Discurso durante a 84ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre os trabalhos da CPI dos Correios.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Considerações sobre os trabalhos da CPI dos Correios.
Aparteantes
Sibá Machado.
Publicação
Publicação no DSF de 17/06/2005 - Página 20061
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, PARTICIPAÇÃO, MEMBROS, GOVERNO FEDERAL, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), PROTESTO, CRITICA, AUTORIA, BANCADA, OPOSIÇÃO, GOVERNO.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer à ilustre Senadora Serys por ter aberto mão da sua inscrição, pois ela era a primeira inscrita e tinha o direito de falar. Agradeço muito sua gentileza.

Tenho sido questionado, nas últimas horas, pela imprensa do meu Estado e do Brasil, com relação a CPMI que foi instalada ontem, para apurar irregularidades nos Correios. Dizem que a CPMI é integrada por homens da base do Governo e, ironicamente, dão-lhe o cognome de “chapa branca”.

Preciso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dar uma satisfação aos opositores, que não suportam ficar na Oposição; aos opositores, que já exerceram o Governo por oito anos e não se acostumam, agora, com a condição de Oposição.

Quando o povo elege um governante, automaticamente, escolhe também a Oposição, cuja função não é menos brilhante do que a de quem tem a missão de governar: a Oposição deve fiscalizar, fazer críticas construtivas e, de repente, na democracia, ela tem um papel extraordinário. No entanto, na democracia, quando não há acordo a maioria deve ser respeitada. E foi o caso dessa CPMI.

O PT e a Base do Governo propuseram composição. O próprio Delcídio Amaral, Presidente da Comissão, chegou a afastar a sua candidatura para que pudesse acontecer o consenso. Quando não existe consenso, inclusive dentro dos nossos Partidos Políticos, democraticamente deve-se votar - isso é da essência da democracia - e quem tem maioria, naturalmente, elege; quem tem minoria deve entender e ficar na sua posição. Foi o que aconteceu.

Eles não quiseram o acordo proposto, segundo o qual a Presidência e a Relatoria seriam exercidas por um membro do PFL, do Bloco PFL/PSDB, e um membro da Base do Governo. Se um bloco escolhesse a Presidência, o outro ficaria com a Relatoria. Mas nada serve para a Oposição. Nesta Casa, a Oposição quer comandar Governo e CPMI.

Ora, a Oposição, para comandar, deve disputar novamente as eleições, ganhá-las, fazer maioria no Senado e na Câmara, e eleger um Presidente. Aí, sim, vão governar, vão realmente comandar.

Não podemos aceitar essas críticas irônicas que estão sendo feitas. Afinal, Delcídio Amaral tem uma história, uma biografia, é um Senador respeitado e a Oposição deveria também respeitá-lo. O Deputado Osmar Serraglio, outra figura importante da política do Paraná, merece também ser respeitado.

Nem se iniciaram os trabalhos e a Oposição já começa a criticar. Eu já disse, desta tribuna, que a Oposição tem sido excessivamente incompreensível para com os problemas do Brasil; tem sido, sem dúvida nenhuma, exagerada na sua forma de atuar.

Quero dizer, também, a todos esses da Oposição que estão levantando dúvidas, que fui Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador de Goiás, Vice-Governador de Goiás e tenho uma vida limpa, capaz de me honrar e dignificar em qualquer posto ou função pública que eu vier a exercer. Não tenho mancha nenhuma na minha vida, e, se alguém tiver, deve levantar, deve apontar, portanto, não posso aceitar essas críticas destrutivas, inoportunas, de que a CPI é “chapa branca”.

Não vamos tirar problemas dos outros para transferir para a nossa história, para a nossa biografia. Nem o Presidente Delcídio, nem o Relator Osmar, nem eu e nem ninguém da Comissão vai acobertar coisa alguma para livrar a pele dos outros e trazer problemas para a nossa história política. Portanto, podem estar tranqüilos os oposicionistas do Senado, da Câmara e do Brasil, porque a CPMI vai funcionar de forma transparente, correta, com muita honestidade e seriedade, e vamos dar uma satisfação à altura ao povo brasileiro.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Com muito prazer, concedo um aparte ao Senador Sibá Machado.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Preciso de apenas 30 segundos, Senador. Ontem, adiantei-me na tribuna do Senado para dizer que é exatamente isso que não apenas nós, do Senado Federal, mas toda a Nação brasileira aguardamos de V. Exªs. Pela maturidade e ética, sabemos que terão total isenção na condução desses trabalhos. Quero até repetir o que disse ontem: “Esta Comissão não tem cor de chapa; a cor desta Comissão é a cor do...

(Interrupção do som.)

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - ... Brasil”. Portanto, V. Exª está de parabéns pelo seu posicionamento.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Agradeço o aparte de V. Exª. Todos os integrantes da Comissão são políticos experientes, maduros, honestos e vão, naturalmente, apurar com muita tranqüilidade todas as denúncias que estão sendo feitas. Manifesto o meu apoio e a minha confiança em todos os integrantes desta Comissão.

Eu disse e repito: “Não vamos acobertar erros de ninguém para manchar a história dessa CPMI, para manchar a nossa história, a nossa biografia pessoal”. Assim, podem o Brasil e os brasileiros estar tranqüilos e serenos no sentido de que esta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito irá cumprir, com dignidade e altivez a sua missão. Temos responsabilidade e não receamos fazer as apurações necessárias.

Agradeço muito, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. Mais uma vez, agradeço a Senadora Serys pela deferência.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/06/2005 - Página 20061