Discurso durante a 160ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Resposta às críticas do Senador Arthur Virgílio.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Resposta às críticas do Senador Arthur Virgílio.
Publicação
Publicação no DSF de 18/11/2004 - Página 36683
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, CONDUTA, ORADOR, DIREITOS, MANIFESTAÇÃO, OPINIÃO, IMPORTANCIA, VOTAÇÃO, MATERIA, INTERESSE NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, REFORMA JUDICIARIA.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, depois de tantas citações, não preciso nem invocar o art. 14. Então, se V. Exª me permite, já vou dar continuidade.

Temos uma tarefa muito importante no Congresso Nacional, de forma muito especial no Senado da República, onde, apesar de toda a turbulência política que vivenciamos ao longo deste ano e também depois do pós-eleitoral, temos dado demonstrações inequívocas de nosso compromisso com a Nação. Temos negociado, trabalhado e votado matérias, como ontem, quando realizamos o início da votação dos destaques da reforma do Judiciário. Hoje, tenho o entendimento de que esta é a questão central, o que farão todos que estão imbuídos do compromisso com esta Nação, até pelos apelos de vários Senadores.

O objetivo que nos levou a marcar esta sessão pela manhã foi terminarmos a votação da reforma do Judiciário no dia de hoje. Então, quero contribuir, de forma efetiva, para que isso aconteça. Agora, a contribuição tem de estar dentro do parâmetro, também, do respeito que exigem de minha pessoa para com os outros, e exijo o mesmo em relação à mim.

Em primeiro lugar, se querem debater declarações que fiz em Santa Catarina, às quais está sendo dada a interpretação de preconceito, não tenho nenhum problema de fazer o debate. Sei o que falei, em que contexto o fiz, e não há questão preconceitual nenhuma. Se forem apresentados o fato, os dados e a fala, ficará claro. Entretanto, não se pode fazer isso aqui neste plenário, ocupando o espaço precioso da votação da reforma do Judiciário. Como temos uma corregedoria, podemos tratar este assunto diretamente, junto ao Senador Romeu Tuma. Poderei apresentar fitas e provas, que demonstram que minha pessoa também é citada de forma desrespeitosa, com palavrão, ao vivo, na TV, na rádio. É lá que se deve fazer debate. Aqui, temos de, efetivamente, hoje, realizar a votação da reforma do Judiciário.

Não tenho problema algum de responder por meus atos e palavras. Farei isso no espaço correto, sem substituir nossa tarefa central, de votar a reforma do Judiciário.

Com relação ao que aconteceu hoje, no início da sessão, evoco os que aqui estavam presentes, que eram pouquíssimos, Sr. Presidente; nem membro da Mesa estava presente na abertura da sessão, tanto que os trabalhos foram iniciados por alguém que não era da Mesa.

O discurso do Senador César Borges foi extremamente contundente; longo e contundente.

O Sr. César Borges (PFL - BA) - Verdadeiro.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Inscrevi-me para falar a respeito do feirão de impostos. Eu falaria sobre esse assunto, independente do discurso do Senador César Borges. Não tinha nada a ver com o discurso de S. Exª. Acabou coincidindo, porque um dos temas abordados no longo discurso do Senador César Borges foi a questão tributária. Peço o testemunho de quem aqui estava e assistiu aos dois discursos - duros, contundentes, mas dentro da lógica de cada um defender as suas idéias e as suas posições. Então, não há essa história de querer, depois, criar uma situação que não aconteceu. Foram dois discursos duros: o discurso do Senador César Borges foi extremamente duro para com o Governo e o meu também foi duro. Não estou aqui negando isso, mas argumento dentro do nosso direito de falar aquilo que pensamos e defendemos. Agora, querer criar uma situação de inviabilidade para a continuidade das votações, obstruir as votações, não corresponde ao direito que temos de opinião nesta Casa, direito de poder expressar aquilo que pensamos, aquilo em que acreditamos. Então, volto a fazer o apelo.

Com relação às questões trazidas mais uma vez à tribuna, não tenho nenhum problema. Vou encaminhar o material que tenho ao Senador Romeu Tuma, e vamos debater lá, que é o espaço correto e adequado. Todavia, hoje, vamos fazer aquilo que toda a Nação brasileira está esperando e aguardando: terminar a votação da reforma do Judiciário.

Quero dizer ainda que faço esta fala com muita calma e consciência quanto ao que está posto, ao que está sendo feito neste plenário - e muitas vezes vem sendo feito para com a minha pessoa.

Tive, poucos dias atrás, uma reação muito apaixonada a respeito de determinados comportamentos, mas hoje não estou me pronunciando de forma apaixonada; faço-o consciente de que determinadas situações que se criam não correspondem à realidade nem dos fatos, nem da minha atuação.

Portanto, Sr. Presidente, faço eco aos apelos já feitos anteriormente para darmos encaminhamento à votação da reforma do Judiciário, que é o que interessa ao País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/11/2004 - Página 36683