Discurso durante a 184ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Manifestação em defesa do INCOR, que atravessa dificuldades financeiras para sua manutenção.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Manifestação em defesa do INCOR, que atravessa dificuldades financeiras para sua manutenção.
Publicação
Publicação no DSF de 14/11/2006 - Página 34473
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, ALDO REBELO, PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS, LIDER, PARTIDO POLITICO, PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B), INTERINIDADE, EXERCICIO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REGISTRO, CONFIANÇA, ORADOR, MELHORIA, SAUDE, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, HOSPITAL, CARDIOLOGIA, TRATAMENTO, DOENÇA GRAVE, APERFEIÇOAMENTO, PESQUISA, SAUDE, REGISTRO, DADOS, SUPERIORIDADE, DIVIDA, MOTIVO, AUSENCIA, GOVERNO FEDERAL, PAGAMENTO, DEBITOS, COMPROMISSO, CONSTRUÇÃO, EDIFICIO.
  • EXPECTATIVA, ORADOR, CUMPRIMENTO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROMESSA, BUSCA, SOLUÇÃO, CRISE, HOSPITAL, CARDIOLOGIA, OBJETIVO, MANUTENÇÃO, QUALIDADE, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Ainda ontem citei, com muita emoção, o nome de V. Exª, pelo seu comportamento, por sua luta frente às divisões do PMDB, porque tenho um filho, Deputado Estadual, que faz parte do seu Partido e me convidou para participar da convenção ontem. Não tive nenhuma dificuldade de falar sobre a sua postura e como eu via o PMDB que V. Exª deseja historicamente, desde o MDB.

Quero cumprimentar o Senador Leomar Quintanilha, para que leve o nosso abraço ao Deputado Aldo Rebelo, porque também o PCdoB é uma divisão do PCB, que surgiu no passado. São sempre essas lutas intestinas que fazem com que os partidos, às vezes, dividam-se, mas sempre Aldo Rebelo, para mim, foi um homem ético, correto, respeitoso com as pessoas. Conheço-o bem por ligações que tem com o meu irmão, que faz parte de entidades internacionais. Então eu pediria a V. Exª que o cumprimentasse para que, novamente, quando assumir, seja mais longa a sua permanência; não que eu queira que o Presidente se ausente, porque, de vez quando, viaja. Eu gostaria muito que o José Alencar voltasse rapidamente curado da doença que fez com que ele tivesse que ser novamente operado. É um homem que conosco conviveu, sempre educado e delicado. Conversei com ele, na semana passada, da mesma forma como era quando estava nesta Casa conosco, com a mesma delicadeza e simpatia. Estamos orando para que ele volte. Tenho certeza de que Aldo Rebelo, dentro da sua postura, não trará nenhuma dificuldade ao Presidente Lula neste período em que estará à frente da Presidência, ainda mais tendo um representante como V. Exª entre nós. Deus ajude que dê tudo certo.

Sr. Presidente, peço um minuto, porque eu sei que V. Exª, o Senador Flávio Arns, Eduardo Suplicy falaram sobre o InCor. Eu tenho uma ligação muito forte com o InCor. O InCor, em tese, ainda não existia com a Fundação Zerbini. Era um departamento da Escola de Medicina da USP. Lá funcionava, à época em que conheci, e várias vezes fui lá, como amigo, o Dr. Fúlvio Pileggi, que foi um dos primeiros a presidir administrativamente o InCor com a sua Fundação.

Eu era policial ainda novo, quando foi feito o primeiro transplante pelo Professor Zerbini. Havia necessidade de montar uma enorme segurança e, como estava no departamento, fui escalado para colaborar com a segurança e fiz uma amizade muito grande com esses médicos.

Vejo que há praticamente dois anos a situação econômica vem degringolando. É claro que a Fundação sempre teve um saldo altamente positivo para atender a melhora no tratamento, com dedicação exclusiva dos médicos e o aprimoramento das pesquisas. Trata-se de um centro de ponta. V. Exª sabe muito melhor do que eu o que produz o InCor frente aos congressos internacionais.

O nosso colega Senador foi presidente do conselho, e o nosso querido Mário Covas também foi paciente, tendo feito cirurgia e tratamento lá, e pediu que a Fundação cedesse o seu dinheiro e retirasse um empréstimo no BNDES para construir o prédio dois. Isso foi feito com o compromisso de que o Governo reassumiria essa dívida, o que não aconteceu até hoje. A dívida é de R$250 milhões, conforme declarações dadas pelo diretor atual, um infectologista, com a presença do Presidente Lula e dos dois ministros, em busca de uma solução. Eu gostaria que essa solução fosse rapidamente encontrada.

O Sabino, que trabalhou conosco aqui, foi Diretor-Geral da Câmara, trabalhou comigo na Primeira Secretaria, hoje está dirigindo a Fundação Zerbini para tentar recuperar algumas coisas que se deterioraram ao longo tempo. Aqueles conselhos e empresários que sempre colaboraram começaram a desaparecer.

Sou cliente do InCor e vou lá toda semana não só por necessidade, mas muito mais porque sou amigo dos médicos e fico encantado com algumas pesquisas que fazem por lá. Nós que temos filho médico acabamos pegando o vírus.

O Governo tem toda razão. Espero que o Presidente Lula, dentro do seu compromisso assumido publicamente, nas próximas 24 horas - foram dadas 48 horas e já se passaram quase 24 horas -, tenhamos, em breve, uma solução eficaz porque não havia dinheiro para pagar o salário dos médicos. Tiveram de se virar. A universidade ajudou um pouco, mas a Fundação não tinha mais dinheiro para pagar o salário dos médicos. Assim, foi um mês difícil para a Fundação e para o InCor.

Eu e a Roseana Sarney fomos os primeiros pacientes a ocupar quarto no prédio dois. Eu, operado de um infarto; e ela, por um problema grave de intestino, pelo qual sofreu muito. Rezávamos juntos pelos corredores do prédio dois do InCor. Por isso, temos uma afeição especial por ele.

Sr. Presidente, tenho certeza, e V.Exª, como médico, declarou desta tribuna ou da Presidência a sua expectativa, de que serão realmente cumpridos todos os compromissos para que o InCor não perca a sua qualidade de ponta, ele que tão bem representa o País em vários congressos internacionais.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Peço desculpas a V. Exª por ter abusado. V. Exª ia encerrar a sessão e me deu esta oportunidade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/11/2006 - Página 34473