Discurso durante a 171ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem ao Estado do Piauí pela passagem do aniversário de sua fundação, em 19 de outubro. Considerações sobre o decreto presidencial assinado ontem, que dispõe sobre a regulamentação da gratuidade de viagens para a pessoa idosa, estabelecendo um percentual de vagas nos transportes de ônibus interestaduais, trens e navios.

Autor
Leomar Quintanilha (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/TO)
Nome completo: Leomar de Melo Quintanilha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.:
  • Homenagem ao Estado do Piauí pela passagem do aniversário de sua fundação, em 19 de outubro. Considerações sobre o decreto presidencial assinado ontem, que dispõe sobre a regulamentação da gratuidade de viagens para a pessoa idosa, estabelecendo um percentual de vagas nos transportes de ônibus interestaduais, trens e navios.
Publicação
Publicação no DSF de 20/10/2006 - Página 32709
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, REDUÇÃO, DISCRIMINAÇÃO, SOCIEDADE, BRASIL, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE, ELOGIO, REPRESENTAÇÃO POLITICA, REGIÃO.
  • REGISTRO, BIOGRAFIA, ORADOR, ATUAÇÃO, REPRESENTANTE, BANCO DO BRASIL, MUNICIPIO, CORRENTE (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), AUXILIO, FAVORECIMENTO, EMPRESTIMO, AGRICULTOR, PECUARISTA, PEQUENA EMPRESA, OBJETIVO, MELHORIA, AMPLIAÇÃO, ATIVIDADE ECONOMICA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • HOMENAGEM, POPULAÇÃO, ANIVERSARIO, ESTADO DO PIAUI (PI), REGISTRO, PRODUÇÃO, SOJA, PARCERIA, ESTADO DO TOCANTINS (TO).
  • COMENTARIO, DECRETO EXECUTIVO, REGULAMENTAÇÃO, TRANSPORTE GRATUITO, ONIBUS, TREM, NAVIO, BENEFICIO, IDOSO, GARANTIA, CIDADANIA.
  • HOMENAGEM, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, HELOISA HELENA, SENADOR.

            O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PCdoB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente Heloísa Helena, Srªs e Srs. Senadores, no aparte que fiz ao eminente Senador Mão Santa, que me antecedeu nesta tribuna, permiti-me, por intermédio desse ilustre representante do povo do Piauí, enviar minhas homenagens à brava gente desse grande Estado brasileiro. A maioria dos Estados das Regiões Norte e Nordeste enfrentaram, ao longo da sua história, um preconceito muito forte perante a sociedade brasileira, mas vêm vencendo os desafios do dia-a-dia e projetando sua força, por meio de seus filhos ilustres que, no cenário nacional, tão bem têm representado o Nordeste. Em relação ao Piauí, esta Casa tem representantes da envergadura e da importância do Senador Mão Santa, do Senador Heráclito Fortes e do Senador Alberto Silva, de quem temos o privilégio de privar da convivência, da experiência e da luta diária pela busca e pela permanência da democracia neste País.

            Eu comentava que, em Corrente, ainda muito novo, iniciei uma incursão em outras regiões diferentes daquela onde nasci. Fui para Corrente, representando o Banco do Brasil, marcar a presença forte de um instrumento indutor do desenvolvimento do Governo naquela região semi-inóspita, ainda carente de um processo de desenvolvimento. Recordo-me de como era, de certa forma, difícil a expansão do crédito naquela região. Parecia que as pessoas, muito conservadoras, muito seguras - não só de Corrente, de Gilbués, de Parnaguá, de Avelino Lopes, de Cristalândia -, com quem tivemos uma convivência muito boa, pessoas sólidas, que, com esforço, trabalho, inteligência, com a contribuição dos seus familiares, construíram seu destino, seu patrimônio, sua vida, mas tinham um medo muito grande de se endividar, tinham receio de tomar dinheiro emprestado no Banco e, depois, perderem seu patrimônio por falta de pagamento.

            Mas, repito, foi muito rico e muito importante o período em que estive ali, de 1978 até 1981. Pude estreitar o relacionamento comercial não só com os comerciantes e com a pequena indústria, mas, sobretudo, com o homem do campo, o trabalhador rural, o agricultor, o pecuarista, o criador de pequenos animais, que acabaram vendo no Banco do Brasil um parceiro, um companheiro, que poderia dar sustentação à sua atividade econômica e ampliá-la.

            Recordo que ficava surpreso ao ver, de Avelino Lopes, uma cidade pequena e distante, a sua capacidade enorme de produção de mel. Um dos maiores produtores de mel daquela região, ao escoar o seu produto, passava por Corrente, de Avelino Lopes em direção ao norte e, talvez, às terras ricas e bonitas do Senador Mão Santa, lá no litoral, em Alto Parnaíba. Passava ele com mel, na carroceria do caminhão, em tonéis de 200 litros. Eu ficava assombrado, porque nunca tinha visto tanto mel em minha vida, não sabendo como era possível produzir naquela região essa quantidade de mel da melhor qualidade.

            Foi um período muito interessante, em que pudemos participar efetivamente da vida social e econômica principalmente de Corrente, onde fizemos ricas amizades e convivemos com homens como Élcio Paranaguá, Filemon Nogueira, que foi Prefeito de Corrente, Jackson Nogueira, que foi Prefeito de Cristalândia, Emerson, enfim, foram muitos os amigos que acabei deixando naquela cidade e que marcaram muito um período importante da minha vida naquela convivência com o Piauí.

            O Piauí, Senador Mão Santa, faz atualmente fronteira com o Tocantins e acaba desenvolvendo projetos de interesse comum, uma vez que, descoberta a sua boa condição para a produção agrícola, se destaca hoje principalmente na sojicutura. Trata-se de um desenvolvimento e de uma expansão da produção de soja no Tocantins, que certamente haverá de, ampliando a sua produção na área fronteiriça, criar ambientação e condição adequadas para que possamos agregar valor aos nossos produtos. Construiremos, em um futuro não muito remoto, uma indústria que possa processar esse importante insumo, essa fonte extraordinária de proteína vegetal, que é a soja.

            Por isso, renovo as minhas homenagens, os meus cumprimentos à valorosa gente do Piauí pela passagem do seu aniversário.

            Mas quero também registrar, Senadora Heloísa Helena, com muita satisfação, nós que vimos, inclusive na Subcomissão do Idoso, desenvolvendo uma série de trabalhos com vistas a ampliar as ações das políticas públicas hoje existentes no País - não só para a proteção do idoso, mas exatamente para a sua reinclusão no convívio social, para a sua reinclusão no mercado de trabalho, com o aproveitamento do extraordinário potencial que a pessoa idosa acumula, ao longo de sua existência, com o aproveitamento de uma gama imensurável de conhecimento e experiência, de que nenhuma sociedade civilizada e desenvolvida abre mão -, que, com o decreto presidencial de ontem, acabamos de ver de vez regulamentado um benefício à pessoa idosa que já havia sido contemplado no Estatuto do Idoso, que era a possibilidade da garantia de um percentual de vagas para o transporte gratuito de pessoas com mais de 60 anos nos transportes de ônibus interestaduais, trens e navios.

            Com a regulamentação, via decreto presidencial, foram corrigidas algumas falhas que, no Estatuto do Idoso, não haviam sido observadas. E essa foi, inclusive, uma forma de compensação às empresas encarregadas desse transporte, que vem melhorar e ampliar esse benefício enorme ao idoso - homem ou mulher - que, graças a Deus, tem aumentado em progressão geométrica neste País, em razão exatamente dos bons investimentos em infra-estrutura e abastecimento de água tratada, do combate a endemias e epidemias, dos avanços da ciência e da tecnologia a favor da medicina, e esta em benefício da saúde, permitindo a elasticidade e a ampliação da expectativa de vida do povo brasileiro.

            Então, essa possibilidade ampliada e regulamentada ontem por decreto presidencial assegura a garantia ao cidadão, homem ou mulher, com mais de 60 anos, de poder ser transportado com um número de vagas seguro em transportes interestaduais - ônibus, trem ou navio -, indo ao encontro dos interesses de uma fatia da sociedade que respeitamos muito e que cresce num ritmo que o Brasil inteiro deve observar e apreciar.

            Ao encerrar, Srª Presidente, acompanho a homenagem e as colocações tão apropriadas que o nosso querido Mão Santa fez aqui em relação ao fim do mandato de V. Exª. Já estamos sofrendo, por antecipação, com a sua ausência. A convivência com V. Exª, que é uma pessoa amiga, fraterna, franca, muito generosa, solidária, humana, dura nos seus posicionamentos, mas com um coração tão grandioso e mole, Senador Mão Santa, deu-nos aqui seguras, ricas e importantes lições.

            Querida amiga Heloísa Helena, já estamos sofrendo por antecipação, e espero que sua ausência desta Casa não seja tão longa. V. Exª vai, seguramente, deixar uma lacuna impreenchível aqui nos nossos corações.

            Com isso, gostaria de encerrar esta minha manifestação, num momento em que homenageio também a prestimosa mulher brasileira e nordestina, valorizando a destemida mulher do nosso Piauí.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/10/2006 - Página 32709