O SR. ANTONIO CARLOS JÚNIOR (DEM - BA. Pela Liderança do DEM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia 29 de junho de 2008, o Pólo Industrial da Camaçari completou trinta anos de operação. Complexo industrial que mudou a face da Bahia no campo econômico, o Pólo Industrial de Camaçari é motivo de orgulho de todo baiano, especialmente para aqueles que, de alguma maneira, contribuíram para que ele se tornasse o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.

            Há muito o que comemorar, Srªs e Srs. Senadores. São trinta anos em que esse Pólo gera emprego, renda e desenvolvimento para o Estado da Bahia e, além de suas fronteiras, para o Nordeste e para o País. Como baiano, foi com muito orgulho que estive presente na Associação Comercial da Bahia, participando das festividades que comemoraram esses trinta anos. São trinta anos de um projeto vitorioso, que teve o início de sua concepção no Governo Luis Viana e que se viabilizou, tornando-se a realidade que conhecemos, durante a gestão do Governador Antônio Carlos Magalhães.

            Sr. Presidente, no encontro que mantive com lideranças do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari, tive a oportunidade de constatar que não apenas comemoramos os trinta anos do Pólo, mas que também a região conta com uma agenda empresarial positiva que busca conciliar as expectativas e as possibilidades das empresas e do governo, na busca de ações que mantenham o Pólo na vanguarda do desenvolvimento sustentável do Estado da Bahia pelas próximas décadas.

            Este, Sr. Presidente, talvez, seja o grande desafio a ser vencido: recuperar o ritmo com que a Bahia caracterizou, nas últimas décadas, seu acelerado processo de industrialização, quando, graças a políticas desenvolvimentistas de sucessivos governos estaduais, tornou-se o principal centro de atração de grandes empresas, nacionais e estrangeiras, rompendo o falso paradigma de que o Nordeste não era adequado para grandes investimentos privados.

            Esses trinta anos, Srªs e Srs. Senadores, proporcionaram à Bahia e ao Brasil números portentosos:

            - investimentos globais superiores a US$12 bilhões, sem considerar as expansões e os aportes do Estado em infra-estrutura;

            - quase uma centena de empresas - apenas o complexo Ford reúne 29 parcerias - nos ramos petroquímico, de celulose, têxtil, de metalurgia, automotivo, de alimentos e serviços;

            - mais de 23 mil empregos diretos e 80 mil empregos indiretos, privilegiando a mão-de-obra local, que corresponde a 90% das contratações;

            - faturamento de US$15 bilhões/ano e de US$2,3 bilhões/ano apenas com exportações.

            Vejam a magnitude desse complexo industrial, que começou como pólo petroquímico e que, hoje, atinge outros ramos de atividade industrial.

            Sr. Presidente, quero dizer que permaneço otimista. Fomos bem-sucedidos na empreitada - o Pólo orgulha o povo baiano -, e quero acreditar que continuaremos assim, pois o empresariado do meu Estado segue trabalhando fortemente, e a Bahia permanece um porto seguro para investimentos.

            Resta ao governo estadual fazer sua parte - e acho que há boa vontade nesse sentido -, atendendo às expectativas de novos investimentos em infra-estrutura, porque a infra-estrutura no Brasil inteiro, não só na Bahia, está em situação caótica. O Brasil inteiro carece de investimentos em infra-estrutura, já que o Governo Federal perdeu sua capacidade de investir, gastando excessivamente em despesas correntes, deixou de investir em infra-estrutura e não incentiva, com marcos regulatórios firmes e duradouros, a iniciativa privada a investir.

            É preciso que no Brasil se repense a questão do investimento, senão vai haver gargalos sérios que impedirão ou limitarão nosso crescimento futuro. Estou falando da Bahia, mas resolvi entrar no assunto do Brasil. Essa questão de infra-estrutura é uma questão do Brasil.

            Resta ao governo estadual, então, fazer sua parte, atendendo às expectativas de novos investimentos em infra-estrutura e de uma política tributária que mantenha viável um projeto tão importante para a Bahia, para o Nordeste e para o Brasil!

            Muito obrigado.