O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, há poucos minutos, o Senador José Agripino falava nesta Casa sobre esses fatos graves de vazamento e de quebra de sigilo que ocorrem, corriqueiramente, no País. E, ao me citar como conhecedor de bancários, disse-lhe que, além de conhecer bancários, era de uma família de bancários e que, portanto, mantinha relacionamento estreito com funcionários, não só do Banco do Brasil, mas também da própria Caixa Econômica.

Ao chegar ao meu gabinete, recebi um telefonema de um funcionário do Banco do Brasil, que prefere não se identificar - e compreendo suas razões. Quero dizer que esse funcionário, em outros episódios, alertou-me para fatos graves que acontecem naquela instituição, como o rastreamento e o acompanhamento de contas de políticos; relatou quando a vida do Senador Arthur Virgílio e de sua família foram devassadas em Manaus; relatou quando houve o episódio envolvendo o Deputado ACM Neto e vários outros Parlamentares que tiveram suas contas devassadas pelo esquema que existe no Banco do Brasil e que é de conhecimento de todos os funcionários, comandado pelo Sr. José Luiz Cerqueira César, conhecido popularmente como “Mixirica”. Líder sindical, tem como especialidade a vocação pela espionagem, a par de Diretor de Tecnologia do Banco do Brasil.

Esse funcionário diz - é a sua opinião - que não há nenhuma dúvida de que a espionagem foi feita pela Diretora da Caixa Econômica, a pedido do chefe de gabinete do Ministério, Sr. Luiz Torelli.

Mas o fato grave não é esse - e aí é que é preciso que a Polícia Federal confira. No dia de hoje, uma equipe de técnicos especializados em manusear esquemas dessa natureza - e, portanto, retirar qualquer indício e qualquer rastro que possa comprovar amanhã a origem dos autores da espionagem dentro da Caixa Econômica - deslocou-se do Banco do Brasil e passou o dia... Estava, para ser bem mais claro, ainda há pouco tempo nas dependências da Caixa Econômica. A denúncia feita, Senador Demóstenes, dá o nome do chefe da equipe, que é conhecido como Sr. Raia. É preciso que se examine se realmente esse cidadão existe e se deu entrada na Caixa Econômica. É preciso que se apure.

Da mesma maneira que estão querendo aqui bisbilhotar a entrada e a saída do caseiro nas dependências do Senado, é preciso que se examinem esses fatos, porque, se comprovados, Senador José Agripino, revestem-se da maior gravidade.

Quero fazer esse registro e pedir que providências sejam tomadas. Não é de hoje que os próprios colegas, Diretores do Banco do Brasil, sentem-se incomodados com a atuação desse Sr. Diretor. Eu mesmo, quando me rebelei contra determinado tipo de comportamento e procedimento do Fundo de Pensão do Banco do Brasil, tive a minha vida devassada, minhas contas examinadas por um grupo, inclusive composto de oficiais da Marinha reformados que foram a Teresina e a Manaus. Fizeram isso comigo, com o Senador Agripino, e com vários Parlamentares.

Dessa forma, quero fazer esse registro e pedir, a bem da verdade, que essas denúncias sejam apuradas o mais rápido possível.

Modelo1 7/1/2412:15