Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Rebate números divulgados pelo governo federal sobre a geração de empregos. Satisfação com a disposição da Vale do Rio Doce em investir na área de siderurgia, em Minas Gerais. Encaminha requerimento ao Ministério do Planejamento, solicitando que o governo federal retome a ferrovia Unaí-Pirapora, atendendo a região noroeste do estado de Minas Gerais.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. POLITICA DE EMPREGO. POLITICA INDUSTRIAL. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Rebate números divulgados pelo governo federal sobre a geração de empregos. Satisfação com a disposição da Vale do Rio Doce em investir na área de siderurgia, em Minas Gerais. Encaminha requerimento ao Ministério do Planejamento, solicitando que o governo federal retome a ferrovia Unaí-Pirapora, atendendo a região noroeste do estado de Minas Gerais.
Publicação
Publicação no DSF de 14/07/2005 - Página 23950
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. POLITICA DE EMPREGO. POLITICA INDUSTRIAL. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, DISCURSO, SENADOR, COBRANÇA, GOVERNO FEDERAL, CUMPRIMENTO, ACORDO, PRODUTOR RURAL.
  • CONTESTAÇÃO, DADOS, DISCURSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, SOLENIDADE, POSSE, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE), REFERENCIA, CRIAÇÃO, EMPREGO, COMPARAÇÃO, EPOCA, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), INEXATIDÃO, MOTIVO, ALTERAÇÃO, METODOLOGIA, PESQUISA.
  • SAUDAÇÃO, DECISÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), INVESTIMENTO, SIDERURGIA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), AMPLIAÇÃO, USINAS SIDERURGICAS DE MINAS GERAIS S/A (USIMINAS), BENEFICIAMENTO, MINERIO, MELHORIA, EXPORTAÇÃO.
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, RETOMADA, OBRA PUBLICA, FERROVIA, LIGAÇÃO, MUNICIPIO, PIRAPORA (MG), UNAI (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ATENDIMENTO, AGRICULTURA, REGIÃO.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiramente, quero também me solidarizar com os Parlamentares que aqui me antecederam com relação à questão da área rural. Vimos que esse foi o compromisso assumido pelo Governo, que, até o momento, não está cumprindo corretamente tudo que foi acordado.

Senador Jonas Pinheiro, tenha a certeza de que também é a preocupação do meu Partido, o PSDB, de que o Governo possa manter sua credibilidade, honrando a palavra empenhada.

E é exatamente sobre credibilidade que também quero falar, ao ocupar a tribuna. O Governo deu posse a um novo Ministro do Trabalho, e, nessa solenidade, o Presidente da República, mais uma vez, foi levado a erro em relação a número de empregos, pois repetiu a informação de que, nos últimos meses, se criaram 120 mil empregos em média contra apenas 8 mil empregos em média no período do Governo anterior, o Governo do PSDB.

Eu mesmo já ocupei esta tribuna para mostrar, com base em dados da RAIS, que não é esse o número. Foram 58,5 mil empregos com carteira assinada a cada mês, de acordo com os dados da RAIS. Todos que trabalham na área de pessoal sabem bem que a RAIS é um instrumento efetivo de averiguação. Além disso, há outros indicadores que também demonstram até um número maior do que esses 58,5 mil empregos. Se olharmos os dados da PNAD, vamos verificar que, na verdade, houve cerca de 11,6 milhões de empregos, o que dá uma média mensal superior a 100 mil.

Portanto, o Presidente, mais uma vez, é levado, pela área do seu Ministério do Trabalho, a números errados. Não são 8 mil empregos, mas sim 58,5 mil empregos, no mínimo, pelos dados da RAIS - é uma diferença muito grande -, ou mais de 100 mil empregos mensais, pelos dados da PNAD.

Essas declarações do Presidente vão corroendo a sua credibilidade. Esperamos que o novo Ministro não repita os mesmos erros do Ministro Berzoini, já que, em 2002, houve mudança na metodologia do Caged, pela qual os dados mensais relativos ao número de admissões e demissões de empregados, fornecidos pelas empresas, deixaram de passar pelo processo de depuração. O resultado depurado chegava, por vezes, a ser metade do número inicial.

O problema, portanto, não é que o Governo divulgue os dados conforme a nova metodologia do Caged, mas que ele não tenha escrúpulos em compará-los, pura e simplesmente, com os dados obtidos pela metodologia anterior, bem mais rigorosa. Portanto, não se podem comparar dois sistemas, duas metodologias diferentes, trazendo essa distorção nos números.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveito este momento em que posso me dirigir a todos os senhores para registrar um fato positivo, que é a disposição anunciada pela Companhia Vale do Rio Doce de investir também na área de siderurgia, em Minas Gerais, por meio de participação na expansão da Usiminas. Esse é um dado alentador, já que, por muitos e muitos anos, estamos sempre questionando que a Vale exerce a sua função na mineração, que ela cumpre o seu papel, que ela recolhe e vende o minério e, com isso, gera divisas importantes para o País, mas nós, mineiros em especial, queremos que ela dê um passo a mais. E esse passo, pelas notícias de hoje, é alvissareiro no sentido de que a Vale está disposta a investir também na siderurgia, além de na mineração, que já lhe é tradicional e em que já é líder, sendo uma empresa de alta qualificação.

Quero também repetir a minha proposta, para que o Governo Federal retome as obras da ferrovia Unaí - Pirapora, que, na época da privatização da Vale do Rio Doce, foi objeto de publicação em todos os jornais, mostrando que a CVRD tinha essa perspectiva de construção desse trecho de Pirapora até Unaí, atendendo exatamente à região noroeste de Minas Gerais, novo pólo agrícola do País.

O projeto da Unaí - Pirapora constou do Programa Brasil em Ação, do Presidente Fernando Henrique. Com a privatização da Vale, esse projeto acabou sendo retirado desse Programa, e a Vale acabou esquecendo a ferrovia Unaí - Pirapora.

Encaminhei um requerimento ao Governo Federal e, no caso específico, ao Ministério do Planejamento, a fim de que esse Ministério utilizasse a metodologia e o processo de Parcerias Público-Privadas para construir esse trecho importante do ponto de vista de desenvolvimento, que vai atender à agricultura, mencionada aqui como uma das áreas mais importantes e que mais geram empregos no País.

Sr. Presidente, eram essas as palavras que queria trazer, essa contestação aos números que, mais uma vez, foram erroneamente apresentados em relação à geração de empregos. E apresento meus cumprimentos à Vale do Rio Doce pela sua disposição de investir, além de na mineração, também na área de siderurgia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/07/2005 - Página 23950