Discurso durante a 163ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Resultados iniciais da pesquisa divulgada hoje sobre o Presidente Lula e seu governo. (como Líder)

Autor
José Jorge (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
Nome completo: José Jorge de Vasconcelos Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Resultados iniciais da pesquisa divulgada hoje sobre o Presidente Lula e seu governo. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 22/09/2005 - Página 31593
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ANALISE, DADOS, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, REALIZAÇÃO, INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, PEDIDO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), REDUÇÃO, APROVAÇÃO, GOVERNO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, COMENTARIO, EFEITO, CONHECIMENTO, POPULAÇÃO, IRREGULARIDADE, GOVERNO FEDERAL.

O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, a maioria da população não confia mais no Presidente Lula e no Governo Federal. Os resultados iniciais, divulgados hoje, da pesquisa de opinião pública realizada pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria - CNI confirmam o que já estávamos constatando nos nossos contatos com a população do Estado: o Presidente Lula e o seu Governo estão em franco declínio diante do eleitorado.

Segundo os primeiros resultados, a confiança no Presidente Lula despencou 12 pontos, caindo de 56% para 44%. A maioria da população - exatos 51% - afirma não confiar em Sua Excelência. Portanto, 44% confiam, e 51%, não - um resultado negativo de 7 pontos.

A aprovação do Governo, que era de 55% em junho último, caiu para 45%, ou seja, menos da metade da população aprova o Governo Federal. A avaliação do Governo Lula, que era positiva em 13% no mês de junho, agora é negativa em 3%. A diferença entre bom e ótimo e ruim e péssimo.

Pela primeira vez, em seu Governo, a desaprovação do Presidente Lula é maior do que a aprovação. Um em cada três brasileiros - 32% da população - avalia o Presidente Lula como ruim ou péssimo, enquanto 29% ainda o consideram bom ou ótimo.

Outra característica dessa pesquisa é que, pela primeira vez, a desaprovação é maior em todas as camadas da sociedade. O desgaste do Presidente Lula já começa a atingir aquela população menos informada, da qual ele tinha o melhor apoio.

Como especialista em estatística - fui Professor por muitos e muitos anos -, comentei, há exatos sete dias, quando analisei o resultado da pesquisa CNT/Sensus, que a réstia de aprovação do Presidente iria desabar, na medida em que as classes sociais menos informadas fossem tendo acesso aos escândalos apurados pelas CPIs do Congresso Nacional.

Ontem mesmo, obtivemos o depoimento do doleiro Toninho da Barcelona, que mostra claramente o uso pelo PT de recursos em dólares, depositados no exterior, nas campanhas eleitorais. Cerca de 20% da população, por exemplo, ainda não tomou conhecimento das denúncias de corrupção no Governo, e, entre aqueles que já tomaram, 76% consideram-nas como verdadeiras - 76%!

Esse processo de esclarecimento começa nas classes mais informadas, até alcançar os estratos sociais menos favorecidos, ou, como dizemos tecnicamente, os formadores de opinião vão disseminando sua avaliação crítica para os outros estratos sociais.

Segundo a pesquisa, “o impacto negativo é maior no Sudeste e na periferia das cidades”, o que caracteriza esse processo de disseminação da avaliação crítica do Governo.

Quanto às implicações eleitorais para o Presidente, ficou claro que está em franco deterioramento a perspectiva eleitoral de Lula. Quarenta e nove por cento dos entrevistados acham que o Presidente não deveria candidatar-se à reeleição, sendo que, na população com maior escolaridade, a opinião contra a reeleição ultrapassa em 10 pontos percentuais a dos que são favoráveis.

Outra constatação da pesquisa é a de que o Presidente Lula perdeu 50% dos eleitores que votaram nele em 2002.

Ainda não estamos no período eleitoral, quando as incoerências do discurso presidencial e suas práticas no exercício do Governo não estão tão aparentes para a população. Imaginem quando a campanha política começar a confrontar para a população o discurso e a prática do PT e do Presidente Lula no Governo.

É bom que o Presidente Lula dê ouvidos ao clamor da população e reveja as suas prioridades de Governo, neste pouco mais de um ano que lhe resta de mandato, se não quiser ver a sua popularidade ainda mais rastejante.

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, essa pesquisa do CNI/Ibope vem confirmar o que a CNT/Sensus divulgou na semana passada: a queda expressiva da popularidade do Governo. Em um período de cerca de 90 dias, o Governo caiu em cerca de 12 pontos na sua avaliação. Então, está-se aproximando de uma situação de impopularidade completa, e evidentemente isso tem uma razão de ser, não é por acaso. A economia mundial, Senador Mão Santa, tem dado a possibilidade de o Brasil ter um mínimo de crescimento, como os poucos mais de 3% que terá este ano. Ela tem permitido isso não só ao Brasil, mas a todos os países emergentes.

As denúncias de corrupção, a política social que não atinge seus objetivos, o desemprego, enfim, todas essas mazelas sociais, junto com essa forma de governar que o Presidente Lula implantou em nosso País, fazem com que a população comece a ver a sua queda, a sua falta de governabilidade, a sua incapacidade de governar e seu índice de popularidade reduzido. Certamente, daqui a 60 ou 90 dias, quando o Ibope, o Sensus e outros institutos de pesquisas forem novamente à população, a popularidade do Presidente ainda estará pior.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/09/2005 - Página 31593