Discurso durante a 68ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao governo federal pela redução na dotação prevista para a Polícia Rodoviária Federal em 2005.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Críticas ao governo federal pela redução na dotação prevista para a Polícia Rodoviária Federal em 2005.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2005 - Página 16384
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, INVESTIMENTO PUBLICO, SEGURANÇA, TRANSITO, ESPECIFICAÇÃO, FALTA, INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO, MOTORISTA, PRECARIEDADE, SITUAÇÃO, RODOVIA.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, DIARIO CATARINENSE, DENUNCIA, PRECARIEDADE, CONDIÇÕES DE TRABALHO, POLICIA RODOVIARIA FEDERAL, ESTADOS, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), INSUFICIENCIA, INVESTIMENTO, FALTA, EQUIPAMENTOS, UNIFORME, REDUÇÃO, DOTAÇÃO ORÇAMENTARIA, DESTINAÇÃO, SETOR.
  • DENUNCIA, FALTA, ATUALIZAÇÃO, ESTATISTICA, ACIDENTE DE TRANSITO, DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRANSITO (DENATRAN), INTERNET, IMPOSSIBILIDADE, PLANEJAMENTO, PRIORIDADE, INVESTIMENTO PUBLICO.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, os especialistas, os técnicos, os estudiosos do setor de transportes, costumam dizer que a segurança do trânsito se baseia em três pontos fundamentais: educação, engenharia e fiscalização.

     Pois bem, Sr. Presidente! Como é que o governo do PT vem cuidando desses três requisitos? Mais especificamente, o que é que o governo do PT tem feito no caso das Rodovias Federais?

     Quanto à educação, as iniciativas são pífias. Tanto dinheiro arrecadado, Srªs e Srs. Senadores, e quase nada se investe na capacitação e na conscientização de nossos motoristas.

     No que diz respeito à engenharia, a realidade está aí, à vista de todos. Eu mesmo, poucos dias atrás, fiz um pronunciamento em que lamentava a situação calamitosa de nossas rodovias, um quadro que pude constatar, ao vivo, em recente viagem aos Estados do Sul.

     Mas hoje, Sr. Presidente, eu gostaria de falar sobre o terceiro pilar da segurança nas rodovias federais: a fiscalização, um pilar que não se sustenta sem a atuação firme e decidida da Polícia Rodoviária Federal. O fato, o lamentável fato, é que a Polícia Rodoviária Federal vem sendo tratada pelo governo do PT com um descaso que beira a irresponsabilidade.

     Pouco tempo atrás, o Diário Catarinense publicou uma série de reportagens que dão idéia do nível a que chegou este descaso. Uma pequena amostra, em Santa Catarina, de algo que ocorre no País inteiro. As matérias, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, revelam a angústia, quase o desespero, do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Santa Catarina com as condições em que são obrigados a trabalhar.

     O efetivo é insuficiente para dar conta de um movimento nas estradas que aumenta 8% ao ano, e o patrimônio se deteriora dia-a-dia. Somente numa oficina no Município de São José, a equipe do Diário Catarinense encontrou dezesseis veículos parados por falta de manutenção: duas ambulâncias, sete caminhonetes, cinco automóveis, uma motocicleta e um caminhão-guincho. Muitos postos estão com infiltração, e são cobertos por lonas. Chegam a faltar, vejam só, luvas cirúrgicas para o atendimento das vítimas de acidentes. Faltam equipamentos de sinalização e de segurança. Em Palhoça, os policiais tiveram de comprar a bateria do bafômetro, que custa dez reais, com dinheiro do próprio bolso. Uma solução, aliás, que também é adotada pelos policiais para a compra de uniformes. A situação chegou a tal ponto que, entre 2004 e 2005, o Sindicato dos Policiais Rodoviários encaminhou 20 ofícios ao Ministério da Justiça e à Direção da Polícia Rodoviária Federal, pedindo a adoção de medidas urgentes.

     Diante desse quadro, Srªs e Srs. Senadores, sabem o que fez o governo do Presidente Lula? Muito simples. Pegou a dotação prevista para a Polícia Rodoviária Federal em 2005, que era de 218 milhões de reais, e baixou para 165 milhões de reais. Uma redução de 25%! Ou seja: a situação que já é dramática, pode ficar pior. Essa, Sr. Presidente, é a importância que o governo do PT dá à nossas estradas.

     Essa, Sr. Presidente, é a importância que o governo do PT dá à segurança do nosso trânsito. Uma importância, por sinal, que podemos constatar na página na internet desse próprio governo. Sabem, Srªs e Srs. Senadores, quais são as estatísticas mais recentes sobre acidentes de trânsito que temos no site do Departamento Nacional de Trânsito, o DENATRAN? São de 2002! De 2002, Sr. Presidente! Como é que podemos fazer um bom planejamento de trânsito, como é que podemos definir as intervenções prioritárias em nossas ruas e estradas, se a estatística mais recente que o Denatran tem a nos oferecer é de 2 ou 3 anos atrás? E nem cabe a desculpa de que um ou outro Estado não tenha enviado suas informações. Que se publiquem, então, as informações disponíveis. É melhor do que nada. É melhor que investir no escuro os já reduzidos recursos destinados ao nosso sistema de transportes.

     Chega de descaso, Sr. Presidente! Chega de irresponsabilidade!

     Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2005 - Página 16384