Discurso no Senado Federal

REFUTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE ACERCA DE APOIAMENTO AO SENADOR JULIO CAMPOS, QUE PROPÕE DOTAÇÃO DE RECURSOS PARA FUNCIONAMENTO DOS GABINETES DOS SENADORES.

Autor
Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • REFUTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE ACERCA DE APOIAMENTO AO SENADOR JULIO CAMPOS, QUE PROPÕE DOTAÇÃO DE RECURSOS PARA FUNCIONAMENTO DOS GABINETES DOS SENADORES.
Publicação
Publicação no DCN2 de 29/06/1995 - Página 11208
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • DESMENTIDO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), AUTORIA, ALEXANDRE BOTÃO, JORNALISTA, RELAÇÃO, APOIO, PROPOSTA, JULIO CAMPOS, SENADOR, ALTERAÇÃO, AUMENTO, VERBA, DESTINAÇÃO, CONGRESSISTA, PAGAMENTO, DESPESA, GABINETE.

O SR. ROBERTO REQUIÃO (PMDB-PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dias atrás, li, no Jornal de Brasília, que o Senador Júlio Campos estava apresentando uma proposta de modificação da distribuição de verbas no Senado e que essa proposta contava com o apoio do Senador Lúdio Coelho e com o meu apoio.

Estranhei a notícia, pois não conhecia a proposta do Senador Júlio Campos.

Ontem à tarde, em meu gabinete, recebi um telefonema de um jornalista chamado Botão - desta vez, do Correio Braziliense -, que perguntava a minha opinião sobre a proposta que eu ainda não conhecia, porque o Senador Júlio Campos apresentou-a mais tarde, aqui, no plenário do Senado.

Tentou o jornalista explicar-me, de forma rápida, o conteúdo da proposta do Senador Júlio Campos. Disse-lhe que me parecia uma tentativa de descentralização de recursos do Senado Federal; que me parecia que o Senador Júlio Campos pretendia criar unidades orçamentárias nos gabinetes.

Disse ao Sr. Botão, o jornalista do Correio Braziliense, que cabe ao Senado viabilizar o trabalho dos Senadores. Disse a ele que, por exemplo, naquele momento, eu estava sem fax em meu gabinete no Senado, e também não dispunha de envelopes para responder correspondências mandadas a mim pelos eleitores do Paraná.

Disse a ele que eu pensava que uma descentralização que viabilizasse, por exemplo, facilidade a um senador para organizar uma pesquisa de opinião, uma pesquisa de mercado, uma pesquisa bibliográfica, para realizar um trabalho, sem ter que passar pela difícil máquina burocrática da Casa, parecer-me-ia interessante.

Mais não disse, Sr. Presidente, e nem me foi perguntado.

Hoje, pela manhã, recebo, em minha casa, o Correio Braziliense, no qual esse jornalista gaiato, que se chama Alexandre Botão, escreveu o seguinte:

      "O senador Júlio Campos (PFL-MT) já conseguiu voluntários para ajudá-lo a segurar o pires na campanha para o aumento da verba dos senadores.

      A primeira mão amiga veio do Paraná."

      E, como se fosse uma declaração minha:

      "Precisamos desses R$50 mil por mês. O Senado tem a obrigação de dar condições para nós trabalharmos", cobrou o senador Roberto Requião (PMDB-PR).

      O senador sabe como vai usar o dinheiro, mesmo antes dele ser aprovado."

E, colocando na minha boca o que eu não disse:

      "A verba seria para sustentar meu escritório no Paraná, que está ligado às minhas atividades no Senado. Hoje, essa despesa sai do meu bolso", indigna-se.

      Requião acha que os R$50 mil por mês seriam apenas para gastos com pessoal e "poucas coisas da infra-estrutura".

Isso não é jornalismo, Sr. Presidente, ........

Sou jornalista. Abomino todas as idéias de se colocar controle na imprensa, mas fico aqui pensando, como pensam os americanos: O que é um liberal? É um conservador antes do assalto.

Fui agredido, fui insultado, fui profundamente ferido no meu comportamento ético e moral ao longo da minha carreira. Sou o único Deputado do Paraná que não participou do Instituto de Pensão e Aposentadoria. Quando Prefeito no meu Estado, extingui a aposentadoria dos ex-prefeitos, e extingui também o mecanismo que possibilitou ao Ministro da Previdência Social Reinhold Stephanes aposentar-se com o salário de Diretor da Prefeitura, com apenas 22 anos de trabalho.

Sr. Presidente, sou dos Governadores que aqui no Senado abriram mão da sua verba de representação como ex-Governadores de Estado. E esse pequeno jornalista, esse ..... de redação, tem a petulância de colocar uma matéria desse teor.

Peço a V. Exª que mande a transcrição desta minha intervenção no plenário para o editor do Correio Braziliense, porque quero entender que essa matéria baixa, mesquinha e absolutamente inverídica não tem o patrocínio do jornal.

E começo, Sr. Presidente, desde agora, a pensar no que nunca pensei: freio e bridão na boca e na pena de jornalistas absolutamente irresponsáveis. (Muito bem!)

O SR. GERALDO MELO - Permite-me um aparte, nobre Senador Requião?

O SR. ROBERTO REQUIÃO - Pois não!

O SR. PRESIDENTE (José Sarney) - Senador Geraldo Melo, o tempo do Senador Roberto Requião já se esgotou e não cabe aparte quando um Senador está dando explicações pessoais.

O SR. GERALDO MELO - Agradeço as explicações de V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 29/06/1995 - Página 11208