Discurso durante a 57ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro de solenidade comemorativa do 44º aniversário da Embrapa.

Autor
Elmano Férrer (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Elmano Férrer de Almeida
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Registro de solenidade comemorativa do 44º aniversário da Embrapa.
Publicação
Publicação no DSF de 05/05/2017 - Página 44
Assunto
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), REGISTRO, IMPORTANCIA, EMPRESA PUBLICA, COMENTARIO, NECESSIDADE, MANUTENÇÃO, RECURSOS, OBJETIVO, INVESTIMENTO, TECNOLOGIA.

    O SR. ELMANO FÉRRER (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Um grande Estado, inclusive governado por um companheiro de V. Exª, o nosso estimado Wellington Dias, do PT, com quem saímos coligados na eleição de 2014.

    Mas, nobre Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu queria me reportar aqui a uma grande empresa, da qual também fiz parte, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Tive a oportunidade, Sr. Presidente, de participar da solenidade comemorativa do seu 44º aniversário, transcorrido quinta-feira próxima passada.

    A pesquisa agrícola pública é um vigoroso e produtivo conjunto formado por um grande número de instituições públicas federais, estaduais e também por departamentos das universidades públicas, quer sejam federais, quer sejam estaduais, departamentos esses dedicados também à pesquisa sobre esse campo científico.

    Desse conjunto, Sr. Presidente, fazem parte da Embrapa 17 unidades centrais localizadas aqui em Brasília e 46 outras unidades instaladas em todo o Território nacional, tendo também dois escritórios virtuais no exterior, especificamente na França e nos Estados Unidos.

    Inclusive, Sr. Presidente, Senador Paulo Rocha, uma dessas unidades descentralizadas que eu reputo de grande importância está instalada na Amazônia, especificamente na capital do Estado que V. Exª representa muito bem aqui no Senado, que é o CPATU (Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido), que tem uma atuação em toda a Amazônia, como também aqui nos cerrados nós temos um centro de recursos, que é o Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados, como temos também na Região Nordeste o CPATSA (Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido), entre muitas outras instituições Brasil afora.

    A empresa, Sr. Presidente, conta, em seu quadro funcional, com 9.713 servidores, dos quais quase 2,5 mil – 2.463 – são pesquisadores, com cursos de mestrado, doutorado, pós-doutorado, feitos no Brasil e, sobretudo, no exterior. A Embrapa também conta, Sr. Presidente, com 2.546 analistas, 1.715 técnicos e 2.980 assistentes. Como se diz na linguagem popular: é uma senhora e grande empresa, que deu muito certo em nosso País.

    A Embrapa, Srªs e Srs. Senadores, tem como principal objetivo a busca de um modelo sustentável de agricultura e pecuária, essencialmente tropical e genuinamente brasileiro. Nos últimos 20 anos, houve processos de rápido crescimento e de acelerada modernização da economia agropecuária que propiciaram um crescimento exponencial da riqueza gerada pelo sistema agroalimentar, de uma ponta à outra, haja vista, meu nobre Presidente, a produção de grãos deste ano de 2016/2017, que soma mais de 200 bilhões, 215 bilhões de toneladas de grãos. Da agroindústria ao varejo, a revolução tecnológica, responsável pelo aumento da produção e da produtividade vem aumentando substancialmente a complexidade das atividades que estão a cargo dos produtores rurais do Brasil e do agronegócio, sobretudo.

    Como consequência, acredito que deve ser dada máxima prioridade pelo Estado brasileiro à pesquisa agropecuária, sobretudo valorizando a Embrapa com os recursos necessários às novas tecnologias.

    A realidade, Sr. Presidente, é que, nos últimos, tem decaído sobremaneira os recursos de que a Embrapa dispõe para continuar realizando a pesquisa agrícola da mais alta relevância e importância para a produção em nosso País.

    Então, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nas últimas décadas, a Embrapa e parceiros promoveram uma verdadeira revolução no agronegócio brasileiro com a introdução do plantio direto, a fixação biológica de nitrogênio na soja, a correção da acidez dos solos, sobretudo e especialmente dos cerrados, entre outras tecnologias geradas e aplicadas Brasil afora.

    Houve um ganho fabuloso no aumento da resiliência de nossa agropecuária, o que permitiu, por exemplo, termos uma segunda safra de produção agrícola, que é a tão falada "safrinha", que tem aumentado a produtividade, sobretudo a renda, dos nossos agricultores.

    Outra inovação fundamental, Sr. Presidente, de nossos pesquisadores foi a adaptação de plantas e animais originários de várias partes do mundo aos biomas brasileiros. Entre os exemplos, podemos citar a tropicalização da soja e a adaptação de rebanhos bovinos.

    Sobre a adaptação da soja, Sr. Presidente, gostaria de me reportar ao trabalho realizado pela unidade de pesquisa da Embrapa, em parceria, sobretudo, com o Centro Nacional de Pesquisa de Soja, ou seja, um trabalho realizado pela Embrapa, na década de 80, no princípio da década de 80, que resultou na identificação, na produção de variedades de soja, sendo, hoje, um aumento da fronteira agrícola no Brasil, sobretudo no Nordeste, na região do Piauí, nos cerrados piauienses, tendo como polo Uruçuí, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena, Bom Jesus, enfim, uma série de Municípios e um território expressivo, que foi incorporado ao sistema produtivo nacional, como também na região de Balsas, nos cerrados maranhenses, e no oeste da Bahia, tendo como localidade a cidade de Barreiras.

    Então, reputo isso a um resultado fantástico da Embrapa, especialmente para dinamizar a economia do Nordeste, dessas regiões dos cerrados nordestinos, através da introdução da soja.

    Há, ainda, Sr. Presidente, o competente desenvolvimento de uma série de práticas conservacionistas e de defesa ambiental inéditas no mundo.

    Tive oportunidade, Sr. Presidente, de participar de missões na África, especialmente no Senegal e no Mali, onde vimos um trabalho fantástico em regiões parecidas, semelhantes ao Semiárido do Nordeste, realizado em parceria com a França, especificamente com o Gerhardt, que é uma grande instituição francesa. 

    De outra parte, também estivemos na Ásia, na Índia, em Ahmedabad, no sul da Índia, através de uma parceria entre esse esforço do Governo indiano e uma empresa de pesquisa da Inglaterra, que se trata do Icrisat. Isso é fruto do intercâmbio, do desenvolvimento e do conceito da Embrapa nas demais nações da África, da Ásia e da Europa.

    Agora, a empresa parte para a promoção de outra revolução, visando a ainda mais resiliência, trabalhando com os sistemas integrados. Segundo essa concepção, Sr. Presidente, a integração de lavoura, pecuária e floresta economizará recursos naturais e permitirá aumentar nossas reservas de água e de carbono. Trata-se de uma tecnologia alinhada à necessidade de ampliar a oferta de alimentos com o menor impacto ambiental possível.

    Nesse contexto, Sr. Presidente, a Embrapa, que ajudou a transformar a nossa agropecuária, especialmente o agronegócio, em uma das mais eficientes e sustentáveis do planeta, deve ter lugar de destaque. Precisamos, Srªs e Srs. Senadores, continuar a investir nessa empresa que ajudou a tirar o Brasil da humilhante condição de importador de alimentos básicos, elevando-o ao nível de um dos maiores produtores e exportadores mundiais, quer de grãos, quer de carne, não só a carne bovina, mas a carne suína e a carne de aves.

    Meu nobre Senador Dário, V. Exª sabe muito bem, num Estado grande produtor e exportador, sobretudo de frango e outros produtos, que é Santa Catarina, do que eu e nós estamos falando neste instante, que é sobre a relevância da importância da Embrapa, porque eu estou fazendo um comentário que assinala os 44 anos de sua fundação e instalação.

    Sr. Presidente, para ter uma ideia, segundo o balanço social divulgado pela empresa, somente em 2016, por exemplo, a avaliação de 117 tecnologias e cerca de 200 cultivares produzidos pela Embrapa e seus parceiros foi capaz de gerar um lucro social de R$37,8 bilhões. Relacionando esse lucro social à receita obtida pela empresa durante o ano passado, que foi de cerca de R$3 bilhões, o retorno anual da Embrapa para a sociedade foi mais de 11 vezes os recursos investidos nela, na própria Embrapa.

    Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu tenho aqui o nobre companheiro Senador que fez parte, inclusive é da Embrapa, que é uma testemunha do que nós estamos falando aqui.

    Além disso, como diria...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Rocha. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – Wilmar Lacerda é suplente de Senador do DF.

    O SR. ELMANO FÉRRER (PMDB - PI) – Do Distrito Federal, exatamente, suplente do nosso Senador Cristovam Buarque. Aliás, eu ficarei feliz no dia em que ele estiver aqui, pelo menos uns quatro meses, mostrando a sua inteligência, o seu saber e o conhecimento sobretudo que tem do nosso querido Distrito Federal, a Capital do nosso País.

    Então, Sr. Presidente, eu queria também citar aqui que, durante essa solenidade que assinalou os 44 anos de fundação da Embrapa, ela prestigiou as seguintes autoridades com o Prêmio Frederico de Menezes Veiga, naquele dia 27: o Governador aqui do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg; o nosso Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nosso companheiro Senador Blairo Maggi; e o engenheiro agrônomo e analista também da Embrapa Milho e Sorgo, nosso pesquisador Luciano Cordoval. Foram agraciados todos, como disse anteriormente, pela Embrapa através do Prêmio Frederico de Menezes Veiga.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Rocha. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – Senador Elmano Férrer – o Senador Elmano é Senador do Piauí –, vou interrompê-lo por um minuto, depois eu lhe dou o desconto, para anunciar a presença do pessoal da Fundação Getúlio Vargas, Conselho de Administração.

    Sejam bem-vindos à galeria do nosso Senado. Participem do nosso debate, vocês são bem-vindos. Como eu tive a notícia de que vocês vão fazer uma visita rapidinha, eu gostaria de anunciar antes de terminar o pronunciamento do nosso grande Senador lá do Piauí.

    Tem a palavra V. Exª.

    O SR. ELMANO FÉRRER (PMDB - PI) – É uma honra tê-los e tê-las aqui. Fundação Getúlio Vargas de São Paulo ou do Rio?

(Manifestação da galeria.)

    O SR. ELMANO FÉRRER (PMDB - PI) – Rio. Ah, estou com saudade daquelas praias maravilhosas, do Leblon, de Ipanema, mas, sobretudo, da praia de Copacabana, e também muito preocupado com os morros, as favelas do Rio.

    Eu tive a oportunidade de conhecer o Rio no princípio da década de 60 – nem os pais de vocês talvez tivessem nascido ainda, não é? O Governador Carlos Lacerda, de então, já chamava a atenção para a ocupação dos morros da cidade do Rio de Janeiro, que poderiam se transformar no que é a realidade hoje, em que a situação de tensão do Estado chegou a esse nível, quer dizer, com construções de residências em morro, sem saneamento, enfim, com uma série de problemas.

    Vocês estão numa grande instituição, a que poucos têm acesso, tanto a Fundação do Rio, de São Paulo, que é uma escola do saber, da difusão de conhecimentos. E muitos egressos da Fundação Getúlio Vargas estão hoje ocupando cargos de destaque no nosso País. Vocês, jovens, homens e mulheres, têm um papel muito importante para ajudar o Brasil a enfrentar esses grandes desafios que estão aí, sobretudo para a juventude. Nós estamos hoje com em torno de 20 milhões de pessoas desempregadas, e isso é uma preocupação de todos. E vocês vão sair de lá... Para onde vamos?

    Eu queria desejar boas-vindas a vocês neste dia em que praticamente... Aliás, não temos sessão deliberativa, daí a presença de Senadores ser reduzida; estão todos já voltando para seus Estados de origem.

    Está aqui Lindbergh Farias, que deve fazer uma saudação se vocês permanecerem aí. Foi um líder estudantil e está sendo aqui. Ainda continua aquele líder que teve uma expressão muito grande, na década de 90, no País inteiro. Ele nasceu no nosso Nordeste, tem engradecido a Região Nordeste, sobretudo e especialmente a Paraíba dele, onde ele nasceu e onde nasceu o meu pai. Lindbergh, meu pai é paraibano de Sousa.

    Sejam bem-vindos aqui!

    Por último, Sr. Presidente, eu queria apenas registrar que, além dessas autoridades, do Governador do Distrito Federal e do nosso companheiro Ministro da Agricultura, foi homenageado o Sr. Luiz Antonio Rossetti, que é do Ministério da Agricultura.

(Soa a campainha.)

    O SR. ELMANO FÉRRER (PMDB - PI) – Foi homenageado também o Florindo Dalberto, que faz parte do Iapar; foi homenageado, naquela oportunidade, o Rogério Remo Alfonsi, do Instituto Agronômico de Campinas; foi homenageado o Eduardo Assad, que é também companheiro nosso na Embrapa; e, por último, foi homenageado o Eduardo Sávio Martins, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, a nossa Funceme, representado naquela oportunidade pela Meiry Sakamoto.

    Sr. Presidente, eram essas as palavras que nós queríamos pronunciar na manhã desta quinta-feira.

    Meus agradecimentos pela tolerância.

    Mais uma vez, dou boas-vindas...

(Soa a campainha.)

    O SR. ELMANO FÉRRER (PMDB - PI) – ... aos estudantes da Fundação Getúlio Vargas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/05/2017 - Página 44