1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 27 de setembro de 2019
(sexta-feira)
Às 15 horas
181ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial é destinada a homenagear o ex-Governador do Distrito Federal Joaquim Roriz pelo transcurso do primeiro ano de seu falecimento, nos termos do Requerimento nº 790, de 2019, do Senador Izalci Lucas e outros Senadores.
Convido, para compor a Mesa, o Senador Reguffe, que já se encontra aqui do meu lado.
Convido também a filha do homenageado e Deputada Distrital, nos períodos de 2011 a 2014 e de 2015 a 2018, Sra. Liliane Roriz. (Palmas.)
Convido também, para compor a Mesa, a filha do homenageado, Deputada Distrital e Deputada Federal, Jaqueline Roriz. (Palmas.)
Convido também o Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, Sr. Manoel Paulo de Andrade Neto, grande amigo do nosso ex-Governador. (Palmas.)
Convido também o advogado e segundo suplente do Senador Ronaldo Caiado, Sr. Dr. Eládio Carneiro Barbosa. (Palmas.)
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Convido também, para compor a Mesa, representando aqui todos os líderes comunitários, nosso grande amigo e amigo também do nosso Governador Joaquim Roriz, Sr. Aníbal Rodrigues, Líder Comunitário do Grupo Rural Casa Grande. (Palmas.)
Quero registrar também aqui a presença dos nossos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Decisão, de Goianésia, Goiás. Sejam bem-vindos. Aqui é nossa Casa. (Palmas.)
Convido todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional do Brasil, executado pelo dueto da banda de música do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal: Tenente Bernardo e Subtenente Ademir Júnior.
(Procede-se à execução do Hino Nacional) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Assistiremos agora a um vídeo em homenagem a Joaquim Roriz.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Convido a Sra. Nyedja Gennari para contar a história do homenageado.
A SRA. NYEDJA GENNARI - (Interpretação narrativa) - Senhoras e senhores, boa tarde.
As histórias marcam, inspiram, emocionam, divertem, são inventadas ou reais. Por isso, nesta tarde, eu convido cada um de vocês a uma viagem, uma viagem por uma história real, emocionante e, sobretudo, inspiradora. Então, apertem os cintos da imaginação - ou soltem, se preferirem - e viajem comigo pela história de Joaquim Domingos Roriz, que nasceu em Luziânia, Goiás, no dia 4 de agosto de 1936, e foi o maior líder político da história do Distrito Federal.
Mas, embora tenha ficado conhecido nacionalmente por governar o Distrito Federal por quatro vezes e sua administração à frente da Capital Federal, Roriz começou a sua vida política bem antes disso, em Goiás.
Filho de Lucena Roriz e da dona de casa Jerzuleta de Aguiar Roriz, cursou Ciências Econômicas na Universidade Federal de Goiás e Ciências Jurídicas e Sociais no então Centro de Ensino Unificado de Brasília, atualmente UniCEUB.
Roriz foi eleito Vereador aos 25 anos, em sua cidade natal, quando iniciou a sua carreira política de sucesso.
Foi eleito Deputado Estadual no ano de 1978. Depois, Deputado Federal, em 1982, e Vice-Governador do Estado de Goiás, em 1986.
Além disso, foi Prefeito de Goiânia, como interventor, entre os anos de 1987 e 1988.
Naquele ano de 1988, foi nomeado Governador do Distrito Federal por indicação política do então Presidente, José Sarney. Na época, a Capital não elegia seus gestores, o que ocorreu com a promulgação da Constituição Federal, em outubro do mesmo ano. Joaquim Roriz daria o pontapé à sua história de 14 anos como Governador do Distrito Federal, 3.839 dias.
Integrou o Ministério do ex-Presidente Fernando Collor de Mello, em 1990. O goiano foi Ministro da Agricultura e Reforma Agrária por 14 dias, mas renunciou ao cargo para concorrer ao Palácio do Buriti.
Ganhou a eleição e chefiou o Executivo local entre os anos de 1991 e 1995. Ficou conhecido pela política habitacional e criou grandes cidades no Distrito Federal. Entre elas, Samambaia, o Recanto das Emas, Riacho, ao todo, nove cidades satélites, que fizeram milhares de pessoas serem eternamente gratas pelo grande sonho da realização de sua casa própria.
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Quatro anos depois, Roriz voltou a demonstrar força e reassumiu o comando do DF, derrotando o então petista Senador Cristovam Buarque. Neste mandato, o goiano conquistou ainda mais empatia entre as parcelas menos favorecidas da sociedade, aquelas que sempre amparou, sempre cuidou e a que sempre se dedicou.
Praticamente imbatível nas urnas, Roriz venceu outro petista no ano de 2002, Geraldo Magela. Faltando nove meses para o fim de seu Governo, pediu o afastamento para se lançar à disputa do Senado Federal e foi eleito para o cargo com 650 mil votos, mas renunciou ao cargo no mesmo ano.
Em 2010, concorreu novamente ao Palácio do Buriti, mas problemas eleitorais fizeram com que sua esposa, Weslian, aquela que sempre o acompanhou, o substituísse na chapa, indo para o segundo turno, mas infelizmente não foi eleita.
Acometido por diabetes, Roriz teve o seu estado de saúde agravado no ano de 2017, com diversas internações e, um ano atrás, nos deixou por complicações da doença. Deixou a esposa, Weslian, três filhas, netos, bisnetos, familiares e um legado de brasilienses e brasilienses apaixonados, de pessoas que vieram para cá e guardam em sua memória afetiva a honra, a alegria, o prazer de ter convivido com ele.
Há histórias contadas, como a de quando ele era menino e saía do Município de Luziânia, Santo Antônio do Descoberto - sim, foi um Município de Luziânia -, andando a cavalo com seu pai, por dias. E contava do frio intenso e cerração como um frio europeu, comparando aquilo, e sempre dizia que: "Nossa, o clima havia mudado muito, o frio era muito maior".
Muito trabalhador, independente, foi a primeira pessoa a ser emancipada no cartório de Luziânia, aos 15 anos, porque queria trabalhar e dizia que quem não acordasse cedo não achava dinheiro na rua, porque, se alguém havia perdido, era quem acordasse cedo que iria encontrar, fazendo uma alusão a quem trabalhava muito e acordava cedo. E foi assim a sua vida, acordando cedo, trabalhando muito, se dedicando ao povo.
Casou-se novo, aos 23 anos, com o amor de sua vida. Conheceu Dona Weslian em um baile em Luziânia. A família de Dona Weslian era muito ligada a imigrantes japoneses. Em uma festa, ela estava vestida de japonesa. Não teve dúvida, declarou o amor à primeira vista e disse: "Vou casar com essa japonesa", e casou.
Detestava contar a idade dele. Quando alguém falava que ele estava ficando velho, dizia logo: "Eu tenho sorte de estar ficando velho, porque só não fica velho quem morre novo".
Um ditado sempre o acompanhou: "Quer fazer Deus sorrir, conte para ele seus planos", pois sempre dizia que poderíamos fazer planos, mas eles aconteceriam se fossem da vontade de Deus.
Quando juntava as filhas e a esposa, e elas começaram a conversar alto, no meio de barulheira, ele logo largava um sorriso no rosto e dizia: "Isso, gente, conversem aí para eu dormir". E era assim que ele gostava de pegar no sono.
Sempre foi um pai muito presente na vida das suas filhas. Quando elas estudavam na Escola Maria Auxiliadora, era ele quem cuidava da festa junina. Mandava matar uma vaca na fazenda, ia para a cozinha da escola das irmãs, preparava os espetinhos para vender à noite na barraquinha da festa. São tantas histórias que certamente nesta sessão solene não caberiam, mas, sem dúvida alguma, a história que nós moradores do Distrito Federal podemos contar, a história de um homem dedicado que deixou um legado de amor, pois a gratidão é a memória do coração, e certamente, no coração de cada brasiliense, de cada pessoa que veio para esta terra tentar a sorte, uma vida melhor e recebeu o amparo, o cuidado, o zelo de Joaquim Roriz, ele nunca será esquecido. O que é eterno vive para sempre no coração.
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Legado poucos deixam, histórias muitos contam. Certamente ele dormiu ouvindo o barulho e as vozes dos brasilienses, os filhos que ele tanto amou.
Eu sou Nyedja Gennari, contadora de histórias. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero registrar a presença dos familiares do homenageado.
Está aqui a Sra. Bárbara Roriz, que é neta - grande Bárbara!; a Sra. Andrea Roriz Solano Catebe, sobrinha; o Sr. Marco Aurélio Oliveira; o Vice-Governador do Distrito Federal no período de 1999 a 2002, Benedito Domingos; o Secretário-Geral do Podemos, Sr. Luiz França; o Diretor Especial da Associação Comercial do Distrito Federal. Sr. Luiz Solano; o membro do Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do DF, Sr. Cacildo dos Santos Sena; Presidente da Companhia de Preservação do Cerrado, Sr. Joel Câmara; Gerente do Núcleo de Negócios Estratégicos do Senac-DF, Sra. Margareth Bicalho; líder comunitária do Condomínio Agrícola Privê Lucena Roriz, na Ceilândia, Sra. Alessandra Maria dos Santos; líder comunitária do Recanto das Emas, Sr. Francisco Barbosa Rego; a minha querida esposa Ivone Fernandes Ferreira; o locutor da Rádio Atividade, Sr. Flávio Jardim; a ex-assessora do homenageado, Sra. Ilma Naves; o Deputado Distrital de 2011 a 2015, Sr. Marco Lima; Presidente do Parlamento dos Mantenedores da Paz, Sra. Ana Maria Dione Luz da Costa; Presidente da Associação do Sol Nascente, Sra. Maria de Fátima Abreu; demais familiares do homenageado: Sra. Patrícia Roriz, prima; Sr. Gilmar Roriz Gonçalves, sobrinho; demais funcionários e amigos do homenageado: Cel. Hugo, Chefe da Segurança; Sr. José Flávio, secretário durante anos; Sra. Marly Porto, assessora; Sra. Rita de Cássia, secretária; Sr. Salvador Bispo, também secretário.
Quero aqui, de forma especial, cumprimentar minhas amigas e filhas do homenageado, as Sras. Eliane Roriz e Jaqueline Roriz. Cumprimento também nosso colega e amigo Senador Reguffe; cumprimento meu amigo e Conselheiro do Tribunal de Contas Sr. Manoel Paulo de Andrade Neto; cumprimento o nosso advogado Roriz, também segundo suplente do Senador Ronaldo Caiado, que logo assumirá aqui no Senado, Sr. Eládio Carneiro Barbosa.
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Quero cumprimentar meu amigo e amigo do Governador Roriz, esse líder comunitário, grande batalhador do Grupo Rural Casa Grande, Sr. Aníbal Rodrigues. Cumprimento aqui todas as lideranças, amigos, familiares, convidados, todos, de um modo geral, e cumprimento aqui também os nossos visitantes.
Hoje em dia se fala muito em liderança, fala-se do exemplo e do legado dos grandes líderes. Ao longo da história, as grandes transformações só aconteceram porque houve grandes líderes. O líder não se impõe e nem tampouco é temido. O líder é reconhecido, respeitado e sobretudo exemplo para os seus liderados. Estamos hoje aqui nesta sessão solene para homenagear Joaquim Roriz, nosso maior líder. Foi ele que respeitou os nossos líderes comunitários e sobretudo os reconheceu pelo trabalho que desempenham em favor das comunidades.
As melhorias conquistadas pelas cidades em nossas áreas são fruto do trabalho incansável desses líderes, especialmente aqui na Capital, cuja construção só foi possível porque havia um Presidente que era líder, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ousou transferir a Capital para o centro do Brasil, que ousou integrar o País. As melhorias da nossa Capital só foram possíveis porque aqui tivemos um Governador que enxergou o sentimento do fundador e olhou para todos que escolheram a Capital para viver, especialmente os mais pobres e necessitados. Esse foi o Governador Joaquim Roriz, com a sua visão de líder máximo desta Capital que tanto amamos, um homem que governou para o presente e sobretudo para o futuro, um homem que governou com o coração.
Apresentei requerimento para que fosse realizada no dia de hoje esta sessão especial do Senado Federal, para lembrar o transcurso do primeiro ano de falecimento do ex-Governador do Distrito Federal Joaquim Domingos Roriz, ocorrido em 27 de setembro de 2018. Assim o fiz porque entendo que o Senado Federal não pode deixar de prestar uma homenagem a um dos políticos mais importantes do Brasil nos últimos 30 anos, que também foi Senador da República e governou o Distrito Federal por quatro vezes. Tive a grata satisfação de conhecê-lo pessoalmente e de trabalhar junto com ele como seu Secretário de Ciência e Tecnologia entre os anos de 2004 e 2006.
Posso testemunhar que Joaquim Roriz foi um político com rara habilidade para lidar com o povo. Sua capacidade empreendedora, seu espírito de liderança e sua sensibilidade para com os necessitados e principalmente os mais pobres, os mais humildes fizeram dele um dos maiores fenômenos eleitorais desde a redemocratização do Brasil. Mas Joaquim Roriz não foi apenas um político. Católico, com profunda fé em Deus e em Nossa Senhora, ele foi também uma grande figura humana. Casado com Dona Weslian Peles Roriz, desde 1960 formaram uma bela família, juntamente com suas três filhas, Wesliane, Liliane e Jaqueline, as quais cumprimento nesta oportunidade, manifestando meu profundo sentimento de admiração por aquele que foi, sem dúvida, o maior político da história do Distrito Federal.
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Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Goiás e, em Ciências Jurídicas e Sociais, pelo UniCEUB, Roriz trabalhou como contador na Contadoria-Geral do Estado de Goiás, foi Fiscal de Rendas do Estado de Goiás e foi também Diretor do Departamento de Trânsito de Luziânia.
Candidatou-se a Vereador por sua cidade natal no pleito de novembro de 1961, quando conquistou seu primeiro mandato eletivo. Filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Presidiu o MDB de Luziânia entre os anos de 1974 e 1978 e foi eleito Deputado Estadual em 1978. Elegeu-se Deputado Federal por Goiás no pleito de novembro de 1982 e, depois, Vice-Governador de Goiás.
Foi nomeado interventor estadual na Prefeitura de Goiânia, ocupando o cargo de Prefeito. A partir daí, a vida política de Joaquim Roriz sofreria uma mudança radical que o levaria a mudar suas bases políticas de Goiás para o Distrito Federal: em 1988 foi convidado pelo então Presidente da República José Sarney para ser Governador do Distrito Federal.
Falei há pouco, inclusive, com o Presidente José Sarney, que está acometido de uma gripe muito forte, mas mandou algumas palavras para que eu pudesse depois fazer sua leitura, pelo reconhecimento, pela admiração que tinha pelo nosso Governador Roriz.
Concluiu seu mandato em março de 1999 e se candidatou ao Governo do Distrito Federal, dessa vez pelo voto popular. Naquele momento, Roriz já possuía uma grande popularidade, graças a seu programa de remoção de 64 invasões que existiam no Plano Piloto de Brasília. Essas remoções foram feitas de forma pacífica, ordeira, sem que fosse necessário usar força policial. As famílias foram assentadas em novas localidades, que posteriormente dariam origem às regiões administrativas de Samambaia, Santa Maria, Riacho Fundo 1 e Riacho Fundo 2, Recanto das Emas, Estrutural e Itapoã.
O programa de remoção de invasões fez tanto sucesso que chegou a ser reconhecido pelo Programa Habitat das Nações Unidas como modelo para assentamentos urbanos para países em desenvolvimento. A cidade de Samambaia foi considerada exemplo de planejamento. Por isso, em 1990, a vitória de Joaquim Roriz nas urnas foi esmagadora. Consagrado pelo povo no pleito daquele ano, começaria ali a dar sequência a seu projeto de retomar a vocação original de Brasília, de acordo com o desejo do Presidente Juscelino Kubitschek, que é a de promover a integração do Brasil e o desenvolvimento econômico do Centro-Oeste.
Durante seus quatro mandatos à frente do Governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz conseguiu imprimir uma marca que dificilmente será superada por qualquer outro que venha a sucedê-lo. Com seu inigualável carisma e sua obstinação pelo trabalho, ele conseguiu unir grandes realizações em obras de infraestrutura ao atendimento das necessidades básicas dos mais pobres. Para isso, ele adotava um estilo de governar que lhe garantia comunicação direta com o povo por meio do chamado governo itinerante. Mensalmente ele despachava com todo o secretariado em uma Região Administrativa do Distrito Federal para ouvir bem de perto as necessidades do povo e, quando possível, atender a seus anseios. Dono de um estilo de comunicação direta e simples, Joaquim Roriz falava a língua que o povo entendia. Sempre seguia o seu lema de Governo: governar, eleger prioridades, depois de ouvir o povo.
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Senhoras e senhores, não conseguiria citar aqui todas as realizações de Joaquim Roriz à frente do Governo do Distrito Federal, contudo, não posso deixar de mencionar os programas sociais do Cheque Cidadão, do Pão e Leite, dos restaurantes comunitários.
Entre as grandes obras estruturantes realizadas por Joaquim Roriz, quero aqui destacar: o Complexo Cultural da República, a Ponte JK, o metrô, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a cidade de Águas Claras, as diversas obras viárias de infraestrutura que viabilizaram o progresso e o desenvolvimento do Distrito Federal, juntamente com ações do Governo como o Programa Na Hora, que agiliza o atendimento ao cidadão que necessita dos serviços públicos, e o Pró-DF, Programa de Promoção do Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável do Distrito Federal, instituído em 1999.
Aliás, desenvolvimento sustentável sempre foi uma das grandes preocupações de Roriz. Homem que possuía suas raízes no agronegócio, ele bem sabia que se degradarmos o meio ambiente não teremos futuro nem aqui no Distrito Federal nem em nenhum lugar do Planeta. Por isso uma de suas primeiras ações ao assumir o Governo do Distrito Federal, ainda na condição de Governador indicado pelo Presidente da República, foi a de encaminhar ao Senado Federal duas mensagens propondo a criação da Secretaria do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e dispondo sobre a política ambiental do Distrito Federal.
Propunha ainda a criação do Instituto de Ecologia e Meio Ambiente, o Iema, e a transformação do Instituto de Tecnologia Alternativa, o ITA, em Instituto de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, o ICT. Além disso, ampliava o Batalhão de Polícia Florestal do Distrito Federal. Para demonstrar sua preocupação com o tema, convidou o jornalista Washington Novaes, que se notabilizou o defensor do meio ambiente e da cultura indígena, por ser o Secretário do Meio Ambiente.
Sua obstinação em garantir a qualidade de vida do povo do Distrito Federal fez com que ele anunciasse, em 2004, a construção da hidrelétrica de Corumbá IV, barragem que garantiria o abastecimento de água para a Capital Federal pelos próximos 100 anos.
Por isso digo que Joaquim Roriz estava adiante do seu tempo, com a incomparável visão estratégica que vislumbrava o futuro do Distrito Federal na vanguarda do desenvolvimento.
Em suas diversas viagens internacionais, ele buscava os recursos e as experiências que pudessem garantir aos brasilienses um futuro próspero e feliz. Foi sua, por exemplo, a ideia de construirmos aqui no Distrito Federal a Cidade Digital, polo tecnológico semelhante ao Vale do Silício, nos Estados Unidos, que agregaria empresas nacionais e internacionais de tecnologia da informação num terreno de 123ha, situado na região do Torto.
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Tive a honra de iniciar esse belo projeto, cujo objetivo era promover a necessária mudança da matriz econômica do Distrito Federal, já que a economia de Brasília depende sobretudo da remuneração do servidor público e dos repasses do Fundo Constitucional do DF feitos pelo Governo Federal. Embora ainda não tenha sido consolidado, o parque continua plenamente viável e atual para promover o desenvolvimento do Distrito Federal, e foi Joaquim Roriz quem o idealizou.
Quero aqui fazer uma menção especial a duas pessoas que foram fundamentais para o sucesso de Joaquim Roriz à frente do Governo do Distrito Federal. A primeira, sem dúvida, é a Dona Weslian, sua dedicada esposa (Palmas.) que sempre esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis, tanto na vida pública quanto na vida privada. E, a seu lado, o nosso querido e saudoso também Benjamin Roriz, falecido no último mês de abril aos 98 anos de idade. (Palmas.) Homem de larga experiência política, Benjamin Roriz foi Secretário de Governo e Consultor Jurídico do Distrito Federal e exerceu um papel fundamental durante os quatro mandatos de Joaquim Roriz. Ao Dr. Benjamin Roriz, minhas sinceras homenagens. (Palmas.)
Além de político, Roriz também foi um grande empresário do setor agropecuário. Herdeiro da Fazenda Palma, fundada pelo seu pai, Lucena Roriz, ele a transformou num imenso complexo de produção de leite e derivados, que em 2013 alcançou a posição de sétima maior produtora de leite do Brasil, produzindo 28 mil litros por dia.
Senhoras e senhores, Joaquim Roriz foi um homem que amou profundamente o Distrito Federal. Essa relação de amor com Brasília começou ainda na infância, quando a nossa Capital ainda não existia e essa região fazia parte de diversas fazendas que foram desapropriadas para a construção de Brasília, entre as quais algumas terras de propriedade de seu pai, Lucena Roriz. Contudo, essa relação de amor se consolidou quando ele se tornou o primeiro Governador do Distrito Federal eleito pelo voto popular.
Esse profundo amor por Brasília foi o que motivou Joaquim Roriz. Por isso, gostaria de encerrar o meu pronunciamento com trechos do discurso proferido pelo Senador Joaquim Roriz aqui mesmo, nesta tribuna, em 19 de abril de 2007, por ocasião do 47º aniversário de Brasília. Abro aspas - diz ele:
Falar de Brasília é falar desse sonho que se tornou realidade. Fico extremamente feliz por ter participado de parte da concretização do sonho de JK, de Lúcio Costa, de Oscar Niemeyer, de Bernardo Sayão, de Ernesto Silva e de tantos outros homens da época que colaboraram com a construção de Brasília.
[...] Sinto-me emocionado, quando cito o nome de JK. Na lembrança terna, vejo-o caminhando no Cerrado, que outrora constituía a paisagem do Planalto, Cerrado em que eu, quando jovem, caminhava e cavalgava nas manhãs ensolaradas, ouvindo o maravilhoso canto das seriemas.
Tenho muito orgulho de falar desta cidade, na qual sempre vivi, desde o início de sua edificação. [...]
Minha trajetória e os principais acontecimentos da minha vida são inseparáveis da história desta cidade.
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Brasília atraiu milhões de brasileiros, que concretizaram sonhos, renovaram, sofreram, viveram e construíram esta cidade maravilhosa, que hoje é considerada como a de melhor qualidade de vida do Brasil [...].
De minha parte, posso dizer que já ofereci alguma contribuição, por pequena que seja, para a consolidação de Brasília e para a boa qualidade de vida que aqui todos podemos desfrutar.
Digo isso com muito orgulho e com igual humildade, porque nunca estive sozinho nas empreitadas a que me dediquei. O povo sempre esteve comigo, e, se construímos alguma coisa, construímos juntos [...].
Agora, vamos juntos realizar o sonho de todas as pessoas que vivem em Brasília, que é a consolidação de uma sociedade mais igualitária, mais humana, mais fraterna e mais solidária".
Fecho aspas. Palavras do nosso grande Governador Joaquim Roriz. Essas foram as emocionadas palavras do nosso Governador.
Parabéns, Joaquim Domingos Roriz. O Senado Federal saúda V. Exa. hoje e sempre.
Muito obrigado. (Palmas.)
Vou passar a palavra para Jaqueline Roriz, que tem um compromisso fora.
Em seguida, passo para o Senador Reguffe.
A SRA. JAQUELINE RORIZ (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Primeiramente, eu gostaria de agradecer ao Senador Izalci por essa linda homenagem. Afinal, eles eram amigos, parceiros de longas campanhas, e é muito gratificante, Senador, escutar hoje o senhor aqui, no alto do Senado, homenageando meu pai. O meu muito obrigada.
O Senador Reguffe sempre foi um adversário, mas é de uma elegância o senhor estar aqui hoje. Eu sei que em vários momentos o senhor o elogiou. O senhor sempre foi uma pessoa que teve posicionamentos muito corretos em relação a meu pai. Eu agradeço profundamente o senhor estar aqui hoje. É com muito carinho que o recebo. Fomos colegas na Câmara Distrital, na Câmara Federal, e sempre percebi em sua pessoa essa grande postura em relação a tudo que dizia respeito ao meu pai.
Muito obrigada.
Ao grande amigo Manoelzinho, que é do Tribunal de Contas... Eu não vou falar Conselheiro, mas é Manoelzinho, como papai sempre falava. E em vários momentos difíceis e alegres, o senhor estava presente.
Professor Aníbal, também um grande parceiro, um empreendedor na zona rural. Meu pai sempre admirou o seu trabalho, viu, professor.
E o amigo e parceiro, advogado e tudo, Eládio Carneiro, que hoje é Suplente de Senador, como diz o Senador, brevemente assumindo a cadeira. Parabéns, Eládio.
Bom, minha gente, falar do meu pai é muito difícil e muito simples ao mesmo tempo, porque papai tinha aquela preocupação com o ser humano e principalmente com as pessoas de baixas condições, com o pobre. Ele dizia assim, muito, em muitas ocasiões...
Gente, a minha irmãzinha linda, Liliane, que está aqui sentada. Eu não falei dela porque é tão de casa, não é? Mas ela é essa admiradora... Nós somos uma da outra.
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Mas me desculpa.
Voltando, esse Joaquim Roriz que todos conheciam, que tinha aquela preocupação com o pobre. Ele dizia muito: "O rico você não precisa de ajudar, você só não atrapalhe; mas quem precisa do Poder Público é o pobre". Então, quando ele falava em dar um pequeno lote para uma pessoa, gente, não era aquele quadradinho de terra que estava representado ali, ali estavam representados os sonhos de uma pessoa, o crescimento e a luta em buscar trabalho. Então, o lote era uma parcela pequena que estava no fundo disso tudo, era a pessoa sair e ser uma conquistadora e vencedora.
Então, dos muitos trabalhos feitos pelo meu pai, eu tenho certeza de que ele está lá do céu adorando este dia, porque ele está sendo homenageado em vários locais. Eu saí de um local agora em que estava havendo uma homenagem linda, prometi voltar porque eu não ainda tinha falado, por isso a minha pressa de ter que sair.
Mas papai era isto: era a simplicidade, a humildade de estar com o povo dele. Hoje eu fui lá no Rorizão. Gente as pessoas choram quando escutam: "O dia amanheceu sorrindo e Brasília viu [...]". E as pessoas choravam! Então, essa emoção que meu pai transmitia ao fazer política era do coração, não era uma coisa superficial, vinha de dentro, do peito. Quando ele termina aquela fala dizendo: "Eu tenho que voltar, porque aqui bate um coração", isso era meu pai. E eu trouxe também umas palavras de mamãe. Mamãe está numa peregrinação, terminando ela hoje com o Frei Josué. Ela queria muito estar aqui, Senador, e pediu que eu transmitisse essa alegria de ele ser homenageado.
Se papai estivesse aqui, ele iria nominar cada uma das pessoas que ele estava vendo, ele era desse tipo. Ele olharia para um e falaria do ex-Governador; ele olharia para outro e falaria da vereadora e do parceiro. Isso era papai, era lembrar cada pessoa que estava ali na plateia.
Então, hoje é um dia muito emotivo para a gente, porque nós não perdemos só um Governador, nós perdemos o pai. E o pai, gente, era uma pessoa maravilhosa! Papai era presente na vida de cada uma de nós. Ele tinha preocupação de sair para comprar um presente e comprar mais dois - não é Bárbara? -, de comprar mais dois iguais, ficavam três presentes iguais. Esse era papai carinhoso.
Então, a gente dividiu o papai por muitos anos com muitas pessoas, mas foi muito justo isso, porque era tanta gente carente, tantos órfãos que havia em Brasília... Quantas vezes eu cheguei na rua e falavam assim: "Ele não é só seu pai, ele é meu pai também".
Então, eu vou terminar aqui dizendo uma frase de que meu pai gostava: Que Deus nos ilumine a todos!
Meu muito obrigada pela homenagem. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Passo a palavra agora ao Senador Reguffe, que também tem um compromisso.
Fique à vontade, Senador.
O SR. REGUFFE (PODEMOS - DF. Para discursar.) - Sr. Presidente desta sessão, meu amigo Senador Izalci, que também é o requerente desta sessão, primeiro signatário desse requerimento.
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Eu queria fazer uma saudação muito especial às filhas do ex-Governador Joaquim Roriz: a ex-Deputada Jaqueline Roriz, que está saindo neste momento, porque tem um outro compromisso... Eu queria deixar para a Jaqueline um grande abraço, dizer que eu não fui um político do grupo do Governador, mas, como um Senador do Distrito Federal, penso que tenho obrigação de estar aqui nesta tarde.
Quero também fazer uma saudação a outra filha do Governador aqui presente, a Deputada Liliane Roriz, uma saudação muito especial também.
Quero aqui saudar também os demais familiares do Governador que também vieram e o faço nas pessoas do Dedé Roriz, sobrinho do Governador, e da Bárbara Roriz, neta do Governador.
Quero aqui saudar também o Conselheiro Manoel Paulo de Andrade Neto; o advogado e suplente de Senador Dr. Eládio Carneiro Barbosa; o líder comunitário do Grupo Rural Casa Grande, Sr. Aníbal Rodrigues; e quero aqui saudar também o ex-Vice-Governador do Distrito Federal Benedito Domingos, que também está aqui.
Como eu disse, eu não fui um membro do grupo político do Governador Joaquim Roriz, mas eu tenho obrigação de estar aqui.
O Governador Roriz foi Governador do Distrito Federal quatro vezes, sendo três vezes eleito pela população do Distrito Federal, e muito bem eleito.
Eu também tive poucas oportunidades, na minha vida, de encontrar pessoalmente o Governador Roriz. Mas, todas as vezes em que eu encontrei com ele, ele sempre foi muito educado, muito respeitoso, muito carinhoso comigo, e eu agradeço a ele, porque acho que a política não tem que ser um lugar em que as pessoas briguem. As ideias têm que ser debatidas, mas as pessoas não devem brigar. E mais: a política, como a vida, principalmente nos dias de hoje, deve ser um lugar em que a gente olha para o outro e procura virtudes, não defeitos. E, mesmo à distância, havia algumas coisas que sempre me chamaram muito a atenção no Governador Roriz. A primeira delas, que era um homem muito religioso - aliás, como eu, católico fervoroso.
Aliás, um dos encontros que tive com ele foi numa missa, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
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E ele era muito fervoroso na sua fé, era um católico fervoroso. A segunda coisa é que era um homem de família, muito ligado à sua família, Liliane, e amava profundamente vocês e principalmente a esposa, a Dona Weslian. E a terceira coisa que me chamava muita atenção era a preocupação dele com os mais humildes, e essa deve ser a preocupação de um homem público. Quando um homem público tiver que fazer escolhas, tem que ser pelos mais humildes.
E a gestão dele deixou algumas coisas nessa área que, aliás, eu tenho orgulho de ter reconhecido em vida; mesmo não estando do lado político dele, nunca deixei de reconhecer, como, por exemplo, os restaurantes comunitários, que foram e são importantes para o Distrito Federal, atendem a população de mais baixa renda. Tinha projetos sociais extremamente criativos, como o Esporte à Meia-Noite, que, inclusive, nas regiões em que foi implantado, reduziu a criminalidade; o Picasso não Pichava.
E eu não posso deixar de falar aqui, meu colega Senador Izalci, de que foi ele, e a luta dele, que fez com que nós tivéssemos o Fundo Constitucional do Distrito Federal, fundo este pelo qual, todos os dias, eu brigo neste Senado, para que o Distrito Federal não o perca, porque é uma conquista da população do Distrito Federal e, justiça seja feita, foi batalhado e criado com a força e a dedicação do ex-Governador Joaquim Roriz. (Palmas.)
E isso é algo que precisa ser reconhecido por todos nós, porque o que seria hoje do Distrito Federal sem o Fundo Constitucional?! Aliás, eu e o Senador Izalci brigamos, todos os dias, aqui com outros Parlamentares para manter esse fundo do Distrito Federal.
Eu quero aqui deixar este meu abraço. Fiz questão de alterar o horário de um outro evento que eu tinha, porque eu não poderia deixar de estar presente aqui hoje, em reconhecimento, em homenagem ao ex-Governador que governou a minha querida Brasília por quatro mandatos. O meu abraço a cada um de vocês.
E acho que o maior presente que ele pode estar vendo lá de cima é tanta gente, saindo da correria das suas vidas, numa tarde de sexta-feira, vir ao Senado Federal para esta sessão. As pessoas só vão quando elas gostam muito. Então, o maior presente que ele tem são essas pessoas que estão aqui hoje; foi esse legado que ele deixou no coração de cada um de vocês.
Eu peço à Deputada Liliane que leve o meu abraço para a Dona Weslian. A Dona Weslian também é uma pessoa que, sempre quando me encontra, me trata com muito carinho. A última vez foi numa igreja em que ela vai muito.
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Nós vamos muito à missa. Diga para ela, que, infelizmente não pôde estar presente, que eu deixei um grande beijo carinhoso. E um grande abraço a todos vocês. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero convidar também para fazer parte da Mesa a netinha Bárbara. Faça o favor, Bárbara, de vir aqui compor a Mesa. (Palmas.)
Também quero registrar a presença do nosso querido Deputado Distrital Iolando, que está conosco representando a Câmara Legislativa do Distrito Federal. (Palmas.)
Passo a palavra agora ao nosso suplente e logo Senador Dr. Eládio Carneiro Barbosa.
O SR. ELADIO CARNEIRO BARBOSA (Para discursar.) - Exmo. Sr. Presidente desta sessão, Senador Izalci; Exmo. Sr. Senador Reguffe, ex-Deputada Distrital Liliane Roriz, Conselheiro do Tribunal de Contas Manoel de Andrade, Sr. Aníbal Rodrigues, líder comunitário, Bárbara Roriz, amigos, parentes, companheiros de lutas e campanhas do Governador Joaquim Roriz.
Quero, em primeiro lugar, parabenizar o Senador Izalci pela iniciativa de homenagear um homem, um benfeitor do Distrito Federal, Joaquim Domingos Roriz, papai Roriz, um cristão devoto, um pai de família, um estadista, um grande agropecuarista, um empresário do setor rural, um homem de muitas facetas, de muitas qualidades, de muitos atributos, que inspirou em vida e continua a inspirar todos nós após deixar este plano material.
Joaquim Roriz era um homem que teve muitos amores. O primeiro deles, a família; era apaixonado por sua família. Marido devotado, pai extremoso. Como ele amava Dona Weslian e como ele tratava com carinho essas três meninas e os seus netos! Esse carinho e esse amor também eram estendidos aos seus amigos, aos seus companheiros. Quando ele faleceu, ficamos todos órfãos, ficamos sem chão.
Muitos homens passam pela vida em brancas nuvens, não deixam registro. Outros que têm oportunidade tentam imortalizar sua obra com grandes edificações. Os faraós construíram pirâmides no Vale dos Reis; outros, como Gandhi, não chegaram a edificar, mas igualmente deixaram sua marca registrada na história da humanidade, com o exemplo do pacifismo que derrotou os canhões ingleses sem alterar sequer a voz.
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Joaquim Roriz conseguiu juntar as duas facetas: foi um homem que edificou, empreendeu, construiu, mas acredito que o maior legado foi a maneira com que ele ensinou a todos nós a tratar o ser humano, a tratar as pessoas que mais precisavam ser vistas pelo Governo, pelo Poder Público.
Certa feita, andávamos pelo Distrito Federal, e ele pediu que parasse o carro e, com aqueles olhos verdes, olhou para um descampado e disse: "Olha, aqui vai dar uma bela cidade". Era um visionário: por onde ele andava, enxergava prosperidade, enxergava a forma de construir, de edificar, de melhorar a vida das pessoas. Esse foi o seu grande, verdadeiro e imortal legado.
Joaquim Roriz também dedicou parte do seu tempo à pecuária. E como ele gostava e amava a terra! Criador por excelência, fazendeiro de raiz, trouxe a melhor genética do Brasil para a Agropecuária Palma, com o objetivo de difundi-la para o Centro-Oeste, para o Brasil e para o restante do mundo. Dedicou-se à criação do gado nelore, holandês, gir, cavalos mangas-largas, muares, e fazia tudo com excelência, com muito amor e com muito capricho.
Mas Joaquim Roriz nos deixou. Deixou-nos porque provavelmente agora está ao lado de Deus, tocando grandes projetos, realizando grandes obras, auxiliando o nosso Pai. Mas ele deixa sua obra imortalizada nos seus filhos, nos seus amigos, no seu exemplo de como nós devemos fazer para ser uma pessoa que contribui para melhorar a vida do seu semelhante, qual é a contribuição que temos que dar nessa pequena passagem que chamamos de vida.
Cito aqui uma frase de Tancredo que Joaquim Roriz gostava de repetir: "Nesse Brasil continental, enquanto houver um brasileiro que não tiver a sua moradia, não tiver um emprego e não tiver educação, toda prosperidade é falsa".
Assim como Joaquim Roriz se inspirava em Juscelino Kubitschek, Senador Izalci, vejo que V. Exa. se inspira no Governador Roriz. E faça isso, siga esses belos e largos passos trilhados por ele, demonstre esse amor ao povo que ele tinha, o senhor, que trabalhou com ele, que sempre foi um apoiador de Joaquim Roriz, trabalhou em seus Governos, apoiou-o como Deputado Distrital e como Deputado Federal e tem a simpatia também dos seus companheiros e amigos. Siga os passos de Roriz e pegue esse exemplo de luta, de trabalho, de amor pelo povo para ser o seu mantra de vida, porque o destino do Distrito Federal está nas mãos dos homens que têm amor por essa terra, que têm compromisso com o sonho de Dom Bosco, que têm compromisso com fazer do Distrito Federal uma terra que jorre leite e mel e que amem acima de tudo seus filhos.
Roriz era um católico fervoroso.
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Encerro minhas palavras pedindo a Deus que acalente o coração da família, das filhas, dos amigos, das pessoas que amavam o Governador Roriz e que ficaram órfãs, que Deus proteja todos vocês. Que nós tenhamos a certeza de que ele lutou o bom combate e de que manteve a sua fé.
Muito obrigado.
Fiquem com Deus. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Passo a palavra agora ao Conselheiro do Tribunal de Contas do DF e também amigo do Governador, Sr. Manoel Paulo de Andrade Neto.
O SR. MANOEL PAULO DE ANDRADE NETO (Para discursar.) - Boa tarde a todos!
Cumprimento o Presidente desta sessão e autor do requerimento que propicia esta sessão tão importante, o Senador Izalci Lucas.
Cumprimento o Senador Reguffe, a ex-Deputada Jaqueline Roriz, que já se foi, Liliane Roriz, o Senador Eládio, meu amigo Aníbal Rodrigues, vizinho lá da Casa Grande, Bárbara Roriz, os familiares e amigos do meu amigo Joaquim Roriz, aqui presentes.
Na verdade, eu quero ser breve, apesar de ter muita coisa a falar sobre Roriz.
Quando Joaquim Roriz chegou a Brasília, como muito bem relatou o Senador Izalci Lucas, veio a convite do Presidente José Sarney para governar Brasília - era, então, Vice-Governador.
O Presidente José Sarney me chamou ao Palácio do Planalto porque o PMDB, na época dividido, não queria aceitar que viesse alguém de fora para governar Brasília. E ele perguntou: "Manoelzinho, você apoia Joaquim Roriz vir para cá?" Eu disse: "Presidente, quando ele virá a Brasília? Quando ele vai aparecer?" Em seguida, acho que uma semana depois, ele apareceu num encontro que nós fizemos no Hotel Diplomata - estávamos lá eu e Joaquim Roriz em evento que está documentado em matéria do Jornal de Brasília - para receber Joaquim Roriz. Dali começou a amizade, a aproximação. Eu, líder sindical, à época representava táxis e caminhoneiros do Brasil inteiro, federação e sindicato, e nós juntamos forças.
Lembro que, quando fazia curso de Direito lá no CEUB, me perguntaram por que um sindicalista apoiava a direita de Joaquim Roriz e de José Sarney. Eu disse: "É porque não há coisa melhor. Se houvesse coisa melhor, estaria apoiando." Em 1990 me elegi Deputado Distrital e virei líder inicial do Governo Roriz na Câmara Legislativa. Daí nós começamos o projeto do metrô, que já vinha acontecendo - Samambaia já havia acontecido, no governo anterior, 98 -, e continuamos. Veio a eleição, a minha reeleição também, depois virei Secretário de Administração.
Mas quero dizer para vocês por que eu nunca deixei a minha amizade, em momento algum, com Joaquim Roriz. Não era por nada, e era por tudo, pelas qualidades de Joaquim Roriz. Eu dizia que Joaquim Roriz era um empreendedor e um prospector de prosperidade. Joaquim Roriz é um prospector de felicidade!
Todas as vezes que ele acolhia os mais carentes na distribuição de lotes, nessa redenção que é o endereço, nessa libertação que é o endereço para quem não tem moradia, ele tinha meus aplausos.
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Então, não tinha como, porque não havia outra mensagem capaz de suplantar a proposta de Joaquim Roriz, Senador Izalci, em relação a alguém que pleiteava desenvolver a cidade, mostrar um carimbo diferente da relação Estado-sociedade àquela sociedade mais carente, àquela que precisava, como disse V. Exa., da força do Estado para libertá-la da opressão, da pobreza, da fome.
Joaquim Roriz trazia consigo essa maleta carregada de possibilidade. Distribuidor de esperança, como dizia aqui a Jaqueline, no lote recebido, ele transmitia, para mim, além de no metrô, na Ponte, no Centro de Convenções, nas rodovias que ele conseguiu até Brasília, um modelo peculiar que ele deu a Brasília, e não chega perto do coração dele em relação aos mais carentes.
E eu digo isso por quê? Porque eu cheguei a Brasília tangido também pelas dificuldades lá do Nordeste. Aqui dormi em cima de papelão. Lembrava há pouco instante, ali na mesa, que já como garçom do hotel Eron, do Hotel Nacional, do Brasília Palace Hotel, do Itamaraty, o último jantar de JK eu o servi à mesa. Na última vez que JK veio aqui a Brasília, três ou quatro dias antes de falecer na cidade do Rio de Janeiro, eu o servi à mesa, juntamente com Gilberto Amaral, Carlos Murilo, o Plínio, que era o pianista - acho que alguém conhece o Plínio aqui. Eu sempre lia muito sobre JK. E eu vi em Joaquim Roriz uma extensão poderosa da proposta de JK, no sentido de trazer desenvolvimento, então, esse caráter humanista, de empreendedor.
Joaquim Roriz nunca teve medo de realizar uma obra em favor dos mais carentes, mesmo que tivesse à sua frente uma lança, a perseguição daqueles que o invejavam por ser amado, porque Joaquim Roriz foi amado e, por ser amado, foi perseguido também.
Mas aqui eu digo à família toda, à Liliane - a Weslian não está presente -, à Jaqueline, à Dona Weslian, e eu sou uma das pessoas que visitam a família sempre, que eu não me vou esquecer nunca da frequência vibrante, da energia que Roriz transportava.
Joaquim Roriz sabia governar, ele tinha jeito de governar. Ele sabia como acolher a menor proposta e a maior proposta em favor da sociedade. Ele tinha essa capacidade.
Eu vou encerrando aqui, agradecendo o convite. Eu me sinto honrado, Presidente Izalci, pelo convite. Eu me senti honrado porque aqui pude rever, estou revendo, vários amigos que há dias não via; alguns, há meses; outros, até há anos. E estamos aqui irmanados nessa lembrança fervorosa, emotiva, carinhosa de Joaquim Roriz.
Obrigado!
E parabéns! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Passo agora também, para suas considerações, ao nosso representante das lideranças comunitárias, o Líder Comunitário do Grupo Rural Casa Grande, Sr. Aníbal Rodrigues.
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O SR. ANÍBAL RODRIGUES (Para discursar.) - Meu cordial amigo Senador Izalci, na sua pessoa eu cumprimento todos os membros da Mesa.
Eu tenho a felicidade de ter participado da comissão que buscou Roriz de Goiânia para Brasília. Tenho também a glória de ter participado de todas as campanhas do Roriz movimentando a área rural.
Eu ouvi os depoimentos de todos que me antecederam ressaltando duas qualidades principais do Roriz: a primeira era o seu amor às pessoas mais pobres; a segunda era ele confessar a sua religião. E eu fiz uma capela na área rural. Acreditem, igreja geralmente demora 100, 200, 400 anos; a minha capela durou apenas dois anos. Por quê? Roriz colocou à frente, como madrinha, Dona Weslian, e ela foi lá nada mais, nada menos que 70 vezes. Foi de fato madrinha.
Outra coisa: o apoio que Roriz me deu. Ele falou assim: "Aníbal, quando você precisar, os meus secretários aqui lhe ajudarão". E foi uma realidade. Na última missa de que ele participou em Casa Grande, ele sentou atrás de mim e bateu nos meus ombros. Ele perguntou: "Aníbal, por que não tem teto?". E eu falei: "Governador, eu não tenho dinheiro". "Manda fazer que eu pago".
Outra coisa me chamou muito a atenção. O Governador já estava na sua doença terminal, e eu fui visitá-lo. Ele me reconheceu e disse assim: "Aníbal, você se lembra de quando eu dizia 'não fale nada perto do Professor Aníbal; falou, ele escreve, publica e cobra!
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Olha, gente, eu fiquei emocionado porque realmente eu tenho só a agradecer tudo o que o Roriz fez para mim. E eu vou ainda publicar a história de Casa Grande. Estou esperando apenas uma audiência com a Dra. Weslian, porque eu não vou de maneira nenhuma publicar a obra se eu não tiver esse depoimento da dona Weslian, porque ao Roriz e à dona Weslian nós devemos tudo!
Muito obrigado. (Palmas.)
A SRA. LILIANE RORIZ - Muito bem, seu Aníbal. Obrigada, professor.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero registrar aqui, ainda, a presença da Socorrinha, da liderança da Ceilândia; Alexsandra, do Condomínio Privê; Pastora Eliane, do Riacho Fundo; Zé Orlando, ex-administrador do Guará; também do Aroldo, que trabalhou na administração do Guará; Domerci, também liderança da Ceilândia; Ana Maria, do Riacho Fundo; Jamanta, do Recanto das Emas; Fatinha, da Ceilândia; Abraão, da Estrutural; Alessandro, de Planaltina; Dona Rosa, de São Sebastião; Valério também, nosso ex-secretário; Marco Aurélio, primo; Roberto Charles, ex-administrador do Paranoá.
Tem aqui também agora a presença do nosso ex-Senador e também nosso amigo Paulo Octávio. Obrigado pela presença.
O Heleno também está aqui. Foi administrador do Guará.
Há a presença também da Edna Santos, Vice-Prefeita de Luziânia.
Também o músico e amigo, ex-administrador de Brasília, Clayton Aguiar, que está assessorando hoje o nosso querido amigo Senador Eduardo Gomes, que também era amigo pessoal do Governador.
Passo a palavra, agora, à nossa filha do homenageado, Deputada Distrital, Sra. Liliane Roriz.
A SRA. LILIANE RORIZ (Para discursar.) - Eu quero agradecer muitíssimo as pessoas que vieram da Ceilândia, de São Sebastião, do Paranoá, do Recanto das Emas, do gabinete na Câmara Legislativa que estão aqui, de Taguatinga, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Samambaia, porque vieram carinhosamente para estarem presentes nessa homenagem.
Eu não vou nominar todos porque tem muita coisa para acontecer nessa sessão. Nós temos aí a dupla Zé Mulato e Cassiano, que está ali esperando, aguardando. É uma dupla que tinha uma ligação muito estreita com papai. E é isso.
Eu queria deixar o meu profundo agradecimento, Senador, pelo gesto tão carinhoso que o senhor fez homenageando meu pai, em um ano de falecimento, e lembrando que hoje há vários lugares, várias igrejas em que está sendo celebrado o nome dele, no Lago Sul, no Núcleo Bandeirante, em Samambaia, no Recanto das Emas, em São Sebastião, Paranoá. Em muitas igrejas será celebrado agora à tarde, agora à noitinha pelo falecimento do papai neste ano.
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Enfim, quem quiser participar, com certeza, na sua cidade você pode prestigiar, vai acontecer uma missa.
Quero agradecer também a presença dos meus primos: Celia, Lucia, Andrea, Beto, Dedé e Gilmar. São primos queridos, sempre estiveram muito presentes na nossa vida. Muito obrigada, fico feliz demais por vocês terem vindo.
E é isso.
Eu quero agradecer a todos pela presença.
Uma boa noite. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Ontem a gente fez uma live com a nossa netinha Bárbara e eu senti que ela falou muito com o coração. A netinha que foi criada lá com Joaquim Roriz, devia ser o xodó da família, não é?
Então, Bárbara, convido você para falar um pouquinho sobre o seu avô.
A SRA. BÁRBARA RORIZ (Para discursar.) - Oi, gente!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Se você quiser ficar em pé, vai ficar mais fácil para você. Está bom aí?
A SRA. BÁRBARA RORIZ - Tudo bem, está ótimo aqui. Obrigada.
Primeiro, eu queria agradecer ao Senador por fazer essa homenagem ao meu avô. Eu começo a falar e já começo a chorar, porque meu avô passava um amor, uma paz para a gente e uma vontade de querer sempre ser melhor, que a gente tinha dentro, tem todo mundo aqui, cada um de nós tem capacidade de ser melhor, de ajudar o próximo de uma forma que ele foi o exemplo. Meu avô foi um exemplo, não está mais aqui com a gente, mas tudo que ele fez, todas as famílias que ele ajudou, todas as casas que ele pôde dar para as pessoas... Isso é só mais um ensinamento de que a gente pode ajudar o próximo, sair da nossa zona de conforto para poder ajudar quem realmente precisa.
Graças a Deus, todo mundo que está aqui é muito abençoado, a gente tem uma casa, a gente tem o que comer. E quantas pessoas não têm? Então, depende muito de a gente poder ajudar sempre que a gente puder. E essa é a lição que eu mais tenho do meu avô, de sempre ajudar e sempre tratar todo mundo igual. Ninguém aqui é melhor que ninguém, todo mundo é de carne e osso. (Palmas.)
Então, é isso que eu aprendi com ele e é isso que eu sou. Como ele era simples, ele ensinou essa simplicidade para a gente, para mim, para minha mãe, para todo mundo.
Então, é só esta mensagem que fica: todo mundo aqui é igual, a gente tem que ajudar os outros, ajudar o próximo. Isso que fica. Se meu avô não tivesse ajudado, ninguém estaria aqui lembrando dele, mas como ele era um homem incrível, que dava o seu tempo para todo mundo, é isso que fica.
Então, esta é a lição que a gente tem: querer ajudar, querer estender a mão para quem precisa.
É isso, obrigada a todos por estarem aqui. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Eu tenho aqui uma mensagem do Presidente José Sarney, que não pôde estar conosco. Eu vou dar como lida esta mensagem, uma mensagem carinhosa. O respeito que ele tinha pelo Governador Roriz, foi ele que indicou o Governador Roriz no primeiro mandato. Então quero deixar registrada aqui a sua mensagem.
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Também um grande amigo dele, que também foi Presidente do Senado e colega, Mauro Benevides.
Então, eu quero também deixar, nos Anais da Casa, o registro dessas duas mensagens, ainda registrando aqui a presença da Vanda, de Taguatinga, da Sandra Brita, do Vicente Pires, e da Bena também, Bena Domingos.
Obrigado pela presença.
Após o termino desta sessão, nós vamos aqui também ouvir as canções Meu Céu e Sertão ainda é Sertão, que serão cantadas pelos músicos Zé Mulato e Cassiano, que eram muito amigos do Governador, e quero agradecer a presença deles aqui, nesta grande homenagem.
Então, com a palavra e com a música, Zé Mulato e Cassiano.
O SR. ZÉ MULATO (Para discursar.) - Minha gente, é uma alegria estar aqui com vocês, nesta homenagem. Eu me sinto muito feliz.
Como vocês já sabem - a gente já se farta disso, para não confundir -, nós representamos a música caipira, já foi dito, e vou dizer para vocês: foi falado muita coisa sobre o Joaquim Roriz, mas ainda não chega a 10% do que ele merece quanto à sua bondade, amizade e tudo. E, na grande amizade de Joaquim Roriz, ele ainda tirou uma fatia bastante generosa para a minha dupla, José Mulato e Cassiano. Testemunhas: O Clayton Aguiar, que está aqui, e a família.
Eu quero mandar um abração daqui lá para a Dona Weslian, que é testemunha da gente.
Então, o Joaquim Roriz tratava a gente com uma igualdade muito grande e nos deu a alegria de ser assim.
Esta toada ele pediu algumas vezes, e vamos cantar para vocês. A moda é Meu Céu.
(Procede-se à execução da música Meu Céu.) (Palmas.)
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O SR. CASSIANO - Obrigado.
O SR. ZÉ MULATO - E eu acho que Deus achou por bem, tirou só o corpinho cansado, mas o Roriz continua aqui e vai continuar, como eu já disse.
A música caipira procura falar a verdade simples e vou falar de uma aqui. Uma vez, a um adversário, com tudo de intelectual e aquela coisa toda, faltou munição para atacar Joaquim Roriz. Então, como não tinha o que dizer, ele disse que Roriz era um caipira. E eu bati palmas lá de casa.
O SR. CASSIANO - Por que nós somos também, não é?
O SR. ZÉ MULATO - O meu e o da minha família ele perdeu tudo naquele dia.
O SR. CASSIANO - É verdade!
O SR. ZÉ MULATO - Que Deus ilumine a pessoa do Joaquim Roriz do outro lado!
E, por isso, Brasília ainda continua aquele sertão com que ele sonhou, quando chegou aqui - por isso, nós vamos cantar Sertão ainda é Sertão...
O SR. CASSIANO - Vamos lá!
O SR. ZÉ MULATO - ... evoluiu, criou ponte, criou palácio, criou o Senado Federal e tal, mas continua sertão.
O SR. CASSIANO - Pelo menos, no nosso coração, é. Vamos lá!
(Procede-se à execução da música Sertão ainda é Sertão.)
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O SR. ZÉ MULATO - Quero agradecer, como sempre, primeiro a Deus, nosso pai, depois, aqui embaixo, ao Senador Izalci por esta iniciativa muito boa. Agradeço a todos vocês.
Eu e a minha família toda, o meu pai e a minha mãe já foram embora, tínhamos o Joaquim Roriz na conta de um santo protetor depois de um santo maior que eles escolheram.
O SR. CASSIANO - Mas era a Ilma também. Ela que...
O SR. ZÉ MULATO - Aliás nós viemos para Brasília também. Joaquim Roriz tem uma boa conta de firmeza nisso.
Muito obrigado. E que Deus ilumine todos vocês e que mantenha Joaquim do outro lado alegre e feliz, como sempre foi.
Muito obrigado! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Zé Mulato e Cassiano.
Quero aqui registrar, ainda, a presença do Paulo Fernando Melo da Costa, da Presidência da República, e do Estênio Campelo.
O Deputado Tadeu Fillipelli pediu para justificar sua ausência, porque tinha um casamento fora.
De coração, quero agradecer a presença de cada um de vocês, principalmente dos amigos e amigas do nosso grande Governador Joaquim Roriz.
Feito isso, tenho certeza de que encerramos esta sessão com muita alegria, que é tudo que o Roriz queria para o nosso povo de Brasília.
Obrigada pela presença.
Declaro encerrada esta sessão solene.
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 58 minutos.)