Discurso durante a 182ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários ao Relatório Anual da Eletrobrás.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Comentários ao Relatório Anual da Eletrobrás.
Publicação
Publicação no DSF de 10/11/2006 - Página 34261
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • ELOGIO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS), IMPORTANCIA, RELATORIO, DEMONSTRAÇÃO, EFICACIA, TRABALHO, PRODUÇÃO, FORNECIMENTO, AMPLIAÇÃO, ACESSO, ENERGIA ELETRICA, GARANTIA, FUTURO, PAIS.
  • ANALISE, HISTORIA, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS), ANTERIORIDADE, CRISE, RACIONAMENTO, ENERGIA ELETRICA, PREJUIZO, PAIS, OPORTUNIDADE, REESTRUTURAÇÃO, ATIVIDADE, ADMINISTRAÇÃO, CONSOLIDAÇÃO, MERCADO INTERNO, EXPECTATIVA, AMPLIAÇÃO, MERCADO INTERNACIONAL.
  • COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS), PLANO, CRESCIMENTO, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, ATUALIZAÇÃO, TECNOLOGIA, FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA, REGISTRO, ESTUDO, CENTRO DE PESQUISA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ), LITORAL BRASILEIRO, CAPACIDADE, AUXILIO, ABASTECIMENTO, CONSUMO INTERNO.
  • COMENTARIO, RESULTADO, ATUAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS), OBTENÇÃO, LUCRO, MELHORIA, GESTÃO, USINA HIDROELETRICA, REDUÇÃO, PREJUIZO, ELETROBRAS TERMONUCLEAR S.A. (ELETRONUCLEAR), CENTRAIS ELETRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A (ELETRONORTE), VALORIZAÇÃO, AÇÕES, BOLSA DE VALORES, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • COMENTARIO, EMPENHO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS), DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, RESPONSABILIDADE SOLIDARIA, PATROCINIO, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASKETBALL (CBB), CUMPRIMENTO, ORADOR, PRESIDENTE, FUNCIONARIOS, EMPRESA.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, peço a palavra no dia de hoje para celebrar o sucesso de uma empresa que nos enche de energia para seguir adiante, a Eletrobrás. Acaba de chegar às minhas mãos o Relatório Anual da companhia, que traz um panorama de suas atividades no último ano. Esse extenso e completo documento é rico em informações importantes que me deixaram muito tranqüilo. Tranqüilo porque tenho confiança de que a geração de energia no Brasil está em boas mãos. Mas nem sempre foi assim: há apenas cinco anos enfrentamos a triste experiência do racionamento de energia, que causou prejuízos irrecuperáveis e danos que persistem até hoje. Felizmente, esses dias terríveis ficaram no passado.

A gigante Eletrobrás, formada pelas subsidiárias Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Itaipu, CGTEE e Eletronuclear é um conglomerado que reúne 29 usinas hidrelétricas, 15 termelétricas e duas usinas termonucleares. Está interligado por uma malha de quase 57 mil quilômetros de linhas de transmissão, que leva energia a lugares distantes como o Monte Caburaí, em meu Estado, no extremo do País, e alcança o Chuí, no Rio Grande do Sul. Essas linhas de transmissão representam 69% da malha do Sistema Elétrico Interligado Nacional, o SIN. Esse conjunto de empresas é o verdadeiro dínamo brasileiro, com uma capacidade instalada de geração de 37 mil megawatts, 40% do total de energia gerada no País. Sem a Eletrobrás, o Brasil pára.

Esse dínamo passa por um momento especial em sua história. Numa conjuntura em que as incertezas sobre o futuro do mercado de energia elétrica começaram a se dissipar, a Eletrobrás aproveitou a mudança dos ventos para fazer uma reestruturação. A empresa definiu uma nova estratégia de ação e promoveu um choque de gestão administrativa, o que permitiu consolidar sua liderança no mercado de energia elétrica nacional. Agora, a companhia começa a traçar vôos mais altos, com a perspectiva de estender suas operações ao mercado internacional. Os 40 anos de conhecimentos adquiridos em construção de usinas e operação de linhas de transmissão lhe garantem a experiência necessária para competir de igual para igual com outras empresas do ramo no mundo.

Neste período, a Eletrobrás participou ativamente da elaboração do Plano Decenal de Energia Elétrica, que definiu as diretrizes para o crescimento do setor até o ano de 2015, para quando estão previstas a geração de 40 mil megawatts adicionais e a construção de mais 40 mil quilômetros em novas linhas de transmissão. A Eletrobrás terá participação importante nessa etapa, já que, em leilão realizado no final de 2005, a empresa arrematou quatro concessões para construir novas usinas, que responderão pelo equivalente a 953,2 megawatts contratados, e três novas linhas de transmissão. Somente em 2006, a Companhia prevê investimentos da ordem de 5 bilhões e cem milhões de reais, um crescimento de 18% em relação ao autorizado no ano passado.

A empresa também investe em tecnologia e inovação -- e uma das grandes maravilhas é o desenvolvimento de formas alternativas de geração de eletricidade. Destaco a instalação da primeira usina de ondas da América do Sul, que está sendo construída no porto de Pecém, no Ceará. O projeto busca gerar energia a partir das ondas do mar, que acionam bombas hidráulicas com pressão semelhante a das quedas d’água que movem as hidrelétricas convencionais. Vale lembrar que, segundo estimativas do Centro de Pesquisas Energéticas da Coppe/UFRJ, o litoral brasileiro tem potencial para suprir 15% da energia necessária para o País. É por isso que a Eletrobrás está trabalhando estrategicamente e de olho no futuro.

Todas essas ações têm mostrado resultados para a empresa, para seus funcionários, seus acionistas e para os brasileiros. No ano passado, a empresa obteve um lucro líquido de quase um bilhão de reais, que só não foi maior devido à valorização do real. As reestruturações na gestão da empresa e de suas coligadas, contudo, permitiram o saneamento da Companhia. A subsidiária Eletronuclear, depois de muitos anos no vermelho, voltou a operar no azul. Também foi implementada uma significativa reformulação no gerenciamento da Eletronorte, que reduziu seu prejuízo de 1 bilhão de reais, em 2004, para 324 milhões de reais, em 2005.

Esse sucesso tem-se refletido no desempenho das ações da Eletrobrás na Bolsa de Valores de São Paulo. A despeito das oscilações do dia-a-dia do mercado financeiro, investir na companhia tem sido um excelente negócio. As ações ordinárias da empresa, nos últimos doze meses, valorizaram mais de 64%. O vigor deve continuar, já que a Companhia tem feito esforços para se adequar às exigências do novo mercado. Será a primeira estatal a figurar no seleto grupo de companhias que atendem o nível 1 de Governança Corporativa definido pela Bolsa de Valores de São Paulo.

A União é a grande beneficiada por esse resultado fantástico, já que possui 80,1% das ações da Eletrobrás. Mas embora o controle e a gestão sejam do Estado, a empresa também atua no sentido de democratizar seu capital, abrindo-se para vários acionistas, entre eles milhares de pessoas físicas e pequenos investidores. Os acionistas minoritários possuem 19,9% das ações, e entre aquelas com preferência na distribuição de lucros, 84% estão sob controle de minoritários residentes e não-residentes no País.

Tamanha excelência permitiu à Eletrobrás buscar financiamento em mercados de capitais ao redor do mundo. Em 2005, a direção da holding determinou a todas as subsidiárias que se preparem para atender às mais modernas exigências do mercado financeiro. A direção da empresa quer lançar na Bolsa de Nova York os ADRs no chamado nível dois, que permitirão obter financiamentos a taxas mais baixas no sistema financeiro internacional e aumentarão a liquidez das ações da empresa no exterior.

No entanto, lucro não é o único objetivo da Eletrobrás. A preocupação com a área social e com o desenvolvimento sustentável sempre esteve entre as diretrizes da empresa. Esse perfil foi compreendido pela Bovespa, que a selecionou para fazer parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que congrega as principais companhias de capital aberto com responsabilidade social na Bolsa brasileira. A participação nesse seleto grupo se deve a várias ações sociais promovidas pela Eletrobrás, das quais destaco o papel na gestão de quatro programas do Governo Federal: o “Luz para Todos”, que promove o acesso à universalização da energia elétrica; o “ReLuz”, que estimula aa adoção de padrões de eficiência na iluminação pública; o “Proinfa”, de incentivo às fontes alternativas de energia elétrica e o “Procel”, para a conservação de energia.

O carinho social se reflete no cuidado com o meio ambiente. Em março deste ano, a Eletrobrás uniformizou a política ambiental para todas as empresas do grupo, o que facilitará imensamente o desenvolvimento do mercado de energia sem colocar em risco o nosso patrimônio ambiental . Além disso, a empresa também promove ações em outras esferas, sempre no sentido de auxiliar a cultura e as atividades sociais. Lembro aqui de nossa seleção de basquete, que disputa o campeonato mundial da categoria. Já há alguns anos, a Confederação Brasileira de Basquete tem sido patrocinada pela Eletrobrás e, com o apoio da empresa, o time do Brasil está competitivo como há muito tempo não o víamos, e tem feito jogos duríssimos contra as principais equipes do mundo.

Parabenizo, portanto, a direção da Eletrobrás, na pessoa de seu presidente, Dr. Aloísio Marcos Vasconcelos Novais, executivo de alta competência no setor elétrico e, outrora, nosso colega parlamentar. Parabenizo, ainda, os funcionários da empresa, que trabalham anonimamente para fazer dessa companhia uma das líderes em geração de energia elétrica no cenário mundial. Que a Eletrobrás continue iluminando os caminhos dos brasileiros e nos alimentando de energia para o País crescer.

Era isso o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/11/2006 - Página 34261