Pronunciamento de Luzia Toledo em 14/12/1999
Discurso durante a 180ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
CONSIDERAÇÕES SOBRE A QUALIDADE DO SERVIÇO DE TELEFONIA PRESTADO AO POVO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO.
- Autor
- Luzia Toledo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
- Nome completo: Luzia Alves Toledo
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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TELECOMUNICAÇÃO.:
- CONSIDERAÇÕES SOBRE A QUALIDADE DO SERVIÇO DE TELEFONIA PRESTADO AO POVO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/12/1999 - Página 34914
- Assunto
- Outros > TELECOMUNICAÇÃO.
- Indexação
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- DENUNCIA, PRECARIEDADE, QUALIDADE, SERVIÇO, TELEFONIA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), POSTERIORIDADE, PRIVATIZAÇÃO, DESRESPEITO, DIREITOS, USUARIO.
A SRª LUZIA TOLEDO
(PSDB - ES) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, desde a década de 70 que a economia do Estado do Espírito Santo cresce mais rapidamente do que a média da economia brasileira. Nos anos 90 nosso estado ampliou ainda mais o seu grau de abertura para o exterior motivadas pelas importantes modificações trazidas tanto pelo processo de globalização da economia como também pelo processo de privatização das empresas públicas, que passaram a diversificar e a ampliar a sua capacidade instalada.
Pioneiro da privatização de ativos estatais, com a venda da Cofavi, e posteriormente, com a CST e Escelsa, nosso estado ampliou assim a tradicional condição de território aberto à entrada de capitais, não só de outros estados, mas também de países interessados na busca de nossos negócios no exterior. Nesses últimos dois anos recebemos os investidores que assumiram as empresas de telefonia e ainda torcemos para que eles cumpram o compromisso de aqui manterem as suas sedes próprias e diversificasse seus investimentos.
Se assim o fazemos, é porque não aceitamos ser enganados.
A fragilidade da nossa economia, que representa cerca de 2% do PIB nacional, nos ensinou a conviver com empresários e executivos de fora.
Aprendemos assim a discernir entre os bons e os maus prestadores de serviços. E exigimos respeito e o cumprimento das promessas feitas ao Governo estadual e a toda comunidade capixaba.
Não aceitamos aqueles que simplesmente chegam com idéias prontas e as aplicam sem levar em consideração as nossas particularidades, principalmente a manutenção das nossas raízes culturais.
Sim, estamos abertos às benesses da globalização, mas esperamos que a máxima do "think global, make local" não seja apenas um slogan sem um significado prático.
Hoje, como ontem, estamos dispostos a contribuir para o enriquecimento dos desbravadores, mas chega de exploração e especulação. Nós pecamos por aceitar, por não discutir, por continuar, ainda depois de 500 anos, a tratar os estrangeiros como deuses, exatamente como fizeram muitos indígenas com os senhores quando do início da nossa colonização.
A nossa vocação portuária criou entre nós o hábito de ver sempre com bons olhos a vinda dos forasteiros e, se recebemos bem o turista, ficamos ainda mais felizes quando ele, seduzido pela beleza de nossa terra, resolve aqui se estabelecer.
Mas assim como não devemos ser preconceituosos e sectários, desmerecendo da convivência de inumeráveis mineiros, baianos, cariocas, paulistas, gaúchos e outros migrantes e imigrantes que ajudaram e ainda ajudam a construir o nosso Espírito Santo, também não devemos nos portar como provincianos fechando os olhos para acordos em que saímos sempre perdendo.
Srªs. e Srs. Senhores, o povo cordato, diligente e trabalhador do Espírito Santo também sabe cobrar seus direitos de cidadão e consumidor tendo em mente o seu próprio bem-estar e não apenas o do forasteiro, especialmente quando este não se furta de tirar vantagens dos nativos deste país que começou sua história a partir de uma invasão. Esse país que hoje festeja 500 anos.
Nossa história, que começou com o massacre de índios e a escravização de africanos, não pode continuar sendo feita à custa da exploração mais deslavada nos mais variados setores. Dizemos "NÃO" peremptoriamente às novas formas de exploração que tentam submeter a população aos maus serviços prestados, desrespeitando os direitos de todos os cidadãos.
Lamentamos profundamente ter de subir a esta tribuna para denunciar a falta de respeito com os usuários que fazem fila à porta das empresas prestadoras de serviços de telefonia.
Já faz mais de um ano que estamos convivendo com os novos proprietários dessas empresas.
Erram demais.
Erram ao impor métodos gerenciais de cima para baixo, sem considerar os nossos aspectos sócio-culturais.
Erram por padronizar sistemas de administração visando uniformizar comportamentos totalmente distorcidos da nossa realidade.
Erram porque desrespeitam a inteligência do consumidor.
E nós, como povos subjugados, temos de assistir a uma empresa do tamanho da antiga Telest ser dirigida de longe, de maneira anacrônica, sem levar em consideração a diversidade do público, as peculiaridades de cada consumidor.
Nós não somos matérias amorfa, sujeita a exploração pura e simples. Chega de exploração. Mais do que o compromisso de enaltecer as inegáveis benesses, especialmente econômicas e tecnológicas dos últimos tempos, temos a responsabilidade de elevar o nível de qualidade de vida de nossa população, submetida a uma crise social sem precedentes.
Um cidadão educado não submete a tamanhos maus tratos. Ele busca unir-se a outros e reivindicar seus direitos e denunciar os maus empresários.
E é para isso senhores que estou aqui hoje. Precisamos colocar a qualidade do serviço em primeiro lugar e o lucro será uma decorrência natural desse processo.
Se a empresa não tem competência para prestar o serviço, que saia do caminho e ceda o lugar para quem tem o preparo e o compromisso com as necessidades maiores da população.
a¿ ¿ aç @¿ as para o Meio Ambiente – PNUMA – considera que um quarto das terras do planeta são suscetíveis à desertificação, estando sob ameaça mais de 130 milhões de pessoas, principalmente na África, no Sudeste Asiático e na América Latina.
Ocorre, Sr. Presidente, que esse é um problema tido como "dos pobres". Diferentemente de mudanças climáticas que atingem todo o planeta, como o efeito estufa e a perda da biodiversidade, ele não atrai o interesse dos países ricos. A desertificação está mais restrita aos países subdesenvolvidos.
Pode residir nesse fato o desinteresse dos países ricos em apressar o funcionamento dos mecanismos de crédito para projetos de combate aos efeitos da desertificação no mundo, previstos pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, a UNCCD. Esses mecanismos têm o objetivo de canalizar e repassar recursos para o financiamento de planos regionais de combate à desertificação. Só que, desde a criação da Convenção, foram aplicados ínfimos dois milhões e meio de dólares no programa, quantia irrisória diante dos 20 a 30 bilhões de dólares necessários em todo o mundo.
O fato, Sr. Presidente, é que não podemos permitir que o sertão vire deserto. Os países ricos devem entender que o aumento da desertificação no mundo fará aumentar o fluxo migratório dos países pobres em direção aos países ricos, criando mais problemas para os países do Primeiro Mundo que não suportam esses excedentes populacionais.
Nesse, como em muitos outros problemas, a melhor ação é prevenir. Combater a desertificação, hoje, é garantir a produtividade da terra amanhã.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.
ncialr ¿ FO°á x FACE="Times New Roman" SIZE=3 COLOR="Black">, provisório e paliativo, para caracterizar o programa. Aqui todos se enganam. Programas como esse vieram para ficar e tenderão a se tornar permanentes. Porque, daqui para a frente, não haverá emprego para todos, muito longe disso. E altas taxas de desemprego farão parte da realidade por muito tempo, pelos motivos que comentei um pouco antes. Infelizmente.
Nesse novo cenário, cumpre ao Estado garantir a sobrevivência dos desempregados crônicos, aqueles para os quais, em razão de seu nível precário de escolaridade, não mais haverá vagas disponíveis no mercado de trabalho. Programas que garantam um mínimo de renda ao desempregado, em troca de serviços de valor comunitário, aliado à oferta de cursos de qualificação profissional, constituem as melhores iniciativas que se pode conceber, no momento, para fazer frente a essa situação. Outros Estados e Municípios devem começar a agir nessa direção. Com o tempo, programas desse feitio poderão ser aperfeiçoados, devendo haver integração entre eles e a concessão do seguro-desemprego, cuja demanda também será crescente. A longo prazo, é claro, o desemprego crônico somente poderá ser aliviado por um intenso investimento em educação básica, por meio da escola pública.
Sr. Presidente, penso ter arrolado alguns fatores importantes na luta contra o desemprego e a favor do desempregado. Certamente ao Estado cabe a maior quota de responsabilidade nessa batalha em prol do cidadão produtivo que, por contingências do mercado e do momento histórico, verá minguadas as oportunidades de emprego. Uma atuação decisiva nesse particular garantirá a estabilidade social do País e um futuro melhor para todos.
Era o que tinha a dizer.