Discurso durante a 89ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Crescimento do comércio do Brasil com outros países como resultado das viagens do Presidente Lula.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMERCIO EXTERIOR. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Crescimento do comércio do Brasil com outros países como resultado das viagens do Presidente Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 25/06/2004 - Página 19440
Assunto
Outros > COMERCIO EXTERIOR. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • AVALIAÇÃO, VIAGEM, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTICIPAÇÃO, EMPRESARIO, AMERICA DO NORTE, RESULTADO, ATRAÇÃO, CAPITAL ESTRANGEIRO, INVESTIMENTO, BRASIL, AMPLIAÇÃO, COMERCIO EXTERIOR.
  • REGISTRO, DADOS, CRESCIMENTO, COMERCIO EXTERIOR, POSTERIORIDADE, VIAGEM, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAISES ARABES, UNIÃO EUROPEIA, CONTINENTE, AFRICA, ASIA, NECESSIDADE, COLABORAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, APROVAÇÃO, LEGISLAÇÃO, FALENCIA, PARCERIA, SETOR PUBLICO, INICIATIVA PRIVADA, SEGURANÇA, BIOTECNOLOGIA, REFORMA JUDICIARIA.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, temos tido embates muito acalorados aqui no plenário do Senado, e sempre tenho me preocupado muito em trazer para a tribuna temas relevantes que, muitas vezes, acabam passando despercebidos devido ao nosso envolvimento nos embates e debates.

Indiscutivelmente, não poderíamos deixar de registrar a realização dessa viagem internacional do Presidente Lula, que está se reunindo com executivos de grandes corporações dos Estados Unidos, do México e do Canadá. O evento reúne mais de setecentos participantes, entre os quais estão representantes dessas grandes corporações. No início do ano, o Presidente Lula realizou atividade semelhante a essa em Genebra, na Suíça, a que compareceram cerca de duzentos e vinte empresários e investidores globais. Daquela reunião, resultou a concretização de investimentos da ordem de US$3 bilhões, de empresas chinesas e também do grupo alemão continental, grande investidor na área de pneus que também já anunciou investimentos em unidade fabril em nosso País.

O resultado de eventos como o realizado na Suíça no início do ano e esse que está ocorrendo em Nova Iorque é um exemplo concreto da linha adotada pelo Presidente Lula, que, de forma intensiva, sai em busca dos investidores, com a finalidade de trazer para a economia brasileira os investimentos tão importantes e necessários para consolidar nosso crescimento econômico.

Além da busca de investimentos, as viagens internacionais também têm se caracterizado pelo fechamento de negócios, pela ampliação e pela intensificação da promoção comercial e empresarial de nosso País. Os resultados das viagens do Presidente Lula são bastante concretos.

Eu queria registrar que, no rastro das viagens presidenciais, o crescimento das atividades comerciais se deu de forma bastante concreta. Para conhecimento do Plenário, vou ler alguns dados: viagem à África do Sul, em novembro de 2003 - no período subseqüente, houve um crescimento de 40,9% nas relações comerciais com a África; visita ao Egito, em dezembro de 2003 - crescimento de 91% no período subseqüente; visita à Espanha, em junho de 2003 - crescimento de 32,4% no comércio com a Espanha no período subseqüente; visita à Líbia em dezembro de 2003 - crescimento no período subseqüente de 70,8%; visita à Namíbia em novembro de 2003 - crescimento de 55,2%; visita a Portugal, em julho de 2003 - crescimento de 31% no período subseqüente; visita à Síria em dezembro de 2003 - 805% de crescimento.

Registro que só o resultado dos contratos comerciais assinados com a Síria corresponde a uma vez e meia o preço do avião comprado pelo Presidente e tão criticado pelos seus opositores. Portanto, só a viagem à Síria pagou efetivamente o tão famoso e tão criticado avião. Graças à implementação do comércio com a China, ultrapassamos a casa dos US$80 milhões.

Nessas viagens o Presidente busca intensificar as relações comerciais e atrair os investimentos. O Presidente está, indiscutivelmente, fazendo a parte dele. Está indo atrás dos investimentos, está articulando, está colocando o Brasil numa posição soberana de relação com os blocos econômicos e com os demais países. Nós, Congresso, também temos uma tarefa: dar os instrumentos para que o Brasil, cada vez mais, tenha condições de fazer a disputa.

Repetindo, houve a reunião em Genebra no início do ano; houve a visita à China, onde foram feitas tratativas com a perspectiva de trazer investimentos da ordem de quatro a seis bilhões de dólares para ferrovias e portos. É esse compromisso com os investidores que está sendo reafirmado pelo Presidente Lula nos Estados Unidos.

Há perspectiva de realização, no final do ano, de uma grande reunião de cúpula entre representantes dos países árabes e todos os Presidentes da América do Sul, para trazer investimentos, porque vários investidores árabes não querem deixar seus investimentos nos Estados Unidos, por causa dos problemas advindos da política nacional do Presidente George Bush. Entretanto, tudo isso só pode concretizar-se se efetivamente toda a agenda econômica for cumprida pelo Congresso. Estão em curso as negociações do projeto da parceria público-privada. É fundamental que sejam concluídas logo, para que possamos votar rapidamente essa matéria. É exatamente a parceria público-privada que irá atrair esses investimentos. Podemos concretizar os contratos, tanto com a China quanto com esses investidores que estiveram reunidos com o Presidente Lula e também com os investidores árabes.

Ainda precisamos votar o Projeto de Lei de Falências, que estabelece normas para recuperação das empresas; o projeto da biossegurança para incrementar a pesquisa. Além disso, precisam ser feitas modificações na legislação relativa à construção civil. O projeto que trata da inovação tecnológica ainda está na Câmara e também terá de vir para o Senado.

Esses são os projetos fundamentais que vão dar sustentação às tratativas que o Presidente Lula, de forma tão eficiente, tem feito ao longo de quase um ano e meio de Governo. Portanto, o Presidente está cumprindo a sua tarefa, e nós, Senadores e Senadoras, também temos de cumprir a nossa e realizar, em curto espaço de tempo, as votações que todo o País aguarda. Todo o debate a respeito da maneira como vamos trabalhar - se vai haver, ou não, recesso -, e da forma vamos concluir a votação de nossa agenda é muito importante. É grande nossa responsabilidade para com o nosso País. Por isso, precisamos votar as matérias importantes, principalmente as de cunho econômico. A reforma do Judiciário também tem relação com a questão econômica, porque muitos investidores se assustam quando vêem a morosidade da Justiça brasileira, que leva décadas para dirimir dúvidas a respeito de contratos estabelecidos e submetidos ao Judiciário. No Brasil as decisões judiciais demoram muito. Tudo isso é necessário para dar sustentabilidade ao crescimento econômico que o País retomou. Mas, se nós não cumprirmos a tarefa, que deve ser realizada em curto espaço de tempo, e não votarmos esses projetos, todo o esforço do Governo Lula poderá não dar o resultado que, potencialmente, poderia dar para o nosso País, para o povo brasileiro.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/06/2004 - Página 19440