Discurso durante a 24ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

ESCLARECIMENTOS AO SENADOR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES SOBRE A QUESTÃO DO SALARIO MINIMO.

Autor
Jader Barbalho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PA)
Nome completo: Jader Fontenelle Barbalho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL. POLITICA SALARIAL.:
  • ESCLARECIMENTOS AO SENADOR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES SOBRE A QUESTÃO DO SALARIO MINIMO.
Aparteantes
Antonio Carlos Magalhães.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2000 - Página 5576
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL. POLITICA SALARIAL.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, SENADOR, AUSENCIA, DISCURSO, ORADOR, OFENSA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA PREVIDENCIA E ASSISTENCIA SOCIAL (MPAS), MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME).
  • DEFESA, ANTERIORIDADE, ESCLARECIMENTOS, RISCOS, FALENCIA, PREVIDENCIA SOCIAL, SUBSIDIOS, DEBATE, REAJUSTE, SALARIO MINIMO, POSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).

O SR. JADER BARBALHO (PMDB - PA. Para um esclarecimento. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, em primeiro lugar, lamento que o Senador Antonio Carlos Magalhães não tenha entendido o meu discurso. E vou ficar exatamente fazendo o juízo de que S. Exª não entendeu.  

Na verdade, Senador Antonio Carlos, não tenho hábito de ser intrigante. Quando não estou bem com a pessoa – aliás, V. Exª já deve ter sentido -, vê-se logo no meu rosto, no meu semblante. Não sou de fazer salamaleque, nem sou palaciano. Portanto, não tente incluir-me nessa relação, porque, em matéria de palácio, V. Exª ganha de mim - aliás, não só neste governo, mas em todos os outros.  

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL – BA) – V. Exª é imbatível.  

O SR. JADER BARBALHO (PMDB – PA) - Nesse terreno, eu não disputo com V. Exª.  

Agora, lamento profundamente, porque ocupei a tribuna primeiramente - e renovo - para prestar minha solidariedade quanto às acusações improcedentes feitas em relação a V. Exª. Renovo-a aqui, de forma sincera. Penso que V. Exª está sendo injustiçado nesse episódio da prefeitura de São Paulo. E se assim não pensasse, não faria o salamaleque, porque não sou dado a isso. Nem deixaria esse registro nos Anais do Senado Federal. Faço-o porque estou convencido de que V. Exª foi envolvido gratuitamente. Mas não posso aceitar que V. Exª diga o que disse, porque, em primeiro lugar, não falei aqui em honestidade do Ministros Waldeck Ornelas e muito menos do Ministro Rodolpho Tourinho. Não conheço absolutamente nada que desabone a conduta desses dois ilustres brasileiros. Em absoluto. Estou discutindo apenas uma tese. Dos Líderes, não estava presente somente eu nessa reunião; havia Líderes dos outros partidos, que ouviram o Ministro dizer isso na reunião. Não há da minha parte, absolutamente, nenhum interesse de incompatibilizar o Presidente da República com quaisquer dos seus Ministros. Há o interesse de esclarecer uma tese. Somente isso.  

Como fica? O Ministro da Previdência, que é do PFL, que é da Bahia, que é liderado pelo Senador Antonio Carlos Magalhães, diz que a Previdência quebra, diz que cada R$5 de aumento no salário mínimo corresponde a R$1 bilhão de déficit na Previdência! Aí o Presidente Antonio Carlos Magalhães fala em vencedores e vencidos. E aí especula-se sobre quem teria sensibilidade para dar mais R$20 - não é isso? - mais R$30 para o trabalhador brasileiro.  

Não, Sr. Presidente! Quero discutir essa questão com a seriedade que ela merece. Em primeiro lugar, merece, porque o interlocutor nesse debate é o homem público da vida do Senador Antonio Carlos Magalhães, que é digno de todo o nosso respeito e é o Presidente do Senado Federal. Por outro lado, Sr. Presidente, merece respeito o trabalhador brasileiro, que não pode ficar assistindo a essa discussão bisonha, que chega a ser ridícula, desses R$30 a mais, quando o Ministro da Previdência diz que, com esse aumento, quebra-se a Previdência; quando vem um partido, que é sustentáculo também do Governo, se alinha aos demais partidos.  

Não, Sr. Presidente, o que desejamos, o PMDB, é apenas esclarecer. E mais, reafirmo agora: se o Ministro Waldeck Ornelas disser na Comissão Mista que a Previdência resiste ao aumento, seja lá qual for o índice, o meu Partido dará integral solidariedade, Senador Antonio Carlos.  

O que não posso é assistir ao Ministro da Bahia e da Previdência e Senador, seu Colega, dizer uma coisa no Palácio do Planalto, V. Exª dizer outra na tribuna e ficar o meu Partido na relação dos insensíveis. Não, na relação dos insensíveis, não, Sr. Presidente!  

Queremos um debate como esse que se processa perante a opinião pública brasileira, para que a questão do salário mínimo seja tratada de forma séria.  

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Melo. Fazendo soar a campainha.) – Senador Jader Barbalho,...  

O SR. JADER BARBALHO (PMDB – PA) – Vou encerrar, Sr. Presidente. Renovo a V. Exª: eu não gostaria que o nosso debate pudesse descambar para um terreno que a biografia de V. Exª não merece, tampouco o Senado ou a opinião pública. V. Exª continua a merecer de mim, apesar das divergências, todo o respeito – e continuará merecendo.  

Quero aqui, ao encerrar, renovar os elogios ao currículo de V. Exª.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2000 - Página 5576