Discurso durante a 26ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro do encontro do Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, com produtores rurais em Rio Branco, no Estado do Acre.

Autor
Gladson Cameli (PP - Progressistas/AC)
Nome completo: Gladson de Lima Cameli
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Registro do encontro do Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, com produtores rurais em Rio Branco, no Estado do Acre.
Publicação
Publicação no DSF de 17/03/2017 - Página 13
Assunto
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • REGISTRO, ENCONTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, BLAIRO MAGGI, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), PRODUTOR RURAL, RIO BRANCO (AC), ESTADO DO ACRE (AC), ASSUNTO, DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA, ENTE FEDERADO, CRITICA, EXISTENCIA, BUROCRACIA, ORGÃO, FISCALIZAÇÃO, AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL, MOTIVO, DIFICULDADE, CONCESSÃO, FINANCIAMENTO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, COMENTARIO, PRESERVAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, DEFESA, CONSTRUÇÃO, RODOVIA, PONTE, REGIÃO.

    O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado e quem nos acompanha ao vivo pelas redes sociais, subo à tribuna nesta quinta-feira para fazer um grande registro à Nação brasileira. Segunda-feira, dia 13 de março, o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, esteve em Rio Branco, capital do meu Estado, o Acre, que represento nesta Casa, para se reunir com produtores locais.

    Maggi exaltou a vocação exportadora do Acre, posicionado estrategicamente próximo a países sul-americanos importantes e ao Oceano Pacífico, e com grande potencial agroindustrial ainda não completamente aproveitado. O Acre é um Estado pequeno, com pouco mais de 800 mil habitantes, mas, ainda assim, demonstra grande vitalidade econômica, mesmo neste momento de crise que o Brasil atravessa.

    Segundo o IBGE, o PIB do Acre ficou entre os cinco que mais cresceram no País em pesquisa realizada no ano de 2014. O PIB Industrial do Estado do Acre é de R$1 bilhão, e a indústria representa 11,9% do total. A partir de 2002, a participação industrial na economia aumentou em 1,3 ponto percentual. O crescimento médio do PIB de 1,2% ao ano sinaliza que o esforço de todos – eu cito: Governo, setor empresarial, setor industrial, comércio, nossa Bancada federal – é válido para ajudar a colocar o Estado no trilho do desenvolvimento.

    E, quando eu digo a importância que é colocar o Acre no trilho do desenvolvimento, é porque nós acrianos temos a certeza disto que sofremos na pele com a política de florestania criada lá atrás. Eu não estou aqui nesta tribuna para olhar pelo retrovisor, estou aqui para provar que a política de florestania não deu certo. E nós precisamos agora criar mecanismos para colocar o Acre no trilho certo para o desenvolvimento.

    Porém, Srªs e Srs. Senadores, a crise que bateu em nossa porta nos últimos dois anos fez com que, em 2016, o Estado do Acre registrasse um decréscimo de 20% em sua balança comercial. Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento e Comércio Exterior, exportamos US$12,6 milhões, quando, em 2015, a exportação foi feita de US$15,9 milhões.

    Está claro que o Acre pode mais. E sou mais direto: ele pode muito mais. Se o setor de alimentos emprega cerca de 16 mil pessoas, com incentivos à produção agrícola, é possível dobrar e, talvez, triplicar a oferta de empregos no Estado. Entretanto, para baixar o custo de suas produções e vencer definitivamente a crise, os nossos produtores rurais precisam de apoio de verdade e não apenas na propaganda.

    Todos sofrem neste momento, Ministro Blairo Maggi, com a precariedade das estradas vicinais e as adversidades climáticas, com o registro de cheias históricas nos últimos cinco anos no Acre. O Brasil enfrenta dificuldades impostas pelas barreiras comerciais. E, no Acre, especificamente, a burocracia atrapalha as linhas de financiamento e o avanço tecnológico. Os trabalhadores e os produtores sofrem ainda com a perseguição implacável dos órgãos controladores ambientais incentivados por uma política ambientalista insustentável.

    Eu, como um bom acriano, um bom amazônida, não vou permitir e ficar calado, enquanto eu estiver nesta Casa, no Senado Federal, porque nós temos praticamente mais de 30 milhões de amazônidas sofrendo com essa política de preservação na Amazônia. Nós não precisamos desmatar, nós não precisamos dar incentivo para o desmatamento, porque o que já está lá dá para produzir e colocar na prática. Só se fala de Amazônia quando é o momento de dizer preservação; agora, quando se fala em desenvolver, dar oportunidade para os pais de família para trabalharem, ninguém olha para a Região Norte. E eu, como Senador do Acre, quero dizer a todo o povo brasileiro que precisamos dar oportunidade para a nossa Região Norte, para o meu Estado, que faz fronteira com dois países.

    Temos uma rodovia pronta, que é a Rodovia do Pacífico, e uma ponte sobre o Rio Madeira, até setembro de 2018. Estive lá recentemente, acompanhado do Senador Sérgio Petecão. É uma obra que está a todo vapor e vai, realmente, integrar o Pacífico, o Estado do Acre, com os demais Estados do nosso País.

    Meus amigos, senhoras e senhores, como dizia agora, é possível, sem dúvida – e o Acre tem mostrado que é –, promover o crescimento econômico com responsabilidade ambiental. Tenho pautado o meu mandato de acordo com essa diretriz.

    A ponte sobre o Rio Madeira – como disse agora há pouco, estive lá –, por exemplo, está avançada em sua construção. Teremos, a partir do próximo verão, um serviço respeitável de manutenção da BR-364 e já trabalhamos num projeto de reconstrução daquela rodovia, com a licitação prevista para este ano ainda. Temos garantido o anel viário das cidades de Brasileia e Epitaciolândia.

    Abrir essas estradas é ampliar os caminhos para o desenvolvimento. Aqui se fala tanto em saída para o Oceano Pacífico, mas o que existe por enquanto é uma ponte precária ligando o Brasil aos países vizinhos. Não vamos realizar o sonho da ponte entre Brasileia e Epitaciolândia? Esse é um compromisso do Presidente da República, Michel Temer, meu e de toda a Bancada Federal.

    E quero aqui antecipar a todos os que nos assistem e ouvem que o Ministro dos Transportes, Maurício Quintella, ligou para mim ontem marcando uma audiência com toda a Bancada Federal para, de uma vez por todas, assinarmos o convênio da tão importante obra que é esse anel viário de Brasileia e Epitaciolândia, com a construção, sim, de uma segunda ponte de – se não me falha a memória – 220m2, com mão dupla, para que realmente possamos ter um anel viário para poder tirar o tráfico pesado de carretas do meio dessas duas cidades.

    Já encomendei, por intermédio de meu gabinete, à Fundação Milton Campos, em parceria com a Sudam, um estudo de viabilidade econômica para todo o Estado. Diante desse cenário, se faz urgente retomar a estratégia de examinar cada Município, cada região desse Estado, observando sua potencialidade econômica, fatores históricos e tradições. Se o que vai alavancar a nossa economia é a pecuária, é a soja, é a farinha, é a madeira, não importa. Em cada região, nós vamos assumir o compromisso de abrir as portas para o desenvolvimento com responsabilidade social e ambiental, mas, sobretudo, respeitando as pessoas, as famílias, os trabalhadores e empreendedores do meu Estado. São eles, em última análise, que fazem o Estado do Acre prosperar.

    Sr. Presidente, eu fiz um apelo ao Ministro Blairo Maggi, usando a seguinte frase, que eu quero repetir aqui nesta tribuna do Senado Federal a todos que nos assistem:

Ministro, com a sua capacidade – eu conheço seu Estado, eu sei como é um Estado desenvolvido –, o Acre é o único estado da Nação que lutou para ser brasileiro. Então, em virtude disso, vamos dar uma oportunidade para o nosso Estado, para ele se desenvolver. Temos uma BR do Pacífico, temos pessoas capacitadas. Nós não queremos muito, nós queremos o necessário para mostrar que temos capacidade.

    Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

    Meu muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/03/2017 - Página 13