Discurso durante a 29ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da comemoração do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março.

Autor
João Alberto Souza (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MA)
Nome completo: João Alberto de Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Registro da comemoração do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março.
Publicação
Publicação no DSF de 23/03/2017 - Página 134
Assunto
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • REGISTRO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, AGUA, IMPORTANCIA, CONSCIENTIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO, RECURSOS HIDRICOS, APREENSÃO, CRISE, ABASTECIMENTO DE AGUA, AMBITO NACIONAL, COMENTARIO, PRECARIEDADE, SISTEMA, ABASTECIMENTO, LOCALIDADE, ESTADO DO MARANHÃO (MA), NECESSIDADE, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, MELHORIA, RECURSOS HIDRAULICOS, ESSENCIALIDADE, ATUAÇÃO, AGENCIA NACIONAL DE AGUAS (ANA), AUXILIO, GOVERNO MUNICIPAL, GOVERNO ESTADUAL, OBJETIVO, SEGURANÇA, RECURSOS HIDROLOGICOS.

  SENADO FEDERAL SF -

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COORDENAÇÃO DE REDAÇÃO E MONTAGEM - COREM

22/03/2017


DISCURSO ENCAMINHADO À PUBLICAÇÃO, NA FORMA DO DISPOSTO NO ART. 203 DO REGIMENTO INTERNO.

    O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, senhoras e senhores do nosso querido Maranhão e de todo o Brasil que nos acompanham pelos canais de comunicação do Senado Federal:

    Neste 22 de março, estamos nos lembrando do Dia Mundial da Água. Não se trata, exatamente, de uma celebração. A palavra de ordem para esse dia é conscientização. É um dia de alerta para as autoridades federais, estaduais e municipais, a respeito desse valioso recurso. A água doce, como nos lembra a Organização das Nações Unidas, é um recurso finito e frágil; e está sob pressão crescente por causa do crescimento populacional, da poluição e das demandas de usos agrícolas e industriais.

    A ONU nos lembra, igualmente, que, a cada dia, milhões de toneladas de esgoto tratado inadequadamente e resíduos agrícolas e industriais são despejados nas águas de todo o mundo. Todos os anos, morrem mais pessoas em consequência da água contaminada do que de todas as formas de violência, incluindo a guerra.

    Mais uma vez, não será necessário lembrar a situação do planeta; e a do Brasil, no contexto mundial. O Brasil é o país do mundo que possui maior quantidade de água doce, com 12% do total existente no planeta. É mais que todo o continente europeu ou africano, por exemplo, que detêm 7 e 10%, respectivamente. Entretanto, isso não nos faz o campeão do bom abastecimento de água.

    Em julho de 2010 a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu formalmente o direito humano à água e ao saneamento. O Brasil é signatário desse documento.

    Vinte litros de água por dia, a uma distância não superior a mil metros. Esse é o parâmetro da Organização das Nações Unidas para o mínimo de dignidade no que diz respeito a esse precioso líquido. Entretanto, para mais de um bilhão de pessoas, em todo o planeta, essa não é uma realidade. Pode parecer ficção para muitos dos Srs. e das Srªs. Senadoras de outros estados da Federação. Porém, os do Nordeste sabem bem do que estamos falando. E mesmo em estados pródigos em bacias hidrográficas, como é o caso do meu querido Maranhão, há escassez considerável. Há, mesmo, uma crise hídrica, que reclama solução urgente das autoridades estaduais, particularmente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema),

    E por que, mesmo em cidades banhadas por rios caudalosos - como é a brava imperatriz do Maranhão e seu maravilhoso Tocantins - o abastecimento não ocorre a contento? Segundo a ONU, novamente, essa falta é provocada pelo uso ineficiente; ou pela degradação da água, causada pela poluição; e, ainda, pela superexploração das reservas de águas subterrâneas.

    É um erro atribuir à falta de chuva a escassez de água para as populações brasileiras, uma vez que a média mundial de chuva é em torno de 800 mm ao ano; e são raras as regiões brasileiras em que chove menos que isso. Portanto, o que falta é planejamento estratégico. Não podemos culpar as chuvas, até mesmo porque a tendência é que, até 2025 ou 2030, as chuvas reduzam de 10 a 20%. Portanto, o que urge é a educação da população e o uso racional da água. E, claro, boa gestão das autoridades e dirigentes de companhias.

    Não vendo outra coisa a não ser a ineficiência, não posso deixar de alertar para a necessidade de se restabelecer, com urgência, a segurança hídrica em diversas das cidades do Maranhão, incluindo a capital, São Luís. Mas também cidades como Imperatriz, onde a falta de manutenção preventiva pode levar a população a ficar dias e dias sem água, pelos rompimentos frequentes dos sistemas de abastecimento.

    Em outras cidades do meu Estado, os rios estão diretamente relacionados com as atividades da maior parte de suas populações. É o caso do rio Mearim, maior bacia hidrográfica do Maranhão, que beneficia 83 municípios, atingindo uma população de quase 2 milhões de pessoas. O que será dos habitantes de Bacabal, Barra do Corda, Grajaú por exemplo, se não cuidarmos desse importante recurso?

    O que vemos, senhoras e senhores, é a ineficiência na gestão das águas. Bairros como o do Anil, em São Luís, estão há meses sem abastecimento regular; não obstante, contas astronômicas são cobradas dos moradores. Pelo fornecimento de vento, decerto. Porque água é o que não há nas torneiras, levando a população de alguns bairros a estarem sujeitos a doenças causadas pela falta de água tratada, em condições para uso doméstico, incluindo o sagrado direito de matar a sede.

    Portanto, neste Dia Mundial da Água, faço dois apelos: que a Agência Nacional de Águas (ANA) atue de maneira mais consistente, a fim de que auxilie os governos estaduais e municipais a proverem a segurança hídrica necessária, a todos e a cada um. E, particularmente, às autoridades maranhenses, que zelem pelo planejamento, pelas obras, reservas e adutoras; e também pela boa distribuição nos bairros periféricos das grandes cidades; e pela chegada do abastecimento regular, nas pequenas cidades.

    Era o que tinha a dizer.

    Muito grato.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/03/2017 - Página 134