O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiramente, agradeço a gentileza desse grande Senador Mão Santa, hoje presidindo o nosso Senado Federal. É para mim uma honra imensa usar a palavra com V. Exª na Presidência.

Tenho dois pronunciamentos a fazer desta tribuna. Primeiro, quero comunicar que Santa Catarina começa, nesta semana, 20 dias de festas. E digo Santa Catarina porque diversas cidades do nosso Estado, da região do Vale do Itajaí, no litoral, Balneário Camburiú, do norte do Estado e até da grande Florianópolis, iniciam suas festas do ano.

O mês de outubro, para os catarinenses, é tempo de celebração e alegria. É o mês da Oktoberfest de Blumenau, evento turístico que atinge, este ano, a marca de 20 edições. São duas décadas de sucesso desde que, em 1984, a comunidade local resolveu copiar a Festa do Chope de Munique, na Alemanha, que se repete desde 1810, quando o Rei Luís I, da Baviera, abriu ao povo a festa de seu casamento com a Princesa Teresa da Saxônia.

Assim como em Munique, em Blumenau a festa incorporou-se à alma popular. Ela é aguardada e preparada com uma dedicação e um entusiasmo comparáveis somente, proporções guardadas, aos dos foliões que fazem os desfiles das escolas de samba do Carnaval carioca. Durante os 18 dias que dura a Oktoberfest, o povo blumenauense demonstra o caráter hospitaleiro da cidade, recebendo visitantes de todo o Brasil e do exterior, que assistem aos desfiles dos grupos folclóricos, à apresentação das bandas, regalam-se com a culinária típica herdada dos colonos alemães e, claro, bebem à vontade o chope de primeira na temperatura certa, que é parte da cultura de ascendência germânica de nossa gente.

Este ano, comemorando a 20ª edição da Oktoberfest de Blumenau, haverá a apresentação de um total de 28 bandas, sendo 26 locais, uma norte-americana e uma alemã. Esta é a Högl Fun Band, dirigida por Michael Högl, autor da composição Hallo Blumenau, hino oficioso da festa.

A Oktoberfest de Blumenau é, mais que tudo, uma celebração da diversidade cultural deste nosso País, com suas peculiaridades regionais, porém com a extraordinária unidade que nos integra em uma Nação coesa e pacífica.

Por isso, Blumenau convida os brasileiros de todas as regiões a conhecerem suas tradições e confraternizarem com seus irmãos do Sul. Garanto que nenhum visitante sairá de lá decepcionado. Venham juntar-se ao meio milhão de pessoas que, todos os anos, têm ido a Blumenau em outubro. Este ano o Presidente da República estará presente.

Esta é minha homenagem ao povo de Blumenau.

Sr. Presidente, quero fazer um apelo para que o Governo Federal olhe para nossas rodovias. Já ficou comum ocuparmos esta tribuna para falar da BR - 101. É até chato que todas as semanas estejamos aqui falando da duplicação da BR-101, da recuperação do trecho já duplicado, da precariedade da BR-470, onde há acidentes todos os dias, da BR-282 e de tantas outras rodovias de Santa Catarina.

Quero fazer um apelo dirigido ao Departamento de Estradas e Rodagens e ao seu Diretor, Dr. Romualdo Teófilo Júnior. O Governo atual está investindo na recuperação da BR-101 em alguns trechos. O trecho de Balneário Camburiú a Itajaí é uma vergonha. Peço que seja fiscalizado. Por favor, não paguem a obra sem antes fiscalizá-la. É um absurdo o que lá estão fazendo: pintando o asfalto de preto, sem retirar as declividades ou arrumar os lugares onde a água fica empoçada. Nas cabeceiras das pontes e viadutos, os veículos continuando batendo forte e sofrendo acidentes. É tão forte a pancada que o veículo dá no início dos viadutos e pontes que, muitas vezes, pneus estouram.

Faço um apelo ao departamento para que fiscalize. Nós, da Oposição, não estamos aqui apenas para ser críticos, mas para alertar. Até tenho dito que, às vezes, quem apóia o Governo não tem esta coragem de dizer, para não ferir seus companheiros, ou porque é de Partido, ou porque foi indicado por A ou B. Nós temos que dizer. Estou aqui porque, se a obra for bem-feita, o Presidente Lula não vai cair na pesquisa como está caindo. Se a obra for aceita pelo povo, não vai aumentar a reprovação popular que está tendo. Se o dinheiro público for bem aplicado, o povo não vai sair para as ruas, como está saindo, dizendo-se decepcionado com o atual Governo.

Estamos aqui justamente para ajudar a manter o prestígio que o Presidente Lula conquistou durante 23 anos, para que não perca o prestígio em tão pouco tempo.

Repito: o trecho da BR-101 duplicado, onde estão sendo feitas algumas recuperações, é uma vergonha, como diz Boris Casoy. Não há a mínima condição de dizer que lá se investiu algum recurso público e que se recuperou algo. Faço este alerta em face da cobrança da população. Fui, no sábado à noite, a uma formatura em Florianópolis, convidado por uma formanda da Unisul. Quando cheguei, convidaram-me para acompanhar o vice-reitor até a mesa. Não pude ficar até o final, e retirei-me porque tinha outra formatura. E o vice-reitor foi deselegante comigo porque, assim que saí, ele disse ser uma pena que o Senador Leonel Pavan não estivesse ali para ouvir sobre a duplicação da BR-101.

Temos que ouvir, sim, e estamos ouvindo todos os dias, mas isso tem que ser dito ao Governo, que está virando as costas aos compromissos assumidos com Santa Catarina. Temos que ouvir, sim, porque também somos representantes de Santa Catarina. Porém, há que se dizer que nós, da Oposição, temos coragem de falar, de expressar o sentimento popular. Mas o outro lado não pode falar da mesma forma, porque, comprometido com o Governo, comprometido com as pessoas que foram nomeadas, cala-se, apenas fazendo discurso olhando pelo retrovisor, falando do Governo passado, e não olhando para a frente, para o próprio nariz, para o presente que está levando o nosso Brasil para um caos total, lamentavelmente.

Essas são as minhas palavras, meu querido amigo, Presidente Mão Santa. Hoje, o pronunciamento de V. Exª foi fantástico, alertando a população para a queda que está tendo o Governo em razão do aumento do desemprego, em razão dos cortes de dinheiro para a saúde e para a ação social, em razão de até agora não ter liberado um centavo das emendas conquistadas pelos Parlamentares no ano passado.

Acorde, Lula, senão será tarde demais para se reerguer e dizer ao povo que quer fazer o melhor para o nosso País!

O boom, aquela explosão de crescimento está demorando para acontecer.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) - Senador Leonel Pavan, peço permissão para prorrogar a sessão por dez minutos, que vamos, em comunhão, dividir entre os Senadores Sérgio Zambiasi e Lúcia Vânia. V. Exª já passou dez minutos.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Seu gesto de gentileza comigo certamente será reconhecido quando estivermos na Presidência, compensando o tempo que nos foi dado.