O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB - TO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu nobre Líder Tião Viana, meu nobre Líder Aloizio Mercadante, meus caros Pares, membros integrantes do Partido dos Trabalhadores, pedi, por delegação do meu Partido, para falar no horário da Liderança do PSDB, em primeiro lugar, para parabenizar V. Exª, Senador Tião Viana, pela decisão corajosa que toma. O Partido dos Trabalhadores, que, entendemos, atravessa um momento difícil, vem da luta democrática. É Governo e, por isso, tem o ônus que tivemos, Sr. Presidente, quando fomos, o PSDB, governo durante oito anos, junto com o Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Todos os integrantes desta Casa, de ontem para hoje, fomos informados da iminente possibilidade de V. Exª, Senador Tião Viana, deixar a Liderança do PT. Nós respeitamos as decisões internas de todos os Partidos, mas sabemos o quanto é importante o papel de V. Exª nesta Casa, o quanto V. Exª tem se esforçado para ser um bom interlocutor não apenas para o Governo, não apenas para o PT, mas para todo o Bloco que dá sustentação ao Governo que ora se instala, que está à frente da administração deste País, sob o comando do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Está na Bíblia, Srª Presidente, que “a casa dividida não se sustenta”.

Eu disse, por mais de uma vez, da tribuna desta Casa, que eu não me incluiria entre os parlamentares que buscam, nos discursos do passado, possíveis incoerências, diferenças. É assim que procedem todos aqueles que têm responsabilidade e que já passaram pelo Poder Executivo. Eu, por exemplo, já fiz parte do Executivo municipal, da capital do meu Estado, mas posso dizer também que dividi a experiência de estar ao lado do Governador Marcelo Miranda, hoje, e do meu pai, Governador Siqueira Campos.

Sabemos das dificuldades e das responsabilidades daqueles que governam. Governar é fazer por todos e para todos. Governar não é apenas para um partido ou apenas para os partidos de sustentação que apóiam o Governo. Há de ser maior a ação de quem governa. A ação de quem governa há de buscar em todos os partidos, em todos os segmentos organizados da política nacional, o devido apoio, como está sendo feito hoje, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quando, na residência oficial da Câmara dos Deputados, por iniciativa do Deputado João Paulo, que preside aquela Casa, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra com a Bancada Federal dos Deputados do PSDB.

Entendo que esse é um gesto de grandeza por parte do Senhor Presidente da República, por parte do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, mas também por parte dos nossos Deputados, que, de cabeça erguida, no intuito de servir à Nação, foram, a chamado do Presidente da República, discutir as reformas, discutir as necessidades de ampliar as bases de apoio, não de apoio ao Governo, mas às reformas de que o País necessita.

Portanto, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, aqui, em nome da Liderança do PSDB, saudar a decisão, mais corajosa ainda, tomada pelo Líder Tião Viana, que é a de permanecer na Liderança, enfrentar as crises, unir o Partido e fazer o melhor para a estabilidade dos demais Partidos que integram o Senado da República, que tem um papel muito importante nas reformas que iremos, com toda certeza, votar.

Eu disse, daquela tribuna, por mais de uma vez: feliz do Parlamentar que diz o que pensa; feliz do Parlamentar que pode dizer o que pensa sem estar sob a ameaça da expulsão.

Quero, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejar ao Partido dos Trabalhadores, que vem da luta democrática, que encontre a forma de resolver as suas questões internas; que possam estar abrigados todos aqueles que ajudaram a construir o momento que, sem dúvida nenhuma, é de grandeza para o Partido, pois está à frente da Presidência da República.

Espero que o Líder Tião Viana, na sua sabedoria, humildade e luta obstinada, tenha condições de unir o Partido dos Trabalhadores, que encontrará da nossa parte, digo e reafirmo, a mais firme disposição para discutir e votar as reformas, e para ensejar ao País e ao Presidente Lula a oportunidade que Fernando Henrique Cardoso não teve, mas de que o Brasil precisa e que o momento nacional exige.

Era esse o comunicado que eu desejava fazer, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores.