Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM A REDE AMAZONICA DE RADIO E TELEVISÃO PELO SEU JUBILEU DE PRATA.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A REDE AMAZONICA DE RADIO E TELEVISÃO PELO SEU JUBILEU DE PRATA.
Publicação
Publicação no DSF de 05/09/1997 - Página 18134
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, INTEGRAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA.

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB-AC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu caro amigo e companheiro Phelippe Daou, Presidente da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, demais Diretores e convidados aqui presentes, já estamos acostumados a ouvir que "o Brasil é um País de dimensões continentais", embora poucas vezes se faça a devida reflexão sobre a importância e as conseqüências dessa vastidão territorial ou sobre o grande problema dela decorrente: a dificuldade para consolidar a presença da nacionalidade em rincões distantes e abandonados, de baixíssima densidade demográfica, como a Região Amazônica.

Integrar toda a Pátria e dar a seus filhos a mesma perspectiva de progresso social e desenvolvimento econômico - eis o grande desafio que enfrentamos hoje, às vésperas de festejarmos o quinto centenário do Descobrimento!

Muito se critica, com inteira razão, o lado negativo da programação da TV brasileira - mas, em contrapartida, é unânime o reconhecimento da importância desse veículo, para preservarmos os nossos padrões de identidade como Nação. Não falo apenas nas milhares de emissoras que ocupam as Regiões mais desenvolvidas e densamente habitadas, como o Sudeste, o Sul, parte do Nordeste e do Centro-Oeste; quero lembrar, agora, o valioso pioneirismo desempenhado pelas redes que cobrem a Amazônia Legal, em seu lado mais pobre, a Região Norte. E, nessa metade do Brasil, é inegável a liderança desfrutada pela Rede Amazônica de Rádio e Televisão, comandada por Phelippe Daou, representante da melhor elite empresarial e jornalística do País.

Não deve ser difícil, para os Srs. Senadores das demais regiões, avaliar a extensão física da área coberta pela Rede Amazônica. Pretendo, agora, mostrar a V. Exªs a decisiva importância estratégica, social, cultural e política da empresa, sempre voltada para os padrões nacionais, para nossa língua comum, nossos interesses coletivos, nossos traços de união e de identidade.

São cinco estações geradoras e dezenas de retransmissoras, a partir das capitais dos Estados do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima, cobrindo uma área de dois milhões e meio de quilômetros quadrados. Hoje, o uso de canais exclusivos de satélite, 24 horas por dia, permite-lhe atingir outras regiões brasileiras e, até mesmo, importantes áreas nos países vizinhos.

A programação básica da Rede Amazônica é a da Rede Globo de Televisão - mas as inserções regionais enriquecem e tornam valiosas suas transmissões, mesmo quando aparentemente prejudicadas pela diversidade dos fusos horários. Por exemplo, às sete horas da manhã em Brasília, em Manaus, são seis, e em Rio Branco, são apenas cinco horas. Isso, entretanto, não impede o sucesso do noticiário que abre a programação regional, "Bom-Dia, Amazônia", a partir das informações de cada praça onde há geração própria e que termina em uma rede envolvendo, ao vivo, todas as cinco praças, com bloco produzido e gerado desde Brasília. Essa é a fórmula para os telejornais locais e as produções identificadas com as causas regionais como Amazônia em Revista, Amazônia em Notícia, Encontro com o Povo e TV-Comunidade.

A Rede Amazônica, assim, cumpre sua proposta essencial: integrar a Região à cultura nacional e, ao mesmo tempo, atender a seus reclamos, atentar para suas peculiaridades.

O segredo dessa façanha está na pessoa do Presidente da Empresa, jornalista Phelippe Daou, cujo interesse abrangente, ao lado de profunda acuidade detalhista, marca a Rede Amazônica de Televisão. São, aliás, aspectos decisivos do seu perfil de dirigente e orientador editorial, a ponto de tornar difícil a tarefa de dizer quem exerce mais influência nesta simbiose edificante: a personalidade aguda e sensível do líder ou a força logística da atuação do grupo empresarial?

Tenho orgulho de dizer que conheço bem a ambos, tanto a empresa quanto seu Diretor. E posso afirmar até mesmo que, conhecendo tão bem Phelippe Daou, desde sua juventude, não poderia esperar nada menos do que esse sucesso consagrador, definitivo, incontestável!

V. Exªs, os representantes das regiões do chamado "Sul", poderiam surpreender-se com a eficiência, a obstinação, o alto nível técnico e profissional que marca a presença da Rede Amazônica nos lares da grande Região Norte.

Mas quem conhece, como eu conheço, o caráter e a personalidade de Phelippe Daou, sabe que ele está na raiz, na inspiração e na materialização desse retumbante êxito.

Há 50 anos convivo com Phelippe Daou e há 50 anos admiro suas imensas qualidades!

Nossa amizade se estabeleceu nos anos 40 e 50, quando estive matriculado em colégios de Manaus e militei na política estudantil. As bandeiras generosas da juventude foram por nós desfraldadas e defendidas, junto a outros futuros cidadãos do porte de Deolindo Dantas e de Waldemar Machado da Silva, todos respirando a democracia surgida com a queda do Estado Novo, todos irmanados do Departamento Estudantil da União Democrática Nacional, a UDN, que, na sua origem, significava resistência à ditadura.

Quis o destino, quiseram os companheiros, que Phelippe Daou fosse eleito Presidente daquele núcleo de jovens idealistas e me coubesse o posto de Tesoureiro da sua Diretoria. A partir de então, nossa presença na vida política do Estado do Amazonas se fez crescente, determinante na eleição para a Câmara Federal do então Deputado Estadual e saudoso companheiro Paulo Pinto Néri, por seu turno substituído, na Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, pelo nosso velho companheiro e saudoso colega Deolindo Dantas.

Mas o espírito inquieto e insopitável de Phelippe Daou não aceitava os limites dos palanques, dos comícios, das primeiras articulações político-partidárias nas arcadas acadêmicas. Sem deixar de ser o aluno brilhante de sempre, o jovem líder mergulhou nas atividades jornalísticas, assinando, em O Jornal e no Diário da Tarde, uma vibrante coluna, o "Repórter Gibi".

A partir daí, ampliou-se a presença de Phelippe Daou na imprensa amazônica, abrilhantando com seu talento alguns dos mais importantes veículos do Estado, até encontrar, na mídia eletrônica, o mais fiel arauto para seus projetos de patriota e empreendedor incansável.

Estamos comemorando hoje o 25º aniversário da TV Amazonas, o Canal 5 de Manaus - o passo inicial para a grande rede, que cobre a extensão equivalente à soma de muitos países da Europa e significa a presença permanente da nossa cultura e da nossa realidade junto às comunidades da Região Norte.

É importante que se destaque também o esforço desenvolvido pela Rede Amazônica de acompanhar os atos e projetos da Administração Pública em Brasília.

É um trabalho feito através de uma vibrante sucursal, cujas pautas se voltam integralmente para a busca de informações vinculadas aos interesses regionais. Não se trata de paroquialismo, e sim da mais pura e mais digna expressão de legitimidade, de identidade com aquele povo que tantos governantes e tantos empresários ignoram ou, até mesmo, desprezam.

Nunca perdi o contato com Phelippe Daou, nem quando os mandatos a mim conferidos pelo povo acreano me afastavam do dia-a-dia nas cidades amazônicas. Mas, tão logo assumi o Governo do Estado do Acre, em 1983, tomei a iniciativa de procurá-lo para estabelecer os caminhos que levariam à implantação de repetidoras da Rede Amazônica na maioria dos Municípios que então compunham o mapa estadual. E foi assim que se quebrou o absoluto isolamento até então vivido por muitas comunidades, as quais passaram a receber a programação da Rede Globo e as produções regionais geradas pela sua concessionária, a Rede Amazônica. E vi, com satisfação, que os meus sucessores se empenharam em ampliar essa abertura, inclusive propiciando a chegada de outras redes.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, a sensibilidade de Phelippe Daou encontra seu melhor exemplo na forma com que escolhe auxiliares. Graças a isso, sempre se cercou de pessoas dignas, competentes, operosas e voltadas para os mesmos objetivos de construção nacional e de consolidação regional. A todos, mesmo nos setores mais humildes de suas empresas, Phelippe Daou distingue com atenção e palavras de incentivo, invariavelmente orientando, corrigindo, impulsionando para os melhores caminhos. Esse dinamismo abraça toda a Amazônia, particularmente Manaus, sede de suas empresas, cuja resposta se traduz em carinho, respeito e audiência crescentes, pavimentando a trilha do sucesso e da realização empresarial.

Tive a oportunidade de, na última segunda-feira, participar em Manaus das festas do 25º aniversário da Rede Amazônica. Cercado pelas gentilezas do próprio Phelippe Daou, pela fidalguia hospitaleira de seus auxiliares, pela generosidade do povo manauara, em meio a esse clima caloroso, pude cumprir uma programação voltada para atender às aspirações dos telespectadores e dos inúmeros convidados para o evento.

Trago para Brasília e levarei para o Acre os ecos da grande comemoração, da celebração que foi muito além de um simples registro cronológico.

O Jubileu de Prata da Rede Amazônica de Rádio e Televisão é um atestado de eficiência e de idoneidade, capaz de inspirar todos os brasileiros que ali vivem e tentam construir um futuro melhor para a grande região.

Emocionado e grato, concluo registrando, ainda uma vez, o mais sincero e entusiasmado aplauso a Phelippe Daou e a sua equipe da Rede Amazônica de Rádio e Televisão pelos 25 anos de sucesso e de vitorioso pioneirismo, desbravando as rotas magnéticas da plena integração e do desenvolvimento racional da Região Norte do País.

Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. convidados presentes. (Palmas)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/09/1997 - Página 18134