Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de evento em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down no Maranhão.

Autor
João Alberto Souza (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MA)
Nome completo: João Alberto de Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Registro de evento em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down no Maranhão.
Publicação
Publicação no DSF de 22/03/2017 - Página 125
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, DOENÇA MENTAL, REGISTRO, REALIZAÇÃO, EVENTO, LOCAL, MARANHÃO (MA), OBJETIVO, CELEBRAÇÃO, DATA, SAUDAÇÃO, UNIVERSIDADE.

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21/03/2017


    O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, neste dia 21 de março, como ocorre anualmente, comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down - em todo o mundo, mas especialmente no Brasil.

    Digo especialmente no Brasil porque o nosso país invariavelmente se destaca, em nível mundial, pelo número de eventos realizados nesta data.

    Temos aqui uma sociedade ativamente engajada na luta pela viabilização de mecanismos permanentes que permitam dar voz às pessoas com a deficiência e àqueles que vivem e trabalham com elas.

    Essa importante comemoração foi criada pela Down Syndrome International, em 2006. Trata-se de uma organização internacional comprometida com o aprimoramento da qualidade de vida dessas pessoas mundo afora, que encoraja a sociedade organizada a promover eventos e atividades que estimulem a conscientização sobre a Síndrome de Down.

    O dia 21 de março foi escolhido para representar a singularidade da triplicação (trissomia) do cromossomo 21 que causa esta ocorrência genética. O objetivo do dia é celebrar a vida das pessoas com Síndrome de Down e disseminar informações para promover a inclusão de todos na sociedade.

    Uma resolução aprovada por consenso pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro de 2011, estabelece oficialmente essa data. A resolução foi proposta e promovida pelo Brasil, com o apoio de outros 78 Estados Membros da ONU.

    Em 2017, o tema sugerido pela Down Syndrome International para essa comemoração é “Minha voz, minha comunidade”. Pretende-se, nesse caso, estimular as iniciativas que visam a dar voz às pessoas com Síndrome de Down, para que sejam ouvidas e para que, desse modo, influenciem decisivamente políticas e ações governamentais.

    Em diversos países, haverá intensas programações voltadas para essa comemoração. O mesmo ocorrerá no Brasil. Especificamente no meu querido Maranhão, destaco a “Mesa redonda Multidisciplinar pelo Dia Internacional da Síndrome de Down”, organizada pela Liga Acadêmica de Linguagem da Universidade CEUMA do curso de Fonoaudiologia, que ocorrerá às 19h00 de hoje, no Salão Nobre da Biblioteca daquela Universidade.

    Parabenizo a Universidade CEUMA, em nome do Reitor Prof. Mestre Saulo Henrique de Brito Matos Martins, pela iniciativa da mesa redonda, que abordará os seguintes assuntos:

    * “Ser um profissional inclusivo: Desafios na graduação”;

    * “Desafios da inclusão de crianças com síndrome de down na rede regular de ensino”;

    * “Influência da Integração Sensorial em Pessoas com Síndrome de Down”;

    * “Intervenção fonoaudiológica nas diferentes etapas do desenvolvimento da criança com Síndrome de Down”.

    Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, não há forma de prevenção da Síndrome de Down, mas a ciência acredita que a probabilidade de ter uma criança com síndrome de Down aumenta com o avançar da idade da mãe.

    Por isso, é importante que o poder público esclareça a sociedade, nomeadamente as mães mais tardias, para que realizem testes de rastreio para identificar a Síndrome de Down ainda no útero.

    Entretanto, também é fundamental implantar políticas públicas e ações afirmativas que objetivem garantir a qualidade de vida, a acessibilidade e o direito de ir-e-vir de pessoas com deficiência.

    Também é essencial promover o resgate da autoestima desses cidadãos especiais, priorizando uma gestão pública inclusiva e mais humana.

    Nesse sentido, julgo importante citar ações empreendidas no Maranhão, tais como o atendimento de crianças com doenças neurológicas, feito pelo Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (NINAR), inaugurado em abril de 2016, e que atende à capital e ao interior do Estado.

    O centro já contabiliza mais de 5 mil atendimentos, entre consultas, exames e procedimentos realizados, sendo considerado referência nacional pela estrutura e pelo nível de atendimento disponibilizado às crianças.

    São dezenas de profissionais especializados na área, que propiciam tratamento especializado às crianças de zero a 13 anos portadoras de síndrome de Down, de microcefalia, de macrocefalia, de hidrocefalia e de paralisias cerebrais, entre outras.

    Para dar outro exemplo, nesse caso de inclusão, lembro um momento muito especial dos Jogos Olímpicos de 2016, quando um atleta da natação maranhense, o garoto Davi Hermes de Oliveira, de 12 anos, portador da Síndrome de Down, foi escolhido para carregar a tocha olímpica. Davi já ganhou várias medalhas e foi campeão dos Jogos Paralímpicos Escolares Maranhenses, sobressaindo-se naquele esporte, que pratica desde os seis meses.

    Outro exemplo marcante ocorreu também no ano passado, mais especificamente na Olimpíada do Conhecimento, maior competição de educação profissional das Américas, onde dois jovens alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Maranhão (SENAI-MA) foram medalhistas na prova do Sistema de Avaliação da Educação Profissional (SAEP) para Pessoas com Deficiência.

    No evento, o competidor da ocupação padeiro, João Antônio Sousa Leite, de 23 anos, que tem Síndrome de Down, conquistou o ouro competindo com outros cinco estudantes de outros estados do Brasil; e o deficiente visual, Igor Pontes Medeiros, de 19 anos, ganhou o bronze na ocupação operador de computador. Com o resultado, o Maranhão ficou em 4º lugar do Nordeste e 12º do Brasil no ranking de medalhas por delegação.

    Eis alguns exemplos, dados pelo povo do Maranhão, que representam dignamente a vontade desses cidadãos mais do que especiais de mostrarem-se capazes de participar, entre outras coisas, das decisões da comunidade e da elaboração de políticas públicas.

    Precisamos dar todo o nosso apoio para que essas pessoas desenvolvam seu ativismo cívico e político, provendo a nação de um indispensável arcabouço legislativo voltado para a correta aplicação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, uma legislação inovadora e destinada a garantir os direitos dos brasileiros nessa condição.

    Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/03/2017 - Página 125