Discurso no Senado Federal

FALTA DE UMA POLITICA SERIA E EFICIENTE PARA A AGRICULTURA BRASILEIRA. ELOGIOS AS AÇÕES DO MINISTRO FRANCISCO TURRA, FRENTE AO MINISTERIO DA AGRICULTURA.

Autor
Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • FALTA DE UMA POLITICA SERIA E EFICIENTE PARA A AGRICULTURA BRASILEIRA. ELOGIOS AS AÇÕES DO MINISTRO FRANCISCO TURRA, FRENTE AO MINISTERIO DA AGRICULTURA.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/1998 - Página 8927
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • ANALISE, CRITICA, INEFICACIA, POLITICA, BRASIL, INCENTIVO, AGRICULTURA, ABANDONO, EMPRESA DE ASSISTENCIA TECNICA E EXTENSÃO RURAL (EMATER), INSUFICIENCIA, VERBA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), DIFICULDADE, ACESSO, PEQUENO AGRICULTOR, OBTENÇÃO, FINANCIAMENTO, BANCOS.
  • COMENTARIO, ANUNCIO, FRANCISCO TURRA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), NORMAS, SAFRA, AGRICULTURA, REDUÇÃO, TAXAS, JUROS, AUMENTO, PRAZO, AQUISIÇÃO, EQUIPAMENTOS, COMPROMISSO, CUMPRIMENTO, CRONOGRAMA, LIBERAÇÃO, RECURSOS, AGRICULTOR.

           O SR. ERNANDES AMORIM (PPB-RO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, me preocupa muito quando eu vejo a imprensa nacional e as nossas lideranças políticas discutindo a importância dos testes nucleares da Índia e do Paquistão.

           Eu não consigo ver o meu país, envolvido com essas questões enquanto eu vejo meus irmãos nordestinos morrendo de fome e de sede.

           Para um agricultor, nordestino que sou, tendo dedicado toda minha vida ao cultivo do solo, e representante de um Estado eminentemente agrícola, fico estarrecido quando leio nos jornais, que vamos importar arroz e feijão, num país de dimensões continentais, dotado de um solo riquíssimo, onde se plantando tudo dá.

           Não entendo, e creio que a maioria dos brasileiros também, a falta de uma política séria e eficiente para a nossa agricultura.

           Como entender, deixar o sistema EMATER morrer de inanição, a falta de um orçamento realista para a EMBRAPA e pagamento de salários dignos para os seus pesquisadores, que prestam e já prestaram grandes serviços a nossa agricultura e pecuária.

           Assim como dificuldade de acesso do pequeno agricultor aos financiamentos dos Bancos oficiais e privados.

           O que ocasiona uma não aplicação de milhares de reais, destinados a agricultura, pois o acesso aos financiamentos, está atrelado a elaboração de projetos técnicos, fora do alcance de uma grande maioria, e também pelo desmonte dos nossos órgãos de assessoria técnica e extensão rural.

           Hoje temos a frente do Ministério da Agricultura um profissional da área, estudioso e atento, aos problemas que afetam a nossa produção.

           O Ministro da Agricultura, Dr. Francisco Turra, acaba de anunciar que até o final deste mês vai levar ao conhecimento público as regras para a safra de verão 98/99, que se espera seja uma safra melhor do que a anterior, o que ainda não é suficiente, para a nossa realidade, mas que de certa forma, já representa uma medida de estímulo para que os nossos agricultores possam planejar melhor as compras de insumos.

           O Ministro Turra e sua equipe estudam taxas menores de juros e prazos maiores para a aquisição de equipamentos, assim como o cronograma de liberação de recursos que deverá ser seguido a risca.

           Se preocupa o nosso Ministro Turra com qualquer possibilidade de atraso, pois isto intranqüiliza o produtor e desgasta o Governo Federal.

           Tem como meta o Ministério da Agricultura recuperar o tempo perdido e elevar a produção de grãos, das atuais cerca de 80 milhões de toneladas, para 90 milhões já na próxima safra, e para 100 milhões na virada para o ano 2000.

           Esse projeto está aliado a uma firme disposição do Ministro Turra de lutar por taxas menores de juros nos financiamentos e mais prazos para a aquisição de equipamentos.

           São medidas importantes que devem se somar à intenção de uma firme parceria entre o setor público e o privado, com o objetivo de fazer com que as exportações de commodities agrícolas alcancem quarenta bilhões de dólares no ano 2002.

           É necessário, também, que não se descuide dos produtos destinados mais ao mercado interno, examinando coma atenção as regras para o cultivo desses produtos, com ênfase para os da cesta básica.

           Pois estamos nos dando conta de que, mesmo em uma economia com inflação sob controle, é preciso aprender a conviver com alterações cíclicas de preços, sobretudo de produtos primários expostos a variações climáticas.

           É o que está ocorrendo agora com as cotações do arroz, afetado pelas cheias do Rio Grande do Sul, e do feijão prejudicado pela seca no Nordeste e pelas enchentes no Sul.

           Na economia, como a brasileira, há espaços para que os preços tanto subam quanto desçam, sem que os efeitos sobre a inflação sejam necessariamente desastrosos.

           É inaceitável, mas quando isto ocorrer, temos que procurar evitar que a escassez de alimentos tenha maiores conseqüências sobre os preços, a exemplo do feijão que aqui no DF, já teve um aumento de 130% (cento e trinta por cento).

           Esse esforço precisa estar integrado ao objetivo maior, que é elevar a nossa produção agrícola e pecuária a níveis compatíveis com o Brasil, que dispõe de uma das maiores fronteiras agrícolas do mundo.

           Retomando o início do meu pronunciamento, afirmo sem medo de errar, o Brasil, sim pode se tornar, é só querer, e ter vontade política, na maior potência nuclear do mundo, pois temos condições de produzir a mais importante munição, que é alimentação, pois sem ela a humanidade desaparece.

           Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/1998 - Página 8927