O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente do Congresso Nacional, Senador Renan Calheiros; Exmº Sr. Waldir Pires, Ministro da Defesa; Exmº Sr. General-de-Exército Enzo Martins Peri, Comandante do Exército Brasileiro; Exmº Sr. Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, Comandante da Marinha; Exmº Sr. Brigadeiro Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica; Exmºs Srs. Embaixadores e representantes do Corpo Diplomático; Exmªs Srªs e Srs. Senadores; Srªs e Srs. Deputados; Exmº Sr. Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ministro Francisco Peçanha Martins; Exmºs Srs. Ministros dos Tribunais Superiores; Srs. Procuradores-Gerais da República; Srs. Oficiais e demais representantes das Forças Armadas; senhoras e senhores, quem fala por último ou depois de alguns oradores corre o risco de repetir algumas palavras, algumas frases, mas nunca é demais repetir os bons feitos do Exército Brasileiro e das nossas Forças Armadas.

Na condição de Líder do PMDB nesta Casa, não poderia deixar de subir a esta tribuna para, em nome do maior Partido do Brasil, render as devidas homenagens a essa gloriosa instituição que é o Exército Brasileiro.

Não seria possível, neste breve espaço de tempo de que disponho, elencar aqui todos os feitos heróicos de nossa Força Terrestre, nem enumerar todos aqueles que, destemidamente, deram suas vidas por nossa Pátria. Contento-me, então, em fazer referência a uma única batalha, Guararapes, e a um único homem, Caxias, que simbolizam, ainda hoje, a essência do Exército Brasileiro.

Em Guararapes, naquele longínquo 19 de abril de 1648, pela primeira vez, brancos, negros e índios, encarnando a alma nacional e unidos em combate contra os invasores holandeses, forjaram as bases do Exército Brasileiro. Surgia, então, o sentimento de brasilidade que, posteriormente, iria nutrir os corações e as mentes dos colonos com o desejo de liberdade, imortalizado por D. Pedro I, às margens do Ipiranga, ao bradar: “Independência ou morte!”

Durante todo o período imperial que se seguiu, coube ao Exército - e de modo muito particular a Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias - evitar todas as tentativas de fragmentação territorial e social de nosso País, legando-nos terras de dimensões continentais e de incontáveis riquezas.

Caxias desempenhou, também, papel fundamental no maior conflito externo em que o Brasil se viu envolvido. Devido à sua hábil liderança, fomos capazes de obter a vitória na sangrenta Guerra do Paraguai. O Duque de Caxias, patrono do Exército, nos lega, sobretudo, uma lição para o futuro: nunca humilhar o adversário, sempre tratá-lo com respeito e humanidade.

Também na Proclamação da República, o Exército Brasileiro se fez presente e fundamental: graças à ação de nossa Força Terrestre, não apenas derrubamos o regime monárquico - fonte de injustificáveis e nefastos privilégios - como também lançamos as bases de nossa democracia, hoje plenamente consolidada. Muito devemos a Guararapes! Muito devemos a Caxias! O sentimento de brasilidade e o heroísmo que os animaram, bem como a todos aqueles que combateram em nossa Força Terrestre, foram fundamentais para a formação da identidade nacional e para o surgimento do que hoje chamamos de “Pátria amada, Brasil”!

Muito devemos, pois, ao Exército Brasileiro!

Hoje o Exército nos brinda com exemplos dignificantes e meritórios, guarnecendo nossas fronteiras, engajando-se em campanhas sociais, levando alimentos e remédios aos mais longínquos rincões deste País e integrando a Força de Paz das Nações Unidas, em missões de caráter humanitário, como a do Haiti e a do Timor Leste, recentemente.

Particularmente, como representante de Rondônia - um Estado amazônico - nesta Casa, sinto-me no dever de mencionar, ainda que brevemente, a atuação de nosso Exército na região amazônica.

Tudo na Amazônia é imenso: as florestas, os rios, as riquezas minerais. São 5,2 milhões de quilômetros quadrados, que abrigam a maior diversidade do planeta.

Desde o século XVII, o Exército Brasileiro enfrenta, corajosamente, o desafio de desbravar, ocupar e guarnecer esse gigantesco território.

Quero destacar também a atuação brilhante da Marinha do Brasil, da Aeronáutica, que trabalham sempre em conjunto com o Exército. São as três Forças do nosso País.

Nessa hercúlea tarefa, destacaram-se nomes de relevo como o de Francisco Caldeira Castelo Branco, fundador do Forte do Presépio, hoje Belém do Pará; como o de Pedro Teixeira, de Raposo Tavares e de Bento Manoel Parente, além do inesquecível Marechal Cândido Mariano Rondon.

Por isso, faço minhas as palavras do General-de-Exército Rodrigo Octávio Jordão Ramos que, certa feita, assim se pronunciou: “Árdua é a missão de se desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados, de conquistá-la e mantê-la”.

Em todos os sentidos, o trabalho do Exército Brasileiro na Amazônia é grandioso: militar e socialmente indispensável!

Ao colaborar com o povoamento de áreas longínquas, o Exército proporciona o mínimo de infra-estrutura até que chegue o desenvolvimento. Esse trabalho silencioso e constante representa uma parcela concreta da colaboração de nossa Força Terrestre para o desenvolvimento da Nação.

Por tudo isso, nada mais adequado para expressar o significado do Exército Brasileiro para o nosso povo do que o lema que o representa: “Braço Forte, Mão Amiga”.

Nesta oportunidade, portanto, resta-nos prestar nosso sincero reconhecimento a todos aqueles que, valorosamente, integram os quadros de nossa Força Terrestre, e a quem cumprimento na pessoa de seu Comandante, o General-de-Exército Enzo Martins Peri, que também já serviu na Amazônia.

Gostaria de fazer, ainda, uma menção especial de agradecimento a todos os que, bravamente, deram suas vidas combatendo o nazifacismo nos campos da Itália, integrando a Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Parabéns, portanto, ao Exército Brasileiro!

Com a vênia de todos, gostaria de parafrasear o General Enzo, em pronunciamento proferido no transcurso das festividades do último dia 19 de abril, desejando que o Exército Brasileiro continue a caminhar, ombro a ombro, com todos nós, no desafio de prosseguir na hercúlea tarefa de buscar a inserção do Brasil, em lugar de destaque, no concerto das Nações, assegurando o desenvolvimento, o bem-estar e a paz social, num regime exemplarmente democrático.

Muito obrigado.