A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, senhoras e senhores que compõem a Mesa, Drª Verônica, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores aqui presentes, ontem, celebramos o Dia Mundial dos Direitos Humanos, data que todos nós, em especial os componentes do Poder Legislativo, devem ter sempre em mente, pois representa o respeito à pessoa humana e aos seus direitos fundamentais e inalienáveis.

Hoje, Sr. Presidente, muito oportunamente, o Senado dá mais uma prova de que tem grande preocupação com a questão do respeito aos direitos humanos, iniciando a III Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência e estendendo as celebrações iniciadas no dia 10 de dezembro por uma semana, dando maior visibilidade à pessoa com deficiência.

Valorizar a diferença eu diria que é fundamental para a construção de uma sociedade justa e igualitária, que respeita as diferenças e que dá oportunidade de todo indivíduo, independente de qualquer coisa, ter acesso a tudo: educação, trabalho, lazer, sem restrições. Infelizmente, não vivemos numa sociedade inclusiva; muito pelo contrário, vivemos numa sociedade segregacionista que coloca à margem de seu desenvolvimento todo aquele que apresenta alguma diferença, seja qual for: cor, orientação sexual, gênero ou por um motivo de deficiência física ou outra qualquer.

Por mais que criemos leis para garantir o direito das pessoas com deficiência, ainda acredito que elas continuam sendo - e muito - excluídas. Não que as leis não sejam importantes, muito pelo contrário, acredito que sejam fundamentais. Porém, o que as leis têm por trás de suas punições e penalidades é a mudança cultural que se faz necessária. É fazer com que as pessoas vejam as pessoas com deficiência como iguais na diferença. Isso exige mudança de mentalidade.

Srª Verônica Calheiros, Sr. Senador Renan Calheiros, Sr. Senador Flávio Arns, Sr. Senador Paulo Paim, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, por tudo isso que acredito na importância, Srª Verônica Calheiros, deste trabalho que sei que vem sendo feito por iniciativa sua há bastante tempo. Por tudo isso que acredito na importância de uma semana dedicada a valorizar a pessoa com deficiência, que possibilita a sociedade refletir sobre o tratamento que dispensa a seu semelhante, como a sociedade compreende a deficiência e, principalmente, pela possibilidade de dar voz às demandas dessa parcela tão significativa e ainda tão dependente de benesses do Poder Público.

É preciso que a acessibilidade não seja apenas um favor, pois não o é, mas algo natural. Deveria ser o norte para todos os profissionais dos mais diversos ramos de atividade. Facilitarmos a vida uns dos outros é contribuir para uma sociedade justa.

E queria aproveitar este momento e conclamar todos os profissionais para juntarmos as nossas forças e darmos provas concretas de mudança de mentalidade ao respeitar às pessoas nas suas diferenças.

Hoje é o Dia do Arquiteto e Dia do Engenheiro, por isso aproveito para conclamar os senhores arquitetos e engenheiros deste País a se sensibilizarem e aproveitarem o dia de hoje para refletir, para pensar realmente sobre projetos arquitetônicos, sobre construções realmente adaptáveis.

Não podemos pensar: “Ah, mas eu não tenho nenhum portador de deficiência...” Eu sou portadora de deficiência, estou citando um exemplo por isso. “Eu não tenho nenhum deficiente na minha família e, por isso, não estou preocupado com esse assunto”. Ninguém tem de ter esse tipo de mentalidade. A mentalidade é ao contrário: todos nós temos de estar sensibilizados, todos os profissionais de todas as áreas. Só assim nós vamos fazer a mudança para valer, vamos fazer a inclusão dos diferentes ser uma realidade, e não termos mais diferentes, termos, sim, uma sociedade justa e igualitária.

Um abraço carinhoso a todos e a todas.

Eu queria finalmente convidar todos para o coquetel de abertura da exposição que se realizará imediatamente no Salão Negro.

Um abraço. (Palmas.)