Pronunciamento de Arthur Virgílio em 13/08/2003
Discurso durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Declínio da economia brasileira, conforme matéria publicada no Jornal do Brasil, edição de hoje, intitulada "Indústria de São Paulo demite pelo quarto mês".
- Autor
- Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
- Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Declínio da economia brasileira, conforme matéria publicada no Jornal do Brasil, edição de hoje, intitulada "Indústria de São Paulo demite pelo quarto mês".
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/08/2003 - Página 23385
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
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- CRITICA, INEFICACIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, SOLUÇÃO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL.
- LEITURA, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, JORNAL DO BRASIL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DENUNCIA, REDUÇÃO, NIVEL, EMPREGO, INDUSTRIA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
ECONOMIA EM DECLÍNIO
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o governo petista do Presidente Lula anuncia que espera dar uma acelerada nos programas e obras que constam do Plano Plurianual - PPA. É a forma escolhida, espero que não seja tarde para segurar um pouco o declínio da economia brasileira.
Cansei de fazer advertências ao governo, aqui desta tribuna, mas o governo parecia nem estar aí, fazendo ouvidos moucos também a todo o clamor da sociedade brasileira.
Só não vê a gravidade da situação da economia brasileira quem não quer ver. Basta ler os jornais para ficar em sintonia com o que o povo fala e clama nas ruas. O povo fala, o governo finge não ouvir e até vinha preferindo curtir as delícias e as benesses do poder.
Primeiro, cuidou de ajeitar o campinho de futebol da Granja do Torno, arrumou a churrasqueira e tratou de pedir a renovação do enxoval do Palácio da Alvorada, com direito a copos de cristal, lençóis com bordado inglês e uma fartura de fazer inveja para abastecer a despensa do poder, de bombons sonho-de-valsa a bebidas para ninguém botar defeito.
Em diversas oportunidades, mostrei que um dos caminhos seria a redução das taxas básicas de juros. O vice-Presidente José Alencar fez o mesmo, abrindo um berreiro do tamanho da boca do trombone.
Enquanto isso, de São Paulo, do Sul, do Sudeste, do Nordeste e do Norte, não faltam advertências. O comércio a desfalecer, a indústria demitindo e o desemprego aumentando. Seria necessário um quadro mais tenebroso?
Ainda hoje, conforme publica o Jornal do Brasil, as informações continuam negativas. “A indústria de São Paulo demite pelo quarto mês”.
Diz a nota que o nível de emprego no setor industrial de São Paulo completou em junho o quarto mês seguido de queda. Acrescenta o jornal, com base em informações da FIESP, que a indústria só voltará a contratar em setembro e outubro. E aduz: “Não há momento mais propício para uma redução substancial dos juros do que agora, quando as empresas colocam muitas mercadorias nas lojas”. Segundo explica o noticiário, para a diretora Clarice Messer, da FIESP, a redução dos juros funcionaria como um desacelerador da recuperação de empregos.
Leio, a seguir, para que conste dos Anais do Senado, como parte integrante deste pronunciamento, a notícia do jornal carioca:
Indústria de São Paulo demite pelo quarto mês
Fiesp pede isonomia na redução do IPI e queda mais forte dos juros
SÃO PAULO - O nível de emprego no setor industrial de São Paulo completou em julho o quarto mês seguido de queda. E segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), responsável pelo levantamento, a indústria só voltará a contratar entre setembro e outubro. Na avaliação da entidade, os dados de julho carregam um alento: houve uma diminuição no ritmo das demissões. No mês passado, foram fechados 1.213 postos, o que significa variação negativa de 0,08%. Em junho, o número de postos fechados no Estado chegara a 4.564 (variação negativa de 0,30%).
O resultado também é melhor na comparação com o de julho de 2002, quando o recuo chegou a 0,52%. Como tem sido praxe nos últimos meses, em julho apenas setores ligados, direta ou indiretamente, às exportações e à agricultura sobressaíram na criação de postos. No setor de congelados, o nível de emprego aumentou 16,18%, favorecido pelo envio da safra de laranja para as indústrias exportadoras. Já no setor automotivo, houve recuo de 0,13%.
A Fiesp cobrou do governo cortes mais ousados da taxa básica de juros e a extensão da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados a outras cadeias produtivas, além do setor automotivo.
- Funcionaria como um acelerador da recuperação de empregos - defendeu a diretora da Fiesp Clarice Messer.
Para a federação, a desaceleração das demissões ocorreu justamente graças aos ajustes (desova) dos estoques. Para a entidade, a atuação governamental deveria ocorrer em três vertentes: política monetária (juros), estímulo à confiança entre investidores (via aprovação das reformas) e subsídios à indústria, como o IPI menor e a desoneração de investimentos.
- Não há momento mais propício para uma redução substancial dos juros que agora - defendeu a diretora. - Com as empresas ofertando muita mercadoria no mercado, o tal risco de inflação de demanda fica muito reduzido.
A diretora da Fiesp referia-se aos argumentos do Banco Central, para a política de reduções graduais dos juros, de que um aquecimento rápido da economia pode provocar escassez de produtos e estimular reajustes. Clarice sustentou que, mesmo sem a atuação do governo, a retomada nas contratações virá no próximo mês, por conta de fatores sazonais (proximidade do Natal).
Mas não significa que o governo não possa fazer nada. Há um custo que está sendo carregado pela indústria, seja em menores investimentos, em empregos e diminuição da margem de lucros.
Era o que tinha a dizer.