Pronunciamento de Magno Malta em 04/08/2005
Discurso durante a 126ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Participação de S.Exa. na Marcha da Vida, em Salvador/BA. Considerações sobre os trabalhos da CPI dos Bingos.
- Autor
- Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
- Nome completo: Magno Pereira Malta
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO.:
- Participação de S.Exa. na Marcha da Vida, em Salvador/BA. Considerações sobre os trabalhos da CPI dos Bingos.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/08/2005 - Página 26630
- Assunto
- Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO.
- Indexação
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- PARTICIPAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DA BAHIA (BA), PASSEATA, DEFESA, VIDA, RELIGIÃO.
- COMENTARIO, DEPOIMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO, GRAVIDADE, IRREGULARIDADE, EMPRESA, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), ANALISE, CRISE, POLITICA NACIONAL.
- AVALIAÇÃO, RESULTADO, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), SENADO, AUSENCIA, IMPUNIDADE, ESPECIFICAÇÃO, TRAFICO, DROGA, ROUBO, TRANSPORTE DE CARGA.
- RECLAMAÇÃO, EXCESSO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), PREJUIZO, FUNÇÃO LEGISLATIVA, CONGRESSO NACIONAL.
O SR MAGNO MALTA (PL - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr Presidente, Senador Romeu Tuma, Srª e Srs Senadores, Senadora Ideli Salvatti, assistência, cidadão brasileiros que estão nas galerias. Vejo ali uma criança e me entusiasmo, porque a Bíblia diz - são palavras das Escrituras - que da boca das crianças sai o perfeito louvor, e quem não se tornar criança não poderá ver o reino de Deus. Essas palavras são exatamente por conta da pureza, da honestidade e da sinceridade das crianças. Acho que este País está precisando disso, muitos homens públicos estão precisando assumir esse sentimento que há na criança de lealdade e o sentimento de dignidade. Por isso faço essa referência à criança, que suponho estar com o pai e a mãe, nos visita nesta tarde.
Vivemos um momento ímpar na história da Nação brasileira e acho que ser este um momento ímpar na história do mundo político, onde a democracia já alcançou, Deputado Geraldo...
Eu aqui imagino, em função da fé que tenho, das minhas crenças, que Deus está interferindo na história deste País. Aqui me refiro e me reporto à palavra do Apóstolo Renê Terra Nova, de que em 2008 o Brasil será outro, porque estamos passando por um processo depurativo. A Escritura Sagrada que V. Exª, Senador Mão Santa, tanto cita e faz dela o seu cavalo de batalha diz que uma nação é bendita quando Deus é Senhor dela. O Senhor tem proeminência, dá as ordens, dita o rumo, o caminho. E quando os homens se põem na posição de servos para ouvir, entender, para assimilar e colocar no coração, certamente o Senhor tem o melhor para dar e orientar.
Sábado próximo passado, participei de um evento em Salvador. Um evento para a vida, um evento de vida, um clamor pela vida e liberdade, um chamamento à dignidade e à honestidade. Participei como músico, Senador Mão Santa, na chamada Marcha para a Vida, Marcha com a Vida, Marcha com Jesus. Havia um milhão de pessoas nesse evento em Salvador, entre jovens, adultos e crianças. Sem violência, sem drogas, sem álcool, sem bandalheira, sem provocações, caminharam pelas avenidas de Salvador, fazendo um chamamento à vida.
Estamos com pouco tempo para nos dedicarmos ao Plenário, Sr. Presidente, porque temos algumas CPIs em funcionamento. Acho que a CPI dos Bingos, a tão propalada, a tão falada CPI dos Bingos, deu início a esse processo depurativo. O Sr. Presidente em exercício, Senador Geraldo Mesquita Júnior, também faz parte dela. Tivemos hoje um depoimento contundente, de certa forma estarrecedor, porque ninguém se acostuma a ouvir escândalos todos os dias. Se tivéssemos de nos acostumar já teríamos nos acostumado. Refiro-me à questão da GTech, Senador Mão Santa, e seu contrato com a Caixa Econômica Federal, envolvendo o Sr. Waldomiro Diniz e o Sr. Rogério Burati, que serão ouvidos por esta CPI na próxima semana.
Sr. Presidente, como o tempo é nosso inimigo, hoje, rapidamente, quando entrei em meu gabinete e peguei o jornal A Gazeta de ontem, do meu Estado, deparei com um artigo do qual eu gostaria de ler alguns pontos, porque fala de um Espírito Santo que está alheio à crise política, sem por ela ser atingido. E, como tem características, Sr. Presidente, por conta de seu complexo portuário, por Deus ter-lhe privilegiado com a costa que tem e termos no nosso solo petróleo que brota todos os dias, e termos o nosso granito, Senador Geraldo Mesquita, o nosso mármore e tradição no plantio e na exportação de café, esta crise política, a exemplo do que se passa, não chegou e não tem atingido o Estado do Espírito Santo.
Os articulistas que escrevem nos jornais, a exemplo de nós, que estamos dentro desse fogaréu que vive a política nacional, e, graças a Deus, em função de termos uma democracia e um povo extremamente ordeiro, ainda não passamos a viver um momento de crise absoluta, com o povo buscando respostas, como aconteceu na Bolívia e na Argentina. Nós temos um povo que ainda assiste, e com toda a desconfiança, ainda acreditando em um Parlamento que possa dar respostas a partir das suas Comissões Parlamentares de Inquérito.
Aqui eu gostaria de ressaltar, para encerrar, que uma Comissão Parlamentar de Inquérito - as pessoas não entendem e dizem: não, acabou em pizza -, uma CPI não acaba em pizza; sempre digo isso. Eu presidi a CPI do Narcotráfico no Brasil, quando indiciamos 864 pessoas e prendemos 348. Depois, o relatório vai para onde? Para o Ministério Público e depois para a Justiça.
V. Exª presidiu a CPI do Roubo de Cargas e outras CPIs nesta Casa. V. Exª, que é homem dos quadros da Polícia e dos mais laureados do Brasil, sabe, e é preciso que o povo entenda, que, a partir das investigações aqui, o relatório vai para o Ministério Público e, em seguida - os indiciamentos é para que se prossigam as investigações - vai para a Justiça, para que a Justiça tome providências.
A CPI do Narcotráfico no Brasil começou o processo depurativo brasileiro, e esse processo depurativo que agora se instala começou no dia em que nós aprovamos, aqui neste Plenário, a CPI dos Bingos. O Brasil começou a viver esse momento e, depois, todos esses tumores foram estourando.
Vamos responder à sociedade com responsabilidade. Vamos responder à sociedade com equilíbrio, mantendo firme as instituições, respeitando o Parlamento e dando prosseguimento àquilo a que nos propusemos, quando fomos às ruas buscar uma eleição, e o povo nos mandou para trabalhar aqui, para dar respostas ao povo, e respostas contundentes para o coração do povo brasileiro.
É um momento difícil, porque participar de três CPIs ao mesmo tempo - e é o que está acontecendo com os parlamentares desta Casa...
(Interrupção do som.)
O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL - ES) - Já encerro, Senador Romeu Tuma. V. Exª terá uma dificuldade muito grande daqui para a frente por estar sendo benevolente comigo, porque o Senador Mão Santa vai querer a mesma coisa.
O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Mas ele vai encerrar a sessão.
O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL - ES) - S. Exª vai encerrar. Então, dá uma hora.
Nós já estamos amordaçados aqui com as medidas provisórias. Por quê? Porque o Parlamento tem duas prerrogativas: legislar e fiscalizar. Há quanto tempo não legislamos, porque as medidas provisórias nos impedem de atuar e cumprirmos com a nossa prerrogativa? Então, o que nos sobra é investigar, e quando a sociedade requer isso e todos os indícios estão postos, estão à luz do dia - a Bíblia, a palavra de Deus, diz que tudo o que é feito nas trevas um dia virá à luz. Tudo o que é feito nas trevas um dia virá à luz - guardou, Senador Mão Santa, V. Exª que gosta tanto das Escrituras?- tudo que é feito nas trevas um dia virá à luz. Aquilo que foi feito nas trevas está vindo à luz, e é preciso que nós, à luz, investiguemos para responder a uma sociedade ávida por resposta, correndo o risco de, se assim não o fizermos, ainda adquirirmos e contrairmos menos credibilidade para as instituições políticas e para a classe política, que hoje vive o seu pior momento, entendo eu, desde que entrei na vida pública em 1992.
Obrigado pela benevolência, Sr. Presidente, e que Deus abençoe a todos nós.