Discurso durante a 104ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Louva a indicação do nome da Ministra Marina Silva para receber o Prêmio Nobel da Paz.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CONCESSÃO HONORIFICA.:
  • Louva a indicação do nome da Ministra Marina Silva para receber o Prêmio Nobel da Paz.
Publicação
Publicação no DSF de 06/07/2005 - Página 22172
Assunto
Outros > CONCESSÃO HONORIFICA.
Indexação
  • ELOGIO, INDICAÇÃO, MARINA SILVA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), RECEBIMENTO, PREMIO, AMBITO INTERNACIONAL, LUTA, PAZ.
  • COMENTARIO, HISTORIA, CRIAÇÃO, PREMIO, VIDA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA).

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pela Liderança do Bloco de Apoio ao Governo. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na semana passada, o Senador Tião Viana fez um pronunciamento importante sobre o Prêmio Nobel da Paz, e eu gostaria de hoje dar continuidade a este assunto, colocando o que se segue:

O Prêmio Nobel da Paz acompanha outros prêmios como o de Física, o de Química, o de Literatura e o de Medicina, e é um legado do inventor sueco Alfred Nobel.

Nobel tornou-se milionário por causa de suas numerosas descobertas na área de explosivos, em especial a dinamite, a qual descobriu em 1866 e que passou a ser comercializada em grande escala no final do século XIX. Detentor de mais de 350 patentes, entre elas a borracha sintética, fundou companhias e laboratórios em cerca de 20 países. Idealista e consciente dos perigos que envolviam o uso indevido de sua invenção, sempre apoiou os movimentos em prol da paz.

Dono de um gigantesco império industrial, Nobel deixou, ao falecer, em 1896, uma grande fortuna destinada à criação de uma fundação que deveria financiar, anualmente, cinco grandes prêmios internacionais. A idéia original era permitir que as pessoas laureadas continuassem a trabalhar ou pesquisar, sem pressões financeiras.

Os prêmios são concedidos anualmente desde 1901.

Dentre esses prêmios, quatro deveriam destinar-se àqueles que se destacassem em suas descobertas em Física, Química, Medicina e Literatura. Seu testamento especificava também um prêmio para quem mais se empenhasse em prol da paz e da amizade entre as nações. E, em 1969, foi acrescentado mais um prêmio, para as Ciências Econômicas.

São atribuídos, anualmente, no dia 10 de dezembro, dia da morte de Alfred Nobel, em Oslo, capital da Noruega, e em Estocolmo (Suécia), às pessoas que fizeram pesquisas importantes, inventaram técnicas pioneiras ou deram contribuições destacadas à sociedade.

Várias instituições participam da escolha dos premiados, entre as quais a Academia Real de Ciências da Suécia para Física, Química e Economia; a Academia de Literatura da Suécia; e o Comitê Nobel da Noruega, esse último responsável pela entrega do Prêmio da Paz.

Anualmente, cada comitê manda convites aos meios científicos de vários países, pedindo-lhes para nomear seus eventuais candidatos. As nomeações são recebidas pelos Comitês e, depois de serem estudadas e analisadas por especialistas, são transmitidas às instituições, que votam para escolher os vencedores. Os nomes das pessoas laureadas são anunciados em outubro pelos diferentes comitês e instituições que realizam a seleção para os prêmios. O prêmio consiste numa medalha de ouro, um diploma com a citação da condecoração e uma soma em dinheiro que varia de acordo com os rendimentos da Fundação Nobel, que podem chegar a mais de um milhão de euros ou de dólares.

Basicamente, esse é o Prêmio Nobel, concedido todos os anos pela Real Academia de Ciências da Suécia aos que se destacam nas áreas técnico-científicas.

Mas vamos ao que interessa, Sr. Presidente: a indicação e a lembrança do nome da Ministra, Senadora e companheira Marina Silva, para receber o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com outros tantos nomes da sociedade brasileira e de outros países, a quem também quero registrar minhas felicitações.

De acordo com a filosofia de Alfred Nobel, o prêmio deveria distinguir “a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”.

Os Prêmios Nobel, Sr. Presidente, tornaram-se a recompensa mais prestigiosa nos meios acadêmicos do planeta. Os laureados, além de modelos em pesquisa científica, são também os mais dignos representantes no campo da defesa e promoção dos direitos humanos.

E é exatamente neste aspecto que tudo me leva à pessoa dessa figura ímpar chamada Marina Silva: a luta pela defesa dos direitos humanos; a luta contra a exclusão social, contra a fome, que marcou sua atuação aqui nesta Casa enquanto vice-Presidente da Comissão de Combate à Pobreza, em 1999, que se transformou na grande porta-voz da causa ambiental no Brasil e, por que não dizer, uma das vozes que são ouvidas no mundo todo em prol da preservação ambiental.

Sua luta pela preservação da natureza, pela utilização racional dos recursos das florestas, pelo direito de termos uma economia sustentável para os habitantes principalmente da floresta amazônica a respaldam para a lembrança desse prêmio.

E essa marca de luta que permeia sua vida vem de longe, lá do seringal onde nasceu.

Farei aqui um pequeno resumo da vida de Marina Silva:

Marina nasceu, de fato, numa colocação de seringa chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco, capital do Estado do Acre. Hoje, o local é um projeto de assentamento de reforma agrária do Incra, mas, em 8 de fevereiro de 1958, data de seu nascimento, não havia estradas e a longa viagem pelo rio tornava quase impossível qualquer assistência médica.

Dos onze filhos do Sr. Pedro Augusto e de Maria Augusta, três morreram ainda pequenos. Marina ficou sendo a segunda mais velha dos oito sobreviventes, sendo sete mulheres e um homem.

A família baixou o rio para tentar a vida em Belém do Pará. Não deu certo. O pai retornou, trouxe todo mundo ao seringal, fazendo uma enorme dívida no barracão, com o patrão seringalista, que pagou as despesas da viagem. As filhas foram o auxílio de que se valeu para pagar a dívida: Marina e as irmãs cortaram seringas, plantaram roçados, caçaram, pescaram, ajudaram a restabelecer as finanças e a estabilidade da família no seringal.

Tenho mais um minuto, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - AC) - V. Exª dispõe de mais um minuto, Senador Sibá Machado.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - Marina começou a freqüentar as aulas do Mobral, depois o curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever. Antes dos 20 anos, já se preparava para fazer o vestibular e entrar na universidade. Nas lutas dos moradores de seu bairro, descobriu a política não-partidária dos movimentos sociais. Na escola, aproximou-se das lideranças do movimento estudantil.

Na universidade, descobriu o marxismo. Entrou para o Partido Revolucionário Comunista, um dos vários grupos semiclandestinos que atuavam na oposição ao regime militar. Começou a dar aulas de História e a freqüentar as reuniões do movimento sindical dos professores.

(Interrupção do som.)

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - O povo do Acre surpreendeu-se ao ver na televisão aquela jovem professora que se declarava socialista e despejava um torrencial discurso contra a corrupção e as injustiças sociais. Nas eleições municipais de 88, Marina foi a Vereadora mais votada em Rio Branco e conquistou a única vaga da Esquerda na Câmara Municipal.

Em dois anos de mandato como Vereadora, Marina promoveu polêmicas que mudaram a política daquele Município.

Em 1990, candidatou-se a Deputada Estadual, e obteve novamente a maior votação até aquele momento.

No final do primeiro ano de mandato, começaram seus problemas de saúde, um longo período de sofrimento, com seu estado agravando-se progressivamente sem que os médicos conseguissem detectar as causas. Mesmo assim, enfrentou uma campanha para o Senado Federal, que exigiu freqüentes viagens por todo o Estado, em alguns casos de barco, de avião e até mesmo algumas caminhadas.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - Derrubou velhos caciques da política regional, rompendo com uma antiga tradição pela qual só chegavam ao Senado Federal ex-Governadores ou mesmo grandes empresários. Marina foi uma grata surpresa para todos nós.

O Acre elegeu “uma seringueira”, como anunciaram alguns jornais do centro-sul do País.

Vencida a campanha, o passo seguinte era corresponder às grandes esperanças que o povo acreano depositou em sua atuação no Senado Federal. Marina fez mais que isso: em pouco tempo, tornou-se não apenas a principal voz da Amazônia, mas também uma importante referência na política nacional.

Mas o que continua surpreendendo e animando todos nós que conhecemos a “Senadora e agora Ministra da Floresta” é a sua sinceridade, a sua poderosa intuição e o seu profundo sentido ético, que trazem para a política um novo estilo, uma nova linguagem que pode ser entendida por todos. Quem a vê e a ouve renova sempre as esperanças de um futuro melhor.

Sr. Presidente, agradeço a tolerância de V. Exª.

Das mil mulheres que estão participando desse novo método adotado para participação na disputa do Prêmio Nobel da Paz, 52 são brasileiras e, dessas, duas do nosso Estado, o Acre. Uma delas, já muito bem referendada por V. Exª, é Concita Maia, que é de batalha e que luta bastante pela mulher da floresta amazônica - não só da Amazônia brasileira, mas de toda a Amazônia. A outra é Marina Silva. Com certeza, todos estamos irmanados nesse grande reconhecimento de uma mulher que não tem medido esforços para garantir o bem-estar naquela distante região do nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Solicito dar como lido o restante do meu pronunciamento.

 

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SEGUE NA ÍNTEGRA O DISCURSO DO SR. SENADOR SIBÁ MACHADO.

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O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Sem apanhamento taquigráfico.) - O Prêmio Nobel

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Nobel da Paz (a sílaba tônica é a segunda, pronúncia original) é um dos cinco Prêmios Nobel (os outros são Física, Química, Literatura, Medicina), legado pelo inventor sueco Alfred Nobel.

Nobel tornou-se milionário por causa de suas numerosas descobertas na área de explosivos, em especial a dinamite, a qual descobriu em 1866 e que passou a ser comercializada em grande escala no final do século XIX. Detentor de mais de 350 patentes, entre elas a borracha sintética, fundou companhias e laboratórios em cerca de 20 países.

Idealista e consciente dos perigos que envolviam o uso indevido de sua invenção, sempre apoiou os movimentos em prol da paz. Dono de um gigantesco império industrial, Nobel deixou, ao falecer em 1896, uma grande fortuna destinada à criação de uma fundação que deveria financiar, anualmente, cinco grandes prêmios internacionais. A idéia original era permitir que as pessoas laureadas continuassem a trabalhar ou pesquisar, sem pressões financeiras.

Os prêmios são concedidos anualmente desde 1901.

            Dentre esses prêmios, quatro deveriam destinar-se àqueles que se destacassem em suas descobertas em Física, Química, Medicina e Literatura. Seu testamento especificava também um prêmio para quem mais se empenhasse em prol da paz e da amizade entre as nações. E em 1969, foi acrescentado mais um prêmio, para as Ciências Econômicas.

São atribuídos anualmente no dia 10 de dezembro, dia da morte de Alfred Nobel, em Oslo, capital da Noruega, e em Estocolmo (Suécia), às pessoas que fizeram pesquisas importantes, inventaram técnicas pioneiras, ou deram contribuições destacadas à sociedade.

Várias instituições participam da escolha dos premiados, entre as quais a Academia Real de Ciências da Suécia para a Física, Química e Economia; a Academia de Literatura da Suécia; e o Comitê Nobel da Noruega, este último responsável pela entrega do Prêmio da Paz.

Anualmente, cada comitê manda convites aos meios científicos de vários países, pedindo-lhes para nomear seus eventuais candidatos. As nomeações são recebidas pelos comitês e, depois de serem estudadas e analisadas por especialistas, são transmitidas às instituições que votam para escolher os vencedores. Os nomes das pessoas laureadas são anunciados em outubro pelos diferentes comitês e instituições que realizam a seleção para os prêmios.

(O prêmio consiste numa medalha de ouro, um diploma com a citação da condecoração e uma soma em dinheiro que varia de acordo com os rendimentos da Fundação Nobel - mais de um milhão de euros ou dólares).

            Basicamente, este é o Prêmio Nobel, concedido todos os anos pela Real Academia de Ciências da Suécia aos que se destacam nas áreas técnico-científicas.

Mas vamos ao que interessa, Sr. Presidente. A indicação, a lembrança do nome da companheira Marina Silva para receber o memorável Prêmio Nobel da Paz, juntamente com outros tantos nomes da sociedade brasileira, a quem também quero registrar minhas felicitações.

De acordo com a filosofia de Alfred Nobel, o prêmio deveria distinguir "a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz".

Os prêmios Nobel, Sr. Presidente, tornaram-se a recompensa mais prestigiosa nos meios acadêmicos do planeta. Os laureados, além de modelos em pesquisa científica, são também os mais dignos representantes no campo da defesa e promoção dos direitos humanos.

E é exatamente neste aspecto que tudo me leva à pessoa desta figura ímpar chamada Marina Silva: a luta pela defesa dos direitos humanos, a luta contra a exclusão social, contra a fome, que marcou sua atuação aqui nesta Casa enquanto vice presidente da Comissão de Combate à Pobreza, de 1999. Que se transformou na grande porta voz da causa ambiental no Brasil e porque não dizer, uma das vozes que são ouvidas no mundo todo em prol da preservação ambiental.

Sua luta pela preservação da natureza, pela utilização racional dos recursos da nossas florestas. Pelo direito de termos uma economia sustentável para os habitantes principalmente da Floresta Amazônica, a respaldam para a lembrança deste prêmio.

E esta marca de luta que permeia sua vida vem de longe, lá do seringal onde nasceu.

Resumo do texto biográfico de Toinho Alves para subsidiar fala sobre a trajetória da ministra Marina.

            MARINA SILVA

Marina nasceu, de fato, numa colocação de seringa chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco. Hoje o local é um projeto de assentamento de agricultores executado pelo INCRA, mas em 8 de fevereiro de l958, data de seu nascimento, não havia estradas e a longa viagem pelo rio tornava quase impossível qualquer assistência médica.

Dos onze filhos de Pedro Augusto e Maria Augusta, três morreram ainda pequenos. Marina ficou sendo a segunda mais velha dos oito sobreviventes, sete mulheres e um homem.

A família baixou o rio para tentar a vida em Belém do Pará. Não deu certo. O pai trouxe todo mundo de volta ao seringal, fazendo uma enorme dívida com o patrão seringalista que pagou as despesas da viagem. As filhas foram o auxílio de que se valeu para pagar a dívida: Marina e as irmãs cortaram seringa, plantaram roçados, caçaram, pescaram, ajudaram a restabelecer as finanças e a estabilidade da família no seringal.

Escola não havia.

Aos 14 anos Marina aprendeu a conhecer as horas no relógio e as 4 operações básicas da matemática para não ser enganada pelos regatões na venda da borracha. Aos 15 ficou órfã de mãe e, como a irmã mais velha havia casado, assumiu a chefia da casa e a criação dos irmãos mais novos. Mas aos 16 anos contraiu hepatite e teve que ir para a cidade, em busca de tratamento médico. Resolveu ficar, trabalhando como empregada doméstica, porque queria estudar.

Começou a freqüentar as aulas do Mobral, depois o curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever. Antes dos 20 anos, já se preparava para fazer o vestibular e entrar na universidade. Nas lutas dos moradores de seu bairro, descobriu a política não-partidária dos movimentos sociais. Na escola, aproximou-se das lideranças do movimento estudantil.

Na universidade descobriu o marxismo. Entrou para o PRC, um dos vários grupos semi-clandestinos que atuavam na oposição ao regime militar. Começou a dar aulas de História e freqüentar as reuniões do movimento sindical dos professores.

Os horizontes políticos se ampliavam e a chamavam para a vida.

O povo do Acre surpreendeu-se ao ver na televisão aquela jovem professora que se declarava socialista e despejava um torrencial discurso contra a corrupção e as injustiças sociais. Nas eleições municipais de 88, Marina foi a vereadora mais votada em Rio Branco e conquistou a única vaga da esquerda na Câmara Municipal.

Em dois anos de mandato como vereadora, Marina promoveu polêmicas que mudaram a política do Acre.

Em l990, candidatou-se a deputada estadual. Obteve novamente a maior votação.

No final do primeiro ano de mandato, começaram os problemas de saúde, um longo período de sofrimento, com seu estado agravando-se progressivamente sem que os médicos conseguissem detectar as causas.

Mesmo assim, enfrentou uma campanha para o Senado que exigiu freqüentes viagens por todo o Estado, de carro, avião, barco e até mesmo longos deslocamentos a pé.

Derrubando velhos caciques da política regional e rompendo com uma antiga tradição pela qual só chegavam ao Senado os ex-governadores ou grandes empresários, a jovem professora Maria Osmarina Silva Souza, a Marina do PT, elegeu-se senadora com a maior votação e tornou-se objeto da curiosidade nacional.

O Acre elegeu "uma seringueira", como anunciaram alguns jornais do centro-sul...

Vencida a campanha, o passo seguinte era corresponder às grandes esperanças que o povo acreano depositava em sua atuação no Senado. Marina fez mais que isso: em pouco tempo tornou-se não apenas a principal voz da Amazônia mas também uma importante referência na política nacional.

Mas o que continua surpreendendo e animando todos aqueles que conhecem a "Senadora e agora Ministra da Floresta" é sua sinceridade, sua poderosa intuição e seu profundo sentido ético, que trazem para a política um novo estilo e uma nova linguagem que pode ser entendida por todos. Quem a vê e ouve, renova, sempre as esperanças de um futuro melhor.

A motivação do discurso:

Mulheres brasileiras foram indicadas para o prêmio Nobel da Paz, entre elas a ministra do Meio Ambiente Marina Silva

(O anúncio das mil mulheres que vão concorrer juntas ao prêmio Nobel da Paz foi feita em mais de 40 países do mundo na semana passada. Cinqüenta e duas brasileiras fazem parte desse grupo (ver relação).

O projeto “1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz” foi criado no ano passado pela Fundação de Mulheres Suíças pela Paz. Desde a criação do prêmio, há 104 anos, apenas 13 mulheres ganharam o Nobel. O movimento indicou coletivamente ao prêmio mil mulheres que trabalham pela construção de uma cultura de paz. O resultado deve sair em outubro. Elas vão concorrer, por exemplo, com o ativista e cantor Bono Vox e com presidente dos Estados Unidos, George Bush).

Lista das brasileiras indicadas ao Prêmio Nobel da Paz:

Albertina Duarte Takiuti - médica ginecologista

Alzira Rufino - ativista feminista e anti-racista

Ana Maria Machado - escritora

Ana Montenegro - advogada e ativista política

Benedita da Silva - líder política

Concita Maia - educadora popular, ambientalista

Creuza Maria Oliveira - sindicalista

Eliane Potiguara - líder indígena

Elizabeth Teixeira - líder camponesa

Elza Berquó - demógrafa

Elzita Santa Cruz Oliveira - dona de casa

Eva Alterman Blay - pesquisadora e professora universitária

Fátima Oliveira - médica, ativista feminista

Givânia Maria da Silva - ativista, vereadora

Heleieth Saffioti - socióloga e professora

Helena Greco - ativista política

Heloneida Studart - escritora, deputada estadual

Hilda Dias dos Santos - ialorixá

Jacqueline Pitanguy - socióloga, cientista política

Joênia Batista de Carvalho - advogada

Jurema Batista - ativista anti-racista, deputada estadual

Lair Guerra de Macedo - infectologista, gestora pública

Leila Linhares Barsted - advogada, ativista feminista

Lenira Maria de Carvalho - líder comunitária

Luci teresinha Choinacki - deputada federal

Luiza Erundina de Souza - líder política, deputada federal

Maninha Xucuru - líder indígena

Mara Régia Di Perna - radialista, comunicadora social

Margarida Genevois - ativista pelos direitos humanos

Maria Amélia de Almeida Teles - ativista feminista e de direitos humanos

Maria Berenice Dias - desembargadora

Maria José de Oliveira Araújo - médica, ativista feminista/saúde da mulher

Maria José Motta - atriz

Maria José Rosado Nunes - ativista feminista, professora universitária

Maria Osmarina Marina Silva de Lima - ministra do Meio Ambiente

Maria Stella de Azevedo Santos - ialorixá

Mayana Zatz - cientista

Moema Libera Viezzer - socióloga, educadora popular

Niède Guidon - arqueóloga

Nilza Iraci - ativista feminista e anti-racista

Procópia dos Santos Rosa - líder quilombola calunga

Raimunda Gomes da Silva - líder camponesa

Rose Marie Muraro - escritora e ativista feminista

Ruth de Souza - atriz

Schuma Schumaher - ativista feminista, pedagoga

Sílvia Pimentel - advogada, professora universitária

Sueli Pereira Pini - juíza de direito

Therezinha de Godoy Zerbini - advogada, ativista política

Vanete Almeida - líder camponesa

Zenilda Maria de Araújo - líder indígena

Zilda Arns Neumann - médica, gestora social

Zuleika Alembert - ativista política, feminista


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/07/2005 - Página 22172