Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Publicação nos Anais de matéria publicada pela revista Época intitulada: "Os últimos tradutores da floresta".

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXERCICIO PROFISSIONAL. HOMENAGEM.:
  • Publicação nos Anais de matéria publicada pela revista Época intitulada: "Os últimos tradutores da floresta".
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2008 - Página 7980
Assunto
Outros > EXERCICIO PROFISSIONAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, EPOCA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), RISCOS, EXTINÇÃO, CATEGORIA PROFISSIONAL, PRATICO, BOTANICA, PREVISÃO, DIFICULDADE, IDENTIFICAÇÃO, AERONAVE, FLORESTA.
  • NECESSIDADE, PRESERVAÇÃO, CONHECIMENTO, TRADIÇÃO, POPULAÇÃO, FLORESTA AMAZONICA.
  • HOMENAGEM POSTUMA, MÃE, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), CONJUGE, PASTOR, ELOGIO, ATUAÇÃO, IGREJA CATOLICA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, peço à Mesa que acolha, para publicação nos Anais, o pronunciamento em que peço inserção de matéria publicada pela revista Época, em sua edição de 16 de março do corrente, intitulada: "Os últimos tradutores da floresta." A matéria trata da possibilidade da extinção da profissão de parabotânico, nome oficial dado àqueles que são popularmente conhecidos como identificadores de árvores.

Há uma outra categoria, na minha região, que é a de mateiro. É aquele que sabe entrar na mata. O PhD não sabe voltar. Pode até entrar, mas voltar, não volta. Diria que há o PhD da academia, essencial para a exploração de biodiversidade, para o desenvolvimento sustentável, e o PhD da vida, aquele que é tão importante quanto o outro e precisa ser tratado com muito carinho pelo Estado brasileiro. Peço a inserção nos Anais.

Sr. Presidente, juntamente com o Senador João Pedro, faço um requerimento de voto de pesar pelo falecimento da Srª Terezinha Duarte Câmara, mãe do Deputado Federal Silas Câmara, ocorrido no dia 28 de março deste ano, em Manaus. Ela deixa viúvo o pastor jubilado Severo Câmara. Por intermédio do Deputado Silas Câmara, transmito a toda a Assembléia de Deus do meu Estado, a todos os irmãos Câmara, o Pastor Samuel, o Pastor Jonatan, o Pastor Dan, a todos os homens e mulheres dessa família, que é tão querida minha, o meu voto e o do Senador João Pedro do mais sentido de pesar.

A Srª Terezinha Duarte Câmara, falecida em Manaus, aos 73 anos de idade, era pessoa muito conhecida e respeitada. Natural de Rio Branco, no Acre, radicou-se felizmente no meu Estado. Deixou cinco filhos. Já falei do filhos homens e me refiro agora às educadoras Eliabe e Elieuda, além de 16 netos e dois bisnetos. Por toda a estima de que gozava, por sua atividade no meio evangélico, ela faz, sem dúvida alguma, jus à homenagem que neste momento nós propomos e que sei que será acolhida pela unanimidade do Senado Federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO

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O SR. ARTHUR VIRGILIO (PSDB - AM Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr Presidente, Srªs e Srs. Senadores, peço a palavra para registrar, neste plenário, matéria publicada pela revista Época em sua edição de 16 de março do corrente intitulada “Os últimos tradutores da floresta”.

A matéria trata da possibilidade da extinção da profissão de parabotânico, nome oficial dado àqueles que são popularmente conhecidos como identificadores de árvores.

Não dá para medir a importância dessas pessoas para a Amazônia. Eles são, na verdade, enciclopédias vivas da Amazônia, como bem retrata a reportagem acima citada.

Para se ter uma idéia do trabalho feito por esses profissionais, a presença de um parabotânico em uma pesquisa é fundamental para uma publicação internacional. Segundo a matéria, “revistas científicas, como Nature e Science, exigem a garantia da identificação correta das árvores. Ter um parabotânico renomado ajuda a dar mais credibilidade ao trabalho. Isso abre portas para uma pesquisa”.

Ou seja, sem a presença dessas pessoas, as pesquisas na Amazônia ficam extremamente comprometidas. Esses identificadores são a junção do conhecimento das populações tradicionais com a metodologia acadêmica.

A matéria da revista Época apresenta, ainda, o que poderia ser a solução para esse grave problema: a criação de uma escola de parabotânica, com a criação de um curso para identificadores. Estima-se que não deve existir mais de 10 parabotânicos em toda a região. Não se pode simplesmente dispensar o conhecimento desses profissionais que, aos poucos, estão se aposentando.

Enfim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encerro com as palavras de um desses identificadores, Carlos da silva Rosário, conhecido como Carlito, 59 anos, metade deles vividos em trilhas de locais remotos no norte do país: “Preciso aproveitar enquanto ainda tenho saúde para ensinar na prática tudo que sei sobre estas matas. Se demorar muito, vou acabar como aquela castanheira. Tombado na floresta”.

Portanto, não podemos virar as costas para assunto tão grave e tão importante para a nossa Amazônia. Repito: esses profissionais são verdadeiras enciclopédias vivas da Amazônia.

Sr. Presidente, para que fique registrado nos Anais do Senado Federal, requeiro que a matéria da revista Época intitulada “Os últimos tradutores da floresta” seja considerada na íntegra como parte deste pronunciamento.

Muito obrigado.

Era o que tinha a dizer.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria Referida:

“Os últimos tradutores da floresta.”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2008 - Página 7980