2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
55ª LEGISLATURA
Em 30 de maio de 2016
(segunda-feira)
Às 10 horas
82ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial destina-se a homenagear os Missionários da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, nos termos do Requerimento nº 258, de 2016, do Senador Hélio José e outros Senadores.
Composição da Mesa.
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Convidamos à Mesa, representando o Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom Sérgio, o Reverendo Sr. Padre André Pereira Lima. (Palmas.)
Representando o fundador da Obra Missionária Nossa Senhora de Fátima, "A Peregrina", o Sr. Missionário Valdemar Reis Servo de Maria. (Palmas.)
Gostaria de agradecer aos membros da Obra Missionária Nossa Senhora de Fátima, "A Peregrina", aqui presentes.
Gostaria de agradecer a todos os devotos de Nossa Senhora de Fátima. Gostaria de agradecer às pessoas do meu gabinete, às pessoas de Brazlândia e também ao Corregedor-Auxiliar da Advocacia-Geral da União, Sr. Francisco de Assis Oliveira Duarte, mais conhecido por Dr. Kiko, aqui presente.
Gostaria de agradecer também à representante de Singapura, que esteve aqui até há poucos minutos, mas teve de sair, Srª Chin Siew Fei, representando a Ministra Conselheira Encarregada de Negócios da República de Singapura. Nós tivemos de esperar - esperei meia hora pela representante de Portugal, a Srª Perla. Está presente? (Pausa.)
Não chegou ainda. Tão logo ela chegue, nós a convidaremos para compor a Mesa.
Convido a todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - Esta homenagem vem fazer justiça a um cidadão que há 25 anos, um servidor público, teve uma visão e preparou esse belíssimo encontro, que todos os anos acontece em Brasília, da Mãe Nossa Senhora de Fátima e do Menino Jesus de Praga, lá na nossa querida Igreja do Menino Jesus de Praga, em Brazlândia. É um evento que reúne multidões no Distrito Federal.
Eu tive o privilégio de neste ano estar lá presente e fui contemplado com muita fé, com muita participação. O Sr. Valdemar, que está aqui do meu lado, e também a nossa Arquidiocese, representada aqui pelo Pe. André, que muito bem tem sabido tocar essa importante homenagem a Nossa Senhora de Fátima, aqui em Brasília e no Brasil, porque, como o Sr. Valdemar mais tarde vai colocar, hoje é uma realidade no País essa homenagem que ele concebeu 25 anos atrás.
E a minha alegria é tamanha, porque ele e o Nilo - Nilo, levante-se, para o pessoal vê-lo direitinho - estão juntos neste momento. Uma salva de palmas para os dois. (Palmas.)
São dois servidores públicos - ele, servidor público federal, hoje já aposentado; e o Nilo, servidor público do Distrito Federal - que estão juntos, à frente desse movimento, dedicando suas vidas há mais de vinte anos. Esse movimento arrasta tanta gente e faz com que haja tanta manifestação de fé que, a cada ano que passa, é cada vez maior.
Acabou de vir da cidade de Águas Lindas de Goiás, em que nesse final de semana, no sábado e no domingo, foi repleto de muita manifestação de fé, com uma participação muito intensa de pessoas que acreditam na fé cristã. Isso é muito importante. Por isso é que eu vou proferir algumas palavras aqui sobre esta importante homenagem que o Senado Federal hoje, transmitindo para o Brasil inteiro, faz a essa importante obra que você concebeu, Valdemar.
A presente sessão especial tem por objetivo rendermos homenagem aos Missionários da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, ícone do catolicismo lusitano.
A valiosa imagem nos chega de Portugal, de quem herdamos a moral cristã, para conosco ficar por quase dois meses.
De fato, no dia 2 de abril de 2016, a imagem da Santa Mãe de Cristo chegou a Brasília. Coube a Brazlândia representar todo o nosso sentimento. Oitenta mil pessoas de lá fizeram-se presentes no Santuário Menino Jesus de Praga para a recepção desse valioso símbolo de nossa fé cristã.
A visita de Nossa Senhora de Fátima ao Santuário Menino Jesus de Praga, em Brazlândia, quer significar a visita da mãe ao filho do Pai Eterno. E a esse significado primeiro acrescentamos outro, em face da grave problemática que a sociedade brasileira enfrenta no presente momento.
Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores convidados, pedimos vênia aos integrantes deste templo laico e cívico da República, o Senado Federal, para nos postarmos com humildade e respeito ante a imagem de Nossa Senhora de Fátima.
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Às energias humanas que haveremos de empregar no enfrentamento de nossa crise política, ousamos acrescentar a força de nossas orações cristãs. Ousamos, portanto, invocar a intercessão do Pai para que o Brasil encontre o seu caminho de paz, de amor, de respeito ao próximo e de prosperidade espiritual e material. Está no sentir e no pensar de todos e de cada um a complexidade do impasse em que ora nos encontramos.
Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores presentes, porque nossas agruras e nossa mais amarga aporia radicam em uma crise moral sem precedentes neste País, que parece ter invertido os sinais e as balizas da vida civilizada que almejamos instaurar.
Necessitamos, mais do que nunca, do silêncio reverencial, eloquente em seu condão de verberar em nossas almas o sentido divino da vida cristã, a grandeza da multiplicação pela partilha e o incomparável exemplo de amor mundi, que inscreveu pela eternidade o nome de Jesus Cristo no coração humano, ao lado do nome de sua Mater exemplar, doce, virtuosa e adorável.
Senhoras e senhores, no silêncio eloquente de uma breve pausa de adoração, reverencial e circunspecta, na miríade de temas políticos que ecoam todos os dias nas paredes deste templo laico a que chamamos Senado, bendizemos a imagem de Nossa Senhora de Fátima em Brazlândia e no Distrito Federal.
Que a Santa Mãe de Cristo faça percolar todo o seu amor nos corações do povo brasileiro, e que este amor incondicional, ardente e inefável possa transbordar nas ruas, nos lares, nas praças, nas instituições, nas mentes e nas almas de cada um de nós.
Que a Santa Mãe de Cristo faça percolar todo o seu amor nos corações do povo brasileiro, e que este amor incondicional, ardente e inefável possa transbordar nas ruas, nos lares, nas praças, nas instituições, nas mentes e nas almas de cada um de nós. Fiz questão de repetir esse parágrafo porque ele é de uma profundidade muito grande. A espiritualidade e a presença da necessidade desse amor cristão está muito bem retratado aqui nesse parágrafo.
Que a Santa Fátima nos religue ao núcleo duro da vida cristã, que haverá de ser o contrário da ruína moral e do proceder desumano em que nos encontramos.
Bem-vinda ao Brasil, Nossa Senhora de Fátima! Inspire-nos com seu amor e, mesmo na sua partida, fique entre nós!
Eu teria mais algumas palavras a dizer aqui preparadas pela minha assessoria, além dessas, preparadas pela assessoria da Presidência da Mesa, que eu faço questão de dizer, porque de Deus, de Cristo e de Nossa Senhora quanto mais a gente falar mais a gente se purifica, mais a gente fica uma pessoa boa, mais a gente fica uma pessoa com capacidade de poder fazer o bem, de unir os nossos povos e de, realmente, fazer leis melhores, pois aqui é a Casa das Leis. Aqui é uma Casa laica. Por isso a nossa imagem está ali recepcionando todos no nosso recinto mais nobre, que é o Auditório Petrônio Portela, que homenageia um grande homem que foi presidente desta Casa, que passou por aqui. (Palmas.)
Essa imagem estará, até quase que no final do dia, para ser adorada pelos membros desta Casa, pela população de Brasília e do Brasil, que, porventura, venha à nossa Casa, o Senado Federal, hoje, podendo reverenciar essa imagem tão importante que vem de Portugal todos os anos para esse encontro no Distrito Federal.
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Em respeito à minha assessoria, vou ler também as palavras escritas por ela, que são importantes.
Eu queria, antes de ler as palavras da minha assessoria, convidar para compor a Mesa a nossa Ministra-Conselheira da República Portuguesa, Srª Florbela Alhinho Paraíba. (Palmas.)
Então, dando continuidade, nesta sessão especial, o Senado - como já falei - presta homenagem aos Missionários da Imagem Peregrina Nossa Senhora de Fátima e homenageia também, simultaneamente, a realização do 23º Encontro da Mãe com o Filho, no Santuário Menino Jesus de Praga, situado em Brazlândia, cidade do Distrito Federal.
Desde a década de 70, Brazlândia se tornava já célebre pela condição de centro de peregrinação de milhares de devotos do menino Jesus. A essa bonita tradição veio se acrescentar um signo cujo simbolismo já atravessa séculos: trata-se da imagem esculpida, há mais de duzentos anos, por um artista romano, que ficava no Convento das Irmãs do Menino Jesus, nas proximidades da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Em 23 de setembro de 1972, o Arcebispo de Brasília, D. José Newton de Almeida Baptista, entregou à população de Brazlândia a valiosa imagem que, somada à imensa fé dos peregrinos, logo deu lugar à ocorrência de milagres, ainda na pequena capela que abrigava o menino Jesus.
Mas quem visita hoje Brazlândia depara com um magnífico santuário que recebe dezenas de milhares de fiéis todos os anos, especialmente em maio, para a romaria do Encontro da Mãe com o Filho, que nós estamos homenageando hoje aqui.
Desde o mês de abril passado e por todo este mês de maio, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima está sendo conduzida por todo o Brasil. Procedente diretamente de Portugal, desembarcou em Brasília no sábado, dia 2 de abril de 2016. Em nossa cidade, foi recebida por cerca de 80 mil pessoas que foram ao Santuário Menino Jesus de Praga, em Brazlândia.
Essa celebração é somente mais uma das que ocorrem em todo o mundo, para mostrar a devoção e o agradecimento dos fiéis a Nossa Senhora, que se faz presente em todos os lugares do mundo e em todas as épocas, sempre que a humanidade precisa de sua intervenção.
Particularmente, o aparecimento de Nossa Senhora em Fátima trouxe algumas revelações. Em 13 de outubro de 1917, a Virgem Maria apareceu a três crianças portuguesas: Lúcia de Jesus dos Santos, então com dez anos; Francisco Marto, à época com nove anos; e Jacinta Marto, na ocasião com sete anos. Entretanto, essa Senhora, mais brilhante do que o sol, já se mostrara às três crianças desde maio daquele ano, daí as comemorações em maio.
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A imagem de Nossa Senhora de Fátima tem feito peregrinações pelo Brasil desde há muito. E não são poucas as cidades em que se encontra um monumento chamado comumente de "Arco de Fátima", erguido pelas populações em homenagem a essas passagens da imagem em peregrinação.
Para uma nação predominantemente católica como é a brasileira - e onde, felizmente, impera um Estado laico a proteger todas as crenças e confissões religiosas -, Nossa Senhora representa justamente a conexão da humanidade com Deus e, ao mesmo tempo, simboliza o amor pela família.
Para a comunidade cristã católica do Distrito Federal, a imagem consagrada de Nossa Senhora é um dos pontos culminantes da religiosidade e afeição à mãe do Nosso Senhor, mas não se olvide que a homenagem realizada pelo Senado Federal denotará a importância de Maria na vida, na fé e na cultura do nosso povo, bem como os valores da mãe e do filho como encarnação da primazia dos valores da família.
Aos milhares de peregrinos que vieram a este Encontro da Mãe com o Filho, os nossos respeitos e as nossas homenagens. Que o Brasil siga sendo esse exemplo de Nação que, com fé e esperança, supera os mais tenebrosos entraves; que, com tolerância religiosa e respeito aos direitos humanos, frutifica a espiritualidade tão necessária aos seres humanos.
Agradeço a presença de todos e, com humildade, homenageio os missionários e as missionárias desse importante evento que acontece todos os anos aqui na nossa cidade, Brasília, Distrito Federal, notadamente em Brazlândia.
Concedo a palavra ao Missionário Valdemar, que concebeu toda essa grande homenagem no Distrito Federal. Ele vai poder historiar para nós essa importante homenagem que ocorre todos os anos.
Antes de o Valdemar falar, nobre representante da Embaixada de Portugal, eu tive o privilégio de conhecer e saber o quanto Fátima é importante. Fico muito lisonjeado de recebê-la aqui e de fazer esta homenagem.
Valdemar, com a palavra. Fique à vontade, Valdemar.
O SR. VALDEMAR REIS SERVO DE MARIA - Bom dia a todos e ao nobre Senador da República Hélio José.
É com muita honra, gratidão e glória a Deus que estamos aqui hoje. É um presente de Nossa Senhora chegarmos aqui hoje e apresentarmos a mãe de Deus para toda a nossa Nação brasileira, estar aqui hoje e ser representante da Virgem Maria, a mãe de Jesus, a mãe do Salvador, a mãe da Igreja - aqui também está o representante da CNBB, o reverendo, nosso Padre. Posso dizer para vocês que sinto uma gratidão enorme. Não tenho palavras. Não há explicação.
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Em unidade, claro, em primeiro lugar, com o nosso clero, com o nosso pastor, o Bispo D. Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB, nós, missionários, fazemos tudo em obediência ao nosso pastor, que representa esta arquidiocese e também todas as dioceses do nosso País.
A minha devoção à Santíssima Virgem de Fátima de Portugal. Eu gostaria de ressaltar que todas as Nossas Senhoras são uma só, a mãe de Deus, só que, em cada nação, em cada continente, ela se manifesta de uma forma expressiva, de acordo com a cultura e com o seu povo. Assim como Nossa Senhora de Fátima se manifestou e se revelou no coração do povo português, do qual nós somos irmãos, no coração europeu, ela apareceu também no México, na América Latina, a Nossa Senhora de Guadalupe, na forma da cultura daquele povo. E assim em diversas nações. Em Lourdes, na França, ela apareceu à jovem Bernadette.
E o que mais me chama a atenção é a humildade da mãe, a humildade de Nossa Senhora, o silêncio com que ela nos chama a ser adoradores do filho. O papel de Nossa Senhora é nos apontar para Jesus, é nos apresentar Jesus e nos levar a Jesus, que é o filho de Deus, mas é Deus, nosso Salvador. Maria não quer o lugar de Jesus. Maria não ocupa o lugar de Jesus. Maria quer nos levar e nos apresentar a Jesus, a salvação. É o caminho. É o encontro. E, sendo a mãe da Igreja, é aquela que nos mostra o caminho, que nos mostra a luz. Então, Maria é um raio de luz, é cheia de graça, cheia do Espírito Santo. Em particular, a minha devoção a Nossa Senhora de Fátima, na qual vejo e sinto toda a expressão divina.
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, padroeira desta Casa, desta Nação - está na Constituição brasileira -, nossa mãe, a qual nós veneramos, apareceu há 300 anos. Vamos celebrar o jubileu dos 300 anos também no próximo ano. Coincidiram os dois no mesmo ano de 2017. Nossa Senhora apareceu em um tempo em que o Brasil vivia e passava por uma fase de progresso, quando a maioria do povo brasileiro era escravizada, havia o preconceito, o racismo, as diferenças de crenças, de cor.
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E Nossa Senhora vem, a mãe de Deus, e se manifesta através de simples lavradores, pescadores, no Rio Paraíba, interior de São Paulo, com uma singela imagem. À época, jogava-se a rede e não se conseguia pescar peixes na época. A população passava fome. Jogando a rede no local, encontrou-se o corpo da imagem da Virgem Imaculada Conceição. Depois, a um quilômetro de distância, em outro local, jogou-se a rede e encontrou-se a cabeça da imagem. Quando aqueles homens simples, aqueles dois ou três pescadores colocaram a cabeça no corpo, ela colou.
Aconteceram centenas de milagres. Hoje milhões de milagres são escritos e reverenciados por toda a Nação brasileira.
Em Aparecida, há o Santuário Nacional, em que passam por ano em torno de nove a dez milhões de pessoas - esse é o calculo, mas passam muito mais do que isso.
A minha veneração e devoção à Santíssima Virgem de Fátima, porque foi nela que me inspirei, porque se cumpriu o Evangelho, está se cumprindo. Como diz o Evangelho, nos Salmos, ao lado do rei, a rainha está sentada, coroada e ornada com ouro de Ofir.
Após a aparição de Lourdes, 50 anos depois... Perdão. Quatro anos antes da aparição de Lourdes à Santa Bernadette, no interior da França, a Igreja, o Pontífice havia proclamado Nossa Senhora Imaculada Conceição sem manchas, sem pecado original, sem pecado nenhum. A Igreja, na sua sabedoria, levou mil, setecentos e tantos anos estudando todos os detalhes para chegar ao dogma, para concluir que Maria está no céu de corpo e alma. É o único ser humano - eu declaro e afirmo com toda a certeza, porque a Santa Igreja é sábia e nos dá essa certeza - que está no céu de corpo e alma e nos representa, à nossa carne, à nossa humanidade. No dia do juízo final, não precisará retornar à Terra para colher...
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF. Fora do microfone.) - Fique à vontade.
O SR. VALDEMAR REIS SERVO DE MARIA - ... o seu corpo. Ela já está ressuscitada no céu. Todos os demais santos, apóstolos, papas voltarão para recolher seus corpos, porque nós herdamos o pecado. A Virgem Maria, não. A Virgem Maria é templo sagrado de Deus, a Arca da Aliança em que foi gerado e concebido o santo dos santos.
E a Virgem de Fátima, quando apareceu aos três pastorinhos, durante os seis meses, apareceu como está descrito: coroada, como rainha do céu e da Terra.
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E, há 25 anos, tive uma experiência com Nossa Senhora, estando em oração, recém-chegado a Brasília. Sou mineiro, criado em São Paulo. Comecei a trabalhar aos 13 anos de idade, com carteira fichada, no finalzinho da ditadura; por isso já me aposentei há um ano. Tive esse encontro pessoal. Eu não era uma pessoa muito participativa na igreja. Eu ia à igreja, comungava, confessava, mas não tinha aquele compromisso com a igreja, com as responsabilidades cristãs.
E, naquele momento em que estávamos reunidos, um grupo ali de 20 pessoas, Nossa Senhora se manifesta e nos dá aquela visão. Vem uma locução, como sendo a voz de um anjo, que falava ao coração. Todos sentiam, choravam, arrepiavam-se, e vinha aquela voz: "Faça para mim uma homenagem pública, aos olhos de todos - uma homenagem pública, em que todos vejam que eu sou a Mãe de Deus, a Rainha do Céu e da Terra, a Mãe da Igreja.
Dei esse testemunho. Isso aconteceu por mais uns seis, sete dias seguintes. Isso aconteceu no dia 13 de maio de 1994.
Levei ao conhecimento do pároco, Padre João Ignácio Perius, de Brazlândia, do Santuário. Ele me acolheu muito bem, acolheu a equipe e disse: "Vocês me deem três dias para que eu possa comunicar ao bispo". Na época, o Cardeal de Brasília era Dom José Freire Falcão, que hoje é bispo emérito. Ele concedeu a graça. Falou para o padre, para o reverendo: "Autorize fazer a homenagem a Maria. Isso é um sinal, um milagre, é de Deus". Ele confirmou: "É de Deus".
Fizemos a primeira homenagem, a segunda, a terceira, o que foi só atraindo pessoas, autoridades militares, religiosas, de todas as categorias, de todas as áreas, e fiéis de todos os cantos, não só do DF, mas do entorno e de outros Estados, como o senhor se referiu no início.
Hoje, é uma tradição. Hoje somos uma obra missionária: Nossa Senhora de Fátima, a Peregrina - não só de Brasília, mas em nível nacional. Só em Brasília, há mais de 90 missionários: os Guardiões da Virgem, os missionários, irmãs consagradas, freiras. Somos muito bem-vistos e acolhidos pelo nosso bispo, e tudo o que nós fazemos é em obediência ao nosso bispo, ao nosso clero, aos nossos padres, e em unidade com a igreja.
Aonde vamos, somos convidados e iremos com o maior prazer. Hoje, já atingimos a América Latina, a América do Sul, países vizinhos nossos e todo o Território Nacional.
Acabamos de chegar de uma missão no Estado de Goiás, como o senhor se referiu, na qual tivemos a presença, durante esses três últimos dias, de milhares de pessoas. Algo assim contagiante, a dimensão da fé.
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E, por onde nós passamos, Deus e Nossa Senhora têm resgatado jovens das drogas, jovens da prostituição; casamentos que estão em fase final retornam; pessoas desempregadas sofrendo Deus abençoa, e logo rapidinho a pessoa estabiliza a sua vida; e têm acontecido milagres e prodígios.
Aqui há exemplos de jovens missionários que saíram da bebida, do álcool. Missionários e jovens que foram tocados por Maria, pela obra, e hoje seguem caminhando conosco aonde vamos. Todos estudam, trabalham, têm sua vida pessoal diária, dedicam-se a suas famílias, mas o amor por Nossa Senhora é tão grande e contagiante que eles fazem todo o esforço para estarem a serviço da missão da obra. Isso para mim é gratidão.
Todo privilégio, toda honra é dedicado à Mãe de Deus, Nossa Senhora, no título da Virgem de Fátima, que veio do céu, que apareceu aos três pastorinhos em Portugal, na Cova da Iria.
Então, nada é nosso, nada é para nós. Esta homenagem hoje eu dedico à Santa Mãe de Deus. E que ela possa abençoar esta Casa, todos os servidores desta Casa e, especialmente, o nosso Brasil, a nossa Pátria amada.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - Quero agradecer ao Sr. Valdemar pelas lindas palavras.
Gostaria de convidar, para compor a Mesa, a minha esposa, Srª Edy Gonçalves Mascarenhas, representando a família, em homenagem à família, com quem convivo há 32 anos.
Faça o favor, querida. (Palmas.)
Sou pai de três filhas e de um filho. A minha filha tem 27 anos, o meu filho mais novo está completando 18 anos exatamente na quarta-feira agora. Então, é com muita alegria que recebo minha esposa aqui, homenageando todas as famílias brasileiras, para compor a Mesa.
Gostaria de ter o privilégio de ouvir agora a Srª Florbela Alhinho Paraíba - um nome muito legal, que homenageia um Estado importante brasileiro -, Ministra-Conselheira da República Portuguesa.
Portugal tem o privilégio de receber milhares de pessoas do mundo inteiro em Fátima, que é um paraíso da cristandade. Eu tive o privilégio de Deus de estar lá presente com a minha família, de conhecer, de passar por todos aqueles lugares sagrados.
Essa irmandade entre Brasil e Portugal é muito importante, e, neste evento anual aqui que o Valdemar concebeu, cujo número de participantes, a cada ano, aumenta mais, eu não poderia deixar de estar com a representação do nosso país irmão. Eu gosto de falar o contrário: Portugal é um pedaço de Brasil na Europa, o Brasil é um pedaço de Portugal na América.
Vamos ouvir, então, a Srª Florbela Alhinho Paraíba.
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A SRª FLORBELA ALHINHO PARAÍBA - Bom dia a todos.
Sr. Senador Hélio José, é um prazer estar aqui hoje. É, de facto, com muito gosto que a Embaixada de Portugal em Brasília se associa a esta homenagem a Nossa Senhora de Fátima.
Como já foi aqui dito, tanto Portugal como o Brasil são Estados laicos, mas a esmagadora maioria da população, de facto, é cristã e católica. A cristandade ou o catolicismo tem sido uma referência ao longo de toda a nossa história de quase 900 anos, De facto, é uma referência profunda na sociedade portuguesa, na vida portuguesa, e com um papel absolutamente estrutural, diria eu.
São muitos os brasileiros que visitam Portugal, como sabem; e quase todos os brasileiros que visitam Portugal visitam Fátima. É um local especial para todos os crentes, especial para todos os portugueses e para todos os brasileiros também, que temos o gosto de receber.
Em uma Casa como esta, em que se legisla na presença de Senadores, na presença de servidores e funcionários públicos, e sendo eu própria uma funcionária pública, aquilo que eu acho que se retira sempre do exemplo de Maria, quer se acredite, quer não se acredite - mas sobretudo acreditando -, é o exemplo do serviço, e esse serviço abnegado, esse serviço humilde é que, penso eu, os nossos povos, os povos da República brasileira, os povos da República portuguesa esperam de quem os serve, de quem os serve em todos os níveis.
Então, destaco esse exemplo de serviço, esse exemplo de serviço iluminado a bem de todos, a bem de todos aqueles ou que votaram ou que proporcionaram, através da sua participação, a nossa educação, a nossa saúde, a nossa segurança. Esse é o exemplo de serviço que eu queria aqui destacar.
Todas as considerações que precisamos fazer sobre a figura de Maria penso que têm a ver com o serviço e com a intercessão junto de Deus.
Então, eu acho importante, de facto, que tenhamos esse exemplo em nossas vidas e que procuremos segui-lo.
É um gosto estar aqui mais uma vez, e desejo a todos um ótimo dia.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - Quero agradecer à representante da Embaixada, nossa querida Ministra-Conselheira da República Portuguesa, e dizer que isso só estreita os laços entre Brasil e Portugal.
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No próximo ano, todos estão convidados para o Jubileu de Maria, o aparecimento de Nossa Senhora de Fátima lá em Fátima. Essa Obra Missionária fará uma grande festa no Distrito Federal para a recepção de Maria. Haverá não só um encontro com o Menino Jesus de Praga, lá na nossa igreja de Brazlândia, como também eventos no estádio, que tem capacidade para 70 mil pessoas, onde faremos uma grande missa campal, com a presença de toda a Arquidiocese, da CNBB, e de vários convidados. Vamos promover também uma grande festa na Catedral de Brasília. Então, serão vários eventos que a Obra Missionária de Maria vai promover no ano que vem.
A partir de outubro, nobre senhora representante da Embaixada portuguesa, nosso Grupo de Missionários composto pelo Nilo e pelo Valdemar pretende ir a Portugal em setembro ou outubro, com o fim de buscar a imagem - eles participarão das atividades a se iniciarem lá em Portugal, em setembro ou outubro, no máximo - e fazer esse intercâmbio em justa homenagem ao Jubileu de Maria de Fátima, que vamos comemorar no próximo ano.
Eu tenho o privilégio de ser cristão, de ser católico, de acreditar. E fico muito lisonjeado com a possibilidade de fazer esta singela homenagem, do Senado Federal, a essa importante Obra, que é muito maior que todos nós.
Por exemplo, aqui estão os guardiões, representados pelo Olegário - e peço que se levantem. Os guardiões são pessoas que acompanham a imagem em todos os lugares. É mais uma obra que eles fazem para, muitas vezes, tirar meninos da rua, do tráfico, da droga, da desocupação a darem a eles essa ocupação tão digna, tão lisonjeada por vocês, guardiões. Inclusive, há uma grande disputa - não é, Valdemar? - pelas vagas de guardiões, porque há muito mais pessoas querendo ser guardiões que vagas.
Parabéns a vocês. Que Deus os ilumine. (Palmas.)
Gostaria de convidar todos vocês, após a conclusão das nossas homenagens de hoje, para irem ao Petrônio Portella, que é o nosso principal auditório aqui, para o Padre André dar a benção com a presença da imagem, que está exposta no Petrônio Portella, a todos os servidores desta Casa, a todas as pessoas do nosso País, de nossa Brasília. O Padre André foi designado para representar aqui a Arquidiocese de Brasília, representando Dom Sérgio, presidente da CNBB, e também Dom Leonardo, nosso Secretário-Geral da CNBB. Dom Sérgio e Dom Leonardo são os dois bispos de Brasília, que hoje dirigem a CNBB. Portanto, a fala do Padre André não é a do Padre André, é a da Arquidiocese de Brasília sobre essa importante questão.
Depois teremos a benção do Padre André com a nossa imagem no Auditório Petrônio Portella, para consagrarmos este dia de hoje tão importante para a nossa Casa.
Padre André, com a palavra. Fique à vontade para usar o tempo que achar necessário.
O SR. PADRE ANDRÉ PEREIRA LIMA - Bom dia a todos.
Quero, em nome de Dom Sérgio, saudar todos os que compõem a Mesa, em especial nosso Senador Hélio José, pela brilhante iniciativa desta homenagem no seio desta importante Casa, não só como casa civil, mas como Casa do Povo. É assim que são conhecidos o Congresso Nacional e o Senado Federal: Casa do Povo. E nada como introduzir nesta Casa a presença significativa, singela e humilde de Nossa Senhora.
Nossa Senhora é muito querida dentro da tradição católica, e ela recebe vários nomes de acordo com suas aparições e importâncias locais.
Hoje nos cabe destacar a imagem, na verdade, a presença constante de Nossa Senhora de Fátima, que inclusive é padroeira do Seminário Maior da Arquidiocese de Brasília.
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Nós, padres de Brasília, somos formados sob a proteção rica de Nossa Senhora de Fátima. Nós precisamos olhar este momento que estamos vivendo, já olhando para 2017, quando vamos celebrar dois grandes momentos da Igreja: primeiro, em nível internacional, será o centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima, e também, no ano que vem, nós vamos celebrar os 300 anos da aparição, do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Então, ano que vem será um grande momento para o Brasil e para o mundo, mesmo para o mundo não católico, para o mundo não cristão, porque, quando observamos e contemplamos todas as aparições, de forma muito especial a aparição da Nossa Senhora de Fátima, percebemos um alerta de que as pessoas se voltem a Deus. Nenhuma das aparições reconhecidas pela Igreja Católica traz nada de novo no que diz respeito à Teologia ou à própria revelação, pois tudo já foi revelado em Cristo Jesus. Mas Maria, na verdade, em todas as aparições, alerta seus fiéis, que não são simples fiéis, são seus filhos. Todos os batizados cristãos são filhos de Maria, sejam eles católicos ou não. Uma vez batizados, uma vez inseridos na morte e ressurreição do Senhor, tornam-se filhos de Maria. E ela intercede por todos, mesmo por aqueles que não pedem sua intercessão ou mesmo não a reconhecem como tal.
Mas, quando olhamos a história, seja a história da Igreja, seja a história bíblica - aqui trago dois grandes evangelistas, Lucas e João -, vamos perceber que há uma frase que se repete nos evangelhos, que é a seguinte: "Faça-se em mim segundo a tua palavra." E percebemos aí o que significa a expressão de fé mariana, a expressão de fazer unicamente a vontade do Pai. Isso vamos perceber em várias frases quando se referem à Nossa Senhora. Essa frase é tão profunda, que nosso saudoso Papa João Paulo II utilizava no seu brasão e como lema papal a expressão fiat voluntas tuas, isto é, "faça-se em mim segundo a tua vontade". João Paulo II teve esse lema papal e o seguiu à risca, porque ele era um imenso devoto de Nossa Senhora.
E aqui, para nós, cabe essa reflexão dessa singeleza, dessa humildade, aquilo que a Ministra Conselheira destacava: o serviço. São três grandes características que percebemos em Maria e que nós precisamos imitar, precisamos tentar desenvolver isso ao longo de nossa vida.
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Fico muito feliz - em nome de Dom Sergio, também trago esta felicidade - de, hoje, em meio a tanto conflito, a tantas questões difíceis, seja no plano internacional - o Papa Francisco tem falado muito da questão das imigrações, das pessoas que morrem nas travessias, da questão das guerras, do terrorismo, da violência, da degradação da pessoa humana no plano internacional -, seja no plano nacional, com toda essa questão delicada que nosso País enfrenta no plano econômico, no plano social, no plano político, poder introduzir - nada melhor do que isto -, no meio dessas questões contraditórias, a presença da paz, que é a presença de Maria. Isso serve para nós como um alento, como um acalanto, para que cada um de nós possa, olhando Maria, nessa singeleza, nessa tranquilidade, fazer a experiência que também somos convidados a fazer, que é a experiência da paz.
É com a paz interior que, verdadeiramente, temos forças para poder contornar tudo isso e transformar o nosso mundo, que começa em nós mesmos, isto é, em nossos corações, para transformar o nosso mundo familiar, o nosso mundo político, o nosso mundo social, o nosso mundo econômico, para que, realmente, os homens e as mulheres possam se preparar para a vinda do Senhor e peregrinar, que é o que estamos fazendo neste mundo. Nessa peregrinação, somos convidados a preparar nossos corações, para travarmos, se assim podemos dizer, a grande experiência que Cristo traz para nós, que é a presença da caridade. É pela caridade que somos servidores, é pela caridade que transmitimos a paz, é pela caridade que transformamos a nossa realidade, é pela caridade que manifestamos uma marca que não é visível em nós, que é a marca de sermos cristãos, e é também pela caridade que fazemos uma expressão mariana, porque Maria amou tanto seu Filho, que participou de todos os momentos da vida dele, desde o nascimento até a sua morte e ressurreição.
Então, quero agradecer realmente a Deus, que se utiliza de nós como seus instrumentos e como seus servidores, para, em meio a esta situação tão difícil, olharmos para esta aurora, que é assim que Nossa Senhora também é reconhecida, a aurora da evangelização, a aurora do amor. E, manifestando-se assim para nós, que nós possamos ter esperança, que nós possamos ter disponibilidade para vivermos o serviço, para vivermos a caridade e, é claro, para expressarmos nossa fé.
Para terminar, cito aqui algumas palavras de João Paulo II. Ele dizia que fé e razão são duas asas do ser humano, que elas não podem bater em desarmonia ou que nós não podemos usar apenas uma. Se nós usamos só a asa da fé, vamos ser pessoas fideístas que não conseguem se comunicar com o mundo; se nós batermos a asa só da razão, vamos perder toda a dimensão da transcendência existente no ser humano. Por isso, fé e razão precisam andar juntas e em harmonia. Este momento de hoje é uma prova de que isso é possível, pois, numa Casa civil, numa Casa laica, podemos manifestar o desejo de uma Nação melhor e o desejo de um mundo melhor através também da nossa fé.
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Então, agradeço esta oportunidade, em nome de Dom Sérgio da Rocha, nosso Arcebispo Metropolitano.
Quero manifestar que estamos realmente abertos àquilo que Nossa Senhora deseja, não só porque somos formados na Escola Mariana, mas também porque Ela, que é Mãe da Igreja, ensina-nos também sempre um caminho que devemos seguir, que é o caminho do seu Filho.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - Parabéns!
Eu queria comunicar a todos, aos servidores desta Casa, aos telespectadores e ouvintes da TV Senado e da Rádio Senado, à população do Distrito Federal e do Brasil, que quem quiser fazer visitação à Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, nesta Casa, poderá fazê-lo até as 17 horas de hoje, no Auditório Petrônio Portella, Anexo II, do Senado Federal. Volto a dizer: a todos que queiram homenagear e visitar a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima comunico que poderá fazê-lo até as 17 horas de hoje, no Auditório Petrônio Portella, Anexo II, do Senado Federal. É só chegar à portaria, identificar-se e dizer que vai ao Auditório Petrônio Portella, para visitar a imagem. Não há nenhum tipo de problema.
Eu queria dar a palavra a um membro da comunidade de Brazlândia, uma pessoa que dedicou sua vida a essa questão, a essa obra, representando todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, são guardiões, com muita honra, representando todas as pessoas que colaboram gratuitamente para que este evento ocorra, de forma muito grande, não só em Brazlândia, como também em Brasília e no Brasil. Agora, está indo até para as Américas. Já está extrapolando nossas fronteiras, visto que a América é a região mais católica que existe no mundo.
Então, é importante ouvirmos a comunidade. Como não poderíamos ouvir todo mundo, quero ouvir o nosso querido Nilo. Ele, recentemente, perdeu sua mãe - quer dizer, entregou sua mãe a Deus - e está bastante emotivo, por causa deste momento. Parece que faz duas semanas ou uma semana que a mãe dele foi levada ao encontro de Deus. Faz quantos dias?
O SR. NILO DO CARMO FILHO (Fora do microfone.) - Oito dias.
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - Faz oito dias. Mas, com certeza, a fala do Nilo - que se pode dirigir ao púlpito - retratará a religiosidade espontânea, de muito gosto, que vem da comunidade de Brazlândia. Por isso, lá há aquele templo tão grande. Talvez, seja um dos maiores templos do Distrito Federal, se eu não me engano. É o maior do DF. Trata-se exatamente da Igreja do Menino Jesus de Praga, no centro da cidade de Brazlândia. E nós temos este presente de, todo ano, a imagem vir de Portugal ao nosso encontro. Podemos receber multidões em Brazlândia.
Nilo, você pode fazer uso da palavra à vontade. Você tem até dez minutos para a sua fala.
O SR. NILO DO CARMO FILHO - Bom dia a todos!
Eu gostaria de cumprimentar a Mesa e V. Exª, por esta homenagem não só aos missionários. Nós a compartilhamos com a nossa obra missionária da Imagem da Peregrina de Fátima.
Ser missionário não é fácil, ser guardião é mais difícil, devido à situação que nosso País atravessa e às coisas que são ofertadas à juventude. Nós precisamos nos fortalecer sempre na fé.
O meu coração está sentindo a partida, mas com a certeza de que ganhei uma mãe eterna, pelos ensinamentos que ela me passou. Na segunda-feira, a esta hora, eu estava recebendo o corpo da minha mãe para entregar a Deus, conforme V. Exª falou, e o que me dá forças é permanecer sempre na fé, na oração, na humildade, na misericórdia divina e na caridade.
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Esse foi um dos ensinamentos que nós tivemos. Como nós vamos a todos os lugares, nós temos algumas missões. Eu gostaria de aproveitar o espaço da Casa para comunicar aos demais representantes dos outros Estados que a obra missionária é de todos, de todo o povo de fé e de todo o povo de Deus e que estamos de coração aberto para levar Maria ao local pedido por todas as autoridades, por todos os Senadores, por todas as arquidioceses que quiserem levá-la. Estamos prontos a atender especialmente aquele povo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, aqueles familiares, aqueles que perderam seus entes. Maria quer consolar seus filhos que lá estão, o povo de Mariana, o povo sofrido do nosso Brasil.
Maria quer trazer uma mensagem de paz para esta Casa, para que dê discernimento e sabedoria, para que os demais aqui possam nos dar uma esperança de que dias melhores virão.
Deus estará sempre presente em nossos corações.
Eu não poderia deixar de citar, na minha fala aqui, o que isso tem representado para mim e o que sinto quando conduzo a imagem que estou levando, aonde esta imagem está chegando. É uma frase simples de oração, mas que toca o nosso coração e que tem tudo a ver com a imagem da Peregrina de Fátima:
Oração da Paz
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Isso foi o que senti na partida da minha mãe e quando levo a imagem aos locais, para que o nosso missionário Valdemar Reis cumpra a missão que Deus nos concebeu.
Com essas palavras, encerro. Fica aqui esta mensagem consoladora ao povo brasileiro e a toda esta Casa. Que tenhamos dias melhores de paz no coração, sempre na fé, na força e na oração!
Muito obrigado a todos. Tenham um bom-dia! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - Nilo, faça o favor de vir para a Mesa.
Vamos tirar uma foto, primeiro, da Mesa. Depois, todos que queiram fazer a foto podem vir aqui na frente. Alguns ficam aqui em cima e outros ficam embaixo, para tirarmos uma foto coletiva de todo mundo.
Depois, nós vamos em procissão até a imagem, que está no final do corredor, no Auditório Petrônio Portella, onde teremos a honra e o prazer de receber uma benção do Padre André, em um momento tão importante para nós todos.
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Então, eu quero declarar encerrada esta sessão solene de homenagem, cumprindo a sua finalidade.
Agradeço às personalidades que nos honraram com o seu comparecimento, bem como a todos.
Vamos dar por encerrada...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. PMDB - DF) - O Nilo está me avisando que, além da imagem, nós temos também a relíquia de Dom Paulo II, que estará conosco ali, no Auditório Petrônio Portela, demonstrando a homenagem desta Casa a este importante evento.
Vamos tirar a nossa foto.
(Levanta-se a sessão às 11 horas e 36 minutos.)