Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do Prêmio Cultura e Paz, concedido ao Frei Henri Derrozie, no combate ao trabalho escravo e às discriminações. Solidariedade ao Senador Amir Lando.

Autor
Ana Júlia Carepa (PT - Partido dos Trabalhadores/PA)
Nome completo: Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CONCESSÃO HONORIFICA. HOMENAGEM.:
  • Registro do Prêmio Cultura e Paz, concedido ao Frei Henri Derrozie, no combate ao trabalho escravo e às discriminações. Solidariedade ao Senador Amir Lando.
Publicação
Publicação no DSF de 14/07/2005 - Página 24018
Assunto
Outros > CONCESSÃO HONORIFICA. HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, PARCERIA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO A CIENCIA E A CULTURA (UNESCO), FUNDAÇÃO, BRASIL, CONCESSÃO, PREMIO, SACERDOTE, ESTADO DO PARA (PA), ATUAÇÃO, COMBATE, TRABALHO ESCRAVO, OPOSIÇÃO, VIOLENCIA, VITIMA, PEQUENO PRODUTOR RURAL.
  • HOMENAGEM, SACERDOTE, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • SOLIDARIEDADE, POLITICO, INJUSTIÇA, ACUSAÇÃO, SEMELHANÇA, OCORRENCIA, AMIR LANDO, SENADOR, DEFESA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), NECESSIDADE, PUNIÇÃO, RESPONSAVEL, CORRUPÇÃO, RECUPERAÇÃO, REPUTAÇÃO, IDONEIDADE, CLASSE POLITICA, IMPORTANCIA, OPORTUNIDADE, INVESTIGAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente. Tentaria falar contra a proposta de déficit zero, mas acredito que se trata de um tema que exige de nós um melhor diálogo, uma melhor explicação, já que a sociedade não tem, com certeza, intimidade com esses termos, logo, vou deixar para outro dia.

Mas gostaria de fazer o registro da primeira edição do Prêmio Cultura e Paz, uma parceria entre a Unesco no Brasil e a Fundação Roberto Marinho. No dia 30 de junho, esse prêmio foi concedido ao Frei Henri Burin de Roziers, que tem desenvolvido no sul do Estado do Pará um combate inegável e determinado ao trabalho escravo, um combate muito grande à violência praticada principalmente contra os pequenos agricultores, os pequenos trabalhadores rurais.

Um júri formado pelo Ministro Nilmário Miranda, da Secretária Especial de Direitos Humanos; pela fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Drª Zilda Arns; pelo rabino Henry Sobel; pelo Diretor-Executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes; e pela Diretora Técnica da Unesco no Brasil, Mariova Jovchelovitch Noleto, elegeu, entre os cinco finalistas que foram apontados por 14 instituições brasileiras que realizam trabalhos sociais, o Frei Henri Burin des Roziers.

Ressalto que Frei Henri, que tem 74 anos, chegou ao Brasil e instalou-se no Estado do Pará no fim de 1978. Desde então, tem sido um defensor dos direitos humanos. Durante muitos anos, foi o único advogado, a única assessoria jurídica dos trabalhadores nessas regiões. Ele é um dos coordenadores da Comissão Pastoral da Terra - CPT.

Sinto-me orgulhosa de ser Senadora do Estado do Pará e de saber que esse prêmio em defesa dos direitos humanos foi concedido a uma pessoa tão importante para o País, especialmente para os trabalhadores, como o Frei Henry, que atua no Município de Xinguara, sul do Pará.

Há pouco, ouvimos o Senador Amir Lando, e vimos com preocupação o fato de que basta uma pessoa acusar alguém, citar o nome de alguém, para que este seja acusado de tantas irregularidades.

Ora, Senador Sibá Machado, todos nós assistimos aqui à solidariedade dos Senadores e Senadoras ao Senador Amir Lando, que foi inclusive Relator de CPI importante no Congresso Nacional. Não podemos passar a generalizar, neste momento. É verdade que o Presidente Lula está ligado ao Partido dos Trabalhadores - graças a Deus -, de cuja história me orgulho. Tenho a tranqüilidade, Senador Sibá Machado, porque, a vida toda, eu disse que, assim como há pessoas ruins em qualquer Partido, também há no PT - muitos inclusive já foram embora. Com certeza, há pessoas que cometem erros no PT, no PSDB, no PFL, no PMDB, em todos os partidos políticos. Não vamos aqui fazer generalizações e pensar que a corrupção começou agora. O povo não acredita nisso.

Há fatos interessantes no País. Para algumas figuras, quando acusam alguém que tem interesse para alguns, essa pessoa é culpada previamente.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva. PMDB - PI) - Conclua, Senadora Ana Júlia Carepa.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Vou concluir.

Mas a acusação e a investigação em uma loja de socialites, como a Daslu, ocorre há nove meses. Foram, na verdade, mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal que a Polícia Federal e a Receita Federal foram cumprir. Foram encontradas, no aeroporto de Guarulhos, notas reais e notas subfaturadas. Portanto, vem uma defesa para aquelas pessoas que freqüentam e que, com certeza, estão entre 1% da população que pode freqüentar e comprar coisas na Daslu.

(Interrupção do som.)

            A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Sr. Presidente, peço a compreensão de V. Exª. Vou concluir, prometo.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva. PMDB - PI) - Conclua, por favor, Senadora Ana Júlia Carepa.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Não podemos generalizar o Partido dos Trabalhadores, que tem uma história, e não permitiremos que essa história seja jogada na lama por aqueles que podem ter cometido erros. As investigações vão apurar. E, se cometeram, Senador, serei a primeira a defender a punição de todos, seja do PT, do PSDB, do PFL, de que partido for, ou sem partido. Quem comete crime tem que ser punido.

Apesar de no Governo anterior ter havido tanta corrupção, e sequer houve CPI, concordo com o Senador Suplicy de que é um momento de transparência no País. Pelo menos, podemos investigar, o que não foi permitido no Governo anterior.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/07/2005 - Página 24018