Discurso durante a 67ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Resposta ao pronunciamento do Aloizio Mercadante.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Resposta ao pronunciamento do Aloizio Mercadante.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2005 - Página 16165
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, BANCADA, APOIO, GOVERNO FEDERAL, OBSTACULO, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
  • COMENTARIO, SITUAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE RONDONIA (RO), DENUNCIA, CORRUPÇÃO, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA.
  • CRITICA, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE A FOME, DISCRIMINAÇÃO, POPULAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, BRASIL.
  • CRITICA, FALTA, INTERESSE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, FORMAÇÃO, CURSO SUPERIOR.
  • DEFESA, CONDUTA, ORADOR, FISCALIZAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, COMENTARIO, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO, DEMOCRACIA, NATUREZA POLITICA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Para uma explicação pessoal. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de mais nada, vamos acabar com uma balela que assume ares de mentira. Por ser balela e mentira, deve ser tratada como balela e, portanto, desmentida.

Falam da relação entre o Governo passado e comissões parlamentares de inquérito. Vou resumir. Entre 1995 e 1998, houve uma CPI no Congresso Nacional, três no Senado Federal e quatro na Câmara dos Deputados. De 1999 a 2002, quando o PT estava pegando fogo, estava quentíssimo, pisando nos cascos da ética, havia uma CPI no Congresso Nacional, quatro no Senado Federal, dezenove na Câmara dos Deputados, ou seja, trinta e duas CPI’s ao longo de oito anos do Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Esse é um fato indesmentível que pertence à história do Parlamento. Quem não gosta de CPI, nem como instrumento, é o Governo do Presidente Lula, que obrigou a Oposição a ir ao Supremo Tribunal Federal para questionar o direito de a minoria estabelecer, tendo um terço dos membros da Casa Legislativa respectiva, uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Aí diz muito bem o Senador Tasso Jereissati: é um Partido de duas caras, é um Governo de duas caras. Querem CPI em Minas, sem objeto, questionando o investimento ou não de 12% na saúde, como se o Governador Aécio Neves estivesse sendo acusado de corrupção.

Vamos ser bem claros: esta matéria da revista Veja não foi para o Governador Alckmin, não foi para o Governador Aécio Neves, não estão falando de tesoureiro do PSDB, não estão falando de nenhum aliado do PSDB, em nenhuma hipótese. Portanto, essa matéria é dedicada às alianças e às relações deste Governo e, portanto, exatamente o que o Governo desenha para si como perspectiva histórica.

Mas vamos agora falar em preconceitos. Longe de mim imaginar que seja pouco letrado o Deputado José Genoíno.

A Srª Ana Júlia Carepa (Bloco/PT - PA) - V. Exª me concede um aparte, Senador?

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Terei o maior prazer, se o Presidente o conceder. V. Exª terá uma bela recepção, uma recepção maravilhosa.

O SR PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Senador Arthur Virgílio, infelizmente caímos na mesma regra: em explicação pessoal, também não se pode conceder aparte.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Então, vamos apresentar topicamente.

Quanto a Rondônia, pode até ser que haja coisa séria contra o Governador Cassol. Se houver, S. Exª será expulso do PSDB. Por enquanto, denunciou ladrões de vários Partidos, apanhados tentando obter propina com o dinheiro público.

Volto ao José Genoíno. Ao contrário, até já li livros do Deputado José Genoíno, que é uma pessoa culta e preparada. Incoerente, mas preparada.

Preconceito demonstrou o Sr José Graziano, uma espécie de alter ego para políticas sociais do Presidente Lula, quando disse, na Fiesp - e lá ele se sentia um quatrocentão grã-finérrimo, caído de grã-fino - que era preciso blindar o carro dos paulistas, ou então ter-se-ia de fazer o Fome Zero dar certo, porque do contrário os paulistas - nós, eles - teriam de andar de carro blindado, porque a leva de sertanejos iria criar problemas para figuras tão finas e tão bem aquinhoadas pela sorte neste País de tantas injustiças.

O Presidente Fernando Henrique, de uma vez por todas, tenhamos respeito à verdade, não falou em sertanização e nem foi aluno da Sorbonne. Ele foi professor da Sorbonne. É um pouco diferente. Foi professor da Sorbonne, de Nanterre, de Berckley. Foi professor de uma porção de universidades, e não aluno de nenhuma delas. Vamos então colocá-lo como elitista de uma vez. Ele realmente estudou bem mais do que qualquer pessoa instalada nesse suposto Governo que aí está.

Hoje tive a honra de aprovar o nome de uma pessoa que trabalhou no Governo passado, Dr. Alexandre Tombini, Doutor pela Universidade de Illinois, que chega ao Banco Central.

Não dá para se dizer que o pré-requisito para governar bem é o doutoramento. Mas, não dá para se fazer apologia da ignorância, não dá para se fazer apologia do despreparo, não dá para se fazer apologia do não-diploma, não dá para se fazer apologia do não-estudo. Vamos nos referir diretamente ao Presidente Lula. Vinte e cinco anos vivendo como classe média “a”. O que impediu o Presidente Lula de tirar diplomas, de estudar, de se preparar? Viajou tanto pelo País e não conseguiu aprender nada, porque lhe faltava base teórica, porque lhe faltou dedicação aos estudos. Essa é uma verdade. Não vamos compará-lo com a costureirinha que não consegue estudar, porque tem que sustentar os rebentos. O Presidente Lula não estudou porque não quis, não se preparou porque achou que não era esse o seu caminho.

Por outro lado, ficando bem claro, já falei do Governador Aécio Neves, mas, aqui temos que cuidar um pouco da nossa questão federal. Estamos cuidando de respostas do Congresso Nacional a uma crise moral que se abate, lançando suspeitas sobre o Congresso. Não quero sugerir que um dos meus queridos colegas do PT vire Deputado Estadual para virar Líder da Oposição ao Geraldo Alckmin, ou Líder da Oposição ao Aécio Neves.

Não quero ser Líder da Oposição em nenhuma assembléia legislativa, até porque não tenho a honra de pertencer a uma assembléia legislativa. Sou Líder do PSDB no Senado Federal, com o dever precípuo de fiscalizar o Governo do Presidente Lula. Como diz o Senador José Agripino, sou Líder de um Partido de Oposição pela vontade do povo. O povo derrotou meu candidato à Presidência da República, e eu não tinha que ficar atrás de cargo na Petrobras. Eu tinha que me posicionar, fiscalizando o Governo que me derrotou nas urnas. Esse é o cerne da democracia saudável que queremos construir.

Por outro lado, estamos vendo aqui as tentativas mais absurdas: ataques ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, palavras ditas ao léu. Só não discutem a fundo algo que vai acontecer amanhã, no mais tardar: a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para examinar a fundo essa velhacaria que se passou nos Correios e Telégrafos neste Governo, no Governo do Presidente Lula.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2005 - Página 16165