O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Sr. Presidente, a Senadora que acaba de se expressar não explicou absolutamente nada. O que eu falei é que foram emprestados cinqüenta milhões. Aliás, de empréstimo, não houve nada, foi pagamento de serviço - isso foi provado na CPMI dos Correios -, para que o INSS abrisse a sua carteira, a relação de aposentados para os empréstimos consignados. A aquisição dessa carteira pela Caixa é posterior, é uma outra operação, secundária.

Então, o que relatamos foi o diagnosticado na CPMI dos Correios. Cadê os R$50 milhões? O PT pagou ou não ao BMG? O BMG cresceu de forma estrondosa após essa operação, e a Senadora não disse nada a respeito, falou outra coisa, falou sobre empréstimo da Caixa, sobre a compra da Caixa Econômica dessa carteira.

A Srª Ideli Salvatti (Bloco/PT - SC) - Senador César Borges...

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Não é permitido aparte.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - O que falamos foi exatamente isso, Sr. Presidente, e estamos certos de que as pessoas imbuídas de ética na política - e aqui cito, com muita honra, o Senador Pedro Simon, que acompanhou tudo isso na CPMI dos Correios - podem testemunhar sobre isso, dar o seu depoimento. Não se observa a ética na política negociando interesses com bancos, com R$50 milhões para se ter acesso de forma exclusiva à listagem e prejudicar o aposentado com empréstimo consignado.

E agora, que o Governo pode vir ao encontro da necessidade do aposentado dando-lhe um aumento que mantenha o seu poder aquisitivo, não o faz, Sr. Presidente. Portanto, é aquilo que falei da tribuna: tergiversação, impunidade, banalização da corrupção neste País. É a isso que estamos assistindo. Senador Pedro Simon, ainda esta semana eu lia o depoimento do ex-Presidente Itamar Franco, que dizia que nunca viu, na História do País, a banalização da corrupção e dos atos antiéticos na política nas dimensões em que ocorrem no atual Governo.

Era isso, Sr. Presidente. Agradeço a V. Exª.