Discurso durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcrição, nos Anais do Senado Federal, de artigo do jornalista Clóvis Rossi, publicado na Folha de S.Paulo, de 4 de julho do corrente, intitulado "A confissão de Dirceu".

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Transcrição, nos Anais do Senado Federal, de artigo do jornalista Clóvis Rossi, publicado na Folha de S.Paulo, de 4 de julho do corrente, intitulado "A confissão de Dirceu".
Publicação
Publicação no DSF de 09/07/2004 - Página 22891
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, DECLARAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, INTERESSE, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEMONSTRAÇÃO, CONDUTA, GOVERNO, PRIVILEGIO, CARATER PESSOAL, PREJUIZO, COMPROMISSO, DESENVOLVIMENTO, PAIS.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à Tribuna neste momento para comentar o artigo intitulado “A confissão de Dirceu”, de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo de 4 de julho do corrente. O artigo mostra que o Ministro-Chefe da Casa Civil, José Dirceu, teria declarado que seu projeto político pessoal seria a reeleição do Presidente Lula.

            A declaração do Ministro ajuda a entender o atual governo, que privilegia as ambições pessoais em detrimento dos compromissos com o desenvolvimento do país.

Sr. Presidente, solicito que o referido artigo seja considerado parte integrante deste pronunciamento, e assim, passe a constar dos Anais do Senado Federal.

Era o que eu tinha a dizer.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR LEONEL PAVAN EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

FOLHA DE S.PAULO, 04/07/2004

A confissão de Dirceu

Clóvis Rossi

O Brasil é uma fábrica de absurdos tão absurda que a gente acaba deixando passar frases reveladoras de autoridades. Entre elas, a seguinte, de autoria do chefe da Casa Civil, José Dirceu: "Não tenho projeto político pessoal que não seja a reeleição do presidente".

Como assim? Governar o país deixou de fazer parte do projeto político de um dos mais altos funcionários do Estado? Ou nunca foi?

Se foi apenas um lapso retórico, o ministro deveria vir rapidamente a público para explicar qual é o seu projeto político. Porque, se for só esse que ele anunciou, tem que pedir demissão. Não é honesto trabalhar, com dinheiro público, apenas para reeleger um cidadão. Se é para isso, que recupere a sua boquinha no PT e largue a boquinha no governo.

Dirceu parece estar comprovando na prática uma avaliação feita nesta mesma Folha, dia 6 de abril último, por Zander Navarro, professor visitante da Universidade de Sussex (Inglaterra) e professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Navarro constata que a "nova geração de militantes recrutada na última década" (não por acaso o período em que Dirceu "modernizou" o PT) passou a ser "ampla maioria do partido (e) deixou, por absoluta desnecessidade, de refletir sobre a nação e os constrangimentos de sua história, tornando-se incapaz de propor projetos de futuro". Conclusão: "O que sobrou foi, tão-somente, a busca incessante às prebendas associadas ao poder. Esse fato rebaixou espantosamente o debate político interno e escancarou as portas para o privilegiamento de ambições, pessoais e dos inúmeros subgrupos existentes". A frase de Dirceu dá razão à análise e ajuda muito a entender o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/07/2004 - Página 22891