A SRA. KÁTIA ABREU (DEM - TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero manifestar minha opinião a respeito do que disse, há pouco, o Senador Eduardo Suplicy sobre a votação no Conselho de Ética.

     Sr. Presidente, isso me preocupa muito. Cheguei hoje a Brasília e, lendo as notícias na imprensa nacional, vi a possibilidade de que, no Conselho de Ética - já foi anunciado pelo Senador Leomar Quintanilha, do meu Estado do Tocantins -, a votação seja secreta. O Brasil não vai suportar essa situação e essa condição. Nós, no Senado Federal, não temos o direito de dar essa resposta ao Brasil. Não é essa a resposta que os brasileiros estão esperando.

     Não queremos, com o voto aberto, forçar o voto de cada Senador, mas que cada um tenha a hombridade e a coragem de votar de acordo com sua consciência! Não temos o direito de esconder do Brasil como vota cada um. Devemos satisfação, sim, aos nossos eleitores na base.

     Penso, desde quando era Deputada e estava na Câmara Federal, que o único voto secreto permitido deveria ser o referente à eleição da Mesa, porque, nesse caso, estamos elegendo um dirigente para nós, Deputados e Senadores. Mas, em relação ao restante das votações, temos obrigação com o nosso eleitorado. Portanto, sou a favor de que todas as votações nesta Casa sejam abertas, inclusive e principalmente de cassação de mandatos.

     Quero aqui registrar minha indignação com esse encaminhamento de voto secreto no Conselho de Ética. O Senado Federal, após essa votação, nunca mais será o mesmo para os brasileiros; dificilmente, conseguiremos reverter essa situação diante da sociedade.

     Particularmente, não faço parte do Conselho de Ética, embora gostasse muito de participar desse Conselho. Mas existem representantes dos Democratas no Conselho de Ética. Mesmo não participando desse Conselho, mesmo não votando secretamente, ficarei bastante envergonhada de percorrer meu Estado, de encarar meus eleitores, de encarar o povo do Tocantins e de dizer que, na Casa em que estou, com muita honra e com alegria, graças ao povo tocantinense, estamos permitindo uma votação secreta no Conselho de Ética.

     Muito obrigada, Sr. Presidente.