Discurso no Senado Federal

MANIFESTAÇÃO DE APOIO AO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO QUANTO AS DENUNCIAS CONCERNENTES A PRIVATIZAÇÃO DA TELEBRAS.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • MANIFESTAÇÃO DE APOIO AO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO QUANTO AS DENUNCIAS CONCERNENTES A PRIVATIZAÇÃO DA TELEBRAS.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/1999 - Página 12897
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • MANIFESTAÇÃO, APOIO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, DENUNCIA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), IRREGULARIDADE, PROCESSO, PRIVATIZAÇÃO, SISTEMA, TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS S/A (TELEBRAS).
  • CONDENAÇÃO, AGRESSÃO, DIREITOS, PRIVACIDADE, PESSOAS, MA-FE, INTERPRETAÇÃO, MATERIA, JORNAL.

O SR. ÁLVARO DIAS (PSDB-PR. Para uma breve comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu poderia responder ao discurso do Senador Maguito Vilela, mas não há necessidade, já que, com alguma antecedência, o Presidente do seu Partido, Senador Jader Barbalho, e o Líder do Governo, também do PMDB, Senador Fernando Bezerra, melhor do que eu responderam ao discurso de S. Exª.  

Uso da tribuna, Sr. Presidente, porque, estimulado pelos debates desta tarde, não me contive e agradeço a oportunidade também de abordar a matéria da Folha de S.Paulo. Ninguém ousa condenar a atitude da Folha de S.Paulo no exercício do direito à liberdade de imprensa, conquista democrática deste País. Mas não festejo e condeno a agressão a outro direito inalienável: o direito à privacidade das pessoas.  

Sem dúvida, a indústria do grampo talvez tenha sido a que mais proliferou no País nos últimos tempos, e os marginais dessa indústria impunemente tripudiam sobre a honra das pessoas. Esses marginais não são condenados, evidentemente, porque dificilmente seriam alcançados em qualquer tipo de investigação, a menos que fossem apanhados em flagrante. Todavia, é inquestionável o sagrado direito à privacidade das pessoas.  

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quem lê com os olhos insuspeitos a matéria da Folha de S.Paulo , certamente conclui o que é correto, especialmente no que diz respeito ao Presidente da República. Os homens do Governo demonstraram preocupação em exacerbar a competição e, com isso, alcançar um melhor resultado financeiro no leilão do Sistema Telebrás. Isso é visível.  

O que se condena não é a publicação do teor das fitas; o que se deve condenar é a má-fé da interpretação do que foi dito, uma preocupação em exacerbar a competição para se alcançar um melhor resultado financeiro, uma preocupação com a eficiência das empresas vencedoras do leilão. É claro que, com razão ou sem razão, o Presidente estava preocupado, sim, com o aventureirismo. Obviamente, o tempo dirá se Sua Excelência tinha ou não razão com essa preocupação. Aliás, louvável preocupação, preocupação de autoridade responsável, que quer, primeiramente, arrecadar mais para o País e, ao mesmo tempo, garantir boa qualidade de um serviço fundamental para a população, que é o serviço de telecomunicações.  

O que quiseram o Presidente e os homens do Governo, certamente, foi acionar mecanismos disponíveis, como o BNDES, Banco do Brasil e Previ - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, para se auferir - repito - melhor resultado financeiro. Não poderia agir de outra forma o Governo.  

Eu não acredito que os opositores nesta Casa, na tarde de hoje ou sempre, sejam inspirados por uma conduta de má-fé, de quem deseja não apenas o desgaste da imagem do Presidente, mas, acima de tudo, a desestabilização do Governo, porque isso seria um desserviço à Nação. Eu não acredito que a Oposição esteja a serviço do que é comprometedor, no que diz respeito ao desenvolvimento deste País.  

A Polícia Federal e o Ministério Público já estão atuando neste caso. Portanto, podemos perfeitamente dispensar qualquer opção de CPI nesta Casa, que teria, quem sabe, o objetivo de armar mais um palanque eleitoral para o debate de assuntos polêmicos, bem ao gosto da mídia e da população.  

Sr. Presidente, para concluir, podemos apontar no Presidente Fernando Henrique Cardoso uma série de defeitos; por certo, defeitos os tem, e muitos; afinal, é ser humano como todos nós; mas não acredito que possamos apontar no Presidente da República o defeito da desonestidade. Creio na honestidade do Presidente. É ele um homem honrado. E não é justo, não é correto, sequer é humano agredir a honra de uma pessoa de bem.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/1999 - Página 12897