Discurso durante a 45ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Realização da Feira Agropecuária "Agrishow", de Ribeirão Preto-SP, no próximo dia 30 de abril do corrente.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Realização da Feira Agropecuária "Agrishow", de Ribeirão Preto-SP, no próximo dia 30 de abril do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2004 - Página 11342
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • ANUNCIO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), FEIRA AGROPECUARIA, MUNICIPIO, RIBEIRÃO PRETO (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), SUPERIORIDADE, DADOS, COMPARECIMENTO, PRODUTOR, COMERCIALIZAÇÃO, DIVULGAÇÃO, TECNOLOGIA.
  • REGISTRO, ENTRADA, MUNICIPIO, RIO VERDE (GO), ESTADO DE GOIAS (GO), ROTEIRO, FEIRA AGROPECUARIA, BRASIL, COMENTARIO, IMPORTANCIA, AGRICULTURA, PARTICIPAÇÃO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), LUTA, AMPLIAÇÃO, COMERCIO EXTERIOR, REDUÇÃO, SUBSIDIOS, PAIS ESTRANGEIRO, TARIFAS, PRODUTO NACIONAL.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, no próximo dia 30 de abril, portanto, amanhã, estarei, juntamente com outros Senadores e Deputados Federais e em companhia do ilustre Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, participando da feira agropecuária Agrishow, em Ribeirão Preto. Trata-se da maior feira de agronegócio da América Latina, na qual são apresentadas a produtores e criadores de todo o País as mais recentes novidades em maquinário e tecnologia nas diversas áreas do agronegócio.

Para se ter uma idéia, a expectativa dos organizadores é que passem pela feira cerca de 150 mil produtores rurais, que deverão movimentar a enorme quantia de R$1 bilhão em comercialização.

A Agrishow de Ribeirão Preto é apenas uma etapa, a maior etapa do circuito Agrishow de feiras agropecuárias. Ao longo do ano, em diversas cidades de forte potencial para o agronegócio, são realizadas feiras, onde pequenos e grandes fornecedores de máquinas, equipamentos, produtos e serviços agropecuários apresentam novidades.

Além de oportunidades de negócios, as feiras Agrishow são pontos de encontro de troca de novas tecnologias, fundamentais para o crescimento da produção e o aumento da produtividade no País.

O Estado de Goiás entrou este ano de forma definitiva no circuito Agrishow. Também ao lado do Ministro Roberto Rodrigues, no inicio do mês, pude participar da primeira Agrishow da cidade de Rio Verde, no sudoeste goiano, hoje um dos maiores centros de agronegócio do interior do Brasil.

O sucesso da primeira Agrishow de Rio Verde, feita em conjunto com a Comigo, a Cooperativa Mista dos Produtores de Goiás, se mede pela grandeza dos resultados. Nada menos do que 38 mil produtores visitaram a feira, superando em 30% as estimativas iniciais.

O volume de negócios realizado superou os R$400 milhões, envolvendo produtores e criadores de sete Estados: Goiás, Tocantins, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minais Gerais.

A Agrishow de Rio Verde proporcionou aos produtores goianos a oportunidade de ter contato e negociar com os maiores fabricantes do Brasil em máquinas, implementos, sementes e outros insumos. Os produtores presentes puderam ver diversas demonstrações de novas tecnologias de campo e estreitar parcerias com instituições financeiras também presentes ao encontro.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveito esta oportunidade para cumprimentar os líderes do setor em Goiás, responsáveis pelo sucesso do evento, a começar pelo presidente da Agrishow de Rio Verde, Antônio Chavaglia, também presidente da Comigo - Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano -, uma das maiores e mais bem organizadas cooperativas deste País. Quero também agradecer a presença na nossa querida cidade de Rio Verde de importantes autoridades nacionais do setor: o Ministro Roberto Rodrigues, o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil, Márcio Lopes, o Presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Deputado Federal Leandro Vilela, e tantas outras autoridades. Desejo cumprimentar também o Prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha, o Deputado Estadual Wagner Guimarães, o Governador de Goiás, Marconi Perillo, o Secretário de Comércio Exterior de Goiás, ex-Ministro Ovídio de Angelis, e o Secretário de Agricultura, José Mario Sheirer. Todos eles são pessoas que ajudaram muito no sucesso do evento.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trato deste assunto nesta tribuna porque é preciso sempre ressaltar a importância do agronegócio para o Brasil. Na verdade, é a força do campo que tem sustentado a economia brasileira nos últimos anos.

Em 2002, por exemplo, o PIB do agronegócio cresceu 8% enquanto a economia como um todo cresceu apenas 1,5%. No ano passado, o desempenho se repetiu enquanto a economia brasileira teve crescimento quase zero.

Este ano, o Brasil irá colher uma safra recorde de aproximadamente 115 milhões de toneladas de grãos, contra 98 milhões do ano passado, sem contar que o superávit das exportações em 2003 foi de US$20 bilhões. Hoje, o agronegócio é responsável por 30% de todo o PIB do Brasil.

O Brasil vive um momento muito positivo neste setor. Temos hoje no comando da Agricultura um homem que entende do ramo, o Ministro Roberto Rodrigues, que inicia a consolidação de inúmeros projetos. Mas os desafios ainda são imensos. Não podemos, em razão dos resultados positivos de hoje, cruzar os braços para o amanhã.

Está mais do que na hora de priorizar políticas eficientes para o campo. Como tem dito com freqüência o Ministro Roberto Rodrigues, potências industriais como a França e os Estados Unidos também são potências agrícolas.

É preciso estabelecer prioridades porque existe muito a ser superado. Um dos grandes desafios será enfrentar a questão dos subsídios agrícolas pagos pelos países ricos.

Europa, Estados Unidos e Japão gastam US$100 bilhões por ano em subsídios. Barreiras alfandegárias impedem o produto brasileiro de avançar no mercado externo. O custo de produção do arroz no Japão é um dos mais altos do mundo. Mesmo assim, o país cobra uma taxa de 1.000% para a entrada de arroz estrangeiro.

A carne brasileira chega aos portos europeus custando cerca de US$2 mil a tonelada. Para sua entrada, pagam-se taxas que elevam o preço para US$5 mil, ou seja, o preço mais do que duplica.

Desde que os países começaram a fazer acordos comerciais globais, após a II Guerra, as tarifas alfandegárias para produtos industrializados caíram de 40% para 2%. No caso dos produtos agrícolas nada mudou. Por aí se vê que, além de investimentos internos, a batalha diplomática torna-se prioritária.

Os números e as ações recentes mostram que estamos no caminho correto. É preciso persistir e levar adiante essa luta. Para ser uma grande potência econômica mundial, certamente será necessário o Brasil firmar-se como uma superpotência no agronegócio, como já vem ocorrendo.

Como muitos de nós que temos origem no campo aprendemos desde cedo, quando a agricultura vai bem, toda a economia recebe benefícios e vai bem. Esse é o caminho para o Brasil. E o Governo do Presidente Lula está no caminho certo, reinventando o relacionamento com o setor, com resultados que, esperamos, serão muito positivos para o Brasil.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2004 - Página 11342