Discurso durante a 34ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o pontificado do Papa João Paulo II. Declaração de solidariedade ao Senador Geraldo Mesquita Júnior. (como Líder)

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. HOMENAGEM.:
  • Considerações sobre o pontificado do Papa João Paulo II. Declaração de solidariedade ao Senador Geraldo Mesquita Júnior. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 07/04/2005 - Página 7799
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. HOMENAGEM.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, GERALDO MESQUITA JUNIOR, SENADOR, ELOGIO, IDONEIDADE, DEFESA, INTERESSE PUBLICO.
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOÃO PAULO II, PAPA, IGREJA CATOLICA, ELOGIO, DEFESA, PAZ.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Pela Liderança do PT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, gostaria de externar, também, total solidariedade ao Senador Geraldo Mesquita. Não tive ocasião de fazê-lo durante a manifestação de S. Exª, há alguns minutos, mas quero também testemunhar o trabalho dedicado, competente e sério a favor da sociedade e do interesse nacional que S. Exª permanentemente tem feito no Senado Federal e no Congresso Nacional. Diria às pessoas que votaram em S. Exª que é uma honra tê-lo como Senador da República, sem dúvida alguma. Por isso, merece também a nossa solidariedade. Quanto a qualquer coisa que porventura seja levantada, S. Exª tem toda a condição de fazer os esclarecimentos necessários, quero testemunhar nessa direção.

De outra parte, quero ainda destacar, em relação à morte do Papa João Paulo II, que as manifestações pelo seu falecimento estão surpreendo o mundo. Desde pessoas simples do povo até as mais altas autoridades; nas pequenas aldeias e nas grandes metrópoles do mundo; passando por todas as religiões; de crianças e jovens até velhinhos; de crentes e até de ateus, todos têm manifestado seu sentimento de reconhecimento por esse homem que a Polônia deu à Igreja Católica e ao mundo.

Parece que morte de João Paulo II está oferecendo à humanidade uma oportunidade de parada e de reflexão.

O caráter desse homem foi forjado nas perdas, no sofrimento e nas lutas. Ainda menino perdeu a mãe e, jovem, perdeu o pai e outros familiares. Viveu o aniquilamento da liberdade. Viu companheiros sendo levados para o extermínio. Experimentou a dureza do trabalho braçal. Apesar de tudo, preservou o espírito, cultivou a cultura, amou a natureza, viveu a profundidade da fé, não deixou morrer os sonhos. Preparou-se para a missão, não na teoria, mas na vida. Foi fiel à sua vocação e coerente com a sua crença.

Qual leitura podemos fazer de tudo que estamos vivendo nestes dias?

A humanidade está registrando que houve um homem com a importância e a seriedade de um líder religioso que deu a vida para que os homens busquem a concórdia, vivam relações solidárias e fraternas, pratiquem a justiça. Apresentou a paz como o grande bem de Estado, das pessoas e das nações, como bem que só pode ser conquistado com desenvolvimento solidário e com a prática da justiça. Condenou toda discriminação e toda exclusão social, cultural, política e religiosa. João Paulo amou particularmente os pobres e os pequenos. Mostrou-se acolhedor de todos. Convidou os líderes religiosos a dar testemunho do valor da alma humana, a somar em tudo aquilo que ajude as pessoas a serem melhores, mais solidárias e mais felizes. Chamou a atenção para que a vida seja respeitada como princípio fundamental e que as pessoas sejam compreendidas quando vivem momentos de dificuldades e de difíceis decisões. Chamou a atenção para o sentido e o valor do trabalho humano e a sua prevalência sobre o capital. João Paulo II afirmou que, sobre toda propriedade, pesa uma hipoteca social. Condenou a guerra como negação de tudo isso e a qualificou de crime contra a humanidade.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - Para todos nós, representantes de uma Nação que acolheu de coração aberto por três vezes o “João de Deus” e agora chora com a humanidade sua perda, deve ficar a mensagem de sua vida: vida doada ao povo para que todos tenham vida em abundância e possam viver com dignidade, em paz e felizes.

Sr. Presidente, como o tempo é curto, requeiro que meu pronunciamento seja transcrito, na íntegra, nos anais do Senado.

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - AC) - V. Exª ainda dispõe de dois minutos e meio.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - De qualquer forma, solicito que meu pronunciamento seja transcrito na íntegra para que conste dos anais da Casa.

Obrigado.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR FLÁVIO ARNS.

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/04/2005 - Página 7799