Discurso durante a 113ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato de sua participação na Comissão Parlamentar que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a seleção brasileira ao Haiti.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA EXTERNA.:
  • Relato de sua participação na Comissão Parlamentar que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a seleção brasileira ao Haiti.
Aparteantes
Eduardo Siqueira Campos, Eduardo Suplicy, Rodolpho Tourinho.
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/2004 - Página 27247
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • PARTICIPAÇÃO, ORADOR, EDUARDO SUPLICY, LEOMAR QUINTANILHA, HELIO COSTA, SENADOR, VIAGEM, PRESIDENTE DA REPUBLICA, SELEÇÃO, FUTEBOL, SOLIDARIEDADE, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI, PRESENÇA, FORÇAS ARMADAS, BRASIL, LIDERANÇA, MISSÃO, PAZ, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CONTRIBUIÇÃO, ESTABILIDADE, RECUPERAÇÃO, DEMOCRACIA.
  • AGRADECIMENTO, COLABORAÇÃO, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF).
  • GRAVIDADE, SITUAÇÃO, MISERIA, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI, REGISTRO, DADOS.
  • ELOGIO, POLITICA EXTERNA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, COLABORAÇÃO, EXERCITO.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, agradeço ao Senador Eduardo Suplicy a gentileza de me ceder a oportunidade de falar antes de S. Exª, que naturalmente fará brilhante pronunciamento.

Sr. Presidente, juntamente com os Senadores Eduardo Suplicy, Leomar Quintanilha e Hélio Costa - que continua no Haiti -, viajei àquele país, de onde retornei ontem. Lá representamos o Senado da República e pudemos acompanhar de perto a visita do Presidente Lula aos soldados da Força de Paz da ONU. Além disso, assistimos ao chamado Jogo da Paz, entre a Seleção Brasileira e a Seleção do Haiti.

Foi realmente um momento indescritível a chegada da Seleção Brasileira. Penso que nem no Brasil a Seleção foi tão bem recebida quanto no Haiti. Tanto é verdade que os jogadores tiveram de ser conduzidos em urutus - tanques de guerra -, tal era a loucura do povo para vê-los. Eles realmente não poderiam ser transportados em automóveis ou camionetas comuns.

Foi realmente um momento de muita emoção - quero crer - para todos os jogadores da Seleção Brasileira e para o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, efusivamente saudado pelo povo haitiano. O Presidente Lula realmente se vai transformando em um grande líder das Américas, em um dos grandes líderes de todo o Planeta. Sem dúvida, foi um evento de grande significado político e social.

Afundado em uma grave crise, desde a queda do ex-Presidente Jean-Bertrand Aristide, há cinco meses, o Haiti tenta restabelecer sua normalidade política, passo fundamental para que o país possa iniciar o combate aos terríveis indicadores sociais que ostenta.

Desde a queda de Aristide que uma força de paz da ONU marca presença no país, ajudando nesse processo de normalização institucional. É justamente o Brasil que comanda essa força de paz, atendendo a pedidos de países como a França e os Estados Unidos e a fortes apelos da própria ONU.

O General Heleno Pereira é o comandante da Minustah. É o general brasileiro que comanda todas as forças de paz no Haiti, oriundas do Chile, do Uruguai. Prevê-se agora a chegada de representantes do Nepal e da Argentina. Todas as forças de paz são chefiadas pelo General Heleno Pereira, comandante da Minustah. Há ainda a Brigada Militar, comandada pelo General Américo Salvador. São esses dois generais do Brasil que comandam as forças. O General Américo Salvador comanda a Brigada Haiti, e o General Heleno Pereira comanda a Minustah, a força de paz.

Foi extraordinariamente importante para todos nós o encontro do atual presidente do Haiti, Boniface Alexandre, e do Primeiro Ministro, Gérard Latortue, com as autoridades brasileiras que estiveram naquele país - Celso Amorim, Ministro de Relações Exteriores; Tilden Santiago, Embaixador do Brasil em Cuba; Armando Cardoso, Embaixador do Brasil em Porto Príncipe; Agnelo Queiroz, Ministro dos Esportes; os Deputados Federais João Herrmann e Luiz Eduardo Greenhalgh. Todos esses encontros foram marcantes, inclusive o encontro com Gérard Latortue, um dos líderes de esquerda no Haiti.

Desde a queda de Aristide, essa força de paz está no Haiti. É interessante observar que, depois que chegou a força de paz do Brasil naquele país, o número de crimes, a violência reduziu drasticamente. Dizia-nos o General Salvador que, na primeira patrulha, encontraram em torno de oito a nove corpos, em função de brigas de gangues. Na segunda patrulha, já houve redução; no último mês, nenhum corpo, nenhuma vítima foi encontrada. Esse fato é devido a atuação da força de paz brasileira, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica brasileiros, que mandaram soldados àquele país.

Os brasileiros são muito queridos e muito respeitados pelo povo haitiano, por isso têm colaborado para a redução do índice de criminalidade naquele país.

O Brasil, repito, que já participou em Angola, Moçambique, Timor Leste, Honduras, Nicarágua, nunca comandou e nem teve um contingente tão grande como tem hoje no Haiti. Hoje, são cerca de 1.200 soldados brasileiros no Haiti. É o maior contingente que o Brasil já mandou a outro país para missão de paz. Lógico, não missão de ocupação, mas de paz.

O Haiti é o mais pobre país de todo o hemisfério ocidental. De acordo com dados da ONU, cerca de 80% dos habitantes vivem abaixo da linha da pobreza, mais de 50% estão desempregados ou vivem em subempregos. O Haiti ainda ostenta índices altíssimos de mortalidade infantil, desnutrição infantil e analfabetismo. O índice de analfabetismo gira em torno de 60% da população.

Isso tudo é resultado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de uma sucessão de ditaduras que dominaram o país ao longo de décadas. Com a queda de Aristide e a intervenção da ONU, os haitianos agora respiram a possibilidade de construírem uma nação democrática que possa efetivamente combater a pobreza, a miséria e a injustiça, porque com injustiça social não se chega à democracia, não se chega à paz.

A presença também da seleção brasileira em Porto Príncipe, capital do Haiti, foi uma festa emocionante. Relataram-nos que as comemorações no Haiti, em função da vitória do Brasil na Copa América, foram dez vezes superiores às comemorações feitas aqui, no Brasil. O país parou por um dia e foi festa dia e noite em Porto Príncipe, em função da vitória brasileira na Copa América. Agora, com a chegada da seleção brasileira, que - repito - teve que ser transportada em tanques de guerra, nos chamados Urutus, porque era impossível os jogadores serem transportados de outra forma, tal era a multidão de milhares e milhares de pessoas ao longo das ruas e avenidas que davam acesso ao estádio de futebol.

Se não fosse um povo de índole pacífica, se não fosse um povo de índole boa, a seleção brasileira não poderia ter corrido o risco de lá se apresentar, primeiro porque o estádio não comporta mais do que 13 mil torcedores; segundo, o estádio praticamente não tinha grama; tiveram que adquirir uma grama sintética para colocar ao longo do campo de futebol, para que a seleção pudesse exibir o seu belíssimo futebol.

Agora o mais interessante foi o diálogo do Presidente Lula com Ronaldo, Ronaldinho, Júlio César e outros jogadores. O Presidente Lula disse a eles que talvez teriam que jogar em campo de terra diante daquela situação, e os jogadores, inclusive o próprio Ronaldo, o fenômeno mundial do futebol, disse que foi num campo de terra que ele começou, aprendeu a jogar futebol e não teria problema nenhum para ele e para seus companheiros se tivessem que jogar também num campo de terra. Isso foi uma demonstração de humildade da seleção brasileira que temos que ressaltar: a melhor seleção do mundo, a seleção classificada em primeiro lugar há mais de dez anos ter a humildade de ir ao país mais pobre do Ocidente apresentar o seu futebol, inclusive se dispor a jogar em campo de terra.

Quero também, Senador Leomar Quintanilha, associar-me aos cumprimentos que V. Exª fez à CBF na pessoa do Presidente Ricardo Teixeira, tantas vezes criticado, inclusive por nós mesmos, mas que merece os nossos aplausos e os aplausos do povo brasileiro por ter tido a compreensão de fazer essa alegria do povo haitiano. A CBF e o próprio Presidente bancaram as passagens, o “bicho” e tudo para que a seleção brasileira se apresentasse - o “bicho” a que me refiro é a gratificação que é dada aos jogadores. Por isso o Presidente da CBF e todos os jogadores da CBF merecem os aplausos do povo brasileiro pelo gesto magnânimo que tiveram para com o povo haitiano.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite?

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - O Senador Eduardo Siqueira Campos pediu primeiro. Em seguida, com muita honra, ouvirei V. Exª.

Com a palavra o brilhante Senador Eduardo Siqueira Campos.

O Sr. Eduardo Siqueira Campos (PSDB - TO) - Agradeço a V. Exª. Antes, quero prestar um esclarecimento ao meu colega Senador Eduardo Suplicy, por quem nutro uma profunda admiração. Solicitei o aparte porque sei que V. Exª é o próximo orador inscrito e que se referirá sobre o assunto. Terei a honra de participar e de ouvir o discurso de V. Exª. Senador Maguito Vilela, aproveito a presença de V. Exª na tribuna, a presença do Senador Leomar Quintanilha, que me dá a honra de representar o Tocantins nesta Casa, e a do Senador Eduardo Suplicy para parabenizá-los pela participação honrosa que o Senado da República teve, juntamente com o Senador Hélio Costa, nessa importante missão. Parabenizo o Presidente Lula. O caráter pacífico do Brasil nos permite exercer um papel de liderança, agregando à simpatia que o País desperta esta importante participação no cenário mundial, principalmente num país pobre e com imensas dificuldades como o Haiti. Com relação à CBF, quero repetir o que disse o Senador Leomar Quintanilha. Da nossa parte, só elogios. Como torcedor, senti ontem um desejo que não vi cumprido. Talvez seja uma coisa de quem não entende muito ou a entende apenas como torcedor. Imaginei, tamanho o carinho do povo do Haiti para com a seleção brasileira e para com o Brasil, que, da metade do jogo para frente, nossos principais craques pudessem ter vestido a camisa do Haiti e que tivéssemos tido algo mais amistoso do que foi. Não digo que o Brasil não precisasse vencer de 6 X 0, como pediu o Presidente Lula ao dizer que não ganhassem de muito. Mas, melhor que ganhar de um ou de seis, teria sido os brasileiros vestirem a camisa do Haiti para que ficasse simbolizada toda nossa integração. Porém, se isso não aconteceu, o mais importante ocorreu: foram expressadas a alegria, a felicidade, a integração dos povos e, principalmente, a importante missão pacífica que faz o Brasil naquele país. Senador Maguito Vilela, compreendo, entendo e sei que a liderança do Presidente Lula pode trazer muito para o mundo, pode trazer muito para o Tocantins. Aproveito para firmar posição, neste instante, com relação a algo que o Senado deve fazer de imediato para com a intenção do Presidente da República: aprovar o Programa de Parcerias Público-Privadas. O Brasil precisa desses investimentos. Por último, para não tomar mais o tempo de V. Exª - já que meu intuito era parabenizá-lo -, o Tocantins não tem seguramente, em função do trabalho árduo que estamos realizando, índices tão degradantes como os do Haiti, mas temos problemas, por exemplo, de infra-estrutura. Temos um desejo semelhante ao do povo do Haiti: ainda não tivemos a honra da visita do Presidente Lula ao Tocantins desde o início de seu mandato. Tenho certeza de que, indo ao Tocantins - como é o nosso desejo -, o Presidente vai encontrar o mesmo carinho, o mesmo amor, a mesma expectativa e muitas necessidades semelhantes, como a continuação de obras federais, tais como a Norte-Sul e a eclusa do Lajeado. Senador Maguito Vilela, parabéns! V. Exª é um desportista e tem larga tradição em abordar o assunto nesta Casa, assim como o Senador Leomar Quintanilha. Com o pacifista e Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Senador Eduardo Suplicy, assim como o Senador Hélio Costa, o Senado não poderia ter sido mais bem representado. Parabéns a V. Exª.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Agradeço o aparte de V. Exª, sempre muito inteligente. Também gostaria que a seleção tivesse vestido o uniforme haitiano. Mas grande parte da população vestiu uma camisa da Seleção Brasileira com as cores dos dois países. Talvez isso simbolize o que V. Exª tanto desejou. Foi emocionante ver o povo haitiano com as bandeiras do Brasil e do Haiti nas mãos.

Com relação às visitas do Presidente Lula, entendo que ainda não houve tempo para Sua Excelência visitar todos os Estados. Foi a inúmeros Estados, inclusive o meu, e a inúmeros países e está se transformando num grande Líder mundial. O Presidente foi recebido no Haiti com aplausos efusivos do povo daquele País. É importante para o Presidente Lula e para o Brasil demonstrarem solidariedade nos momentos mais angustiantes da vida daquele povo. A solidariedade não pode ter fronteiras. Esse ato do Presidente da República nos enche de orgulho. Atualmente podemos nos orgulhar de duas coisas: do nosso Presidente da República e do Exército brasileiro, pelas missões de paz que vem realizando no exterior, principalmente essa última, no Haiti. Orgulho-me muito do Exército brasileiro. Participei dele como soldado e pude perceber a luta dos soldados brasileiros. Fizemos patrulhas com os soldados brasileiros nos bairros mais pobres e mais perigosos do Haiti. Ficamos impressionados com a coragem, com a força, com a fé, com a determinação do soldado brasileiro tanto do Exército quanto da Marinha e da Aeronáutica. Senti muito orgulho das Forças Armadas brasileiras e muito orgulho do Presidente da República.

Ouço o aparte do nobre Senador Eduardo Suplicy.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Maguito Vilela, o entusiasmo de V. Exª, assim como o do Senador Leomar Quintanilha, certamente o do Senador Hélio Costa e o meu com respeito ao que vimos lá tem todo o sentido porque realmente foi algo muito especial. V. Exª ressaltou muito bem que foi ali no bairro Carrefour - que em francês significa cruzamento -, um dos maiores e mais carentes bairros de Porto Príncipe, onde está acampada parte das Forças Armadas brasileiras da missão de paz. E foi ali que o coronel Luiz Felipe Carbonell nos explicou a respeito desse episódio que V. Exª salientou no seu pronunciamento. E quero ressaltar o fato, porque constitui uma das evidências claras de que a missão de paz está tendo um efeito dissuasor para a diminuição da violência. Explicaram-nos os membros da missão de paz que em muitos dos bairros de Porto Príncipe ainda há, volta e meia, conflitos sérios entre quadrilhas ou gangues pelas mais diversas razões; às vezes, relacionadas a crime organizado, assalto, seqüestro, ou narcotráfico. Mas isso que V. Exª mencionou quero ressaltar. Eles estão lá há quase três meses. No primeiro mês, nas suas patrulhas, eles encontraram oito ou nove corpos de pessoas assassinadas, o que indicava que aqueles conflitos estavam muito sérios. No segundo mês, apenas dois; e, nos últimos 30 dias, zero. Tipicamente, portanto, a força de paz com as suas patrulhas contribuiu para minimizar aquela violência. Por que razão? Porque essa patrulha de paz, além da presença física, tem procurado desenvolver um espírito de respeito, de compreensão, de aproximação. Na segunda-feira andamos com a patrulha, participamos dela e nos dirigimos a um dos bairros mais carentes; ali, numa creche onde estavam 105 crianças, a Força brasileira resolveu fazer a doação de alimentos que constavam de sua própria refeição, ou seja, biscoitos, chocolate em pó, ou outros tipos de alimentos os mais diversos e os colocou em doação para aquela comunidade, para a creche, como um sinal de boa vontade. Esse é mais um pequeno episódio, porém importante que mostra a maneira como os brasileiros estão ganhando a confiança do povo haitiano e manifestada de forma tão calorosa por ocasião da presença da Seleção. Permita-me ainda ressaltar: foi de V. Exª também a iniciativa de conversar com o ex-presidente do Flamengo, da Traffic e membro da direção da CBF para que se obtivessem os telões que, por razão do seguro, não foi possível providenciar para a população do Haiti que não coube no estádio. Então quero cumprimentá-lo por também estar cooperando para um maior sucesso da presença da Seleção no Haiti.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Muito obrigado, agradeço muito a V. Exª o aparte e a companhia também. V. Exª foi um grande companheiro lá, naquelas patrulhas e em todos os momentos no Haiti, a exemplo do Senador Leomar Quintanilha e do Senador Hélio Costa.

Concedo um aparte com muito prazer ao brilhante Senador Rodolpho Tourinho.

O Sr. Rodolpho Tourinho (PFL - BA) - Muito obrigado, Senador Maguito Vilela. V. Exª, como eu, é um homem ligado a essa área esportiva no País e creio que deve ter-lhe dado muita alegria, como a mim me deu também, ver o quão importante é o futebol neste País. Hoje ele serve naquilo tudo que V. Exª colocou aqui como fator fundamental de projeção do Brasil, da nossa política externa e dá uma visibilidade ao País muito grande. Há cerca de duas semanas, a Business Week, uma revista de enorme circulação nos Estados Unidos, trouxe como matéria de capa o Brasil, mostrando que em qualquer lugar hoje se fala em nosso País e que, claro, grande parte disso, tenho absoluta convicção e está dito na própria revista, é devido ao futebol, a Ronaldo, a tudo isso. E, nesse caso, considerando a importância do futebol brasileiro, ainda é mais importante um projeto de lei que apresentei aqui e sobre o qual até conversei com V. Exª pedindo seu apoio, no sentido de que se proíba a transferência de jogadores para o exterior durante campeonato brasileiro, para que não se comece com um time e se termine com outro. Isso é algo extremamente importante. No discurso que fiz também chamava a atenção para a necessidade de transparência nos clubes de futebol. Lamentavelmente não é o povo que decide quem vai ser o presidente de um clube, ou seja, a participação da torcida, creio, é meramente simbólica. Isso é algo que precisa ser cada vez mais aperfeiçoado para que se evitem problemas e para que se tenha efetivamente uma transparência muito grande nessa área de futebol. Volto ao ponto inicial: V. Exª demonstrou, de forma muito clara, qual é a importância do futebol brasileiro hoje. Muito obrigado.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Agradeço muito ao Senador Rodolpho Tourinho, cumprimento-o pelo seu projeto que é de fundamental importância. O torcedor quer ter a certeza de ver seu time iniciando e terminando um campeonato com os mesmos jogadores. Isso é importante para o futebol brasileiro. Quero cumprimentá-lo mais uma vez por isso. O Brasil tem que usar mais o prestígio que tem com seu futebol, com a Seleção brasileira diante de outros países. Talvez hoje o Ronaldo e o Ronaldinho sejam as pessoas mais conhecidas. Aliás, se perguntarmos a qualquer habitante deste planeta se quer cumprimentar ou o Presidente dos Estados Unidos ou um desses jogadores, acho que a resposta será cumprimentar um desses jogadores, principalmente o Ronaldo e o Ronaldinho, que ontem fizeram uma brilhante apresentação.

Sr. Presidente, concluindo, é preciso agora que o Brasil e toda a Força de Paz da ONU mantenham-se firmes, no intuito de garantir a estabilidade política do Haiti para que, num segundo momento, o país possa combater os terríveis indicadores sociais, para construir uma nação mais justa para o povo haitiano.

Mais uma vez, cumprimento o Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o Ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, o Embaixador do Brasil em Porto Príncipe, Armando Vítor Cardoso, e o Presidente Lula pela manifestação de solidariedade ao povo do Haiti que, sem dúvida nenhuma, sensibilizará todas as partes do mundo.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/2004 - Página 27247