Discurso durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa dos produtores nacionais de alho.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Defesa dos produtores nacionais de alho.
Publicação
Publicação no DSF de 29/05/2003 - Página 13386
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, MANIFESTAÇÃO, PRODUTOR, ALHO, REGIÃO SUL, PAIS, FECHAMENTO, RODOVIA, PROTESTO, PRECARIEDADE, SITUAÇÃO, PRODUTOR RURAL, AUMENTO, DESEMPREGO.
  • ANALISE, PRECARIEDADE, SITUAÇÃO, PRODUTOR, ALHO, RESULTADO, FALTA, POLITICA, GOVERNO, GARANTIA, AQUISIÇÃO, SAFRA, IMPORTAÇÃO, PRODUTO AGRICOLA, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, ARGENTINA, DIFICULDADE, PAGAMENTO, FINANCIAMENTO, AUMENTO, DESEMPREGO, EXODO RURAL.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, neste momento, em Santa Catarina, ocorre o fechamento das rodovias BR-470 e BR-116 pelos produtores de alho do Sul do País. É que eles passam por um momento muito difícil, com o desemprego de mais de 20 mil pessoas. Além da competição com o alho da China, agora o Governo Federal está comprando alho da Argentina. Tudo bem, entendemos que se deve comprar, mas, comprando o alho da Argentina, o Governo prejudica os nossos produtores.

            Gostaria de dar como lido este pronunciamento, e deixo meu protesto contra a ação do Ministério da Agricultura, que não beneficia os agricultores e os produtores de alho do Brasil!

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR LEONEL PAVAN.

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O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria apenas de fazer um breve, mas importante registro sobre a situação dos produtores brasileiros de alho e a também importante decisão tomada ontem pelos colegas da Comissão de Assuntos Econômicos desta Casa, ao aprovarem requerimento de nossa autoria para a realização de audiência pública com o Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, visando a debater os prejuízos para o setor com a importação de alho.

Para se ter uma idéia da gravidade da situação, registro que, neste momento, encontram se reunidos na cidade de Curitibanos, em Santa Catarina, maior região produtora de alho do Brasil, na sede da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), todos os produtores e lideranças regionais para debater quais as ações que vão adotar para protestar pela atual situação do setor. O fechamento do trevo de ligação das BRs 470 e 116 por tempo indeterminado é uma decisão que não esta descartada.

Conforme já ressaltamos aqui neste plenário, os produtores reclamam que a importação indiscriminada de alho da China e da Argentina, aliada à falta de uma política governamental que garanta a compra da safra deste ano, está causando enormes prejuízos ao setor. Informações da Associação dos Produtores indicam que das 13 mil toneladas colhidas nesta safra em Santa Catarina, mais da metade ainda não foi comercializada. Nesta época, os produtores deveriam estar iniciando a plantação da próxima safra, mas sequer negociaram a anterior.

Os cálculos são de que 20% do total colhido já se perdeu e deve ser descartado pelos produtores em virtude do apodrecimento do produto. A tendência é que mais alho se estrague nos galpões por pura falta de compradores. É que o alho importado chega ao atacado com preços inferiores aos praticados pelo produtor nacional que tem custos de produção maiores. Por isso, os poucos produtores que conseguem vender o seu alho estão gastando menos da metade do que gastaram no cultivo.

Outra grande preocupação é com relação ao pagamento dos financiamentos contraídos pelas famílias de pequenos produtores da região.

Por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é urgente a necessidade da manifestação de nosso Ministro da Agricultura sobre o caso em tela. Ainda mais que a crise no setor do alho vai certamente provocar desemprego e êxodo rural. Mais de 20 mil empregos já estão praticamente reduzidos na área de plantio, diante da crise atual, sem que nenhuma medida tenha sido adotada pelo governo federal.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/05/2003 - Página 13386