Discurso durante a 103ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogios à atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Elogios à atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.
Publicação
Publicação no DSF de 06/07/2006 - Página 22906
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), REGISTRO, DADOS, DESTINAÇÃO, VERBA, AUMENTO, LUCRO, EMPRESA, BENEFICIO, ECONOMIA, PAIS.
  • BALANÇO, APOIO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), PEQUENO AGRICULTOR, AGRICULTURA, ECONOMIA FAMILIAR, REFORMA AGRARIA, REDUÇÃO, IMPACTO AMBIENTAL, REGISTRO, IMPORTANCIA, RECEBIMENTO, PREMIO, EMPRESA, FORMA, RECONHECIMENTO, ATUAÇÃO.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero saudar, hoje, a atuação de uma empresa que, há mais de trinta anos, é motivo de orgulho para todos os brasileiros. Refiro-me, Sr. Presidente, à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a nossa sempre e cada vez mais admirada Embrapa.

A Embrapa, sabemos todos, é uma empresa essencial para nosso País. Essencial pelo trabalho dedicado e competente de seus empregados. Essencial pelos avanços científicos e tecnológicos proporcionados por seus projetos. Essencial, acima de tudo, pelos impactos econômicos e sociais decorrentes de suas múltiplas atividades.

O documento Balanço Social 2005 Embrapa, que chegou a minhas mãos recentemente, dá bem uma imagem dessa relevante atuação. Em suas páginas, Srªs e Srs. Senadores, fica evidenciado que, no ano passado, cada centavo que o setor público destinou à Empresa foi devidamente valorizado: voltou com grande lucro à população brasileira.

Se a receita operacional líquida foi de R$924 milhões, o lucro social, dimensionado em termos de benefícios trazidos aos setores em que foram aplicados os recursos, foi da ordem de R$13 bilhões. Isso quer dizer que, para cada real investido na Embrapa, R$14 retornaram à sociedade. E cabe destacar, Senhor Presidente, que esses valores levam em conta, apenas, uma amostra de 86 tecnologias e 170 cultivares. Ou seja: não chegam a atestar toda a produção da Empresa.

Há casos de tecnologias e cultivares, por exemplo, que, sozinhas, geraram benefícios superiores à receita total da Empresa. Somente a tecnologia Panicum maximum cv. Mombaça, uma variedade de forrageira destinada ao gado de corte, trouxe incrementos de produtividade que resultaram em ganhos da ordem de um bilhão e seiscentos milhões de reais. Já a tecnologia Brachiaria brizantha cv. Marandu, outra variedade de forrageira para o gado de corte, foi responsável por benefícios na casa do bilhão e um quarto de reais. A aplicação de cobalto e molibdênio na soja, por sua vez, rendeu ao País outros oitocentos e sessenta milhões de reais. Quanto às cultivares, bastaria citar o caso do feijão, em que o benefício econômico foi superior a um bilhão, seiscentos e quarenta milhões de reais.

Mas os resultados da Embrapa, é evidente, não poderiam ser medidos apenas em valores monetários. Num País carente de empregos, como o Brasil, a geração de postos de trabalho é preocupação que sempre se manifesta. Pois bem! Se em 2005, Senhoras e Senhores Senadores, trabalharam na Embrapa cerca de 8.500 empregados efetivos e 4.200 terceirizados, o número de empregos gerados ao longo da cadeia produtiva ultrapassou a casa dos 100.000.

Vale ressaltar, ainda, que, à semelhança do que ocorreu na questão dos benefícios econômicos, houve casos em que um único projeto resultou na criação de uma quantidade de postos de trabalho maior que o número de empregados da Empresa. O projeto “Sistema de alerta contra ferrugem da soja”, por exemplo, gerou 24.300 empregos. O projeto “Novas cultivares de trigo”, de sua parte, gerou outros 15.000. E mais 11.600 empregos resultaram do projeto “Cultivares de mamona para o Nordeste brasileiro”. Em síntese: o cunho social das atividades desenvolvidas pela Embrapa vem se mostrando, também, inquestionável.

E tem mais: essa relevante função social da Empresa não vem sendo desempenhada às custas de menor eficiência. Ao contrário: a Taxa Interna de Retorno dos investimentos realizados na Embrapa chegou, em 2005, a 37,5%, com uma relação Benefício/Custo que variou de 8,6 por 1 a 10,5 por 1, dependendo da metodologia de cálculo adotada.

Todos esses números que apresentei, Senhor Presidente, são extremamente significativos. São números que atestam, sem deixar margem a dúvidas, a excelência do trabalho desenvolvido na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. São números que resultam de ações empreendidas nos mais diversos setores, dando atenção aos mais diversos temas e aos mais diversos atores.

Em 2005, por exemplo, a Embrapa aumentou sensivelmente o número de projetos de pesquisa voltados aos pequenos produtores. Ao todo, foram desenvolvidas 100 ações relacionadas à agricultura familiar, envolvendo 31 unidades da Empresa.

Grande destaque foi dado, também, à questão da Reforma Agrária: 25 ações específicas destinaram-se aos assentamentos, com o envolvimento de 9 unidades. Tais ações propiciaram aos agricultores assentados, entre outros benefícios, o acesso a sementes e mudas com alto padrão de qualidade.

O meio ambiente não foi negligenciado. Além de ter uma unidade de pesquisa voltada ao tema, a Embrapa desenvolveu outras 49 ações a ele relacionadas, ações estas que vão da educação ambiental à melhoria do meio ambiente em termos gerais e à redução de impactos ambientais durante o processo de produção agrícola e pecuária.

Em suma, Sr. Presidente, verificamos que não houve tema, no âmbito de suas atribuições, a que a Empresa não se tenha dedicado com invejável determinação. Contemplou as comunidades indígenas. Cuidou da educação e formação profissional, por meio de ações internas e externas. Incentivou a filantropia e o apoio comunitário. Apoiou com força as ações de governo voltadas à segurança alimentar.

O resultado de tantos esforços, como não poderia deixar de acontecer, foi reconhecido. Em 2005, a Embrapa foi agraciada com dezenas de prêmios da mais alta importância. Entre eles, apenas a título de exemplo, registro o Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Brasil, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); o Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente / 1º lugar na categoria Ciência e Tecnologia, do Ministério do Meio Ambiente; e o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica 2005 (Etapa Norte) / 1º lugar na categoria Instituição de Pesquisa, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Srªs e Srs. Senadores, essa é a Embrapa, instituição que hoje reverencio. Concluo meu pronunciamento cumprimentando, na pessoa de seu Diretor-Presidente, Silvio Crestana, os 12.700 empregados, entre efetivos e terceirizados, que fazem a grandeza dessa Empresa e que, fazendo-a grande, tanto contribuem para o progresso de nosso País.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/07/2006 - Página 22906