas por algumas colocações aqui, porque sei que V. Sa. está falando a verdade.
Agora, entregou um pen drive no quarto andar, Senadora Simone... O que o motoboy sabe que tem dentro do pen drive? Nada! Será que você perguntou para quem te pediu para entregar lá: "Vem cá, o que eu estou levando para o ministério?"
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Com certeza, não.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Também tenho certeza absoluta de que não. Tem que perguntar é para quem mandou você entregar o pen drive, lembrando que o cliente da empresa é o Ministério da Saúde, que tem essa briga do aditivo há tempos e que não receberam nenhum centavo desse aditivo ainda.
Então, eu acho que cabe, sim, porque ela quer... A Andreia está vindo aqui e não está vindo com mandato de segurança, não está vindo com habeas corpus, ela está vindo para falar, ela quer falar, ela esteve e está cobrando todo dia vir aqui. Aí, sim, vamos perguntar para ela.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Senador Izalci...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Vamos perguntar para a Zenaide. Aí, sim. Ou chama o contador. É assim que funciona.
Então, com todo respeito, talvez porque eu seja contador e tenha uma experiência nessa área, mas V. Sa. realmente...
Agora, alguém disse assim: "Mas, caramba, você foi contratar um advogado para ir ao Supremo?". É óbvio que não! Como é que ele, que ganha R$1.700, vai contratar alguém para ir ao Supremo. O caso é com a empresa; é óbvio que é natural que a empresa contrate um advogado. Não estou defendendo a empresa, não; estou defendendo a verdade, eu quero saber a verdade, doa a quem doer.
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A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Senador Izalci...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Pode ser o dono, pode ser o contador, pode ser a financeira, pode ser quem for, não passo a mão na cabeça de ninguém, mas eu tenho que esclarecer algumas coisas.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - É apenas para poder entender. Eu não queria interromper logo no início, vou interromper no final. V. Sa. começou lendo uma mensagem, e eu não entendi a mensagem. Se pudesse repetir, eu acabei não acompanhando a mensagem e apenas, se me permitir, enquanto procura lembrar que os números importam, é verdade, mas, no caso aqui da CPI, a verdade está além dos números, isso é importante dizer.
E obviamente que é importante, de novo, repetir: o depoente, em nenhum momento, foi tratado como investigado e trouxe uma questão decisiva. Nós estamos seguindo o dinheiro, follow the money. Não imaginávamos, óbvio, que ele saberia dessas informações - era nossa obrigação perguntar -, mas ele deu a peça-chave aqui. Ele disse, a todo momento, que, havendo troco ou não, de mil, de 10 mil, de 100 mil ou de 200 mil, esse dinheiro era repassado em envelope para a Sra. Zenaide. Então, essa informação dele é valiosa. É uma testemunha que acaba de confirmar que, seguindo o dinheiro, que primeiro estava num banco e depois foi, através de boleto para terceiros, pago, o que restava ou ele recebia era sempre para pagar os boletos da Sra. Zenaide.
Mesmo esse pen drive, se me permitir, que ele entregou no DLog...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Só para...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - V. Sa. vai ter o tempo. Eles não estão... Já estamos no final.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, não, pode ficar tranquilo.
Eu estou acrescentando o tempo de V. Exa.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para interpelar.) - É importante essa questão que V. Sa... Concordo com grande parte do que V. Exa. disse, mas ele falou uma coisa que teve que entregar pen drive, entregar fatura no Ministério da Saúde; é óbvio, para o Ministério da Saúde pagar. É isso que a gente faz, como Parlamentar, a gente entrega lá: "Olha, nós queremos emendas para os Municípios", a gente entrega documentos - só para as pessoas entenderem -, isso é natural. A pergunta é se ele saía de lá com algum documento. Ele saía de lá...
Alguém entregava alguma coisa ou alguém já entregou alguma coisa de volta no Ministério da Saúde que não fosse o seu documento com o recebido? Alguém entregou algum pen drive de volta? Alguém entregou algum documento de volta? Disso é importante nós termos informações, mas essa pergunta é importante ser respondida pela testemunha.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, ninguém me entregou nada de volta. Quando eu levava faturas, todas as faturas tinham uma capa... eram duas capas: uma de protocolo e a outra ficava com o Ministério da Saúde. Então, quando eu entregava, a pessoa que recebia assinava, e eu trazia para a empresa.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Pode me passar, por favor, a informação, Senador Izalci? Eu realmente não...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, primeiro, o seguinte: eu gostaria que... A Senadora Simone disse que concordava, em parte, comigo. Eu queria, exatamente quanto a essa parte com que V. Sa. não concorda, eu queria tentar explicar, mas eu vou dizer com relação ao caso da Zenaide, que poderia ser qualquer empresa.
Quem faz a programação de pagamento, de recebimento, quem controla, na empresa, quem recebe e quem paga é o financeiro. Então, ela faz uma programação: "Está aqui, vamos fazer um cheque de 30 mil; esses 30 mil se referem a uma conta de água, de luz, a um documento tal, um DOC tal, não sei o quê, vários documentos que somam 30 mil, ou 30.630, 30.630". O.k. Ele vai lá com os boletos no banco, um cheque nominal à empresa com o valor exato, vai lá no banco e diz: "Ó, vou pagar os boletos". E o cara paga. Só que vai chegar um... No meio dos boletos, tinha um que estava vencido: 5,2 mil. Aí...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Nós não estamos falando disso, Senador.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Deixa eu dar o exemplo para a senhora entender.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Não é disso que eu discordo, não.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Mas deixe eu só terminar.
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A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Eu não discordo disso, não.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Quando ele voltava, porque estava vencido, ele pegava os 5.200 e entregava para quem? Para quem mandou ele pagar, a tesoureira, é evidente. Então, é isso que funciona.
Agora, essa mensagem que eu li foi a primeira, lá em junho, que não é nem relacionada à VTCLog, foi uma citação de um nome que teve aqui - o Senador Randolfe se lembra -, e a pessoa ficou desesperada porque botaram o nome dele no meio do negócio, e ele estava com medo de ser demitido. Então, digo, olha, o que você sabe passa a verdade. Chamei o Senador Randolfe e o Senador Alessandro na minha casa, trouxe a pessoa para dizer exatamente isso. E fruto disso vieram várias coisas que é o que a gente está apurando.
Mas o que eu quero dizer, Presidente, é que não quero com isso... Eu só quero dizer o seguinte: nós teremos todas as oportunidades de perguntar tudo que foi perguntado hoje, mas para quem tem a capacidade de responder porque trabalha com isso? Não que ele não pode responder: porque não é a missão dele. O que ele faz é o que o gerente financeiro manda ele fazer: "Ivanildo, por favor, vá ao Bradesco e pague esta conta". Então, é o cheque e o boleto, e ele vai lá e paga. Ele não vai no meio do caminho saber quem é a pessoa, quem é que está sendo beneficiado.
V. Sa. que acompanhou a CPI, o que as pessoas querem saber, o Brasil quer saber é se esse dinheiro foi sacado e foi usado para pagar alguém, propina para alguém ou algum Parlamentar, algum Senador, algum Deputado ou algum funcionário, lá o Roberto Dias, ou funcionário do ministério; se V. Sa. tem conhecimento de que algum dia aconteceu isso; se V. Sa. participou ou tem conhecimento. É isso que as pessoas querem saber.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, não, senhor. Eu não... Desde quando vêm me perguntando, eu venho respondendo que nunca aconteceu isso. Eu sempre fazia o meu papel: sacava; pagava; quando não batia o valor, eu pegava e devolvia para o financeiro. Então, eu nunca cheguei a levar dinheiro, valores para ninguém, a não ser para o pessoal da empresa.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Vou perguntar mais uma vez para saber com relação à questão da empresa.
Nesse período em que V. Sa. começou a sair na imprensa, a empresa - qualquer que seja ela, qualquer diretor, dono, ou alguém lá, o chefe imediato seu -, alguém ameaçou você para que você tivesse que pedir a proteção para alguma polícia federal ou para alguém te proteger? Ou não?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, senhor, ninguém me orientou nada e nunca... Assim, diante dessa situação assim eu nunca me senti ameaçado por ninguém, não é?
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim.
Presidente, eu acho assim: todas as perguntas, acho que cada uma das perguntas que foram feitas aqui hoje, elas precisam ser replicadas tanto para a Diretora Andreia, que quer vir aqui e que se prontificou já há algum tempo para vir; como também, se for chamar os outros, Zenaide também, acho que precisa...
Mas eu quero - viu, Ivanildo? -, com todo o respeito, realmente o parabenizar pela forma que você respondeu. Acho que ninguém tem dúvida de que você falou a verdade, e você representa mesmo o trabalhador brasileiro que não ganha nem R$2 mil, não é? Vive em Sobradinho II; eu conheço a cidade, sei das dificuldades, estive lá sábado retrasado, passei o dia em Sobradinho II, sei das dificuldades que estão acontecendo. Então parabenizo V. Sa. como trabalhador, pela forma que você respondeu, não é? E fique tranquilo, que você cumpriu a sua missão aqui. Você falou a verdade. Então, é o que nós queremos aqui.
Então, Presidente, quero agradecer a V. Exa. e, mais uma vez, convidar todos os Senadores e as Senadoras a participar na sexta-feira... Vai ser de manhã, não é, Presidente? Às 9h30, é isso? Na sexta-feira, às 9h30, com o ex-Secretário de Saúde daqui do Distrito Federal.
Muito obrigado, Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Obrigado, Senador Izalci.
Temos uma questão de ordem do Senador Jorge Kajuru. Em seguida, teremos a Senadora Soraya.
Senador Kajuru, para uma questão de ordem.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO. Para interpelar. Por videoconferência.) - Inicialmente, muito obrigado, Presidente Randolfe Rodrigues.
Antes de entrar no assunto que eu pretendo, eu quase não participo desta CPI, mas quero registrar aqui o orgulho que tenho do trabalho diário desta CPI histórica, a meu ver, e, portanto, jamais terei arrependimento de ter sido o responsável pela existência desta CPI, ao lado do meu Líder - ele sempre em primeiro -, Alessandro Vieira, e do senhor, que foi o criador dela. Alessandro e eu, viabilizamos via mandado de segurança. Então, sempre tem alguém me perguntando, me cutucando: "Mas, Kajuru, a CPI já acabou!" Não, ela não acabou, ela faz um trabalho insofismavelmente importante para o País.
Agora, Randolfe, amigo, a todos que estão aí, felizmente, eu tenho o prazer de falar do meu respeito por cada um Senador, Senadora, mas acompanhando daqui, como sempre assisto do primeiro ao último minuto todas as CPIs, eu hoje resolvi entrar porque canonizar o trabalhador brasileiro, essa figura humilde do Ivanildo, também não podemos. Acharmos que tudo que ele falou aqui é verdade penso ser precipitado.
E já pergunto: Ivanildo, querido, você é casado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sou casado, sim.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - O senhor se lembra do dia do seu casamento?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu lembro o dia: 09. Agora, do mês e do ano eu não me lembro muito bem.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - Mas se lembra do dia 09.
Se o senhor lembra do dia do seu casamento, por que na maioria das suas respostas, desde o momento que começou a falar aqui, a frase mais usada pelo senhor foi: "Eu não me lembro"?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a minha família, a partir do momento que eu assumi esse compromisso, é algo muito importante na minha vida.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - Então, mas eu insisto: ao falar várias vezes "Eu não me lembro", o senhor acha que todos nós aqui temos que entender que é verdade que o senhor não se lembra? Eu já fui o que o senhor é hoje, eu já fui motoboy na minha vida em Ribeirão Preto. Um motoboy que faz pagamentos, que manda dinheiro para alguém sempre tem a curiosidade de saber quem é. É impossível ele não querer ver quem é e só chegar ao banco e fazer o seu trabalho. Me desculpe, Sr. Ivanildo. O senhor é de Goiás, do Estado que eu amo. O senhor tem que lembrar de alguma coisa, de alguém para quem o senhor transferiu dinheiro, de alguém para quem o senhor fez pagamento pelo boleto. É impossível!
O senhor tem filhos?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, senhor, é a minha memória.
Eu não me lembro porque era muita atividade, então, eu não, assim... Eu não procurava gravar coisas que, para mim, não tinham valor. Eu prestava o meu serviço, ser correto com a empresa, então, eu procurava sempre exercer nesse papel, mas eu, assim, nessa colocação, nessa pergunta, eu nunca cheguei, assim, a detalhar, a olhar para quem eu estava pagando os boletos, para quem eu estava depositando, porque isso aí, para mim, não me interessava.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - O senhor tem filhos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Tenho sim, senhor.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - O senhor é capaz de jurar pelos seus filhos que não se lembra de nenhum depósito feito para alguém que o senhor gostaria de saber e esse nome não foi falado pelo senhor aqui por uma questão de não querer falar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, senhor, diante de tudo o que eu estou falando, eu me sinto seguro de que eu estou falando a verdade, então, isso aqui... Eu estou falando a verdade.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - Sim, mas eu perguntei se o senhor jura pelos seus filhos? O senhor jura?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senador Kajuru.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ivanildo, vai responder ao Senador Kajuru?
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - Olha, diante de todas as perguntas, eu já respondi, então...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito.
Mais alguma pergunta, Senador Kajuru?
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - Não, eu quero que fique registrado aqui que ele não jurou pelos filhos.
Por mais que alguém possa discordar da forma como eu perguntei, eu vivo disso, eu tenho 60 anos de idade, Presidente Randolfe, e, normalmente, quando eu respondo a alguma pergunta dura, igual àquela da gravação com o Presidente da República, eu jurei pela minha mãe, pela minha visão, por Deus, para que não houvesse dúvidas.
Então, que fique registrado aqui. O Ivanildo não jurou pelos seus filhos pela pergunta que eu fiz em função de tantas vezes que ele aqui falou "eu não me lembro".
O maior respeito a ele e tudo, agora, canonizá-lo e dizer que ele aqui tudo hoje falou a verdade, com todo o respeito aos meus colegas, eu não concordo, de forma alguma, eu não penso da mesma forma.
Eu acho que ele foi orientado, quero deixar claro aqui, ele foi orientado para vir à CPI, não só por advogado, como a sua Diretora, como os seus superiores.
Em nenhum momento, eu quero deixar bem claro ao Brasil, em nenhum momento alguém da empresa falou para o Sr. Ivanildo: "Vai lá e fala o que o senhor quiser". Isso não é verdade. "Vai lá e fala assim, assim, assim, assim e assim".
É essa a minha sensação, creio que eu não esteja errado, até porque acabei de dar o motivo aqui da sua resposta que, para mim, resumiu tudo.
Eu agradeço, Presidente Randolfe Rodrigues, e apenas digo que, por justiça, esta CPI tem que ouvir o patrão do Ivanildo, o tal do Carlos Alberto de Sá, esse, sim, tem que ser ouvido, porque por mais que o Ivanildo aqui tenha faltado com a verdade para defender o seu emprego...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, em momento algum eu tenho faltado com a verdade.
Eu estou procurando colaborar com todos, se não fosse assim, no momento... Eu fui abordado de surpresa quando o repórter me ligou e eu não sabia do que se tratava, ele entrou em alguns detalhes justamente do que foi relatado aqui diante de valores e simplesmente eu... Tanto que eu falei, procurei falar a verdade. Eu fiquei assim no começo até com receio, preocupado se eu falei demais, mas eu falei a verdade e, em momento algum, eu estou fugindo da verdade.
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O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - O.k. Então, pra terminar, eu insisto, tem que ser ouvido é o dono dessa empresa, o Carlos Alberto de Sá.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Assim encaminharemos.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO) - Ele, Presidente Randolfe, como funcionário que ganha R$1,7 mil, a gente não poderia esperar que viesse aqui e falasse tudo. Ele viraria Ivanildo o herói do País se ele falasse tudo e até teria empregos melhores pela honestidade dele, mas ele optou por agir dessa forma, porque pra mim quem não deve não teme. Se você não teme sobre o que você está dizendo, você pode jurar pelos seus filhos, por Deus e por qualquer outra crença.
Obrigado, Presidente Randolfe, pela oportunidade.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Obrigado, Senador Kajuru.
Próxima inscrita, Senadora Soraya Thronicke.
Só antes aqui tranquilizar o Ivanildo. O Ivanildo, no começo do seu depoimento, livremente prestou o compromisso com a verdade, assim esta CPI está inteiramente tranquila sobre o seu depoimento e sobre as informações que recebeu. Aí só quero destacar...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Presidente, ele disse "sim" ou "não", quando ele falou dizer a verdade?
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ele disse "sim", ele disse "sim", ele se comprometeu com os termos do art. 203 do Código de Processo Penal, Senadora Soraya.
E só complementarmente, só deixar claro que o Sr. Ivanildo já trouxe uma enorme contribuição a esta Comissão Parlamentar de Inquérito, como já foi dito pela Senadora Simone Tebet. Veja que, no curso do depoimento do Sr. Ivanildo, ele confirma que esteve presente na agência Bradesco do Setor Industrial, lá, para fazer pagamentos de boletos bancários. Nós temos os dados nesta CPI de que esse pagamento era para o Sr. Roberto Ferreira Dias. Isso corrobora informações da própria empresa, que tem a situação inusitada de ter mandado pagar, fazer pagamentos pra quem estava devendo a ela.
Então, assim, Ivanildo, fique totalmente tranquilo, você já trouxe uma enorme contribuição pra esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Só antes de prosseguir e passar para a...
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - Presidente, só um esclarecimento.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pois não.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS (Para expor.) - Eu acho que a Senadora Soraya está com a mesma dúvida com que eu estou. Só pra esclarecer.
Eu acho que essa questão do termo de compromisso ainda ficou um pouco obscura aqui no início da sessão... Estão me ouvindo?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Gostaria que recuperassem essa parte do compromisso.
O SR. ALAN DINIZ MOREIRA GUEDES DE ORNELAS - E aí eu só queria, além dessa questão de fato pra trazer aqui pra V. Exas., relembrar também uma questão de direito, que a decisão do Mandado de Segurança 38.195 resguarda o direito de o Sr. Ivanildo não ser submetido ao compromisso. Só pra fazer essa lembrança.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Perfeito.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Sr. Presidente...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas eu tenho a impressão de que eu o ouvi dizendo "não".
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Peço à Secretaria para resgatar.
Só antes de passar a palavra pra V. Exa., esta Comissão Parlamentar de Inquérito foi informada agora, somente a esta hora, embora a defesa do Sr. Marconny Faria tenha comunicado a esta CPI que segunda-feira recebeu a notificação desta Comissão Parlamentar de Inquérito, esta Comissão Parlamentar de Inquérito recebe agora, inclusive datada de hoje, 1º de setembro, a informação de que a defesa do Sr. Marconny Faria - essa mesma defesa que recebeu a notificação para o comparecimento dele nesta quinta-feira - pede acesso aos documentos do requerimento de convocação. A mesma defesa teve acesso a essa convocação na segunda e confirmou com a Secretaria desta CPI.
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Por fim, a defesa informa que o Sr. Marconny Faria está sob cuidados médicos, perante, colegas da Comissão, o Hospital Sírio-Libanês, e encaminha um atestado médico do Sírio-Libanês.
Olha, eu tenho profundo respeito pelo Hospital Sírio-Libanês...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Se essa moda pegar, Sr. Presidente, nós podemos já encerrar a CPI.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... é uma das mais importantes instituições de saúde pública deste País, mas...
Eu quero determinar à Secretaria da CPI que peça informações, imediatamente, do Hospital Sírio-Libanês sobre o estado de saúde do Sr. Marconny Faria e quando ele estará disponível a esta Comissão Parlamentar de Inquérito. Parece-me que os depoentes desta CPI resolveram transformar o Hospital Sírio-Libanês em álibi para não comparecerem à CPI.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Vamos fazer justiça ao Ivanildo, que se prontificou a vir, e aos suspeitos, convocados de outras suspeitas de irregularidades, Sr. Presidente. Quem tem aproveitado atestados médicos são, especificamente, aqueles envolvidos no caso da Covaxin, Precisa, FIB Bank.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Exatamente.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - É bom deixar muito claro. Aí, de repente, se comprova aquela triangulação de que todos realmente se conheciam. Talvez não se encontrem na mesa de um bar, mas vão conversar agora na ala de algum hospital.
Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Na ala do hospital.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Pela ordem.) - ... a questão de ordem é sobre isso.
Eu pediria encarecidamente, já que Marconny não vem amanhã, que nós pudéssemos antecipar o depoimento de sexta para amanhã, e não chamássemos VTCLog antes da Sra. Zenaide, até para que nós possamos também participar do caso do Distrito Federal. Nas sextas-feiras, normalmente, nós Parlamentares estamos nas nossas bases, conversando com Prefeitos, ouvindo as demandas da sociedade civil, que não pode pegar o avião aqui atrás de demanda, e nós normalmente atendemos nos nossos escritórios. Nas sextas é muito difícil participar da CPI. Eu gostaria muito de participar do caso do DF. Se nós pudéssemos antecipar o de sexta para amanhã, eu acredito que com isso nós poderemos estar...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senadora Simone, antecipo a V. Exa. que estou de acordo. Agora, só por obséquio peço autorização para, no curso, ainda, antes de concluir este depoimento, consultar meus demais colegas de direção de Comissão Parlamentar de Inquérito, o Presidente Omar Aziz e o Senador Renan. De antemão, antecipo que estou favorável à eventual antecipação do Sr. Francisco, mas me permita consultá-los para nós tomarmos uma decisão colegiada e, assim, comunicar ao Plenário...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Senador...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... da Comissão Parlamentar de Inquérito.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Senador...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Complementarmente, eu queria determinar à Secretaria da Comissão Parlamentar de Inquérito o seguinte procedimento, a seguinte providência: que requisitasse à Junta Médica do Senado que entrasse em contato, de imediato, também, com o Hospital Sírio-Libanês; entrasse, juntamente, em contato com os médicos que estão atendendo tanto o Sr. Marconny Faria quanto aquele que deveria ter sido o depoente do dia de hoje; e, em especial, cheque a situação, confirme a situação do Sr. Marconny Faria, porque, convenhamos, é muita coincidência o Sr. Marconny Faria apresentar um atestado do Sírio-Libanês exatamente nos momentos que antecedem o depoimento dele nesta Comissão Parlamentar de Inquérito. É coincidência demais, e eu não acredito em tanta coincidência. Vale a máxima aí que se fala muito aqui em Brasília, Senadora Soraya: "Jabuti não sobe em árvore. Se jabuti sobe em árvore, ou foi enchente ou foi mão de gente". Esse atestado, com todo o respeito ao Hospital Sírio-Libanês... Não quero duvidar, em especial, do médico que subscreve o atestado que chega a esta Comissão Parlamentar de Inquérito, mas é um pouco demais dois atestados médicos exatamente no dia dos depoentes.
Isso só me faz, Ivanildo, lhe saudar mais pela sua disposição em estar aqui. Você, uma pessoa do povo, não procurou nenhum atestado médico. Eu estou vendo um lobista e um outro, que é o sócio oculto do FIB Bank, apresentando atestado médico para não comparecer a esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
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Então, queria determinar à Secretaria que entrasse em contato com a Junta Médica do Senado Federal para que procure o contato para obter maiores informações e, sobretudo, para que seja informado a esta CPI quais as datas em que estarão recuperados, tanto aquele que viria a ser o depoente do dia de hoje quanto o Sr. Marconny Faria, para que, de imediato, ele compareça a esta CPI.
Se ambos pensam que fugirão desta CPI, quero deixar claro que não fugirão. Nós levaremos esta CPI até 2022, mas vamos agora ouvir esses dois senhores nesta CPI, tanto o Sr. Tolentino quanto o Sr. Marconny Faria.
Senadora Soraya.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Pela ordem.) - Senador Randolfe, eu queria, com a permissão da Senadora Soraya...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Claro, Senadora.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - ... me juntar aqui ao pleito da Senadora Simone Tebet, sobre os depoimentos, antecipar o do Distrito Federal para amanhã, o do Secretário Francisco, o ex-Secretário Francisco, e deixarmos aí a Andreia, CEO, para a semana próxima sequente às atividades da CPI, que nos dará exatamente mais embasamento, a partir do depoimento que foi aprovado hoje o requerimento da D. Zenaide.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Só sugiro que avisem com cuidado para o Secretário, pra ele não ter um piripaque de hoje pra amanhã...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Boa colocação.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... e parar no Sírio-Libanês, com todo respeito.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Pela ordem.) - Sr. Presidente, também reforço esse pedido da Senadora Eliziane. Acho que é importante neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu estou, neste momento, inclusive conversando com o Presidente Omar. Daqui a pouco...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Perfeito.
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - A bancada aqui em peso apoia.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Em peso. Eu também quero subscrever.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Não vou ficar de fora, não.
(Intervenções fora do microfone.)
A SRA. LEILA BARROS (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Desculpa, Senador Jean. Desculpa.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... da Bancada Feminina mais o Senador Jean Paul Prates.
Senadora Soraya, o depoente está à sua disposição.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Sr. Ivanildo, o senhor disse já várias vezes aqui que nunca se sentiu ameaçado, após o seu nome estar na mídia, após essa convocação da CPI. Correto? O senhor disse que nunca se sentiu ameaçado. Concorda? Comprova?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, diante... Eu nunca me senti ameaçado realmente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Nem em relação à sua vida, nem relação ao seu emprego?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, eu nunca... Assim, no meu pensar, eu creio que isso aí não me leva a me sentir ameaçado, mas...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, eu gostaria de saber... Quando do ajuizamento do HC e do mandado de segurança, se não me engano são dois, o senhor disse que estava com medo. O senhor ajuizou esses dois remédios constitucionais porque o senhor disse que estava com medo. Eu gostaria de saber: medo do quê?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, a partir do momento que saiu essa notícia, aí o comparecimento de muitos repórteres, muitos jornais...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Medo de repórteres o senhor tinha?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Não é medo de repórter, porque, a partir do momento que os fatos estão sendo mostrados, aí vem um pensar. E, a partir do momento que eu comecei a pensar, falei: "Olha, puxa, estou envolvido em valores aí e o povo lá fora...". Eu não sei até que ponto está a minha segurança. Mas isso aí é... Assim, não estou dizendo repórter, mas diante da frequência de muitas pessoas irem a minha casa... Hoje a gente não sabe quem é quem, tanto que eu não atendi ninguém.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Aí o senhor ficou com um certo medo.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu fiquei com um certo receio.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor ainda está com medo?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, medo, eu não sei até que ponto em afirmar, porque às vezes em certo momento vem alguns pensamentos, mas...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Entendo.
Ontem, quando o senhor não compareceu... O senhor podia escolher entre comparecer ou não comparecer. Por que o senhor escolheu, ontem, não comparecer?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, essa é uma decisão que eu tive, né? Eu, assim, no começo, quando a doutora conversou comigo, falou assim: Olha, Ivanildo, se você quiser, pode ir falar a verdade e tudo. Aí, mas quando surgiu lá... Quando eu pedi para não me expor, ali naquele momento, quando eles me deram o direito de não comparecer ou não, aí eu preferi escolher não comparecer.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E por que o senhor mudou de ideia?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, porque quando, a partir do momento que quando saiu essa decisão e logo no dia seguinte, a minha casa estava cheia de repórter toda hora na minha porta. Aí eu fui, assim... E falei, não, eu vou pensar e vou tomar minha decisão.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor acompanhou, pela televisão, ontem, o andamento da CPI e os comentários em relação à sua ausência?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu vi a repercussão e tudo isso aí.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É. Que sirva, assim, de lição para os demais que estão tentando... Que possam estar tentando fugir, que é melhor comparecer, porque não tem como fugir. Ou virá sob vara, não é? Então, é importante mostrar também. Porque muitas vezes o senhor chega de uma maneira e aí o seu comportamento, a sua forma de falar demonstra a nós que o senhor não está mentindo, possa não estar mentindo, a não ser que o senhor seja... Se o senhor estiver mentindo...
Porque o compromisso, na minha opinião, eu estou achando que o senhor não prestou. O senhor não prestou o compromisso. Então, não estou errada, doutor. Eu me recordo que eu me assustei. Eu estava vindo para cá, mas estava ouvindo atentamente, e ouvi que o senhor se negou a prestar o compromisso. Então, isso está bem claro para mim. Mas mesmo se o senhor estiver mentindo, eu vou dizer, o senhor é um excelente ator. Se o senhor perder o emprego, o senhor vai poder conseguir muito bem... Porque dá para a gente ver nos olhos. Então, o senhor pode ter omitido alguma coisa, mas mentir exatamente... A gente já viu muita gente mentindo aqui, mas muita gente mesmo. Então, se o senhor estiver mentindo... E às vezes...
Eu acredito que o senhor não se recorde mesmo de pagar um certo boleto de uma pessoa chamada Roberto Dias, porque é um nome relativamente comum no meio daquele número ali de boletos. É natural. O senhor paga um, paga outro... Enfim.
Em relação a esses valores que o senhor geralmente saca, lá nessa agência do banco, da Caixa Econômica do aeroporto de Brasília, quando o senhor chegava, o senhor enfrentava fila?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim. Eu enfrentava fila, tirava senha de chegada e aí, quando chegava minha vez...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Esse valor já estava separado? Ou o senhor via a contagem? Geralmente? Desses montantes mais altos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Eu chegava lá e isso aí não tinha nada separado.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Nada separado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Cento e cinquenta mil, 300 mil, 400 mil. Nada separado?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Para interpelar.) - Boa. Só um complemento. Demorava quanto tempo isso? Quanto tempo demorava o senhor esperando contagem?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, no período... Quando era... O tempo... Quando, vamos supor, ia pagando, ia... Aí, depois, no final, ela, a Caixa totalizava os valores e me passava.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Que horas abre o banco, aqui em Brasília?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, no momento agora, a Caixa estava abrindo 8h da manhã.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Oito da manhã?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É.
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A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não é às 11h da manhã que abre o banco aqui, não? Em Campo Grande é às 11h da manhã, em Mato Grosso do Sul... Não é? É às 8h da manhã que abre o banco lá?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor não pegava fila às 8h da manhã, entrando fora do horário.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Porque ele... O do Roberto Dias acho que foi pago às 10h25 da manhã. Tem que ver que horas que abre esse banco.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Agora, esse dinheiro não está... ele nunca foi contado?
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Eu acho que ele ia complementar a resposta, Soraya.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ah, perdão. Não vi.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando eu chegava lá, tanto que, às vezes, eu esperava o atendimento, porque geralmente tinha pessoas na minha frente, e tinha vez que lá a agência não tinha tanto movimento. E às vezes o atendimento seria rápido.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, esse dinheiro não estava separado, esse dinheiro não estava contado, nem estava...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... dentro de papel, assim, dentro de envelope?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, isso aí não.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não?
O senhor também disse que algumas faturas, algumas vezes esse boleto não estava cadastrado, então o senhor devolvia o dinheiro e o boleto. Como é que é isso? Como que é um boleto não cadastrado? Não cadastrado lá no banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu creio que o boleto, quando ele é cadastrado, é a empresa que emite o boleto é que cadastra no banco. E, quando eles não cadastram no banco, então não consegue ser pago.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Aí o senhor levava o valor.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Levava.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor ia geralmente com o valor do cheque separado exatamente no valor de todos os boletos a serem pagos?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, porque o valor do cheque estava incluso dentro dos boletos, tanto que, às vezes, eu pregava algum clipe na mesma papelada que eu estava com ela, entregava para o pessoal do banco e eles pagavam os boletos. E, às vezes, tinha alguns depósitos em outra agência; eu pegava e fazia os depósitos em outra agência.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, muitas vezes, o senhor andou com R$100 mil na sua mochila, R$150 mil, R$200 mil na sua mochila?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, muitas vezes não, mas eu já andei com valores.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor colocava em algum envelope?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, eu...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... direto na mochila, o pacote?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Era direto na mochila. Quando tinha valores...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Se o senhor me permitir, até para que dê oportunidade de o senhor fazer a correção necessária, com todo o seu tempo, com muita tranquilidade. Veja, a princípio, parecem contraditórias as respostas, mas a gente corrige sem nenhum problema.
Primeiro, o senhor disse, lá atrás, que havia provimento já; que esse recurso já estava provido, significa que o banco se preparava, abastecia, porque, acima de R$5 mil, R$10 mil, R$20 mil, não necessariamente o banco fica com esse dinheiro. Já é uma praxe, tem normas, instrução normativa, portaria do banco nesse sentido. Então, da mesma forma, agora para Senadora Soraya, V. Sa. falava que não estava separado o dinheiro. Eu acho que é isso que a Senadora Soraya disse. Então, se quiser fazer a correção...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Isso.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Porque a gente já entendeu o que realmente aconteceu...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Tem que fazer a chamada provisão...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Não estamos questionando.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... não é, Senadora?
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - É.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É uma provisão feita antecipadamente para sacar.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para interpelar.) - E aí, como V. Sa. voltava para a empresa com o valor para entregar para a Sra. Zenaide e como V. Sa. acaba de afirmar que já teve vez - ainda que não fosse praxe - de sair com 50 mil, 100 mil, a pergunta é: como não havia provimento - V. Sa. disse que não havia provisão do recurso -, dava os boletos e as faturas para serem pagos. O "troco" - entre aspas, porque poderia ser mil, 10 mil, 100 mil - voltava, porque o cheque era num valor a mais. Isso, se não estava provido, tinha que ter sido contado na frente. Ele era contado ali? O senhor via, V. Sa. via a movimentação desse recurso?
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Resumindo: V. Sa. ia com o cheque da empresa de R$200 mil e com uma série de boletos e faturas para pagar. Chegava lá, e, na caixa - V. Sa. disse que não tinha privilégios, e nós acreditamos -, a caixa somava a conta, e dava um total de 150 mil, mas o cheque era de 200, ou mesmo qualquer tipo de telefonema que pudesse ser resolvido depois... O caixa ou a caixa... Se o dinheiro não estava reservado e se não se sabia qual o valor a ser descontado, o caixa tinha que, no mínimo, contar na frente de V. Sa., colocar em um envelope, para V. Sa. trazer para a empresa.
Então, é preciso esclarecer...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - ... se a resposta correta é aquela ou se a resposta correta é essa que deu para a Senadora Soraya agora.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, o dinheiro, expressamente, não estava reservado. Ele estava... É tipo assim: quando a empresa fazia a previsão... Só que, dentro da previsão que eles faziam, tinha valores que a empresa me passava para pagar: "Olha, já que você está nesse banco, já pague esses valores". Mas, ao chegar lá, se especificamente já estava separado... Isso aí eu não...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Então, pagava os valores, tinha que haver...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Aí...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Aí entregavam o envelope para V. Sa.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, às vezes, não entregam o envelope; às vezes, entregavam os valores em mão mesmo. E eu colocava, às vezes, os valores na mochila...
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Dentro da mochila.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - ... pegava os boletos e ia para outro banco.
A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) - Mesmo quando esse valor era de 100, 150 mil, eles não colocavam no envelope? V. Sa. já colocava direto na mochila?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, todos os valores eu carregava dentro da mochila. Então, ali eu pagava. Às vezes, quando sobrava, ele me dava, eu pegava, guardava na mochila e levava para a empresa.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - E o senhor disse que o senhor ia até o quarto andar do Ministério da Saúde. E o senhor falou que ia até uma pessoa, até outra pessoa, até outra pessoa... Quantas pessoas, mais ou menos, estão ali no quarto andar?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, isso aí era muitos anos atrás. Na época... Quando eu prestava serviço, no faturamento, de entrega de faturas, eu ia a vários setores.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Em qual ano?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu levava a fatura, e eles assinavam, davam um "recebido". Às vezes... Chegou várias vezes: "Olha, esta fatura está errada".
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Em que ano foi isso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu não lembro o ano especificamente. Sei que a empresa, creio que tenha alguns protocolos, se ela não jogou fora.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Porque o senhor levava o protocolo de volta.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu levava o protocolo.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor disse que o senhor levava a fatura. Mas o senhor entrega uma fatura para um, depois vai para outra sala e entrega para outro? Aí vai para outro?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso. Eu entregava a fatura em uma sala. Cada setor... Lá tinha um pessoal que usava o departamento de passagem. Então, como eu entregava fatura, eu chegava a um setor, entregava em uma sala, entregava em outra sala.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Fora do microfone.) - Era uma salinha do Ministério da Saúde, para pagar o contrato da VTCLog.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, mas aí... É interessante porque entregava uma para um; depois, ia para outra sala e entregava para outro. Deveria ser um lugar só, e não várias faturas! O senhor ia, entregava algo para uma pessoa em uma sala; depois, o senhor ia para outra sala e, depois, o senhor ia para outra sala.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA. Para interpelar.) - É só para ajudar aqui, Simone, Soraya.
Isto é que eu quero que você explique: quando você fala dessa fatura, você está falando de fatura ou está falando de boleto, de alguém do Ministério da Saúde?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Eu estou falando de fatura, que era... A empresa...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Isso.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Ela mandava as faturas e todas as...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - De cobrança para a VTCLog.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Isso.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Mas não era só ali no departamento de cobranças da VTCLog?
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Isso.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não era, porque...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É estranho entregar uma fatura para um e para outro.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, mas era um procedimento...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Geralmente, você entrega e concentra numa pessoa só.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Exatamente. E é só um setor no Ministério da Saúde que faz essa relação com a VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não. Olha, deixa eu te falar: quando eu andava constantemente no Ministério da Saúde, eu prestava serviço para a Voetur Turismo, que era a empresa que tinha vendas de passagem dentro do Ministério da Saúde. Inclusive, ela tinha... Tinha um andar lá que tinha uma sala que tinha um monte de funcionários da Voetur.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Para interpelar.) - Ah, o.k.!
E, neste ano, o senhor esteve lá fazendo exatamente o quê? O senhor se recorda?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, neste ano, se eu não me lembro... Neste ano, eu levei um pen drive no quarto andar.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Para quem?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, essa pessoa especificamente... Eu não lembro para quem.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor reconheceria essa pessoa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não me lembro.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Era homem ou era mulher?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Era mulher.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ah, uma mulher. O senhor entregou um pen drive para uma mulher no Ministério da Saúde no quarto andar também.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu entreguei para uma mulher no quarto andar.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Interessante.
Isso é muito importante anotar.
Bom, eu gostaria de agradecer ao senhor. Se o senhor sentir qualquer insegurança, o senhor, por favor, comunique esta CPI e também comunique a Defensoria Pública. Seria importante. Qualquer espécie de insegurança em relação à sua defesa, enfim. Mas agradeço a sua disponibilidade em comparecer e espero que não o incomodem, Sr. Ivanildo.
E só para terminar, eu ainda tenho mais alguns minutinhos, justamente por conta...
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Soraya, para te ajudar numa pergunta. Não sei se você vai precisar dessa informação sobre o horário bancário, agora na pandemia, da Caixa Econômica.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É importante.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - MA) - Funciona das 8h da manhã às 13h, à uma da tarde, compreendendo nesse horário o período de pandemia. O demais é serviço administrativo.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Agora, é muita coincidência que nós temos... Mas também a própria VTCLog já assumiu que faz esse tipo de pagamento. Mas é muita coincidência, no horário que o Sr. Ivanildo entra na agência, tem o pagamento de um boleto em nome do Sr. Roberto Dias.
Só para terminar, eu fui verificar, Sr. Presidente, em relação à investigação de envio de recursos federais para Estados e Municípios, para o combate à pandemia, em relação ao Consórcio Nordeste, para que as pessoas não pensem que nada está sendo investigado e está "a la vontê".
A PGR investiga o Consórcio Nordeste. MPF instaurou inquérito em relação a este caso do Consórcio Nordeste. A CGU investiga o Consórcio Nordeste. A Polícia Federal remeteu ao STJ questões levantadas sobre o Consórcio Nordeste, porque existe a suspeita de uma pessoa envolvida que tem foro privilegiado no STJ. Então, é importante que o Brasil saiba que sim, tem gente investigando, e nós estamos todos atentos a todas essas investigações.
Além disso, a CPI recebeu inúmeros documentos, e é importante que a administração, que o Presidente envie para cada Senador, pelo menos aqueles relativos aos seus Estados, toda essa documentação, que disponibilize tudo isso para que os Senadores possam investigar não no âmbito da CPI, porque a obrigação de um Parlamentar não é somente legislar, mas é também - também -, no mesmo grau de importância, investigar. Então, mais uma vez, não no âmbito da CPI, até mesmo porque a decisão do STF foi muito clara, infelizmente. Infelizmente! Mas os Senadores podem continuar e utilizar esses documentos para uma apuração e cobrança daqueles órgãos que estão investigando, que eles consigam fazer esse trabalho.
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Outra questão, em relação à Hempcare. O que nós estamos tratando aqui é da venda desses ventiladores, esses 48 milhões, e dizer para o Brasil que a Anvisa liberou a utilização, a compra de remédios que contenham substâncias com base na maconha, enfim, e tem muitas pessoas que se utilizam desses medicamentos e precisam desses medicamentos. A diferença de um veneno para o remédio é sempre a dose. E, aí, a maconha não é liberada no Brasil para uso recreativo, e foi a Anvisa que liberou a utilização desses medicamentos. Então, eu sugiro que, se alguém é contra esse tipo de medicamento, que muitas pessoas precisam, que a pessoa possa entrar com projeto de lei pra proibir até mesmo a utilização de medicamentos, mas que nós, aqui na CPI, tenhamos o cuidado de não misturar as estações e acabar, com isso, desinformando às pessoas.
Então, eu estou falando isso apenas, Sr. Presidente, pra colocar isso muito claro aqui para todos os brasileiros, porque eles ficam perguntando nas redes sociais e indagando e questionando se nós não estamos atentos a tudo isso. As pessoas precisam saber que estamos, sim, atentos.
Muito obrigada, Sr. Presidente; obrigada, Sr. Ivanildo e os seus patronos.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Sr. Presidente, rapidamente, apenas a título de esclarecimento...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Pois não. Eu vou passar pra V. Exa.
Temos inscritos ainda a Senadora Zenaide, V. Exa. e o Senador Fabiano Contarato.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Eu queria só ter o direito, uma vez na vida, de fazer um complemento aqui, porque todo mundo corta aqui e tal...
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, perfeito. Concedido a V. Exa.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Rapidamente, porque a Senadora Soraya...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É verdade, Senador.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - ... com todo o respeito, fez um histórico em relação ao Consórcio Nordeste, que eu sempre prefiro pontuar aqui, apenas esclarecendo e não contraditando, que o consórcio está sendo analisado pela PGR e pelas autoridades a pedido do próprio consórcio - a pedido do próprio consórcio: foi o Consórcio Nordeste que foi lá denunciar a turma que vendeu e não entregou. Então, só pra ficar claro que não é uma iniciativa contra o consórcio: é a favor do consórcio e contra os caloteiros que não entregaram.
E, a respeito do nome jocoso aí ou não da empresa Hempcare, é porque é como a Senadora mesma explicou, deve ter a ver com essa questão de medicamentos à base da Cannabis. Não tem nada a ver com... O fato de ela ter estendido ou querido estender e não ter dado certo pra vender respiradores é o que cabe apurar e justamente o que o consórcio também quer.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu agradeço, Senador Jean, e vocês, que são do Nordeste, é bom que vocês esclareçam, porque foi o que eu pude apurar, mas...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Exatamente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... tem que ficar esclarecido...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - E lembrando que não há dinheiro federal.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... tim-tim por tim-tim.
Não há dinheiro federal? É isso?
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Exatamente. Por isso que não está sob investigação desta CPI. Cabe aos Estados fazer essa verificação.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - E esses 48 milhões são provenientes da onde?
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Do orçamento de cada Estado.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Do orçamento próprio?
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Exatamente. Eles fizeram...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Da arrecadação própria.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - ... um compartilhamento da despesa de compra, fizeram um aporte para comprar, e a empresa não entregou. Acontecendo isso, o secretário-geral e o próprio consórcio foram à polícia, foram ao Ministério Público, foram à Justiça, para recuperar o dinheiro, que, aliás, já está em ponto de finalizar esse processo de execução. É uma ação que está em curso.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Eu agradeço muito, porque isso precisa ser esclarecido.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Obrigado, Senadora.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Senador Jean, se V. Exa. quiser prosseguir... Inclusive, eu queria pedir... Os últimos, lamentavelmente, aqui não estão sendo os primeiros. Os últimos acabam sendo prejudicados...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Aqui os últimos são sempre os últimos. (Risos.)
O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É, os últimos estão sendo os últimos.
É que nós estamos sendo comunicados de que, daqui a pouco, está se iniciando a Ordem do Dia, mas eu não posso prejudicar os colegas Jean Paul Prates, Zenaide e Fabiano Contarato, que são os últimos inscritos.
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Então, queria passar, de imediato, a V. Exa. e, se V. Exa. me permite, eu vou conduzir a uma rápida redução do tempo para dez minutos, para que nós não possamos adentrar tanto a Ordem do Dia, mas, ao mesmo tempo, não possamos terminar este depoimento sem ouvir V. Exa. Então, V. Exa. com a palavra.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Para interpelar.) - Agradeço. Agradeço, Presidente. Não vou fazer um prolegômeno muito longo, não vou canonizar nem crucificar - para usar um dos termos usados pelo Senador Kajuru -, mas vou felicitá-lo, Ivanildo, por responder aqui, por nos ajudar no nosso trabalho. Me perdoe se eu for aqui um pouco repetitivo em algumas perguntas, porque apenas quero clarificar aqui e confirmar algumas coisas.
O senhor é empregado da VTCLog, ou da Voetur, ou da VTNC, ou do que for? O senhor é empregado dessa empresa, com carteira assinada?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - De qual delas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Voetur, VTCLog.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Voetur?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - VTCLog.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Voetur, não da VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - VTCLog.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - A VTCLog e a Voetur são a mesma coisa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - É?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - É a mesma pessoa jurídica? O advogado confirma? VTCLog e Voetur são a mesma empresa, mesmo CNPJ? (Pausa.)
Não são. Fique registrado que não são a mesma pessoa jurídica.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, tem...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor é empregado da VTCLog?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - VTCLog.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Carteira assinada?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Carteira assinada.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor trabalha há quanto tempo com carteira assinada nessa empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Vai chegar a 13 anos.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Treze anos.
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Desde 2009.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O.k. O senhor, então, tirou férias, teve todos os direitos trabalhistas garantidos. O senhor recebia o seu salário em conta corrente?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor tem conta em banco?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Tenho conta no Banco do Brasil.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Perfeito. O senhor é o único motoboy da empresa, a única pessoa que faz esse trabalho ou tem outras pessoas?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, no financeiro, sou eu o único que faz o serviço do financeiro.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Quando o senhor não ia ao banco, fazer uma diligência fora, o senhor ficava parado lá na empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, quando aparecia alguma demanda, eu ia ao cartório, às vezes ia colher assinatura...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Mas a sua sede de trabalho... O senhor ia lá bater ponto? Como é que fazia? Ia lá, se apresentar, na empresa, na sede da empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu chegava... Todo dia eu estava presente na empresa.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Onde é essa sede da empresa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - No SIA, setor de cargas.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Hein?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Setor de cargas do SIA, Guará.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Sim, o.k.
O senhor fazia esse serviço de entregas, enfim, para outras pessoas ou outras empresas, ou somente para essa empresa? O senhor era exclusivo dela?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu trabalhava... Sempre trabalhei nessa empresa, desde quando eu entrei.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Só trabalhou pra ela?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Aí, às vezes, eu fazia alguns freelancers, mas era...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Freelancer?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - É.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - A empresa sabia disso?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, porque durante o meu horário... Fazia fora do horário.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Me explica um pouquinho... E, aí, fazendo referência, para quem está nos assistindo, à fala do Senador Izalci, com todo respeito, Senador Randolfe, mas, para explicar, nós não estamos aqui detalhando nem repisando fatos pequenos junto a uma pessoa trabalhadora e valorosa que está aqui nos ajudando voluntariamente. Nós estamos aqui é atrás, Senadora Soraya - e V. Exa. fez a mesma coisa e outros também -, de entender o procedimento, o procedimento operacional, não o administrativo. A gente não quer, claro, que o depoente saiba que empresa é, qual não é, para quem pagou, quem era ou que ficasse bisbilhotando os boletos ou os pagamentos, óbvio que não. Mas o procedimento factual, operacional. Por isso que nós estamos perguntando isso.
E, aí, eu pergunto: como era esse procedimento? O senhor chegava no banco com o cheque, o caixa estava ou não avisado - aí depende do caso, segundo o senhor disse, não é? - e ele lhe dava dinheiro. O senhor carregava dinheiro, saía com dinheiro vivo na mochila às vezes?
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O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, o caixa... Ele, tipo assim... Como é um sistema, havia uma previsão, esse sistema é online, e aí, quando eu chegava lá, ele me atendia de acordo, como a outras pessoas que entravam...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Qual era a média, mais ou menos, de volume em reais que o senhor movimentava a cada vez que ia lá: 30 mil, 40 mil, 200 mil, 100 mil?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não tenho expressivamente os valores.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Mais ou menos R$100 mil? Mais ou menos? Duzentos? Mais ou menos 200? Está mais próximo de 300 ou está mais próximo de 100?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Para baixo, mais para baixo.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Mais para baixo. A cada vez que ia ao banco? Teve uma vez que foi quatrocentos e tanto, mas foi excepcional? Foi uma exceção? Ou era uma regra?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, eu não sei se era uma regra, isso aí é uma coisa que...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Certo, tudo bem.
Agora, o senhor fazia, com esse montante, pagamentos dentro da agência? O senhor ia lá e realocava esse dinheiro para pagar coisa na própria agência ou o senhor saía com esse dinheiro para ir pagar em outras agências?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, tinha vez que eu pagava na agência e tinha vez que eu ia para outra agência.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Porque tem uma questão de segurança, não é? O senhor andar com R$300 mil na mochila, eu acho que dificilmente alguém anda sem uma segurança em volta, não é? O senhor não se sentia ameaçado de andar com esse dinheiro todo dia na bolsa?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não; até então, não. Não me sentia, não.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor fez depósitos - atenção! - em espécie na conta de pessoas? O senhor pegou dinheiro, recebeu um CPF lá, e disseram: "Deposita na conta do CPF tal". Depósito em espécie?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu já cheguei a fazer depósito em espécie, igual... O pessoal tem... Os sócios... Tinha pessoas que a gente depositava na conta deles, que eram da fazenda deles. Isso aí...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Dos próprios sócios. Mas e de pessoas outras?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não, assim...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Não? Ou não lembra?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Assim, olha, as únicas outras pessoas que me pediam eram funcionários, que me pediam para eu fazer um favor para eles, porque até então eu ia ao banco... Falavam: "Tem como fazer esse depósito para mim?". E eu fazia.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Quantas agências o senhor utilizava normalmente, assim, na cidade, nos seus trabalhos? Duas, três, dez?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eram várias. No Banco do Brasil, às vezes, eu ia depositar lá, pagar boleto lá... Às vezes, eu ia depositar dinheiro no Bradesco, pagar boleto... Às vezes, tinha boleto que não recebia, eu pagava na lotérica...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - O senhor tinha um contato fixo nessas agências, alguém em quem o senhor tivesse confiança? "Chama fulano aí para me atender, para me ajudar?"
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, não, eu nunca tive... Não, isso aí eu nunca tive...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Nenhum gerente de contato mais fixo, assim, mais regular?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Não tinha...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - O atendimento era chegar ao caixa...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Era roleta russa: chegava lá e quem estivesse lá atendia?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Isso.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - É difícil para um banco manejar isso aí, não é?
O senhor ia abrir uma ONG?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Olha, eu, na época, quando eu comecei a mexer com esse trabalho... Só que eu não consegui...
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Mas essa ONG o senhor ia abrir por quê? O senhor ia ter apoio da empresa? Era alguma coisa que o senhor queria fazer sozinho?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Não, essa ONG aí, na época, não tinha nada a ver com a empresa, eu não trabalhava na empresa.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Muito bem. Basicamente é isso, Presidente.
Eu queria só encerrar dizendo que nós estamos chegando ao dia 7 de setembro, dia da Pátria e, infelizmente, vamos ter 7 de setembro, 7% na conta de luz, 7% do gás de cozinha, bandeira vermelha na luz... Aliás, pior, porque agora trocaram o nome "bandeira vermelha", porque estava incomodando esse processo na cabeça do cidadão brasileiro. E aí os falsos patriotas, para variar, levando gente incauta, induzindo gente de boa-fé a se enrolar na bandeira, a cantar o hino e a comemorar não se sabe o quê, porque nós temos 580.525 óbitos, o país que matou cinco vezes mais gente de covid do que a média mundial. Eu não sei que protesto e a favor de que vai se fazer.
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Segunda coisa, Presidente, que chegou agora: caiu por terra o mito, o mito de que Bolsonaro não compactua, não tolera corrupção em seu Governo - está até o pescoço, está chegando -; o mito de que o Governo foi vítima de um bando de picaretas estelionatários - o Governo está dentro desse bando -; o mito de que ministros, secretários militares e até Parlamentares da base desse Governo estão imunes ou inocentes de crimes de responsabilidade - tem crime de responsabilidade, tem crime penal, tem locupletação, superfaturamento, fraude a licitação, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, leniência, prevaricação, formação de quadrilha, estelionato, falsificação de documentos, falsificação ideológica e lavagem de dinheiro. Caiu por terra o mito.
Obrigado, Presidente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Pela ordem.) - Senador Jean Paul, o senhor, que está com o quadro societário aí da VTCLog, não seria... Tem algum sócio da Voetur junto? Porque a Voetur também está nessa situação, está envolvida. Quem são os donos da Voetur?
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Na verdade, Senadora, a gente não tem aqui o quadro societário da Voetur, mas a gente tem aqui o da VTCLog: Carlos Alberto de Sá; Teresa Cristina Reis de Sá; Raimundo Nonato Brasil. E Andreia Lima, que não aparece como sócia, aparece como C&O.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - O senhor fazia bico para a Voetur, é isso? E aí...
Mas quem são os donos da Voetur? São os mesmos?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - São os mesmos.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ah, então tá.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - Exatamente os mesmos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - São os mesmos.
O SR. JEAN PAUL PRATES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) - E Zenaide Sá Reis, que a gente não sabe se é parente ou não, porque é Sá também. Mas também são tudo...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Então, aí o depoente omitiu, enfim...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Pela ordem.) - Presidente, V. Exa. me permite só um minuto, antes do próximo inscrito, Presidente.
Eu queria pedir a esta Comissão Parlamentar de Inquérito que fosse apresentado um vídeo para que se demonstre cabalmente - e peço permissão também ao Sr. Ivanildo, não diz respeito a ele -, mas que, antes de apresentar, demonstra cabalmente esse vídeo que esta Comissão Parlamentar de Inquérito foi vítima de má-fé.
O Sr. Marcos Tolentino, Sr. Presidente, entrou com um pedido para não comparecer, no dia de hoje, a esta CPI, sob a alegação de que ontem, às 15h41, ele tinha dado entrada no Hospital Sírio-Libanês, sob o argumento de formigamento no corpo - formigamento no corpo. Agora, esta CPI recebe do Sr. Marconny Faria, o lobista que iria depor amanhã, um atestado médico dizendo que ele também entrou no Sírio-Libanês, com dor pélvica - o primeiro, com formigamento no corpo; o segundo, com dor pélvica.
Primeiro, tem que pedir informações ao Hospital Sírio-Libanês se os dois estão internados tanto na unidade de São Paulo quanto na unidade aqui de Brasília; segundo, Sr. Presidente, reiterar o pedido para que uma junta médica aprecie a situação médica, o estado médico desses dois, do Sr. Marcos Tolentino e do Sr. Marconny Faria; terceiro, Sr. Presidente, esta CPI não pode terminar agora, sem ouvir o Sr. Marcos Tolentino e o Sr. Marconny Faria, nem que a gente leve esta CPI até 2022.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, o mais engraçado é o seguinte: o médico... O cidadão entrou com dor pélvica no Sírio-Libanês aqui em Brasília e o outro, com urticária no Sírio-Libanês, assinado...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É formigamento no corpo.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu estou entrando em contato com o Diretor do Sírio-Libanês de São Paulo, porque tem uma assinatura de um médico que, segundo me consta, o médico trabalha, mas não assinou pelo Sírio-Libanês.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É a mesma situação do Sr. Marconny Faria.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É a mesma situação do Sírio-Libanês, e eu não creio que o Sírio-Libanês vai...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É a mesma situação do Sr. Marconny Faria.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... permitir que alguém assine atestado médico em relação a pessoas que iriam depor hoje aqui.
É uma armação, eles estão com medo de vir à CPI, mas a CPI não ficará... São 20 dias - 20 dias! Eu quero saber se ele vai ficar 20 dias internado.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eles querem exatamente que a CPI acabe, para não vir. Um está com dor pélvica e com formigamento no corpo. O de ontem, do formigamento no corpo, que é o Sr. Marconny...
(Intervenção fora do microfone.) (Pausa.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Marcos Tolentino.
(Intervenção fora do microfone.) (Pausa.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Não, inclusive temos o vídeo, Sr. Presidente. Pode colocar o vídeo aí da entrevista dele?
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Olhe lá, às 20h. (Pausa.)
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Marconny Nunes Faria... Marconny Nunes Faria...
(Intervenção fora do microfone.) (Pausa.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É um formigamento no corpo, é uma dor pélvica danada toda vez que se chama gente aqui nesta CPI, rapaz! É formigamento no corpo, dor pélvica. Eu não sabia que a Comissão Parlamentar de Inquérito causava estes efeitos no organismo: formigamento, dor pélvica.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS. Fora do microfone.) - Causa espécie.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Causa espécie!
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Causa espécie saber que causa formigamento...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É, não sabia deste efeito colateral de CPI, não: formigamento no corpo. (Pausa.)
É bom que nós vamos ter agora, do Presidente, uma posição oficial do Sírio-Libanês.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM. Fora do microfone.) - Ele mandou...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O microfone, Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - O Presidente mandou o Diretor Clínico do Sírio-Libanês fazer uma junta médica e ver o que realmente o paciente tem; vai mandar para a CPI. Já recebeu o documento que a CPI encaminhou cedo. Está respondendo à gente tecnicamente. Que a gente fique tranquilo, que eles não têm... Não há irresponsabilidade dentro do Sírio-Libanês para dar um atestado para quem não está realmente doente.
O outro caso, de Brasília, também... Brasília responde à direção do Sírio-Libanês. Já estou passando para ele, pelo WhatsApp, o paciente Marconny.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Marconny Faria.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Marconny Faria, que também tem um médico que dá 20 dias. Se um trabalhador brasileiro tiver o que o Dr. Marconny teve, duvido ele conseguir 20 dias para ficar em casa com uma dor pélvica.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Presidente, nem que esta CPI termine em 2022, eu sugiro que a gente não termine esta CPI agora sem ouvir o Sr. Tolentino.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, ele vai ser ouvido!
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Pode vir de cadeira de rodas. Pode, Presidente, vir de cadeira de rodas?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Só um minutinho.
E, caso o doutor...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Tem acessibilidade aqui no Senado Federal?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Caso o Sírio-Libanês venha com um diagnóstico diferente, os dois médicos vão vir aqui na CPI explicar isso. Como é que eles protegem bandidos, protegem investigados, protegem pessoas que tentaram tirar proveito da compra de vacina para os brasileiros? Então, nós vamos fazer já um checklist. É um atestado médico dado com o nome do Sírio-Libanês! Então, eles têm responsabilidade, e espero que eles respondam o mais rápido possível.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sr. Presidente, só para nós assistirmos.
O Sr. Marcos Tolentino disse que, às 15h41, teve formigamento no corpo. Olhe aí, às 20h, como ele estava.
Pode mostrar a imagem.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Está sorridente. Ele, às 15h41, estava com formigamento; às 20h, está sorridente, está animado. Às 20h, está animado desse jeito.
É só apresentar isso para todos os que estão assistindo. Esse aí era o depoente de hoje às 20h de ontem. Às 15h41, ele apresenta para esta CPI um atestado de que tinha dado entrada no Sírio-Libanês com - abre aspas, repito - "formigamento no corpo" - fecha aspas - e, às 20h, está ali faceiro, sorridente, dando entrevista. E, às 9h de hoje, não veio a esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Então, Presidente, além da providência que V. Exa. muito bem tomou, eu queria reiterar: confirmada a condição de saúde, a condição médica dos dois depoentes, que os depoimentos deles sejam prioritários assim que tivermos o retorno da Comissão Parlamentar de Inquérito.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - E eu queria perguntar ao Dr. Audrien se o trabalhador brasileiro recebe 20 dias para ficar em casa, sem poder fazer nenhuma atividade, por dor pélvica. Tem de saber quantos atestados... Eu peço à Mesa que encaminhe ao Sírio-Libanês também um pedido para saber, em relação ao Dr. Audrien, quantos atestados ele já emitiu pelo Sírio-Libanês, por dor pélvica, para outros pacientes com duração de 20 dias. É o tempo em que a CPI tem anunciado que irá se encerrar. Quer dizer, aí dá 20 dias para a pessoa não vir mais aqui.
Dr. Marconny, o senhor virá aqui.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O problema do malandro, Presidente, é achar que só a mãe dele fez filho esperto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É.
O senhor virá aqui. Aliás, o senhor é uma testemunha muito importante, porque o que tem de mensagem sua com várias pessoas!
E parece que está saindo uma matéria agora na Folha segundo a qual um desses investigados ajudou uma pessoa a abrir uma empresa.
Bom, Dr. Ivanildo, meu amigo Ivanildo, deve estar cansado. Nunca trabalhou tanto como hoje. Nós vamos liberá-lo, agradecendo a sua presença aqui e a de seus advogados. Desculpa qualquer tipo de...
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qualquer tipo de...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Fora do microfone.) - Acho que a Zenaide quer falar.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - A Zenaide e o Fabiano.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Fora do microfone.) - Acho que a Zenaide e o Fabiano estão aí.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Estão...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Aonde?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - No remoto, aguardando.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Ah, a Zenaide...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - A Zenaide e o Fabiano.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É porque a sessão do Congresso já começou, do Senado.
Mas eu vou passar a palavra à Senadora Zenaide.
Aliás, vamos dizer, é Senadora Zenaide, não é...
Quando ele falou Zenaide...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP. Fora do microfone.) - Não, é a Senadora.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É, Senadora Zenaide.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É a Senadora Zenaide, pelo amor de Deus, não confunda não.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não vá pensar que é a Zenaide que dava as coisas, pelo amor de Deus. (Risos.)
Senadora, com a palavra.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para interpelar. Por videoconferência.) - Colegas Senadores - vamos lá! - Sr. Presidente, eu estou aqui desde 8h da manhã, ouvindo falar de Zenaide.
Eu queria dizer ao senhor que eu também estava na expectativa e concordo plenamente com a convocação da... Não sei se é servidora ou o que é da... Da profissional Zenaide Sá, viu gente? Não é a aqui Zenaide Maia Calado não, a Senadora. Da VTCLog, para vir a esta CPI.
Porque é o seguinte, Sr. Ivanildo, com todo o respeito, o senhor tirava R$300 mil, R$400 mil, sacava, disse que pagava alguns boletos, e a minha pergunta é: o senhor devolvia à Sra. Zenaide Sá e não tinha conferência de quanto o senhor devolvia em espécie a ela?
Não era conferido?
Está me ouvindo, Sr. Ivanildo?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Sim, estou ouvindo.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - O senhor não conferia? Tudo bem, o senhor pegava o cheque, alguns boletos bancários e depósitos para fazer. Tudo bem, o senhor levava, entregava lá e fazia aqui alguma coisa muito estranha, eu achava, o senhor sacava mais de R$400 mil e ia direto para o caixa, para o cara ali contar esse dinheiro, mas tudo bem. O senhor já até respondeu isso aí.
Mas quando o senhor, que tinha troco, na grande maioria das vezes, o senhor disse que pagava e o que sobrava entregava para a Zenaide Sá - não esta Zenaide aqui que está falando com o senhor -, e nunca conferia esse dinheiro? A própria funcionária não conferia o troco dos valores?
Porque a gente tinha o interesse em saber se, por exemplo, dos mais de R$400 mil que foram sacados no Natal de 2020, dezembro de 2020, não sobrou nada do que o senhor entregou em espécie à funcionária, à funcionária Zenaide Sá?
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA (Para depor.) - Olha, quando, naquela época, eu sacava, eu não lembro, assim, o valor chegar expressamente ao que sobrou, porque quando eu pagava boleto, eu fazia depósito do que eles me passavam no momento, então, assim, eu não tenho em mente valores que, para mim, chegasse a devolver para ela, porque quando o banco fazia todo o papel, eu pegava o dinheiro e levava diretamente para a Zenaide, então, eu não chegava a concluir não.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - E ela não via, ela não conferia com o senhor esse dinheiro? Recebia esses pagamentos e ninguém conferia?
Então, era só isso, se ele está dizendo que não conferia.
Dificilmente, Ivanildo, com todo o respeito, porque a gente sabe que o senhor estava trabalhando, procurava fazer o seu serviço de entrega de documentos e tudo, mas dificilmente alguém saca mais de R$400 mil, mesmo pagando uma parte, devolve para a empresa, para uma funcionária, a Zenaide Sá, e não é conferido na sua frente quantos foram os boletos, mas, para terminar, Sr. Presidente, só para dizer que a minha paciência é grande, porque eu estou aqui desde 8.
E, quando começou a falar "Zenaide", aqui o povo
(Falha no áudio.) ... a Senadora Zenaide... (Falha no áudio.) Meu Deus, eu tenho que falar com o Presidente para eu falar!
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Esta Senadora, desde manhã, estava na expectativa...
O SR. IVANILDO GONÇALVES DA SILVA - Eu sempre...
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN) - ... concordando com a convocação da Zenaide Sá, da VTCLog.
Obrigada, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Obrigado, Senadora Zenaide, e desculpa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Presidente, Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu aqui recebi, há pouco, de uma pessoa que mandou, o código é 073. Eu não vou dizer o nome da pessoa, mas ele está me dizendo aqui: "Boa tarde, Senador, estou acompanhando a CPI. Gostaria de esclarecer que hoje, através de banco digital, é possível pessoa física gerar boleto para depósito, e isso permite que não apareça o pagador. Confirma o boleto pelo anexo". E aí ele fez na casa dele um boleto e mandou para mim, mostrando a emissão no nome dele, só para ilustrar o que ele está me dizendo.
Então... E geralmente esses boletos que possivelmente o Sr. Ivanildo falou não tinham nome. Tinham sido emitidos, deram os boletos para ele, ele chega lá, tem o nome, mas não aparece ele fazendo depósito. Correto? Não tem, mas creio eu que nós temos um caminho fácil para percorrer, Senador Humberto, Senadora Soraya, Senador: o gerente da Caixa Econômica do Aeroporto, que não deve ser a maior agência.
Eu quero que o Sr. Leandro peça informações à Presidência da Caixa Econômica. Primeira, qual é o banco que tem o maior número de clientes? Quantos bancos da Caixa Econômica tem perto da empresa VTCLog? O.k.? Para a gente saber.
E a outra informação que eu pedi é se a Caixa Econômica do Aeroporto comunicou ao Coaf; e a mesma pergunta é feita ao Coaf, se recebeu algum comunicado da Caixa Econômica do Aeroporto, dos saques que eram feitos com valores que extrapolam e muito o usualmente feito pelos brasileiros. De uma forma geral, esses valores não são sacados dessa forma, até porque cai por terra o discurso da VTCLog, de que pagava trabalhadores, porque o Sr. Ivanildo, quando recebia o salário, que não deve ser um salário muito grande, um salário pequeno, recebia direto na conta dele, ele não recebia em cash. Ele não ia lá, e a Zenaide pagava para ele; ele recebia direitinho na conta dele.
Então, essas informações são necessárias o mais rápido possível, são informações rápidas que podem ser dadas para a gente, para que a CPI possa continuar investigando.
Amanhã nós teremos, com esse...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu vou receber...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Só sobre amanhã...
Inclusive, em decorrência da matéria veiculada agora, no jornal Folha de S.Paulo, assinada pelas jornalistas Constança Rezende e Raquel Lopes, que mostra que pessoas próximas do Presidente da República - veja, segundo essa reportagem, está sendo dito isso -, pessoas próximas ao Presidente da República abriram empresa com o Sr. Marconny Faria. Então, temos mais razão para ouvir o Sr. Marconny aqui o quanto antes.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - É que ele falou...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - E outra coisa: não precisa ele mandar atestado de 20 dias, porque atestados são só de 15 dias.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Coincidentemente, ele está colocando um atestado de 20 dias.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu não sei... Veja bem: é por isso que eu estou confiando no Presidente do Sírio-Libanês, que vai nos dar a explicação correta.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - A pessoa que abriu a empresa com ele é o mesmo que estava na festa da...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É o mesmo da festa, Senador!
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) - ... da Kufa?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Tá, mas da mesma forma...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É o mesmo da festa.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... o senhor, Sr. Leandro... Peço aos advogados que os dois, tanto o Sr. Marconny como o Sr. Tolentino, sejam... Que entrem na Justiça para eles serem trazidos sob vara, como manda a lei. Esse pessoal está acostumado a engalobar muita gente; engalobar CPI eles não vão.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - O problema do...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Nós temos todo o tempo...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Como eu já disse, o problema do malandro é achar que só a mãe dele fez filho esperto.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu quero dizer para o Dr. Marconny que nós temos muito tempo pela frente. Ele não tem esse tempo todo, porque ele não vai poder trabalhar nesses 20 dias. Ele está com dor pélvica; ele não vai trabalhar.
Agora, essa situação que o senhor fala aí é aquele famoso churrasco, que as pessoas queriam saber quem estava...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - É...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Está aparecendo quem estava lá.
Amanhã nós vamos ouvir...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Temos que definir quem ouvir amanhã.
Agora, eu acho que a providência imediata, Sr. Presidente, é vermos qual é a situação médica de ambos...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Esse vídeo, por favor, tem que ser encaminhado... Na hora de pedir para trazer o Sr. Tolentino sob vara, esse vídeo tem que ser encaminhado para ver que ele não tinha problema nenhum; ele estava muito sorridente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Agora, eu acho que a providência imediata é esta que V. Exa. está tomando: trazer sob vara ambos, tanto o Sr. Marcos Tolentino quanto o Sr. Marconny, ainda mais agora, Senador Humberto, em que a gente está vendo os personagens do churrasco do dia 25 de maio aparecerem.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sr. Presidente...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Eu acredito que nós vamos daqui a pouco definir...
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - ... a Senadora Simone...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - ... qual seria o depoente de amanhã, Sr. Presidente.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Amanhã... Ah, é; o Sr. Francisco. Se conseguirmos adiantar o Francisco, que foi Secretário de Saúde do DF...
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Eu não sei. Vocês entraram em contato com o Secretário Francisco?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - É possível?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Não, veja bem... O problema é esse. Primeiro tem que saber.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Tem que ver com ele se ele pode, né?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - A minha posição não é essa. A minha posição seria outra.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Qual seria a sua posição?
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Minha posição é trazer a Sra. Andreia para vir aqui amanhã.
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Ah, sim. É que eu imaginei... A Senadora Simone deu a ideia de ouvi-la depois de ouvir... Quem? Depois de ouvir a Sra. Zenaide, mas aí fica a seu critério, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Olha, eu vou dizer uma coisa para você. Isso é que nem somar dois mais dois: não adianta qual é o dois que vai estar na frente; vai dar quatro do mesmo jeito. (Risos.)
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Sr. Presidente, saiu há pouco na mídia que a VTCLog já havia sido condenada por pagamento de propina nos anos de 2004 e 2009.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Fora do microfone.) - Quem, a Andreia?
A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSL - MS) - Não, a VTCLog e os mesmos sócios da Voetur. E pagaram para a Cenadi, órgão do Ministério da Saúde com o qual tinham contrato. Em 2019, os sócios da empresa - Raimundo Nonato, Carlos Alberto de Sá e Teresa Cristina - foram condenados por corrupção ativa. Porém, a punibilidade foi extinta por prescrição. Isso é muito interessante. Isto aí tem que ficar registrado nos Anais desta CPI: que foram condenados por pagamento de propina no montante de 565 mil a funcionários da saúde. Isso foi revelado, e é importantíssima essa revelação, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - Senadora, a ordem dos fatores não altera o resultado. É isto que eu estou dizendo: tanto faz ouvir uma como a outra. (Fora do microfone.) Iremos ter uma conversa...
Eu vou encerrar a reunião, convocando amanhã para às 10h.
Ainda acho que, sobre essa questão do Sr. Marconny, podemos ter uma resposta ainda hoje do...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) - Ou do Sr. Marcos Tolentino, já que ele estava tão bem no vídeo.
O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. PSD - AM) - ... Sírio-Libanês. E peço para que os nossos advogados do Senado façam o que eu pedi aqui: trazê-los sob vara, os dois.
Está encerrada a reunião. Vamos conversar agora, Senador Randolfe.
(Iniciada às 10 horas e 47 minutos, a reunião é encerrada às 17 horas e 30 minutos.)