A SRª. EVA BLAY (PSDB-SP. Para uma breve comunicação. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, estava em meu gabinete ouvindo as várias manifestações dos Senadores e verifico o quanto é difícil, de fato, modernizar este País e o quanto é difícil fazer alterações profundas.

A política que está sendo implementada agora foi discutida profundamente, não só aqui no Senado, mas também com o povo brasileiro. O que está sendo implantado expressa o que a maioria da população deseja.

No entanto, a razão principal da minha solicitação é uma notícia divulgada na imprensa de que o Presidente do SINDSEP, um sindicato filiado à CUT, está ameaçando o Ministro Bresser Pereira, especificamente S. Exª, com relação à questão da estabilidade.

Quero lembrar, Sr. Presidente, Srª Senadora, Srs. Senadores, que a medida foi apresentada por mim para a Revisão Constitucional, de acordo, aliás, com o meu Partido e com o Presidente da República.

O Estado de S. Paulo noticia o seguinte: "Em hipótese alguma vamos aceitar violência contra nossos direitos obtidos a duras penas, avisou o Presidente do SINDSEP, Cláudio Santana." Ameaça invadir Ministérios até a tomada de Ministros como reféns, informa o jornal, dizendo que isso estaria sendo articulado. E ainda: "Sabemos que Ministros não têm segurança 24 horas por dia, eles que se cuidem!", avisou Santana".

Fiquei espantada com essa notícia e procurei o Ministro Bresser Pereira, que tinha marcado, aliás, por meu intermédio, uma reunião com entidades ligadas à CUT, para discutir essa questão da estabilidade. O Ministro tem se mostrado altamente interessado em dialogar com as entidades de classe. Após essas gravíssimas ameaças, a audiência havia sido suspensa.

No entanto, trago agora um fax que acabo de receber, em que o Sr. Cláudio Santana, da Executiva do SINDSEP, nega inteiramente aquelas afirmações publicadas na imprensa. Diz ele:

"Em relação a pretensas declarações minhas, saídas em vários jornais, quero esclarecer que nunca foi posição do Movimento dos Servidores Públicos Federais, do Sindsep/DF ou minha que o seqüestro de Ministros, de outras autoridades ou tomada de reféns fossem usados na luta da classe trabalhadora".

Ele diz que está de acordo apenas com manifestações e greves.

Diz ainda: "Repudio a utilização de termos como seqüestro e tomada de reféns, que visam provavelmente preparar uma armação semelhante à feita do seqüestro do Sr. Abílio Diniz, onde acusaram o PT de ser responsável pelo mesmo".

Também recebi um fax da Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais, que representa várias associações de servidores, que vou passar às mãos de V. Exª para que conste dos Anais da Casa, assinado por Luiz Bicalho, membro da Executiva Nacional da CUT, também negando as declarações publicadas na imprensa.

Quero crer, Sr. Presidente, Srª Senadora, Srs. Senadores, que seja verdadeira essa retificação e que não haja qualquer tipo de ameaça aos governantes do nosso País, e sobretudo que este Senado esteja alerta para garantir legitimidade à discussão e às modificações que o atual Governo vai implantar em nosso País.

Muito obrigada, Sr. Presidente.