O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, parece que, quando a morte se abate sobre as pessoas mais velhas, ela é recebida e entendida como a conseqüência natural de uma vida inteira. É inevitável. A única coisa certa da vida é a morte. Mas quando ela vem extemporaneamente e leva um jovem, para nós todos ela chega de uma forma tão brutal, tão inconseqüente, tão inadmissível, tão inaceitável que os dias vão passando e se somando em meses, em anos, e não conseguimos esquecer aquele momento de tamanha dor.

É evidente que sentimos a dor pela perda das pessoas mais íntimas, das pessoas da família, mas também sentimos a perda das pessoas amigas e, sobretudo, daquelas que representam uma grande esperança. E foi exatamente o que sentimos, não só eu, mas também os contemporâneos, os companheiros, os amigos, os admiradores, os seguidores de Luís Eduardo Magalhães, no instante em que houve uma série de notícias controvertidas sobre um possível infarto no jovem Deputado e, horas mais tarde, na confirmação da sua morte. Quarenta e três anos! No auge, no ponto mais bonito da sua vida, no momento em que desfrutava a sua vida, o seu prestígio político, a sua carreira de sucesso e quando todos já o colocávamos como uma grande esperança para este País pelas suas qualidades de homem público, pela sua capacidade administrativa provada na Presidência da Câmara dos Deputados, pela maneira cordial com que tratava os seus companheiros, os seus amigos, os seus colegas, pela simplicidade dos seus atos, pela objetividade das suas ações! Foi tudo isso que nos levou, a mim, aos Deputados, aos Senadores, aos que estavam ao lado de Luís Eduardo Magalhães no momento do seu passamento, a sentir um tamanho vazio com a sua partida.

Vejo que, sete anos depois, todos ainda temos esse sentimento de perda muito forte em cada um de nós, porque, na verdade, a juventude dinâmica de Luís Eduardo Magalhães, a esperança de sua qualidade de homem público, essa lacuna ficou, não só para a Bahia, mas para o Brasil inteiro.

Nós mineiros, que temos tanto carinho e afeto pelos baianos, que sabemos apreciar a história do povo baiano, que somos recebidos de forma tão carinhosa pela Bahia, sentimos muito a falta de Luís Eduardo. Para nós, fica a certeza de que a maneira como viveu e projetou a sua carreira e a forma como encaminhou as suas ações políticas em benefício de seu Estado e de todo o País servem de exemplo para todos nós - os mais novos e os mais velhos.

E serve de exemplo saber que entre nós esteve uma pessoa tão querida como ele e que faz uma falta enorme por se tratar de uma daquelas figuras ímpares, moldadas para a vida pública, certamente seguindo os passos do pai, seguindo uma tradição de liderança - e não é fácil ser líder. Liderança não se impõe; liderança não se coloca à frente de um povo. A liderança se faz naturalmente; ela surge quase que espontaneamente. De repente, as pessoas se vêem líderes. Líder não se faz, não se impõe. Ele acontece, porque vira o consenso de seus pares. E foi o que aconteceu com o nosso querido Luís Eduardo.

Por isso, Sr. Presidente, neste momento em que lembramos a data do aniversário de Luís Eduardo, quando completaria cinqüenta anos, tendo partido tão moço, tão jovem - aos quarenta e três anos, trinta e seis dias depois de ter cumprido o seu quadragésimo terceiro aniversário -, em nome do povo mineiro, que represento nesta Casa, quero deixar aqui o mais profundo pesar pelo passamento do nosso companheiro e ilustre Deputado e a lembrança do dia de seu aniversário como um dia que certamente vamos sempre lembrar, porque ele foi importante para a vida pública da Bahia e para a vida pública nacional.

Muito obrigado.