Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários à resposta do Ministro de Educação a requerimento de autoria de S.Exa. que solicitava esclarecimentos sobre a aplicação no Brasil de métodos de alfabetização cubanos.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Comentários à resposta do Ministro de Educação a requerimento de autoria de S.Exa. que solicitava esclarecimentos sobre a aplicação no Brasil de métodos de alfabetização cubanos.
Publicação
Publicação no DSF de 14/04/2005 - Página 9137
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, RESPOSTA, REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES, AUTORIA, ORADOR, ENDEREÇAMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), SOLICITAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, PROJETO, IMPLANTAÇÃO, BRASIL, MODELO, ALFABETIZAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CUBA.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, POSSIBILIDADE, UTILIZAÇÃO, MODELO, PAIS ESTRANGEIRO, CUBA, ALFABETIZAÇÃO, POPULAÇÃO, BRASIL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em março, formulei requerimento de informações para que o Ministro da Educação prestasse ao Senado da República esclarecimentos acerca da idéia excêntrica de aplicar no Brasil métodos cubanos de alfabetização.

De antemão, eu já tinha a certeza de que se tratava de mais um modismo do Governo petista. Modismo é o que não falta nesse Governo. Como o dessa viagem por terras africanas. Para o Presidente se travestir com o traje local. Para as populações de lá, o traje cai bem. No Presidente Lula, além do ridículo, vira fantasia.

Fantasia é o de que parece estar disposto o Governo nessa história de achar que o método cubano é melhor que o nosso.

Na resposta, como sempre pífia, do Ministro, por sinal o interino porque o titular deve estar flanando por outras plagas, o que veio, em português pouco claro, não convence.

Não convence. Mas confirma a dúvida inicial. O Governo petista não sabe o vai resultar disso, que ele chama de experiência.

Vou ler para mostrar a preciosidade da informação ministerial:

           O processo de aprendizagem depende, não somente do material utilizado (o material vindo de Cuba), mas, em muito, da dinâmica estabelecida pela relação entre alfabetizador e alfabetizando. Por isso, a avaliacão do método não pode ser reduzida à análise do material didático.

O Ministro não oferece pormenores sobre o método, não adianta se o aprendizado se fará ao som da Cucaracha nem informa se isso vai dar resultado no Brasil. Espero ao menos que a alfabetização se processe em língua portuguesa.

Na resposta, o Ministro interino explica por alto que a aplicação do método prevê que serão consideradas as diferenças entre os dois países. Não esclarece, contudo, se o que vai prevalecer são as diferenças de lá ou as diferenças de cá.

O pior de tudo, o substituto de Tarso Genro informa que serão consideradas as diferenças entre os dois países. E aí corremos o risco de alguma idéia mais perigosa ainda, talvez para convencer os alfabetizandos brasileiros que bom mesmo é que se passa em Cuba.

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/04/2005 - Página 9137