Discurso durante a 40ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexão sobre a imagem do Legislativo e comentários sobre a entrevista concedida pelo Presidente Garibaldi Alves Filho à Revista Veja, desta semana.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
LEGISLATIVO. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. SAUDE.:
  • Reflexão sobre a imagem do Legislativo e comentários sobre a entrevista concedida pelo Presidente Garibaldi Alves Filho à Revista Veja, desta semana.
Aparteantes
Papaléo Paes.
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2008 - Página 7364
Assunto
Outros > LEGISLATIVO. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. SAUDE.
Indexação
  • ELOGIO, LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ENTREVISTA, GARIBALDI ALVES FILHO, PRESIDENTE, SENADO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, AUSENCIA, REPRESENTAÇÃO, INTERESSE, POPULAÇÃO, PRIORIDADE, CONGRESSISTA, ATENDIMENTO, INTERESSE PARTICULAR, FALTA, HONRA, ETICA, EXCESSO, CORRUPÇÃO, PREJUIZO, REPUTAÇÃO, LEGISLATIVO.
  • DEFESA, NOME, PAULO PAIM, SENADOR, SUBSTITUIÇÃO, ESCOLHA, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ADVERTENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUSENCIA, ACEITAÇÃO, SENADO, PROPOSTA, REPETIÇÃO, REELEIÇÃO, QUESTIONAMENTO, DADOS, EFICACIA, GESTÃO, GOVERNO.
  • GRAVIDADE, SITUAÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA, EDUCAÇÃO, SAUDE, IMPORTANCIA, TRABALHO, CRITICA, GOVERNO FEDERAL, REMESSA, TROPA, EXERCITO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), COMBATE, AEDES AEGYPTI, DEFESA, CONVOCAÇÃO, MEDICO SANITARISTA, OBTENÇÃO, CONTROLE BIOLOGICO, DOENÇA, ADVERTENCIA, AUSENCIA, RESPONSABILIDADE, CRISE, PREFEITO, GOVERNADOR, IMPUTAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, FALTA, EMPENHO, ERRADICAÇÃO.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Presidente Papaléo Paes, que preside esta reunião de segunda-feira, 31 de março, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, eu fiz, desta tribuna, um pronunciamento contra o nosso querido Presidente Garibaldi Alves, dizendo que aquela sessão em que passou a televisão pública foi a mais feia a que assisti no Parlamento durante esse período de cinco anos e três meses em que estamos aqui.

            Hoje, porém, quero render uma homenagem por uma reflexão do nosso Presidente. S. Exª voltou a encarar a esperança.

            Atentai bem, Papaléo! Ernest Hemingway, que morreu lá na sua Cuba, mas que é de Key West, nos Estados Unidos, uma ilhazinha próxima, diz, em seu livro O Velho e o Mar, que “a maior estupidez é perdermos a esperança”. Ele ainda vai além, dizendo que “o homem não é para ser derrotado; ele pode ser até destruído”. Então, o Presidente Garibaldi nos deu a esperança.

            Revista Veja, páginas amarelas, com Garibaldi. Só o essencial. Ele foi um homem de muita coragem e realista.

            “O Legislativo não é mais uma voz da sociedade nem uma caixa de ressonância. Está meio sem função”, disse o Presidente do Congresso. O Senador disse ainda que o Parlamento está agonizando. V. Exª, Senador Papaléo, é médico de UTI. “O Congresso está na UTI”, é a frase dele. V. Exª sabe bem o que é isso. “... e que muitos políticos usam o mandato apenas em proveito próprio”, diz o Presidente do nosso Congresso.

            Papaléo, isso é o que grifei. Mozarildo, olha a gravidade! Aliás, eu e o Papaléo representamos a pureza da política. Nós saímos da nossa profissão, e eu não sei nem como se faz título de eleitor. Nunca mandei, nunca comprei, e estou aqui. Papaléo também foi Prefeitinho e Senador.

            A democracia acabou. Já era. Tenho 65 anos. Ô Paim, a democracia acabou! É um tsunami de falta de decência, de ética, de moralidade, de corrupção. Aliás, deixamos Rui Barbosa ali e não vamos tirá-lo dali, porque ele disse:

“De tanto ver triunfarem as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

            Chegou esse dia. Ô homem sábio! Olha, nós não conversávamos sobre isso na semana passada? Sim, dois médicos, com a pureza de médico, ele lá do Amapá, e eu do meu Piauí, de uma Santa Casa.

            Nunca vi antes tanta corrupção, tanta malandragem, tanta bandidagem. Tenho 65 anos e um bocado de quilômetros enfrentados.

            Papaléo, o que diz o nosso Presidente?

“A maioria dos Parlamentares segue a lógica de votar com o Governo, liberar as emendas, emplacar um cargo para um aliado e colher os dividendos nas eleições seguintes. Os políticos se contentam com isso sem saber que fazem um mal danado ao Legislativo.”

            É um desabafo do nosso Presidente.

            E olhem essa, que considerei a mais importante. Papaléo, é aquilo que nós dizíamos. É grave o momento. Estamos aqui porque somos a última esperança deste País. Está tudo corrompido. Tudinho. Conheço a malandragem, ouço a voz rouca das ruas, vejo. Deus me deu preparo e discernimento. Só estamos aqui porque não há mais, não, pois aqui é a última resistência da malandragem que está aí.

“Veja: Analistas dizem que a imagem péssima do Legislativo, principalmente em razão dos casos de corrupção, tem atraído cada vez mais pessoas desqualificadas para a política. O senhor concorda com isso?”

            Aí vem a resposta de Garibaldi, o puro, aquele que conheci, meu irmão camarada. No dia em que ele fraquejou e ficou tonto, porque a pressão foi grande, eu disse que foi o dia mais triste. Aí passou aquela imoralidade de tevê aqui, que passa mesmo. Ali nem se fala.

            Luiz Inácio falou que a Câmara tinha trezentos picaretas, naquele tempo que ele passou lá. Hoje eu acho que tem mais. Aqui passou também no rolo. Olhem o que diz Garibaldi: “A política hoje é o seguinte: quem já entrou sem dinheiro tenta sobreviver; mas quem é liso não tem mais vez”.

            Quem é liso não tem mais vez! Acabaram-se os rui barbosas. Acabaram-se! Quem é liso não tem mais vez. “Só vão entrar os endinheirados ou quem está atrás de mais dinheiro”. A maior imoralidade que nós...

            O Paim é um cabra macho. A esse aí o Lula não dá muita vez, não. Por que ele não bota o Paim nas pesquisas? Ele bota uma mulher que nunca foi nem síndica. Mãe do PAC... Nunca foi síndica, nunca ganhou uma...

            Esse Paim... Eu sei a sua biografia e sei a dele. Eu não sei se você vai gostar, mas eu vou contar mesmo, porque a verdade tem que ser dita. Paim é líder, não digo igual, mas acho que ele é até melhor. Igual ao Lula: operário, não sei o quê, ferroviário. Foi lá, sindicato... Aí teve um rolo nesse sindicato. E eles queriam levar tudo... São Paulo é poderoso, nós sabemos. Aí, a turma do Rio Grande do Sul, a turma da Guerra dos Farroupilhas, a turma do Bento Gonçalves, do Lanceiro Negro, disse: “Fica aí, nós vamos embora”. Aí o Paim retirou o Brasil. Ficou o Luiz Inácio, mas...

            Ele não sabe que eu sei isso. Eu sei das coisas. É que eu não estava aqui. Aí o Luiz Inácio amadureceu, mandou chamar o Paim, e botou ele secretário. Ele foi secretário da CUT, não é verdade? Então, é a luta do trabalho, que defende...

            Então, é a luta do trabalho, que defende... Mas por que não bota o Paim? Porque essa mulher não vai para lugar nenhum. Botem Mão Santa e ela na pesquisa - eu desafio. Façam em qualquer Estado. Eu tenho uma luta, eu tenho uma carreira. Não é mole, não. Eu tenho 42 anos de médico-cirurgião, fui prefeitinho, deputado e governador. Bota!

            Porque, aí, ela não sobe; aí, ele fica. E ele vai forçar um terceiro mandato.

            Paim, eu já o alijei.

            Meu irmão do Piauí, eu disse que ele evoluiu muito, mas eu tenho muitos quilômetros de livro. O Luiz Inácio disse que uma página dá uma canseira. Olha, é por isso que estou aqui. Hitler, Mein Kampf, está aqui todos os dias. Não conseguindo aqui, porque aqui não consegue, um plebiscito para o terceiro...

            Eu vou dizer logo a análise: aqui tem 35 machos e mulheres também no meio que são iguais àqueles 300 de Esparta. Vocês assistiram ao filme “Trezentos de Esparta”, agüentando a Grécia contra a Pérsia, o Xerxes, e os homens ali? Eu te digo: isso jamais passa num meio legal. Luiz Inácio... Mas eu tenho mais... que ele. Não passa. Por quê?

            Está aí o Sarney. O Sarney tem cinco votos que conheço. É a filha, os três do Maranhão e aquele do Amapá. Com aqueles 35, boa noite, precisa de dois terços para mudar, fazer um plebiscito, mudar a Constituição. Sarney, eu conheço mais do que tudinho aí. Ele é vizinho do Maranhão, o avô dele... Eu vi esse Sarney indo dormir na Parnaíba. Não são cinco votos que ele tem? São seis? Jamais o Sarney entra numa canoa dessa. Eu estou dizendo. Não precisa ninguém estar me dizendo, não. Eu conheço a personalidade dele. Por quê? Porque ele ficou para história como quem redemocratizou, fez a transição.

            Na hora que... Tem não! Nesse pau aí, não pense não, porque ele tem a história, a biografia dele. Ele não vai. Então, não tem.

            Só tem uma maneira: está em Caxias, fazendo comício. O povo, os sem-terra, os do Bolsa, os aloprados, os 25 mil nomeados, os ministros que não trabalham, as rádios, a televisão, o povo pressionarem: Lula de novo. Porque, aqui, não passa.

            Estou abrindo... dele, não. Eu sei interpretar. Esses 35... Você vê alguma possibilidade de a turma abrir? E o Sarney? Conheço a biografia dele, ele é ali do Maranhão. Ele não vai. Então, ele tem cinco, seis votos aqui. Aqui, não passa! Por isso estamos aqui.

            Então, só tem um jeito: está em comício, agorinha.

            Quem é que viu isso? Atentai bem e estude! Eleição sempre teve. Os Presidentes... É campanha pá, pá, pá, dia e noite, dia e noite. Não tem nem Cristo. Deus descansou um dia. É todo o tempo! Hoje mesmo está ali, em Caxias, com o Governador do PMDB, fazendo, na Baixada Fluminense, campanha. Não existe isso. Se fôssemos nós, éramos presos.

            Agora, aqui é complicado. Posso dizer. Aqui é complicado. Mas essa é a verdade. Campanha, pá. Televisão. Tem a BRN, a Televisão Brasil, agora ganhou outra nova, é jornal, é Hora do Brasil, cinco mil quentinhas, oito mil quentinhas, é transporte, é passagem.

            Agora, ô Sibá, quero ajudá-lo e ao Luiz Inácio. Eu gosto dele. E aqui é o meu papel ajudar. Eu votei nele em 94. Está aqui.

            Foi como Hitler fez, o Goebbels enganou o Hitler - é o Duda Mendonça. Aí, o Hitler associou. Ele ia partir para uma cidade, ele tinha três mil soldados, o Goebbels no rádio, na imprensa: lá vai Hitler com 10 mil. Rapaz... ali na Europa. Ele ia com cinco: lá vai Hitler com 20 mil. Aí, ele... É o Luiz Inácio. Pensa que tá...

            Ô, Sibá, vamos para o debate qualificado? O que é importante num governo? Tenho minhas limitações. Norberto Bobbio sabe mais do que eu, escreveu. Senador vitalício na Itália. O que Norberto diz? O mínimo que se tem que exigir de um governo é segurança à vida, à liberdade e à propriedade.

            Brasileiros e brasileiras, temos essa segurança? Lá onde moro, no Piauí, não se enterra mais nem defunto, porque tinha aquele costume, aquela tradição de, quando um familiar morria, passar a noite... Outro dia, fui lá com a Adalgisa, cheguei lá... Não, ele morreu às cinco horas, e enterramos às cinco e meia, porque, de noite... Teve um aqui... Assaltaram um defunto, tiraram o sapato. Isso é no Brasil todo. Teresina é pacata, cristã. O Brasil está uma violência.

            A educação. Meus amigos, estou aqui porque este País teve governo. Papaléo, onde é que você estudou? Escola pública, competente, faculdade; e eu também. Há faculdade privada de medicina que cobra R$4 mil por mês, algumas R$3 mil, outras R$3,5 mil, R$3,2 mil. Eu botei a mais cara para dar impacto.

            Não vou citar, porque o dono é até meu amigo, lá no Nordeste - R$4 mil reais por mês.

            Pessoal do Bolsa-Família, como os filhos de vocês serão doutores, médicos? O Senador Papaléo Paes foi, de graça. Eu também, na Universidade do Ceará.

            Então, hoje é isso. Cada vez mais se distanciam. Não acredito. Acredito em Deus, acredito no amor que constrói a família, acredito no estudo. Eu acredito. O estudo leva à sabedoria. Está no Livro de Deus: a sabedoria vale mais do que ouro e prata. Acredito.

            Não acredito nesse negócio de não trabalhar. Não acredito, Luiz Inácio. Não acredito. Eu só vou crer... Política só se faz de duas maneiras no Brasil. Uns que querem receber dinheiro... Eu não recebo, porque não vou mais. Já tenho 65 anos, uma aposentadoria de médico e só tenho uma mulher, Adalgisinha. Então, não vou receber agora. Não vão me levar, mas, tenho minhas crenças. O trabalho. Deus não disse: comerás o pão com o suor do teu rosto? É uma mensagem aos governantes.

            O apóstolo Paulo, mais severo, disse: quem não trabalha não merece ganhar para comer.

            E o Rui? Por que ele está ali?

            E o Senador Paulo Paim, ali, com a coragem dele, trabalhador, que representa.

            O Rui: a primazia tem que ser do trabalho e do trabalhador. Ele vem antes, ele quem fez...

            É nisso que acredito. E não vejo...

            Agora, está aqui o perigo. Mas a segurança está aí.

            Rapaz, tem um “bicho” aqui bom do Piauí, o Moisés. Moisés é um caricaturista bom desse jornal. Graças a Deus, esse empresário é rico, porque tudo o governo compra. E esse daí é rico. Lá tem dois jornais de empresários ricos, que são independentes.

            Moisés: Rio de Janeiro, pum, pum, pum... Bala. Aí, tem o Cristo Redentor... Aí, tem... Ridículo! Ridículo: negócio de soldado para matar o mosquito.

            O Ministro da Defesa enganou o Luiz Inácio. É aquele que fez o discurso: “Não se queixe; não se desculpe; não se explique. Aja ou saia, o que importa é resultado”. Mas o discurso não era dele; o discurso era de Benjamin Disraeli, Primeiro-Ministro da Rainha Vitória. É... Aprenda! Então, aí, o Luiz Inácio aceitou. Ele enganou foi o Luiz Inácio. A mim, não!

            Esse negócio de soldado? “Vou dar 400 soldados para acabar o dengue”? Ô, Mozarildo, isso é uma ofensa a nós. Nós somos médicos. Soldados?

            Olha aqui a gozação do Moisés: tudo com bala, e eles estão é com dengue. Estão todos com dengue aqui. Militar para matar mosquito com bala, com fuzil, com não-sei-o-quê?

            Ora, vamos colocar os sanitaristas, os médicos sanitaristas, convocar... Aí, ficam dizendo que é o prefeito. O governador e o ministro... A cena mais ridícula que eu já vi em saúde. Eu fui governador e tinha era prefeito quando eu... Eu acusar um prefeito de ser culpado? Eu tinha de ir lá e ajudar. Esse homem aí é uma vítima, o César... Não é do meu Partido, não! Mas eu nunca vi isso. O ministro diz: “É o prefeito”. Perderam o senso. Tem é que somar o time e agir. Agora, um time que não ganha de um mosquitinho? Eu não creio! Oswaldo Cruz ganhou. Fidel Castro ganhou. Não tem dengue lá, não. O Chávez doido ganhou. Não tem dengue lá. Aqui? Ele mesmo disse...

            Mas não é aí não. Segurança. Teresina. Olhe aí Papaléo, olhe aí a desgraça. O jornal: "Calazar mata igual à dengue em Teresina". Bota aí, grandão, chefe, do jeito que for, para o Mercadante, para a Ideli. Bote como um outdoor. Um jornal de Teresina: “Calazar mata igual à dengue em Teresina”. Está aqui a reportagem. Olhem o cachorrão com calazar. É o barbeiro nas casas de palha. Vejam o bichão aqui. "Calazar mata igual à dengue".

            Então, estão enganando. Dizem que o homem tem 80. Como é que pode? Se a segurança - me responda - está no pau? Onde anda o povo quer saber. Se a saúde está no pau - e está aqui -, se voltou a tuberculose, se voltou a rubéola? Rubéola em nós, homens, não tem problema: a gente pega uma virose. Mas em mulher, o filho já nasce monstro. Está aí. A tuberculose voltou, o calazar...

            Paim, foi Deus que o botou aí! Olhe uma foto que tirei aqui! Olhem a indecência. Bote aí, por favor. Essa aqui é a revista Época. Olhem a indignidade. Bote bem grande. Olhem a indignidade. Está aqui um rapazinho - olhem a cara dele -, um jovem, que tem Síndrome de Down, com dengue, tomando soro em um depósito de remédios.

            Como é que pode ter aquela pesquisa: o maior governador da história do mundo, como? Quem é o culpado disso? Sou eu? Não, fui culpado quando era o Prefeitinho de Parnaíba, quando era Governador do Piauí. O culpado é Vossa Excelência, Luiz Inácio. Não vá na onda, não. Em administração, Henri Fayol determinou: unidade de comando e unidade de direção. É ele. Como? Com desastre na segurança, na educação e na saúde. Como é que pode? Eles estão fazendo igual ao Goebbels. Aí o Lula... Eu não quero, Deus me livre, que ele fique... Sou maior...

            Tem aqui uma coisa interessante. Olha aí, mentira, só vou ler para V. Exª ver a mentira. E a gravata vermelha é daqui. O Paim é gente boa, graças a Deus se livrou, mas a gravata vermelha diz... Quer dizer, a turma está entrando por aí, os sem-terra são mais fortes que o Exército, as margaridas são mais fortes do que a Marinha e a Aeronáutica, que só tem 10% dos aviões voando. Essa é a realidade, eu sou Senador da República.

            Mas olha aqui, só isso para terminar. Mozarildo: “Resulta da própria natureza das coisas que no volume da mentira está uma razão para ela ser mais facilmente acreditada, pois a massa popular, nos seus mais profundos sentimentos, não sendo má consciente e debilmente, é menos corrompida, e devido à simplicidade de seu caráter é mais freqüentemente vítima das grandes mentiras do que das pequenas”.

            Isso eu faço com todo o respeito, com toda a colaboração para que ele não caia aí. É para ele ouvir o Senado. Eu votei nele em 1995.

            Mais adiante, Zezinho: “é um fato também que da mais descarada mentira sempre fica alguma coisa, verdade esta que todos os grandes artistas da mentira e suas quadrilhas conhecem muito bem e dela se aproveitam da maneira mais infame”.

            Então, é isso. Uma mentira repetida, repetida se torna verdade. Ô Paim, vamos para o debate qualificado. Vou encerrar. Agradeço. Mas é o seguinte... E tem até a vermelha.

            Agora, Paim, queremos que o Lula... Estão dizendo só a verdade. Estão fazendo como o Goebbels, do Hitler, fez. Aí foi o perigo. Eu sou o maior, sou o superDeus, eu vou... E não era verdade.

            Paim, V. Exª já foi ao México? Eu fui, mas esqueci o nome do bicho. Quando você for, tem lá, no palácio, o general. Isso que eu passava ao Luiz Inácio - vou encerrar e agradecer ao Papaléo, que me cedeu e quer um aparte -, mas eu esqueci o nome do general. Foi lá o General do México. Ô Luiz Inácio, é para Vossa Excelência que viaja para lá com aqueles passeios: entre lá e procure. Está escrito. O General do México disse: “eu prefiro um adversário que me diga a verdade do que um aliado bajulador, puxa-saco, que só me traz a mentira”. Então, é essa a reflexão.

            Paim, o Luiz Inácio já lhe chamou para ouvir tudo: como vai a segurança, como vai a educação, como vai...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Ele me convidou para ir com ele ao Rio Grande, onde vai ter um pólo naval, com dois milhões de reais...

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Parabéns, Luiz Inácio! Parabéns!

            Olhe, ele talvez tenha... mas aquilo foi melhor. Você e aquele momento de tensão pelo Rio Grande do Sul. Aí você saiu secretário. O povo, não: “Nós só formamos a chapa se o Paim for o secretário”.

            E V. Exª está aqui há quantos anos, Paim?

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Estou aqui há 22 anos.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Aquilo era quando o Paim era menino. Então, ele está mais sábio.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Fizemos um acordo: o Meneghelli foi presidente, e eu fui secretário-geral.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Rapaz, eu votei nele. Convide-me para ir ao Rio Grande do Sul comer um churrasquinho com o Luiz Inácio, um arroz a carreteiro, um vinho... Tem nada, não. Eu quero que acertem.

            Então, essas são as palavras, os dados...

            Quanto a V. Exª, eu acho que ele deveria nomear V. Exª como o Richelieu dele. Richelieu foi o Primeiro-Ministro da França durante 17 anos e deixou o Cardeal Mazzarino, e a França gritou: “Liberdade, igualdade e fraternidade”.

            Então, muito agradecido.

            Luiz Inácio, essa é a verdadeira contribuição. Não se iluda, estão lhe enganando: o País vai mal na saúde, na segurança e na educação.

            Se aqui é um País, como o Rui disse, onde se ri de tudo, não vão rir de uma pesquisazinha... Se assaltam bancos, se matam, se roubam... Ah, rapaz...

            Então, é mentira! Olhe os dados da educação, que é o básico. Não vou reclamar, mas com V. Exª eu acho que o Luiz Inácio vai começar a acertar, porque está no Livro de Deus: “Diga-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és”.

            Agora ele escolheu a boa companhia do Paulo Paim.

            Papaléo, você não pediu o aparte? Eu citei V. Exª um bocado.

            O Sr. Papaléo Paes (PSDB - AP) - Senador Mão Santa, queria apenas fazer uma solicitação a V. Exª, uma vez que vou fazer uso da palavra. Em conseqüência do seu discurso, eu, que trouxe um discurso para ler, não vou lê-lo, mas apenas comentar alguns assuntos extremamente importantes relacionados ao seu discurso. V. Exª é um homem culto, preparado e inteligente. Se todos prestassem atenção nas mensagens que V. Exª entrega a todos nós durante os seus discursos, realmente, muitos estariam de consciência pesada, outros muito arrependidos e outros até mudando sua maneira de ser. Então, quero parabenizá-lo e, já que temos muita afinidade, pedir que V. Exª aguarde o meu pronunciamento.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu agradeço. Nós somos companheiros, nós somos aqueles lisos: ninguém roubou, ninguém tem mensalão, ninguém tem cartão. Nós somos aqueles lisos a que o Garibaldi se referiu.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2008 - Página 7364