Discurso durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anúncio da reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Têxtil e de Confecções, no próximo dia 19.

Autor
Luiz Henrique (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Luiz Henrique da Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Anúncio da reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Têxtil e de Confecções, no próximo dia 19.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/2013 - Página 36035
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • ANUNCIO, FATO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, LOCAL, CONGRESSO NACIONAL, GRUPO PARLAMENTAR, DEFESA, INDUSTRIA TEXTIL, OBJETIVO, DEBATE, EXPECTATIVA, DEMANDA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, SETOR, RELAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, MOTIVO, CRIAÇÃO, EMPREGO, REGISTRO, APREENSÃO, ORADOR, REDUÇÃO, PARTICIPAÇÃO, BRASIL, MERCADO INTERNACIONAL.

            O SR. LUIZ HENRIQUE (Bloco/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ilustre 1º Vice-Presidente desta Casa, Senador Jorge Viana, que tão brilhantemente representa o Estado do Acre no Senado Federal, Srªs e Srs. Senadores, no próximo dia 19, terça-feira, reúne-se neste Congresso a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Têxtil e de Confecções da qual sou coordenador aqui no Senado.

            Qual é o objetivo?

            O objetivo é discutir os cenários atuais, os desafios e as perspectivas do futuro e a demanda de um setor que reúne mais de 30 mil empresas, sendo a maioria de médio, pequeno e micro portes e que emprega diretamente 1,7 milhão de pessoas, sendo que 80% desse contingente laboral são constituídos de mulheres.

            A indústria têxtil e de confecções tem uma importância fundamental em todo o mundo. É uma indústria intensiva de mão de obra. É uma indústria que movimenta toda a economia.

            Para V. Exª ter uma ideia, Sr. Presidente, no Brasil, além daqueles 1,7 milhão de empregos diretos, a indústria têxtil gera 4 milhões de empregos indiretos - 1,7 milhão de empregos diretos e 4 milhões de empregos indiretos - e movimenta uma cadeia que envolve, na produção, na comercialização dos serviços, na publicidade, cerca de 8 milhões de pessoas. O mercado têxtil e de confecções é dos mais dinâmicos, realizando lançamentos, no mínimo, a cada quatro meses ao ano.

            Em 2010, o consumo per capita mundial de fibras, entre as quais o algodão, era de cerca de 12 quilogramas por habitante. Em 2010, foram consumidas 80 milhões de toneladas de fibras, sendo 62% de fibras químicas ou sintéticas e 38% de fibras naturais, como o algodão. Já a produção mundial de fios, tecidos, malhas e confecções foi de 76 milhões de toneladas em 2010.

            O mapa da produção mundial começou a mudar na década de 80, saindo dos Estados Unidos, da Europa e do Japão para países emergentes da Ásia, mais recentemente do Leste Europeu, do Norte da África e do Caribe. Atualmente, a Ásia é responsável por 72% do volume total de produtos têxteis feitos no mundo.

            Sr. Presidente, este é um setor fundamental para o nosso País. Somos mais de 200 milhões de habitantes. Esse número expressivo nos coloca como um dos dez mais importantes mercados do mundo. Fazemos produtos têxteis de toda a cadeia, desde o algodão e outras fibras até os tecidos e as confecções. Temos uma fantástica rede de distribuidores e de pontos de venda.

            Por tudo isso, não era para haver crise do setor têxtil. Na última década, 40 milhões de pessoas que estavam fora do mercado foram catapultadas para o consumo. Programas sociais como o Bolsa Escola e o Bolsa Família ajudaram a aumentar o poder aquisitivo das populações periféricas. No entanto, o setor têxtil, de cama, mesa, banho e confecções, incluído aí o calçadista, vem perdendo competitividade, com as exportações sendo reduzidas a 8% do total produzido. Eu quero repetir esse dado: do total produzido por 1,7 milhão de trabalhadores em 30 mil empresas no Brasil, apenas 8% vai para o mercado externo. Isso vem ocorrendo, apesar de ainda ocuparmos o quinto lugar na produção de têxteis e o quarto na de confecções.

            Não obstante o comércio mundial do setor ter crescido 83%, o brasileiro só cresceu 34% em 2010. Com isso, só participamos do mercado global com ridículos 0,5%, embora tenhamos, como disse, mais de 30 mil empresas brasileiras que empreguem diretamente, como já afirmei, mais de 1,7 milhão, sendo - como já falei - 80% mulheres.

            O faturamento da cadeia têxtil em confecções vem caindo preocupantemente: em 2011, foi de US$67 bilhões; em 2012, caiu para US$56,7 bilhões, o que representa uma queda de cerca de 11% de um ano para o outro.

            Já as importações, que em 2012 representavam quase 20%, 19,6%, só no primeiro trimestre de 2013 já atingiram 8,8%. Mas esse número pode ser seguramente ampliado, aumentado, pelos milhares de turistas que trazem produtos do exterior. Nas malas de Miami e Nova York, principalmente, chegam, a cada dia, milhares de toneladas de produtos confeccionados lá fora, cujo montante é inestimável e está fora de qualquer estatística.

            No ano passado, somente Nova York recebeu 1,5 milhão de turistas brasileiros, que lá deixaram US$6 bilhões. Só o Consulado de São Paulo forneceu visto para 700 mil pessoas em 2011.

            O drama da indústria têxtil não está só nos gargalos da carga fiscal, da ciclotimia do câmbio, não está apenas nos juros que, embora declinantes, ainda são dos mais altos do mundo, não está nos gargalos da infraestrutura, não está no baixo investimento nacional em ciência, tecnologia e inovação. O drama da indústria têxtil está também nessa avalanche de gente que, tendo o Brasil encarecido, foge para o exterior a fim de comprar produtos mais baratos e enche suas malas com produtos têxteis que acabam reduzindo o mercado interno.

(Soa a campainha.)

            O SR. LUIZ HENRIQUE (Bloco/PMDB - SC) - Ocupo esta tribuna, Sr. Presidente, para chamar a atenção desta Casa e, principalmente, dos telespectadores. A indústria têxtil é vital para a geração de empregos, é uma das indústrias, junto com a construção civil, que mais mobiliza mão de obra. Precisa de uma política de alavancagem para que possa não apenas atender a uma demanda crescente de um mercado crescente, mas possa, também, atingir um nível de competitividade que lhe permita fazer frente a produtos que vêm do exterior subfaturados, a produtos que vêm do exterior com elaboração e preços estabelecidos fora das regras da Organização Mundial do Comércio e produtos que vêm aos milhares nas malas dos milhares de brasileiros que, dia após dia, vão ao exterior com esse fim.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2013 - Página 36035