Discurso durante a 17ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários ao artigo "O aventureiro", de autoria do jornalista Jânio de Freitas.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários ao artigo "O aventureiro", de autoria do jornalista Jânio de Freitas.
Publicação
Publicação no DSF de 11/02/2004 - Página 3794
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, JANIO DE FREITAS, JORNALISTA, CRITICA, INEFICACIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, INFERIORIDADE, PRODUÇÃO INDUSTRIAL.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. venho hoje a esta tribuna ler um artigo do jornalista Jânio de Freitas.

Que tem seu titulo: O Aventureiro.

A recepção jornalística e política aos números do IBGE sobre a atividade industrial no primeiro ano Lula foi mais ligeira, como tem ocorrido a quase tudo que tem relevância, do que o merecido pelas revelações feitas. O conjunto de números que compõem o miolo da pesquisa é tão impressionante que vale, por si só, como caracterização do que, de fato, o governo Lula.

Para não dizer que a produção industrial teve zero de crescimento, em comparação com mau ano de 2002, da tumultuosa disputa eleitoral, o primeiro de Lula deu o resultado de 0,3%.

Houve, é claro, setores com produção aumentada, de um ano para outro, e setores forçados ao oposto. E nesta contraposição está o fundamental, mais do que sobre o ano, sobre o governo Lula e o endossante Partido dos Trabalhadores.

Os setores industriais que condenaram o índice anual, dada a sua queda de produção e, portanto, de vendas, são, todos, voltados para o consumo da população em geral. Para citar alguns, o farmacêutico teve queda de 18,5%; o de roupas e calçados, redução de 12,5%; alimentos industrializados, cerca de 3%menos; produtos plástico, menos 11%; tecidos queda de 7%.

Há uma denúncia gritante nessa quedas de produção, cuja lista completa é muito maior: todas são referentes a produções que dependem do poder de compra da população, ou seja, do nível de emprego e do poder aquisitivo dos salários.

Os jornais preferiam comparar o ocorrido no primeiro ano de Lula com o governo de Fernando Henrique Cardoso, concluir que 2003 foi o de pior desempenho desde 99, aquele da mudança no cambio e cuja produção industrial caiu quase 1%. Mas, se considerados todos os resultados desde que o IBGE começou tal pesquisa em 1985, a conclusão é mais clamorosa: a queda em 2003 de 5,5% da produção dos chamados bens não-duráveis (os de consumo geral, como alimentos, remédios, roupas, higiênicos e assemelhados) não tem precedente. É a maior já registrada. O que significa que nem os devastadores anos de Collor chegaram a resultados tão perversos socialmente quanto o faz a política econômica do governo Lula.

Se isso não quer dizer algo muito importante, em muitos sentidos, então nada mais tem importância na relação entre governo e população, entre governo presente e futuro do país. Jamais, porém, uma população e seu país deixaram de pagar por terem um governo administrativamente aventureiro e irresponsável socialmente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/02/2004 - Página 3794