O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - O destino quis levar o nosso Bernardo Araújo Rocha, conhecido como Binu, que hoje estaria completando 90 anos, mas morreu sábado.

     Ele honra a classe política. A política é uma honrosa aventura. Sábado, chegando ao Piauí, ao saber do falecimento, fui à sua cidade. Ele morava numa fazendola cujo nome é Laranjeira, porque ele era um agricultor que plantava, vendia e comercializava laranja e outros frutos cítricos. O mais importante é que ele estava com 90 anos, e a gente vê que não é o que dizem; que político é respeitado, é prestigiado. Tive a oportunidade de estar presente na sentinela.

     Esse cidadão, como essas famílias interioranas, tinha uma prole numerosa. Ele era do interior, foi prefeito duas vezes, vereador, vice-prefeito e prefeito da cidade de Matias Olímpio. Depois se criou outra cidade. Fui eu que a criei. Era um povoado. Deus me permitiu, Senador Papaléo Paes, no meu Governo, criar 78 novas cidades no Piauí. Povoados se transformando em cidades. É gratificante ver. Eu lembro que, na minha eleição em 1994, fiz um comício debaixo de uma mangueira, e tudo era areado. E como se transformaram! Hospitais, escolas, praça para namorar, avenida urbanizada, cadeia para ordem, duas emissoras. Então, além do que se vê, pois o essencial é invisível aos olhos, houve o chamamento de pessoas a participarem e transformarem-se em líderes, vereadores, vice-prefeitos. E ele, o Binu, foi prefeito por duas vezes - eleito e reeleito - dessa cidade filha, São João do Arraial.

     Mas eu vi, Marisa Serrano, Pedro Simon, eu vi, durante a noite toda, aparecer gente não sei de onde naquele preito, cultuando o Binu, que foi duas vezes prefeito da cidade-mãe, Matias Olímpio, e duas vezes dessa nova. De família interiorana, trabalhador, e, se sente que não é assim não, a política tem a sua respeitabilidade. E nós sabemos que o mais que o homem, segundo Confúcio disse, consegue da vida, quando nasce - ô Geraldo Mesquita, quando nós nascemos o que é que ocorre? -, é que está todo mundo sorrindo, esperando a criança que nasce. Pai, mãe, parteira, enfermeira, familiares. E o mais que nós conseguimos ao longo da vida é reverter isso: ao sair, encontrar o choro, o lamento e a lágrima. Isso ele conseguiu. Eu vi. Foi dessas sentinelas que se prolongam pela noite toda, e ia aparecendo gente para chorar aquele ente querido que só fez o bem.

     Pedro Simon - V. Exª é um desses patrimônios que nós temos que seguir -, eu quero reverenciar aqui o Binu e a sua família. Ele tem um filho cujo nome é Juscelino, líder político continuador. Mas ele tinha dois ensinamentos, aqueles velhos de moral, de compostura, de respeito, de vergonha, que existem... Nós existimos e nós estamos aqui para homenageá-lo. Marisa Serrano, aqui diz o biógrafo da lamentação dele que ele tinha dois ensinamentos:

     "Binu e sua esposa sempre se preocuparam com a educação da família, visando uma vida digna para os filhos, netos e bisnetos."

Eram muitos os netos chorando. Era dessas famílias que são um exemplo no interior, na fazenda Laranjeira.

     "Com os amigos, tem uma atenção especial, onde seu lema é: ‘não abandonarei os amigos, estarei sempre à disposição de todos’. No meio político, é referência para todo homem público de bem, sendo lembrado pela célebre frase: ‘Continuo na política, com dinheiro ou sem dinheiro, servindo a todos que me procuram, especialmente os menos favorecidos’."

     Atentai bem, Senador Geraldo Mesquita, ele, nas últimas eleições, já tinha idade. O grupo, o PT, com essa máquina, tomou lá o poderio deles.

     É a essa figura que rendemos homenagens em nome do Piauí, que não precisa buscar exemplos em outros lugares, porque o exemplo está no falecido Binu.